segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Notes Of A Heartbroken - Capítulo 6


So, take the ashes from the floor
Bury them to just make sure
That nothing more is left of me
Just Bittersweet Memories
Bittersweet Memories – Bullet For My Valentine

Assim que abri os olhos, vi a figura de uma Alice muito irritada me encarando furiosamente.
— Qual é a sua de sair da festa sem avisar ninguém? – Seu tom de voz era irritado.
Me sentei na cama e cocei os olhos numa tentativa frustrada de espantar o sono.
— Você viu o que o Tom fez? – Senti um aperto no peito ao lembrar aquela cena. — Fiquei mal, chorei até as tripas no banheiro... – Não consegui terminar a frase, pois Alice me interrompeu.
— Bill tirou você de lá, e levou para uma lanchonete. – Completou.
— Como você sabe disso? – Meus olhos estavam arregalados.
— Todo mundo sabe, Thammy. – Jogou uma revista para mim.
O peguei e bem na capa estava escrito ‘’Bill Trümper e Thammy Kaulitz são visto juntos em uma lanchonete. ’’ E bem na capa, estava estampada uma foto minha e de Bill, com toucas e a blusa de frio enorme.
Folheei a revista rapidamente até chegar à matéria. Lá estava contando que eu deixei a festa de lançamento do CD da banda para sair com Bill Trümper. E até deixaram a entender que eu e Bill tínhamos um romance.
Joguei a revista no chão e me joguei na cama, cobrindo todo o meu rosto.
— Estou muito encrencada? – Minha voz saiu abafada pelo cobertor.
— Nem tanto, sua mãe e Gordon entenderam o seu lado. Não deve ter sido fácil ver o seu irmão e homem que você ama se agarrando com outra. – Ela já falava com um tom mais compreensivo. Deve ter ficado com pena de mim.
Eu ainda enfiada debaixo do cobertor quando ouço meu celular tocar. Levantei animada, deveria ser o Bill.
Quem dera.
Era Tom Kaulitz.
— O que você quer? – Disse fria.
— Que palhaçada é essa de ficar andando pra cima e pra baixo com o Bill? – Ele disse grosso. Pelo jeito já tinha lido a revista.
— Gostou da matéria, Tommy? – Disse sarcástica.
— Não brinque comigo, Thammy. – Bufou nervoso. — Não quero que você saia mais com o Bill. – Ordenou.
Dei uma gargalhada alta que até Alice me olhou assustada.
— Você não manda em mim. – Respondi ríspida. — Eu ando com quem eu quiser. – Completei.
— Você só está usando o Bill para tentar me esquecer. Não faça isso, Thammy. Não precisa ser assim. – Quando ele terminou de falar, meu sangue ferveu. Ele não podia se achar dessa maneira.
— Você é ridículo, Kaulitz. – Disse seu sobrenome com desdém. Soou estranho porque também é o meu.
— Você acha que eu não vi como você ficou quando me viu com a Marina? Você acha que eu não senti a sua dor? – Merda de conexão de gêmeos. — Você me ama. E sempre vai ser assim.
Pretensioso.
Eu estava com tanto ódio, que se ele estivesse aqui eu o mataria devagar e dolorosamente só para sentir o prazer de sua dor.
Eu sei, isso soou ameaçador. Bom, nem tanto.
— O amor cansa, Tom. – Suspirei triste. — Cansou. – Disse por fim e desliguei o telefone sem esperar ele me responder.
— Você está bem? – Alice perguntou quando viu minha expressão.
— Eu vou ficar bem. – Respondi.
Me lembrei da noite maravilhosa que tive com Bill. Ele já não saía mais da minha cabeça. Estava começando a irritar.
Lembrei-me da cena do carro, e automaticamente lembrei-me da música. Passei as mãos pelos meus cabelos. Os cabelos que Tom tanto elogiava. Que ele tanto gostava. Sorri decidida.
— Alice, vamos fazer compras? – Perguntei e a vi abrir um sorriso enorme afirmando freneticamente.
Fui tomar banho enquanto ela pedia o café da manhã. Quando acabei de me arrumar, o café já tinha chegado e Alice já estava pronta. Comemos rapidamente e saímos do quarto.
Encontramos com minha mãe e Gordon no saguão do hotel.
Me preparei para ouvir um sermão.
— Aonde vão? – Gordon perguntou.
— Compras. – Alice disse batendo palminhas.
Minha mãe e Gordon deram risada.
— Preciso falar com vocês depois. – Minha mãe disse e eu gelei. Será que seria o tão esperado sermão?
— Tudo bem. – Alice respondeu.
— Divirtam-se, e cuidado com os fãs. – Gordon brincou.
Eu e Alice seguimos para o carro que Gordon alugou para nós.
~x~

