segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Notes Of A Heartbroken - Capítulo 17


— Ir a onde? Thammy, você enloqueceu? – Tom disse indignado, ameaçando se levantar para me impedir.
— Vou ver o Bill, já disse. – Respondi o encarando.
— Ele te machucou e você vai vê-lo de novo? O que há de errado com você? – Agora ele tinha se levantado de vez e estava na minha frente.

Ele não entendia que eu precisava vê-lo. Agora ele estava machucado e é culpa minha. Eu havia, no ponto de vista de Bill, merecido aquela surra, já que joguei a coisa mais importante para ele naquele momento, fora.

— Eu de alguma forma mereci aquele surra, Tom. E você o machucou, vou ver como ele está. Vai ficar tudo bem. – Sorri tentando o confortar e fui em direção ao quarto de Bill.

A porta estava encostada, respirei fundo criando coragem. Dei duas batidas e fui abrindo a porta aos poucos. Coloquei a cabeça para dentro do quarto e vi Bill sentado na cama, ele chorava e batia as costas na cabeceira da cama.

— Bill? – O chamei e ele levantou o olhar para mim.

Fiquei com medo de ele me xingar, ou levantar da cama e vir me bater, ou levantar da cama me xingando e me bater.

— O quê você quer? – Ele perguntou com a voz falha, o estado dele era deplorável.
— Vim pedir desculpas. – Suspirei triste após acabar de falar.
— Agora não adianta mais, você já jogou fora. – Ele desviou o olhar e continuou a bater as costas na cama, só que agora mais forte. — Jogou fora. Não tem mais. – Ele estava atordoado. — Caralho! – Ele gritou se levantando.

Quando percebi que ele vinha para a porta, me afastei rapidamente. Ele saiu do quarto e foi em direção ao quarto da mãe dele.

— Eu quero dinheiro. – Ele entrou no quarto gritando.
— Bill, eu não vou te dar dinheiro. – Ela disse com toda a calma, mas dava pra ver em seu olhar que ela estava desolada.
— Eu sou rico. Ganhei todo esse dinheiro com meu suor, ele é meu e eu o quero. – Ele ainda gritava, andando de um lado para o outro.
— Por isso mesmo que eu não vou te dar. Você trabalhou muito duro para ganhar seu dinheiro e ter as boas condições de vida que tem agora. Não deixarei você gastar tudo em droga. – Algumas lágrimas já escorriam dos olhos dela.
— Foda-se. – Berrou e saiu do quarto. Eu o segui.

Eu andava um pouco mais atrás, para ele não me ver. Mas acho que perturbado do jeito que estava, seria difícil de ele perceber minha presença.

Ele desceu as escadas e pegou a chave de um carro na mesa que ficava na sala. E depois disso saiu, batendo a porta.

Com certeza arrumaria um jeito de conseguir a droga. Imagine se ele roubasse ou coisa do tipo. Eu não poderia deixar isso acontecer.

Corri e peguei outra chave que estava na cabeceira. Acho que era a do carro do Tom. Ele não se incomodaria se eu pegasse emprestado, certo? É, certo.

Saí rapidamente da casa e desliguei o alarme do carro de Tom. Bill já estava um pouco à frente. Eu precisava me apressar.

Liguei o carro e acelerei. Eu não estava muito perto, mas conseguia ver o carro de Bill.

Dirigimos por uns 20 minutos, e Bill estacionou em frente a um beco. Ele saiu do carro e correu para lá. Sem pensar duas vezes eu saí também. Fiquei olhando meio escondida em um muro.

Bill começou falar com uns caras, que provavelmente eram traficantes. Eles tinham pistolas escondidas dentro da calça.

Onde Bill estava se metendo?

Eles conversavam e Bill estava nervoso e agitado.

— Me dá essa porra! – Bill gritou para um homem moreno, cheio de tatuagens e que tinha cara de chefe do tráfico.
— Quem você pensa que é pra falar assim comigo, seu viadinho?! – Ele gritou de volta, puxando o braço de Bill e o fazendo ficar imóvel de costas para ele. O ‘’traficante’’ também sacou uma arma e apontou para a cabeça de Bill. — Eu estouro seus miolos em dois tempos. – Após gritar isso, ele deu uma coronhada na cabeça de Bill, que caiu de joelhos no chão, ofegante. O homem ia dar outro golpe, eu não podia deixar.

— Não! – Gritei pulando pra dentro do beco.

O homem me olhou assustado, mas logo depois deu um sorriso sacana. Droga. Não gostei daquele sorriso.

— Thammy, que merda. – Bill disse entre ofegos enquanto me olhava, ainda ajoelhado no chão.
— Olha o que temos aqui. Thammy Kaulitz. Minha irmã é sua fã, sabia? – Que beleza, o marginal me conhecia. Ele foi se aproximando perigosamente de mim. Um passo que ele dava em minha direção, era dois que eu dava para trás. — Não fica com medo princesa. – Eu não consegui mais me afastar, e ele conseguiu me tocar. Colocou aqueles dedos imundos no meu rosto. — Que lindo, a heroína veio salvar o viadinho. – Ele deu uma gargalhada tão alta que eu me arrepiei.
— Deixa ela, seu idiota. – Bill disse se levantando do chão, mas logo os capangas do marginal seguraram os braços dele. — Me soltem. – Bill gritou.
— Agora o viadinho quer bancar o herói. Que noite animada. – Ele deu outra gargalhada. — Sabia que você é muito linda? – Ele disse chegando mais perto de mim e deu uma fungada no meu cabelo. — E é cheirosa também. – Passou o dedão no meu queixo.

Minha vontade nesse momento era de vomitar. Eu estava muito assustada.

— Nos deixe ir embora. – Eu pedi em um sussurro. Eu só tentei. Duvido que ele irá deixar.
— Ah, não! Vocês acabaram de chegar. – Ele disse sarcástico. Odeio sarcasmo. — E além do mais, o filho da puta ali me deve uma grana. E com você aqui as coisas serão muito mais divertidas. – Disse me dando um beijo na bochecha. Limpei na hora, o que fez ele gargalhar irônico. — Levem-nos. – Ele gritou.

Então, os dois homens que seguravam Bill, começaram a andar com ele, que se debatia. Apareceram também mais dois homens e seguraram meu braço. Eu me debati, mas inutilmente. Eles estavam nos levando até uma espécie de galpão.

Iríamos morrer?

Postado por: Grasiele

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