segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Notes Of A Heartbroken - Capítulo 4


You tell me that you need me then you go and cut me down
But wait
You tell me that you're sorry
Didn't think i'd turn around and say That
It's too late to apologize
It's too late
Apologize - One Republic


Alice automaticamente olhou para mim e eu apenas assenti com a cabeça.
Qualquer coisa eu estou no quarto da sua mãe. – Ela disse antes de sair.
Tom fechou a porta e caminhou parando na minha frente.
— O que você quer? – Eu tentava me manter forte, mas acho que a dor estava refletida em meus olhos.
— Quero conversar. – Ele se aproximou e sentou-se na cama bem perto de mim, incomodada com a proximidade cheguei para trás e encostei as costas na cabeceira da cama.
— Seja rápido. – Eu evitava ao máximo olhar em seus olhos.
— Você precisa se desarmar primeiro. – Ele chegou mais perto, eu já não tinha mas como chegar para trás então apenas fiquei parada no mesmo lugar.
— Ande logo, Tom. – Eu o olhava com desprezo disfarçando a minha dor.
— Thammy, eu não sei o que houve comigo. Eu não queria fazer aquilo. Você sabe que eu te amo. – Ele colocou a mão sobre a minha perna. Eu respirava fundo e desreguladamente.
Isso é o que eles sempre falam. Eu estava muito machucada, nenhum pedido de desculpas de Tom surtia efeito em mim.
— Eu não acredito em você. – Disse entre dentes.
— Thammy, me perdoe, eu... – Eu não deixei que ele terminasse seu discurso ridículo.
— Só veio aqui pra isso? Se sim, perdeu seu tempo. – Me levantei e fiquei de frente para ele. Tom respirou fundo e soltou o ar com força.
— O que vocês estão fazendo aqui? – Ele finalmente tinha mudado de assunto. Era uma vez, acabou.
— Vamos gravar um CD. – Não pude deixar de abrir um sorriso. Mas não pense que eu sorri para ele, foi um sorriso involuntário.
— Isso é ótimo. – Tom se levantou. — Parabéns. – Veio até mim com os braços abertos. Como assim? Ele queria um abraço? — Ainda sou seu irmão. – Bufei. Ele tinha razão.
Devagar, me aproximei dele e o abracei. Não podia negar que sentia falta de seu abraço, do seu calor. Meu coração acelerou e minha respiração falhou. Dei um jeito de me separar dele rápido. Estávamos frente a frente, tão perto que nossas respirações se misturavam. Eu queria sair de perto dele, queria manda-lo embora do meu quarto. Mas não conseguia. Eu não tinha o controle do eu corpo naquele momento. Tom foi se aproximando e selou nossos lábios. Tentei várias vezes afasta-lo, mas sem sucesso. A língua de Tom já invadia minha boca ferozmente.
Nesse momento eu estava me odiando. Odiando-me por não conseguir afasta-lo. Por ser tão fraca, por estar sentindo todas aquelas sensações idiotas que estúpidos apaixonados sentem.
Separamos-nos em busca de ar e eu recobrei minha consciência e me afastei dele.
— Esse beijo... – Comecei ofegante. — Não significou absolutamente nada. – Menti. Não queria parecer mais fraca do que já parecia.
— Sabemos que significou. – Ele se aproximou novamente. — Eu vou conseguir o seu perdão, Thammy. – Fez carinho no meu rosto. Rapidamente tirei sua mão de minha face.
— Você teve muito tempo. Agora é tarde demais para se desculpar. – Me afastei dele novamente. — Vá embora. – Sentei-me na cama e o olhei com desprezo.
— Eu vou ter você de volta. – Ele disse e saiu do quarto.
Subi na cama, encostei minhas costas na cabeceira da cama e abracei minhas pernas. Chorei. Eu já não sentia o tempo passar. Eu só queria chorar. Queria que essa dor fosse embora. Queria nunca ter me apaixonado por Tom. Posso até dizer, que nesse momento, queria que Tom não fosse meu irmão. Não queria nenhum tipo de ligação com ele.
Tom teve semanas para se desculpar comigo. Depois da ligação que provou sua traição, passaram-se semanas e ele não deu sinal de vida. E agora ele volta com essa palhaçada de desculpa? Patético.
Levantei-me da cama com dificuldade e peguei um caderno e uma caneta. Não há sentimento melhor para compor músicas do que a dor. Escrevi e escrevi. Colocando tudo para fora. Até que as lágrimas cessaram e eu havia terminado a música.
Eu queria grava-la amanhã mesmo se possível. Levantei-me e fui até o quarto da minha mãe para mostrar a letra para Gordon.
— Goooooooordon. – Entrei no quarto gritando. Ele estava sentado na cama lendo um livro, enquanto minha mãe e Alice conversavam animadamente.
