segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Notes Of A Heartbroken - Capítulo 10


I'm sorry that I hurt you
It's something I must live with everyday
And all the pain I put you through
I wish that I could take it all away
And be the one who catches all your tears
That's why I need you to hear
The Reason – Hoobastank

Senti passarem os dedos sobre meu rosto, enquanto murmuravam um ‘acorda, meu amor’.
Espreguicei-me e abri os olhos devagar me deparando com meus orbes gêmeos me encarando amorosamente.
— Bom dia. – Ele disse dando um beijo na minha bochecha.
— Bom dia. – Respondi bocejando. — Que horas são? – Cocei meus olhos sentando-me na cama.
— Oito e meia. – Respondeu olhando no celular.
— Tá muito cedo. Vou dormir de novo. – Disse me virando de costas para Tom e me cobrindo até a cabeça.
— Nãaaaaaaaaaaao. – Ele disse arrastando a voz e me balançando. — Vamos tomar café, vem. – Me balançou mais forte.
— Me deixe dormir, Tom! – Meu grito saiu abafado pelas cobertas.
— Não, Thammy. Vamos descer. – Senti um vento frio porque Tom tinha arrancado à coberta de mim.
— Droga. – Murmurei me sentando na cama e olhando furiosamente para Tom, que tinha um sorriso sapeca no rosto.
Levantei da cama e fui até o banheiro e fiz minha higiene matinal.
— Vamos. – Disse saindo do banheiro e caminhando até a porta do quarto.
— Não. – Ele disse me fazendo tirar a mão da maçaneta e virar para ele. — Quero conversar com você primeiro. Vem aqui. – Bateu a palma da mão na cama indicando que eu me sentasse.
Senti um frio na barriga quando Tom disse que queria conversar. Eu não conseguia interpretar seu olhar.
Sentei-me ao seu lado, assim como ele pediu e o encarei esperando que ele falasse algo.
— Bem, é... – Ele não sabia como falar. Confesso que essa cena foi fofa. — Thammy, eu quero você de volta. – Ele disse me olhando.
Arregalei meus olhos e respirei fundo. Eu não sabia que Tom podia ser tão direto assim.
— Tom... – Esperei minha respiração se regular. — Eu ainda estou magoada com o que você me fez. Você sempre soube que traição é uma coisa que eu abomino. – Meu estomago embrulhava só de me lembrar da voz da vadia no fundo da ligação.
— Thammy, eu estou arrependido. Nunca mais farei nada para te machucar. Eu sinto toda a dor que você sente. – Seus olhos marejaram. — Eu não aguento mais ficar sem você. Dói me olhar no espelho e ver um pouco de você lá, sabendo que você já foi minha e eu não dei valor. – Sua voz embargou. Ele tentava segurar o choro. Era raro Tom chorar. Mais raro ainda chorar por questões do coração. — Eu não aguento mais conviver com a sua ausência. – Ele engoliu a seco.
Um sorriso pequeno surgiu em meus lábios. Ele sentia minha falta e estava chorando por mim.
Eu já sabia o que fazer.
— Isso foi muito gay. – Brinquei dando uma risada misturada com choro. Não sei explicar. — Eu amo tanto você. – Passei meus dedos pelo seu rosto e ele fechou os olhos. — Falta de estar com você. – Me aproximei mais dele. — Falta dos seus lábios. – Passei meus dedos pelo seu lábio inferior e me aproximei mais quebrando qualquer distância.
Não disse mais nada. Apenas encostei meus lábios nos seus. Tom se surpreendeu, mas em menos de um segundo retribuiu o beijo. Ele colocou suas mãos sobre a minha cintura e me apertou mais contra ele. Ele me segurava forte enquanto me beijava intensamente. Aquele beijo tinha sabor de saudade, de reconciliação.
Nos separamos por falta e ar e Tom abriu os olhos.
— Isso significa um ‘te perdoo meu Tommi?’ – Ele disse imitando minha voz.
— Ei, eu não falo assim. – Reparei o som da minha voz. — Caraca, eu falo assim. – O olhei assustada e Tom caiu na gargalhada, não muito tempo depois eu ri também.
— Eu vou te fazer a mulher mais feliz desse mundo. – Ele me abraçou forte, como se eu fosse fugir a qualquer momento.
— Que clichê, Tom. – Brinquei dando um selinho nele e me levantando. — Agora vamos descer, estou com fome. – Coloquei as mãos sobre a barriga.
