segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Notes Of A Heartbroken - Capítulo 7


Did it happened when we first kiss?
Cuz it's hurting me let it go
Maybe cuz we spent so much time
And I know that is no more
I should have never let you hold me baby
Maybe why I'm sad and he's apart
I didn't give it to you on purpose
Cry – Rihanna

Droga, eu não queria ver o Tom, muito menos falar com ele. Eu queria era dar uma voadora em todo mundo e sair correndo. Mas isso pegaria mal. E eu não sei dar voadoras.
— Oi. – Disse evitando olhar para ele.
— O seu cabelo... – Ele não completou a frase.
Mas será que as pessoas só sabiam falar isso quando viam meu cabelo? Ao invés de falarem ‘que coisa fodástica’ ou ‘lavou seu cabelo na água de salsicha, Thammy?’ Confesso que preferia ouvir um ‘seu cabelo tá uma porra’ do que ouvir um comentário não completado. Coisa estúpida.
São nessas horas que eu queria que todos usassem gírias como o Peter, assim não haveria tanta repetição.
— Está na cabeça, horas. – Disse irônica.
Puxei Bill para longe de Tom, mas ele nos impediu segurando em meu pulso.
— Eu quero falar com você. – Revirei os olhos bufando assim que ele acabou de falar.
Eu realmente não queria conversar com ele. Mas Tom quando quer alguma coisa, não desiste fácil. Olhei para Bill, que entendeu o recado.
— Quando acabar me procura. – Deu um sorriso que foi retribuído por mim, e foi juntar-se a Gustav que estava sentado bebendo algo.
— Seja rápido. Não acho que sua namorada seja uma garota paciente. – Disse com desdém, olhando para a loira que nos encarava furiosamente. E olha que ela nem sabe que eu e Tom tivemos um ‘lance’. Para ela somos apenas irmãos normais. E mesmo assim, me olha como se fosse arrancar meu pescoço a qualquer minuto. Imagine se não fossemos parentes?
— Tem gente demais aqui. Vamos para o meu quarto. – O que? Quarto + Tom Kaulitz? Não é uma combinação muito segura.
Ele pegou no meu braço, mas eu travei no chão. É ruim de eu ir pro quarto com ele. Saí dessa vida.
— Quarto com você? – Dei uma risada irônica. — Nunca. – Disse parando de rir e ficando séria de novo.
Ele revirou os olhos bufando. Ele fazia isso igual a mim, as mesmas expressões. Sorri internamente, mesmo não querendo. No fundo, eu sabia que era bom ter algum grau de parentesco com ele. É bom olhar no espelho, e ver um pouquinho dele. Saber que tem um pouco dele em mim. Saber que toda vez que ele se olhar no espelho, irá se lembrar de mim.
— Não vou fazer nada. – Deu uma pausa lançando um olhar malicioso, que mesmo contra a minha vontade, fez meu corpo se arrepiar. — Só se você quiser. – Mexeu no piercing dando um sorriso sacana.
— Você devia arrancar essa merda da sua boca. – Disse com uma voz esganiçada. Eu sempre ficava com uma voz muito fina quando estava nervosa. E ele sabia disso. Merda.
— Você gosta que eu sei. – Mexeu naquela merda de metal novamente. — Vem logo. – Me puxou pelo braço novamente e dessa vez eu não resisti.
Subimos as escadas e fomos para o seu quarto. Ele acendeu a luz e eu levei um baita susto.
Na parede ao lado da cama, havia um pôster da minha banda. Aquele que é a capa do CD, e ao lado desse, havia um pôster da Jéssica Alba, é, o Tom é o Tom.
Fiquei parada com cara de idiota olhando para o pôster. Depois vi que em cima do criado mudo, havia umas fotos minhas e de Tom. Tanto pequenos como já maiores. Tinham também algumas com a nossa mãe e com o nosso pai. Quando ele ainda morava conosco.
Sentei-me na beirada da sua cama King-Size e peguei as fotos, olhando uma por uma e sorrindo.
Senti Tom se sentar ao meu lado, mas não desviei meu olhar das fotografias.
— Por que isso tudo? – Perguntei colocando as fotos de volta no criado mudo e suspirando.
— Isso tudo o que? – Ele balançava a perna freneticamente.
— Isso Tom. – Disse me levantando e apontando para o pôster. — Por que tem um pôster da Black Tears aqui? – Voltei meu olhar para o pôster.
— Ah isso. – Disse se levantando e olhando para o pôster também. — Gosto da sua banda. – Deu um sorriso fofo. — E gosto da Jéssica Alba. – Seu sorriso fofo, se transformou em um sorriso safado e seu tom de voz foi sexy e rouco. Oh Gott.
— Pelo menos gosta da minha banda. – Dei ombros e me sentei na cama de novo. — Fala logo o que você tem para falar, Tom. – Comecei a balançar os pés impaciente.
Ele se sentou ao meu lado novamente e suspirou antes de começar a falar.
— Você e o Bill estão namorando? – Ele não me olhou para perguntar.