— Fala, Thammy. – Abaixou o livro.
— Eu escrevi outra música. – Sentei-me ao seu lado e lhe entreguei o papel.
— Vejamos. – Pegou o papel e começou a analisa-lo como sempre fazia. Minutos mais tarde ele se manifestou.
— Está ótima, Thammy. A letra é bem forte. – Me olhou.
— Eu já tenho até a melodia na minha cabeça. E olha que eu não entendo dessas coisas. – Dei uma risada. — Queria grava-la amanhã. Pode ser? – Perguntei.
— Claro. Vamos escrever a melodia no estúdio e podemos gravá-la amanhã mesmo. – Abriu um sorriso.
— Mas eu quero que a Alice cante. – Olhei para ela que arregalou os olhos enquanto eu abria um sorriso.
— Tudo bem para você, Alice? – Gordon perguntou.
— Beleza. – Disse ela abrindo um de seus sorrisos gigantes.
— Então fique com o papel para aprender a letra. – Gordon entregou o papel a ela. — Agora vão dormir que temos que acordar cedo amanhã. – Ele praticamente nos expulsou do quarto.
Alice deu uma de vítima dizendo que ele não nos amava e arrancou risadas de todos. Dei um beijo em Gordon e na minha mãe e fomos para o nosso quarto.
— Que letra profunda, Thammy. Escreveu para Tom? – Ergueu uma sobrancelha.
— Talvez. – Disse triste e me deitei na cama, Alice fez o mesmo.
As cenas da minha conversa com Tom voltavam a minha cabeça fazendo com que eu demorasse um pouco a dormir. Até que meu cérebro cansou de torturar e eu finalmente dormi.
~x~
Dessa vez fui eu quem acordou com o despertador, Alice continuava a dormir como uma pedra. Então, finalmente, eu daria o troco por todas as vezes que ela me tirou de meu sono gostoso.
Dei um pulo da cama e fui em direção à cama dela.
— ALICEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEE! – Gritei no seu ouvido.
Ela deu um pulo caindo de cara no chão. Eu ri tanto que cai no chão também. Alice levantou praguejando enquanto amarrava os cabelos.
— A vingança é doce. – Disse me levantando do chão e indo em direção ao banheiro enquanto Alice continuava a resmungar.
Tomei um banho e me arrumei. Enquanto eu esperava Alice fazer o mesmo, liguei a TV e estava passando um jornal.
‘’ O guitarrista da famosa banda alemã, Tokio Hotel, foi visto ontem à noite saindo de uma boate por volta das 3 da manhã acompanhado por uma loira não identificada... ’’
Apareceu a foto de Tom ao lado da tal loira no canto da tela. Eles estavam no carro e pareciam bem íntimos. Tom saiu daqui e foi foder com uma qualquer.
Eu desliguei a televisão na mesma hora.
Mentira. Tudo o que ele me disse foi mentira. E eu deixei que ele me beijasse.
Mas agora acabou. Eu não chorei. Nesse momento, prometi a mim mesma que nunca mais choraria por homem nenhum e nem entregaria meu coração tão facilmente outra vez.
Tom se arrependeria do dia que brincou comigo. A Thammy que ele conhecia morreu. Meu amor se cansou.
— Estou pronta. – Alice disse me despertando de meus pensamentos.
— Tudo bem, vamos. – Peguei minha bolsa e fomos encontrar com os meninos, Gordon e minha mãe no saguão do hotel.
Mas havia um problema. Tinha uma pessoa a mais lá.
Tom Kaulitz.
Minha mãe o havia chamado para ir à gravadora conosco. Respirei fundo e fui ao encontro dele. Tom nunca mais me veria chorar novamente.
— Bom dia, Thammy. – Ele disse na maior cara lavada. A ressaca devia estar o comendo por dentro. Espera, ressaca come as pessoas? Ah, não importa.
— Bom dia, Tom. – Respondi normalmente sorrindo por fora, mas querendo o esganar com suas atuais trancinhas. Já disse que trancinha é coisa de viado? Pois é, trancinhas são coisas de boiolas.
Tudo bem, não são. Mas me deixem odia-lo.
Como sempre, Gordon e os meninos foram em um táxi e eu minha mãe e Alice em outro.
Chegamos todos juntos na gravadora e subimos direto para o estúdio. Estava um homem lá, acho que era pra arrumar algumas coisas no som, algo assim. E tinha outro cara lá fazendo não sei o que.
Eu briso nessas coisas.
Todos nós sentamos em um canto para discutir sobre a melodia da música que eu escrevi ontem. Eu disse como queria o ritmo e depois de algumas horas a música estava pronta para gravar. Várias cabeças agilizam tudo.
Disseram para eu cantar primeiro para mostrar a Alice como ela deveria cantar.
Os meninos começaram a tocar, Tom me olhava atentamente. Ele sabia que era uma música que eu havia escrito ontem à noite.
Então, chegou minha hora de cantar.