— Espera. – Ele abriu a gaveta do criado mudo e tirou de lá uma caixinha.
— O que é isso? – Perguntando.
— Nossas alianças. – Ele me olhou dando um sorriso. — Quero mostrar que você já tem dono, mesmo que não possam saber quem é. – Ele se aproximou de mim, abriu a caixinha e tirou duas alianças pratas. — Eu peguei a mais discreta. Se pegasse com mais detalhes, poderiam ver nossas alianças parecidas e desconfiar. A mídia é terrível. – Ele bufou e colocou a aliança em meu dedo. Peguei a outra aliança da caixinha e coloquei em seu dedo também. — Finalmente casados. – Ele brincou rindo logo depois.
— Pensei que você tinha pavor dessa palavra. – Disse enquanto olhava a aliança em meu dedo.
— Se for com você não. – Ele se aproximou e enlaçou minha cintura e assim iniciamos outro beijo de tirar o fôlego.
— Chega, Tom. Preciso comer. – Choraminguei me afastando dele e indo até a porta. Ele gargalhou e veio atrás de mim.
Descemos as escadas e todos já estavam a mesa.
— Bom dia. – Eu disse me sentando ao lado de Alice na mesa enquanto observava quase babando as várias opções deliciosas a minha frente.
— E aí. – Tom disse sentando-se ao meu lado.
Vi um bolo de chocolate e automaticamente lembrei-me do bolo que a minha mãe fazia e dei um sorriso. Peguei a faca comecei a partir o bolo.
— Que aliança é essa, Thammy? – Bill perguntou enquanto eu acabava de partir o bolo.
Droga, eu deveria ter usado a minha outra mão. Eu queria ter contado para Bill, não queria que ele ficasse sabendo dessa forma.
— É a nossa aliança. – Tom respondeu antes de mim.
— Ai, meu Deus. – Minha mãe se pronunciou. — Vocês se acertaram? – Ela disse animada.
— Sim. – Tom respondeu me dando um selinho rápido sem se importar da minha boca estar cheia de bolo de chocolate.
— Com licença. – Bill disse e saiu da mesa. Ele não tinha uma expressão muito boa.
— Já volto. – Disse me levantando da cadeira.
— Aonde você vai? – Tom perguntou segurando em meu pulso.
— Vou falar com Bill, ele não parece muito bem. – Me soltei de Tom e fui até a varanda.
Olhei pelo jardim e ele não estava lá. Cheguei até a área da piscina e Bill estava sentado em uma cadeira de sol. Do mesmo jeito em que eu estava quando nos beijamos na festa da Chantelle.
Esses dias tenho me lembrado muito daquele tempo.
Me sentei na cadeira eu seu lado e respirei fundo antes de falar. Não sabia se Bill preferia ficar sozinho quando não estava bem. Já que quem sempre estava mal era eu e nunca ele.
— Está tudo bem? – Perguntei receosa.
— Por que voltou com ele? – Ele disse sem me encarar.
— Ele me pediu perdão. Algumas vezes vale a pena dar uma segunda chance. – Disse me ajeitando na cadeira e observando o céu azul.
— Ele te traiu uma vez. Quem garante que não fará de novo?
— Eu acredito que ele mudou.
— Eu duvido. – Ele disse dando uma risadinha irônica.
— Por que você se importa tanto com isso? – Perguntei me virando para encara-lo.
— Você ainda não percebeu? – Ele me encarou com uma expressão indignada. — Eu amo você, Thammy. – Ele disse com a voz embargada. Meu coração deu um pulo. — Só você não percebe isso. – Ele tinha uma expressão de dor.
— Bill, eu... – Ele não me deixou terminar de falar.
— Não, Thammy. Eu só servi para te consolar enquanto você sofria pela traição do seu gêmeo-namorado. — Ele deu um sorriso irônico.
— Não é isso, Bill! Eu amo você, mas não desse jeito. – Engoli a seco. — Eu gosto de estar com você. Você tem sido um ótimo amigo. – Eu estava nervosa, por isso falava a primeira coisa que vinha a minha mente.
Ele me encarou e pude ver uma lágrima escorrer pelo seu rosto.
— Essa foi a pior coisa que você poderia ter dito para mim. – Bill se levantou com os olhos repletos de lágrimas e saiu de lá. Me deixando completamente abalada e sem reação.

Postado por: Grasiele

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