segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Notes Of A Heartbroken - Capítulo 5


Changed all my numbers and just in case you're wondering
I got that new
I'm a single girl swag
Got me with my girls and we're singin' it
na na na na, na na na na
hey hey hey
Goodbye
Goodbye – Kristinia Debarge

Depois de alguns meses, nosso CD finalmente foi lançado e essa noite haveria uma festa de lançamento. A imprensa estaria em peso lá para conhecer os novos artistas da gravadora (Lê-se: A Banda da irmã do guitarrista mundialmente famoso, Tom Kaulitz).
Eu e Alice estávamos no nosso quarto de hotel nos preparando para a festa. Os meninos da Tokio Hotel estariam lá. Bill me acompanharia e Georg iria com Alice. Desde o dia em que eles se pegaram na festa da Chantelle, se falaram regularmente. Desconfio que logo eles assumiram o namoro que insistem em negar.
Gustav provavelmente levaria uma garota e quanto a Tom, eu já não sabia.
Eu estava uma pilha de nervos. Após aquele episódio no estúdio, não vi nem falei mais com ele. E essa noite eu provavelmente o veria. Não sei se estava preparada para isso.
Alice me apressava dizendo que Bill e Georg já estavam lá embaixo. Olhei no espelho, respirei fundo e soltei o ar devagar pela boca. Precisava criar coragem e força.
Dei uma última ajeitada no visual e saí do quarto me juntando a Alice. Pegamos o elevador e fomos para o saguão do hotel. Assim que colocamos o pé na rua, vimos uma limousine nos esperando.
— Thammy. – Alice me cutucou. — É uma Limousine. – Disse como se eu não tivesse visto aquele carro enorme parado a nossa frente. O motorista saiu do veículo, deu um sorriso e abriu a porta nos permitindo ver Georg e Bill.
Entramos no carro. Alice sentou-se ao meu lado de frente para Georg e eu estava na frente de Bill.
— Vocês estão lindas. – Bill disse com seu jeito doce. Ele estava divino.
Roupa do Bill.
— É. – Foi a única coisa que Georg conseguiu dizer, já que estava secando a Alice. Ele vestia uma blusa com estampa de guitarra e uma jaqueta preta por cima. Vestia também um jeans claro e seus cabelos estavam perfeitamente arrumados caindo sobre os seus ombros.
Fomos conversando animadamente e quando percebemos, já estávamos em frente à espécie de boate onde aconteceria a festa. Havia um tapete vermelho e vários reportes arrumados em fila por toda a extensão dele.
— Minha nossa, olha para isso. – Coloquei meus dedos sobre o vidro da janela enquanto observada aterrorizadamente para o lado de fora. — Não vou conseguir entrar. – Olhei apavorada para Bill. Meu estômago revirava e minhas mãos suavam.
— Eu também não. – Alice disse também olhando pela janela. — Olha quantos repórteres. – Ela estava no mesmo estado que eu.
— Não é tão difícil quanto pensam. – Bill começou. — A sensação é ótima. Vem. – Ele pegou na minha mão enquanto o motorista abriu a porta.
Assim que colocamos o pé para fora. Os flashes começaram a se acender. Eu não enxergava nada. Eles gritavam meu nome e o do Bill. Apertei sua mão e ele me olhou passando confiança. Olhei para trás e Georg estava do mesmo modo com Alice.
Respirei fundo apertei o passo. Bill deu uma risadinha pela minha pressa e acompanhou meus passos. Logo já estávamos dentro do local. Percebi que apertava muito forte a mão de Bill. Soltei-a e dei um risinho sem graça.
Observei o local e fiquei de boca aberta. Logo no centro, havia uma espécie de cartaz com a capa do nosso CD.
O nome da nossa banda, ‘Black Tears’ era bem chamativo. Na foto, eu estava na frente com a maquiagem preta borrada por lágrimas que escorriam escuras, dando jus ao nome da banda. Alice estava do meu lado direito, mas não estava com a maquiagem borrada. Peter estava do meu lado esquerdo e logo atrás dele estava Lucas, ambos faziam caras de maus.
— A capa do CD está incrível. – Bill disse.