"This is the hardest part when you
Feel like fading
All that you had is become unreal
Collapsing and aching

All I want
All I want was right here…"
Até essa parte eu estava com os olhos fechados, mas no refrão, fiz questão de abri-los.
"But love don't live here anymore
Love is dead, love is gone, love don't live here anymore
Love don't live here anymore
Love is dead, love is gone, love don't live here anymore…"

Olhei para a cara de Tom, que estava com os olhos arregalados. Sorri para ele desviando o olhar logo depois, e continuei a cantar.

"I know that you think of me when you're
Beside her
Inside her
It must be so hard for you to deny it and hide it

All I want
All I want was right here…"

Ás vezes eu olhava para a cara do Tom, que mantinha uma expressão de surpresa. O que me fortalecia ainda mais.

"But love don't live here anymore
Love is dead, love is gone, love don't live here anymore
Love don't live here anymore
Love is dead, love is gone, love don't live here anymore

Love is dead, love is gone, love don't live here anymore"

Ao fim da música, todos abriram um sorriso, menos Tom, é claro. Eu estava amando aquilo.
Então, Alice e os meninos foram para a cabine de gravação enquanto minha mãe e Gordon observavam.
Eu fui até a geladeira em um canto da sala, sendo seguida pelo olhar atento de Tom. Peguei uma garrafa de água e me sentei em um canto afastado do estúdio.
‘’O amor não vive mais aqui?’’ – Tom perguntou sentando-se e uma cadeira ao meu lado. Abri um sorriso e bebi um pouco de água antes de respondê-lo.
— Gostou? – O encarei com um sorriso sarcástico no rosto.
— Eu estou arrependido, Thammy. Eu amo você. – Ele me olhava com uma carinha de cachorro abandonado. Confesso que achei fofo, mas ele não precisa saber disso.
— Sei. – Bebi mais um pouco de água. — Diga para a loira de ontem à noite, que eu amei o casaco dela. – O olhei séria e saí de perto dele, indo observar Alice cantando junto com minha mãe e Gordon.
"E você diz "Eu sinto muito" como o anjo. O céu me fez pensar quem você era. Mas eu tenho medo."

Postado por: Grasiele

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