segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Notes Of A Heartbroken - Capítulo 1


Fame, doing it for the fame
'Cuz we wanna live the life of the rich and famous
Fame, doing it for the fame
Cuz we gotta taste for champagne and endless fortune
The Fame – Lady Gaga


— Vamos, Thammy! – Alice continuava a insistir com aquela história de montarmos a banda e sermos famosos. — Vamos ser famosos, vamos nadar na grana. – Ela continuou a insistir enquanto suspirava olhando para o nada imaginando sua vida de famosa.
— Você acha que é fácil assim. – Respondi indiferente, enquanto folheava a revista em que tinha uma matéria da banda do Tom.
Pois é, eles já eram reconhecidos e faziam shows por vários lugares dos Estados Unidos.
— Não é muito difícil também, Thammy. – Gordon disse, ajudando Alice. — Eu irei ajudar vocês. Tenho certeza que farão sucesso. – Argumentou.
Achei a página em que falavam sobre a banda do Tom. A matéria dizia que eles eram a nova promessa do rock vinda direto da Alemanha.
Sorri boba ao ver a foto do Tom. Ele estava lindo como sempre, só que agora ele vestia roupas de marca, mas largas como sempre.
— Olha isso. – Alice disse tomando a revista da minha mão. — Eles estão famosos, já tem fã-clubes e tudo mais. – Olhou para mim. — Quero isso para nós também, Thammy. – Choramingou fazendo um bico gigante.
Comecei a pensar melhor sobre o assunto. Tom havia conseguido. Estava famoso fazendo shows e ganhando dinheiro. Ele me contava a maravilha que era ter fama e dinheiro. Por que não experimentar essa sensação também? Mas tinha um problema. Eu não queria cantar sozinha, não sei se daria conta de gravar CDS e fazer vários shows por dia.
— Caso eu aceite. – Alice já abriu um sorriso enorme. — Eu não quero cantar sozinha, não sei se darei conta. – Alice olhou para Gordon e eu fiz o mesmo.
— Bem. – Ele começou. — Podemos ver se Alice ou um dos meninos podem cantar também. Então, se um dos meninos cantarem também, você poderia tocar guitarra. – Nós três abrimos um sorriso enorme.
— Tudo bem. – Respondi ainda com um sorriso no rosto.
Alice começou a dar pulinhos gritando coisas como ‘vamos ser famosas’ e ‘minha nossa, eu vou conhecer o Justin Bieber’.
— Justin Bieber, Alice? – Olhei para ela com uma cara de deboche.
— Que foi? Ele é lindo. – Deu uma risada e voltou a pular.
Contamos tudo para a minha mãe que disse ter ficado super feliz tendo dois filhos famosos, mas que por um lado estava triste, pois me veria menos também. Eu disse que se fosse preciso eu a levaria comigo para onde quer que fosse então ela ficou completamente feliz.
Todos nós sentamos ao redor da mesa, fazendo vários planos para quando fossemos famosos.
Mas eu queria manter o pé no chão. Não saberíamos se iríamos conseguir reconhecimento. E eu não queria ficar triste, caso não conseguíssemos.
Gordon disse para eu tentar compor alguma letra, que depois daríamos um jeito de encaixa-la em uma melodia. Mas ele disse que seria melhor compor em inglês, porque ele queria mandar um demo para uma gravadora dos Estados Unidos. Concordei e fui para o meu quarto. Peguei um caderninho e um lápis e sentei-me na cama. Respirei fundo e tirei a letra de dentro de mim.
~x~
— Conseguiu, Thammy? – Gordon apareceu na sala, sentando-se no sofá ao meu lado.
— Eu tentei. – Entreguei-lhe o papel que tinha como título ‘The Only Exception’.
Se Gordon aprovasse, era assim que a música iria se chamar.
Ele passou os olhos por todo o papel, demorando minutos até me responder. Eu estava aflita, quase subindo pelas paredes, quando ele finalmente se manifestou.
— Isso está ótimo, Thammy. – Ele disse visivelmente empolgado. — Vou ligar para os meninos para encaixarmos uma melodia. – Se levantou. — Vocês irão conseguir. – Disse por fim, saindo da sala.
Respirei aliviada. Ele realmente tinha gostado da minha letra, e isso era bom.
Agora eu estava me esforçando para continuar mantendo os pés no chão, mas estava difícil. Eu estava tão animada e ansiosa. Comecei a olhar para o nada, imaginando uma vida de famosa. Fãs, autógrafos, viagens pelo mundo, festas. Perdi a noção do tempo e quando percebi, Alice já estava entrando aos pulos na sala sendo seguida por Lucas e Peter.
Todos nós fomos para a garagem. Sim, por enquanto éramos uma banda de garagem.
Tom e os meninos ensaiavam aqui antes de irem para os Estados Unidos, essa garagem deve dar sorte.
Lá estava montada a bateria. Gordon trouxe a guitarra, o baixo e o microfone.
Ele tinha uma banda no passado, por isso os instrumentos. Gordon tinha tudo, caixa de som e outras coisas que eu não fazia a mínima ideia do que eram.
Me sentei em um banco e fiquei a observa-los. Gordon falava coisas sobre notas, que para mim era em grego, mas os garotos pareciam entender. Eu não me meteria nisso, já compus a música, eles agora que se virem.
— Thammy. – Gordon me chamou. — Você precisa participar, senão não irá saber como cantar. – Bufei e me levantei me sentando ao lado de Gordon.
Eu não sabia como isso funcionava, então só prestava atenção, sem opinar.
Depois de horas, Gordon disse que finalmente estava pronta.
Lucas pegou o violão, Alice o baixo e Peter sentou-se na bateria, então começaram a tocar. Como eu já sabia onde encaixar a voz comecei a cantar.