Soltei um suspiro satisfeito. Alice estava ao meu lado babando na nossa enorme foto.
Logo o diretor da gravadora veio nos receber. Cumprimentei algumas pessoas e Bill estava sempre ao meu lado, sendo bajulado. Depois dos cumprimentos, caminhamos até a nossa mesa.
Minha mãe e Gordon já estavam lá, junto com os garotos. Minha mãe deu um beijo e um abraço em mim e em Alice dizendo o quanto estava orgulhosa de nós. Gordon fez o mesmo.
Nos sentamos e começamos a conversar. Ficamos sabendo que nosso CD já havia vendido seis mil cópias em 15 dias e estávamos radiantes.
Eu estava conversando distraída com Bill, quando sinto Alice se remexer desconfortável na cadeira ao meu lado. Direcionei meu olhar para onde ela olhava, mas me arrependi.
Tom estava vindo com a loira que eu vi no jornal aquela vez. Eu não podia acreditar que havia trazido àquela loira maldita para a festa de lançamento do CD da minha banda.
Soltei o ar que saiu falho. Bill segurou minha mão tentando me acalmar.
— Gente. – Tom disse chegando à mesa. — Quero lhes apresentar Marina. Minha namorada. – Quando ele terminou de falar, eu já não sentia mais chão debaixo dos meus pés. Meu coração falhou e minhas mãos começaram a suar.
Os dois sentaram-se a mesa. Tom olhava-me de tempos e tempos com um sorriso perverso no rosto. Ele queria me machucar.
Ele fazia questão de trocar carícias com essa tal de Marina. Eu não aguentava mais presenciar aquela cena. Pedi licença e fui para o banheiro, mas antes, pude ver um sorriso vitorioso nascer nos lábios de Tom.
Quanto mais perto do banheiro eu chegava, mais lágrimas escorriam.
Droga, minha promessa foi para a puta que pariu.
Eu não estava preparada para isso, e acho que nunca estaria.
Meu estômago dava voltas e as lágrimas atrapalhavam minha visão. Parei na frente do espelho e limpei as lágrimas desajeitadamente permitindo-me ver meu reflexo.
Eu estava horrível. Alguns fios desalinhados, maquiagem completamente borrada e uma terrível expressão de dor.
É numa hora dessas que eu desejaria ter a maquiadora do Bill comigo.
Ouvi baterem na porta do banheiro.
— Thammy. – Me chamaram. — É o Bill. – Suspirei aliviada.
Abri a porta e Bill fez uma careta quando me viu.
— Eu sei, estou horrível. Me empresta a sua maquiadora? – Fiz carinha de cachorro pidão roubando uma gargalhada de Bill.
— Black Tears. – Bill brincou limpando uma lágrima que escorria.
Dei um sorriso fraco e entrei de novo do banheiro. Joguei uma água no rosto retirando qualquer resquício de maquiagem.
— Se eu voltar sem maquiagem ele vai saber que eu chorei. – Desviei o olhar do meu reflexo e olhei para Bill.
— E quem disse que você vai voltar? – Ergueu uma sobrancelha com um sorriso sapeca no rosto.
— O que você está pretendendo? – Ergui uma sobrancelha também.
— Vem. – Ele disse ignorando a minha pergunta e me puxando para fora do banheiro.
Saímos do local pelas portas do fundo e Bill abriu a porta de um carro no estacionamento me jogando lá dentro.
— De quem é esse carro? – Perguntei reparado cada detalhe de seu interior. Era um carro relativamente simples para Bill.
— Da banda. – Ele dizia enquanto pegava duas blusas de frios enormes e também duas toucas. — Sempre trazemos dois carros, para despistarmos os paparazzi. Eles acham que saímos no carro em que chegamos, mas na verdade saímos por esse. – Me entregou uma blusa e um gorro.
— Inteligente. – Disse enquanto analisava a blusa.
— Vista. – Falou enquanto se vestia.
— Para onde vamos? – Perguntei enquanto acabava de colocar a blusa.
— Nos divertir. – Olhou para mim. — Pronta? – Tirei o penteado do cabelo e coloquei a touca.
— Pronta. – Disse assim que terminei.
Bill abriu um sorriso enorme e ligou o carro. O vidro era fumê, então ninguém nos veria. Ele ligou o rádio e começou a dirigir.