— Agora vamos ao salão. – Disse puxando Alice desengonçadamente por causa das bolsas.
Dei sorte que tinha um horário vago. Alice sentou-se na poltrona enquanto eu dizia a moça como queria que meu cabelo.
~x~
— O que você acha que a sua mãe vai dizer do seu cabelo? – Alice perguntou enquanto estacionávamos em frente ao hotel.
— Eu sinceramente não sei. – Disse saindo do carro.
Um funcionário veio nos ajudar com as bolsas. Ele colocou todas no nosso quarto e quando ele saiu, fomos ao quarto da minha mãe.
— Chegamos. – Alice disse enquanto abria a porta.
— Ah que bom. Queria avisar vocês que... – Ela parou de falar quando se virou e viu meu cabelo.
Ela ficou minutos muda. Só me encarava. Eu já estava ficando preocupada. Estou achando que ela vai me levar ao barbeiro para passar máquina zero no meu lindo cabelo.
— Thammy... – Ela começou e veio andando em minha direção. Droga. Esquece a máquina zero. Ela vai arrancar meus cabelos com as mãos mesmo. — Seu cabelo... – Passou as mãos pelos fios. Fechei os olhos. Adeus cabelinho. — Está lindo. – Abri os olhos surpresa.
— Você gostooooou? – Disse arrastando a voz.
— Claro. – Abriu um sorriso.
— Ufa. Achei que você iria arranca-lo com as mãos. – Ela e Alice riram.
— Bem, Thammy. Precisamos conversar sobre ontem. – Suspirei cansada. Assenti com a cabeça e sentei-me na cama.
— Você não podia ter saído daquele jeito da festa. As pessoas comentaram. – Ela usava um tom compreensivo. Ela entendia meus motivos.
— Eu sei. Mas eu não estava bem. Chorei horrores no banheiro e não tinha condições de voltar. Bill viu meu estado e me levou para dar uma volta. – Suspirei. — Eu realmente não tinha condições físicas nem psicológicas de voltar. Me desculpe. – Abaixei o olhar. Não foi certo deixar eles na mão e saído sem dar satisfação.
— Ei. – Minha mãe levantou meu rosto com os dedos. — Eu entendo meu amor. Está tudo bem. – Deu um beijo na minha testa.
— Obrigada mãe. – Dei um sorriso que foi prontamente retribuído por ela.
— Ah, já ia me esquecendo. – Deu um tapa de leve na testa. — Se arrumem. Tom e os meninos comparam uma casa aqui em Los Angeles e vão fazer um jantar para comemorar. Coisa simples.
— Eu preciso mesmo ir? – Fiz uma cara de choro.
— Sim, Thammy. – Passou os dedos pelo meu rosto enquanto eu abaixava o olhar. — Você não precisa necessariamente ver o Tom antes do jantar. Mas durante a refeição será inevitável. – Suspirei derrotada.
Assenti com a cabeça e fui com Alice para o meu quarto. Enquanto ela tomava banho eu fiquei sentada na minha cama perdida em pensamentos, até que o celular toca.
— Alô? – Atendi sem olhar no visor.
— Thammy. – Sorri ao ouvir a voz de Bill.
— Bill. – Disse alegremente.
— Você vai vir no jantar aqui em casa? – Ele parecia ansioso para eu responder logo.
— Vou. – Respondi.
— Isso é bom! – Ele disse animadamente.
Alice saiu do banheiro e fez sinal dizendo que era a minha vez.
— Bill, vou tomar banho. Daqui a pouco dos vemos.
— Tudo bem. Até mais. – Despediu-se e desligou.
Deixei o celular em cima da cama e fui para o banheiro. Quando saí do banho, Alice já estava arrumada. Me arrumei também. Assim que terminei, minha mãe entrou no quarto com Gordon e os meninos.
— Qual é o do cabelo, Thammy. – Peter disse passando a mão pelos fios.
— Gostou? – Ergui uma sobrancelha.
— Dá hora. – Deu um sorriso.
Não entendo essa gana que Peter tem por falar gírias. Dei uma risada e minha mãe colocou todos nós para fora.
O carro que Gordon alugou já estava na porta, ficamos um pouco apertados mais deu para aguentar.
Assim que chegamos, fiquei de boca aberta com a casa. Era praticamente uma mansão. Havia um jardim enorme com piscina nos fundos.
Minha mãe e Gordon foram andando na frente, Peter e Lucas depois deles e Alice e eu atrás.
Eu queria enrolar o máximo que pudesse.
Antes mesmo que mamãe e Gordon chegassem à porta, Bill já a abriu afobado. Os seguranças com certeza já o haviam avisado.
— Olá, meu bem. – Minha mãe disse para Bill, abraçando-o logo depois.
Gordon deu um aperto de mão nele, Peter e Lucas fizeram mesmo.
Quando eu finalmente apareci com Alice ao meu lado. Bill arregalou os olhos surpreso.
— Seu cabelo...- Não completou a frase.
— Já ouvi muito isso hoje. – Dei uma risada.
— Está lindo, Thammy. Eu adorei. – Me deu um abraço. Fechei os olhos sentindo seu perfume. Era uma sensação ótima estar nos braços de Bill. Ele me apertou contra seu corpo e suspirou antes de me soltar.
— Olá, Alice. – Deu um abraço rápido nela.
— Achei que estava invisível. – Ela brincou arrancando gargalhada de todos.
— Alice. – Georg disse aparecendo na porta.
Eu e Bill nos entreolhamos e Alice percebeu. Ela deu um sorrisinho sacana e sumiu de vista com Georg.
— Vem. – Bill pegou minha mão e fechou a porta.
A casa estava cheia. E eu praticamente só conhecia os meninos da minha banda e da banda de Bill.
Passei meu olhar por toda casa. E vi o que não queria ver.
Tom estava no fundo, junto com Marina. Eles não se agarravam, mas mesmo assim era doloroso de ver.
Quando Tom me avistou, arregalou os olhos, deixou Marina para trás e veio ao meu encontro. Apertei mais a mão de Bill.
— Thammy... – Ele me olhava estático.

Pois é, Tommy. O cabelinho grande que você tanto amava se foi.
E isso é só o começo.

Postado por: Grasiele

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