"When I was younger I saw
My daddy cry and curse at the wind
He broke his own heart and
I watched as he tried to reassemble it
And my momma swore that she would
Never let herself forget
And that was the day that I promised
I'd never sing of love if it does not exist
But darling...
You are the only exception
You are the only exception
You are the only exception
You are the only exception..."

Ao terminarmos a música, minha mãe apareceu na garagem com um sorriso do tamanho do mundo, com o telefone na mão.

— Vocês foram ótimos. Thammy, meu amor, você canta muito bem. E que letra linda. – Ela disse visivelmente animada. — Amor, telefone. – Estendeu o aparelho para mim. O peguei, pedindo licença e sai da garagem.
— Alô? – Eu nem perguntei a minha mãe, pois já sabia quem era.
Que saudade. – A voz de tom invadiu meus ouvidos me fazendo sorrir.
— Eu também. – Suspirei fechando os olhos.
Não entendo porque você não quis vir comigo, sabe que eu não consigo ficar longe de você. – Bufou triste.
— Você está famoso, menino. Eu tenho um irmão gêmeo famoso. – Gritei dando pulinhos, igual à Alice.
— Um namorado famoso também. – Ele disse sem pudor algum.
— Shiu! Você quer que os meninos ouçam? – O repreendi.
— Eles já sabem. – Disse numa calma que irrita.
Meus olhos se arregalaram e meu coração acelerou.
Como ele contou pros garotos? O que eles irão pensar de mim? De nós?
— Calma. – Ele continuou. — Eles nem ligaram. Incesto nos Estados Unidos não é crime. Quero morar com você aqui. – Suspirei aliviada. Não era crime? Que tentador.
— Quem sabe né. – Disse abrindo um sorriso, pena que ele não poderia ver. Ouvi chamarem Tom no fundo, e logo depois ele continuou.
— Preciso entrar no palco. – Tenho que me acostumar em saber que Tom já não é só meu. E que há varias garotas suspirando por ele também.
— Boa sorte. Amo você. – Respondi.
— Eu também te amo muito. – Desligou o telefone.

Agora eu iria me esforçar para fazer sucesso também. Não por inveja, longe disso.
Mas para poder ter coisas pra fazer, e não sentir tanto a falta do Tom. E é claro, para ter dinheiro e comprar roupas, sapatos, joias e tudo mais. Mundo, me aguarde.

Postado por: Grasiele

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