"Am I supposed to put my life on hold
Because you don't know how to act
And you don't know where your life is going
Am I supposed to be torn apart, broken hearted, in a corner crying?"

Bill começou a cantar me fazendo arregalar os olhos e soltar uma gargalhada.

"Pardon me if I don't show it
I don't care if I never see you again
I'll be alright
Take this final piece of advice and get yourself together,
But either way baby, I'm gone"

Não aguentei e soltei uma gargalhada.
— Mas isso é muito, muito, muito gay, Bill. – Dei outra gargalhada.
Bill não se importou e continuou a cantar.

"I'm so over it, I've been there and back
Changed all my numbers and just in case you're wondering
I got that new
I'm a single girl swag
Got me with my girls and we're singin' it
na na na na, na na na na
hey hey hey
goodbye"

— Canta, Thammy. – Ele falou enquanto batucava no volante. Entrei na brincadeira e comecei a cantar também.
"na na na na, na na na na
hey hey hey
goodbye"
Nos olhamos e demos uma gargalhada sonora.
Até que essa música tinha haver com o momento em que eu estava passando. Eu tinha que dizer adeus a Tom e a esse sentimento que eu nutria por ele. Eu tinha que ama-lo só como irmão.
‘’Cut my hair 'cuz it reminded me of you
I know you like the long 'do,
had to switch my attitude up’’
Automaticamente passei as mãos sobre minhas grandes madeixas.
Tom sempre disse que gostava de meninas com o cabelo grande e dizia amar meu cabelo por ser grande.
Estava na hora de mudar.
Acordei de meus pensamentos quando Bill desligou o rádio e estacionou o carro em frente a uma lanchonete. Olhei para ele com uma expressão divertida.
— Preciso de um hambúrguer. – Olhou para mim com os olhos brilhando. (Vamos fingir que ele não é vegetariano)
Escondi todo o meu cabelo dentro da touca e tirei meus sapatos. A blusa era enorme, cobria todo o vestido. Bill retirou rapidamente a maquiagem dentro do carro. Quase babei, como ele era lindo com o rosto natural.
Descemos do carro e entramos na lanchonete.
Infelizmente lá não atendia na mesa, então teríamos que ir pedir no balcão.
— Quem vai? – Bill perguntou.
— Deixa que eu vou. Sou menos conhecida. – Bill assentiu com a cabeça e eu me levantei indo até o balcão.
— Dois hambúrgueres e duas cocas em lata, por favor. – Eu disse fazendo uma voz desengonçada de homem. Bill teve uma crise de risos. Estávamos chamando mais atenção do que deveríamos.
— Eu já levo para você. – A moça do balcão me encarava como se eu fosse uma louca.
— Obrigado. – Fingi coçar o saco e voltei para a mesa.
Bill estava vermelho como um pimentão. Ele chorava de tanto rir e estava sem ar.
— Para de rir, Bill. Tá chamando atenção. – O repreendi segurando a risada também.
— Ok. – Ele disse retomando o ar. — Parei. – Apoiou a cabeça nas mãos e me olhou sério. — Por que você imitou um homem? Se você não percebeu, suas pernas estão de fora. Você também está descalça. – Sua expressão séria se foi, ele se segurava para não rir de novo.
— Não importa, estou parecendo homem. Tá ligado brother? – Fiz uma péssima imitação de mano do gueto. Sentei com as pernas abertas assim como os homens sentam.
Bill voltou a rir que nem um louco. Algumas meninas entraram na lanchonete e se sentaram numa mesa próxima a nossa. E Bill não parava de rir.
A moça entregou nossos hambúrgueres e os refrigerantes.
— Obrigado. – Disse ainda imitando um homem. A menina deu um sorriso de canto e saiu.
Não duvido nada se ela chamar o manicômio para mim e para Bill que continuava a rir.
— Ai meu Deus! – Uma menina se aproximou. — Bill e Tom. Deem-me um autógrafo? – Olhei para a cara do Bill. Bill olhou para a minha cara e então começamos a rir. A menina nem se importava já que estava distraída demais admirando os ídolos.
— Eu não sou o Tom. – Disse em meio os risos. Tirei a touca deixando meus fios longos e pretos caírem por sobre meus ombros. A menina arregalou os olhos, sua boca formava um ‘O’ perfeito.
— THAMMY! – A menina gritou. — ME DÁ SEU AUTÓGRAFO? EU AMO SUA BANDA! – Arregalei meus olhos. Então ela conhecia minha banda.
— Claro. – Peguei um guardanapo. Daria um autógrafo para uma fã do meu trabalho e não porque eu sou irmã de Tom Kaulitz. — Aqui. – Entreguei o guardanapo para ela. Bill também autografou um e deu para ela.
A menina estava radiante, mesmo com autógrafos em guardanapos.
— Tirem uma foto comigo? – Ela pediu. Eu e Bill assentimos e a menina do balcão bateu a foto. A fã agradeceu e saiu.
Bill e eu acabamos de comer, pagamos a conta e voltamos para o carro. Ficamos estacionados jogando conversa fora, até que percebemos que já estava tarde e eu precisava voltar para o hotel.
— Vão comer meu fígado. – Disse assim que estacionamos em frente ao hotel em que eu estava hospedada.
— Por quê? – Bill perguntou se fazendo de desentendido.
— Porque me sequestraram da festa do lançamento do CD da minha banda. – Disse rindo.
— Quem foi? Diga que eu mato! – Bill brincou.
— Obrigada por tudo Bill. Ajudou muito. – Dei um abraço e um beijo em sua bochecha e pude jurar que ele ficou vermelho. Que fofo.
Despedimo-nos e eu entrei no hotel. No elevador, torcia para que Alice ainda não tenha chegado. Abri a porta do quarto devagar suspirando aliviada quando vi o quarto vazio. Tomei um banho rápido e me joguei na cama. Queria estar dormindo quando Alice chegasse para evitar o sermão.
Assim que deitei minha cabeça no travesseiro, cenas de Tom com a tal de Marina invadiram a minha mente. Quando senti que ia chorar, comecei a pensar em Bill e na bela noite que ele fez essa ser.
Com um sorriso no rosto, me entreguei ao sono.

Postado por: Grasiele

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