— Por que você quer saber? – O respondi com outra pergunta o que o fez bufar.
— Você sabe por que, Thammy. – Me olhou. — Eu amo você. – Desviou o olhar. — Merda. Eu amo você. – Ele se levantou e chutou o criado mudo, o que fez com que as fotos caíssem no chão.
Senti um aperto no peito. Agachei-me com os olhos marejados, peguei as fotos e as coloquei em cima do criado mudo de novo.
O aperto aumentou. Eu sentia falta de quando eu e Tom éramos apenas irmãos. Sem sentimentos a mais nisso. Éramos felizes. Tom com sua vida de garanhão e eu, a pobre irmã indefesa que não podia sair na rua sozinha porque mano Tom brigava.
Mas não posso negar que amei os momentos que passamos como namorados. Foram lindos, e sempre terão um lugar muito bonito em minha memória e em meu coração.
Não vou negar que tenho que fazer uma força descomunal para não voltar com Tom. O que me impede, é o fato que ele me traiu.
Traição é uma coisa que eu abomino. Que eu não suporto e não perdoo.
— Por que, Tom? – Disse com a voz embargada, enquanto a dor no meu peito aumentava. — Poderíamos ter sido felizes. Poderíamos ter dado certo. – Fechei os olhos respirando fundo para não chorar.
— Thammy. – Tom se sentou ao meu lado. — Por favor, não fale assim. – Sua voz também estava embargada. — Não acabou, Thammy. – Ele passou os dedos sobre meu rosto.
Abri os olhos e encarei os seus. Os olhos tão idênticos aos meus. Que nesse momento dividiam o mesmo sentimento.
— Você me traiu, Tom. Você não me ama. Nunca amou. – Doeu mais do que eu imaginava dizer isso.
Mas para mim, era a pura verdade. A verdade que ele demonstrou. Ele não me amava.
— Nunca. Mais. Fale. Isso. – Ele disse pausadamente. A dor que ele transmitia era quase palpável. — Você não sabe como me arrependo. Depois da sua ligação. Fiquei dias no quarto trancado enchendo a cara. – Ele fechou os olhos respirando fundo.
Eu fiz o mesmo. Mas parece que o ar naquele quarto estava rarefeito.
— Era só isso? – Eu queria acabar logo com aquilo. Queria sair correndo desse quarto, e correr para os braços de Bill.
Estranho eu querer isso. Mas é a mais pura verdade.
Ele limpou rapidamente as lágrimas que escorriam e deu um sorriso fraco.
— Por que fez isso com seu cabelo? – Finalmente mudou de assunto. — Sabia que eu gostava dele grande. – Fez um bico enorme.
Era engraçado um cara daquele tamanho fazer bico como uma criança mimada.
— Eu queria mudar. – Disse passando as mãos pelos fios.
— Eu preferia do outro jeito. Eu gostava porque... – Ele parecia buscar as palavras certas. — Porque deixava você mais parecida ainda comigo. – Deu um sorriso. — Agora nem parece que somos irmãos. – Suspirou.
Ele tocou meu rosto de novo. Mas uma voz fina e chata pode ser ouvida.
— Toooooooooooooooooooooooom. – Marina gritava. Ela escancarou a porta e me encarou. — O que você está fazendo aqui com ela? – Ela me olhou com nojo. — Eu não te entendo Tommi. Hoje mesmo você disse que tinha nojo dela. Que odiava o fato dela ter grau de parentesco com você. E agora está tocando o rosto dela? – Ergueu uma sobrancelha.
No mesmo instante eu dei um pulo da cama e fiquei de frente para Tom. Ele também se levantou, mas ficando de frente para Marina.
— MAS QUE MERDA É ESSA QUE VOCÊ ESTÁ FALANDO? – Ele gritava enquanto a encarava furiosamente.
Eu só observava com os olhos marejados e a dor no peito muito maior.
— Deu amnésia agora, Tommi? – Deu um sorriso perverso.
A respiração de Tom estava desregulada. Ele estava furioso.
Eu não disse nada, apenas passei por eles e saí do quarto. Pude ouvir Tom me gritando mas eu ignorei. Me encontrei com Gustav na escada.
— Está tudo bem, Thammy? – Ele perguntou parando na minha frente.
Apenas assenti e desci as escadas rapidamente. Ele deu ombros e seguiu pelo corredor do andar de cima.
Eu iria embora sem falar com ninguém. Queria chorar até esvaziar meu peito.
Eu andava desajeitadamente para a saída por causa do salto alto. Quando estava quase no portão, ouvi Bill me gritar.
Parei de correr e fiquei ali parada, com a respiração falha de costas para Bill. Eu nem sei como estava conseguindo ficar de pé.
— O que houve, Thammy? – Bill disse parando na minha frente.
Me joguei em seus braços antes de responder e chorei. Ele passava as mãos pelos meus cabelos e me apertava mais contra seu corpo.
— Ele tem nojo de mim, Bill. – Disse em meio aos choros.
Era disso que eu precisava. Precisava do consolo dele, do colo dele. Eu precisava dele.

Postado por: Grasiele

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