quinta-feira, 27 de outubro de 2011

E Se Fosse Verdade? - Capítulo 10 - AI KATE, TÁ DOENDO!

(Contado pelo Tom)

      Me arrumei e segui até a casa da Kate. Saímos de lá e fomos para o cinema. Assistimos ao filme “Se beber, não case”. Recomendo demais, é muito engraçado, mas enfim. Nós dois nos divertimos muito e saímos da sala do cinema rindo muito do que acabamos de ver. E como eu tinha que cumprir com a minha parte da aposta, não quis que a noite acabasse após o filme. A levei para jantar num restaurante italiano.

      Horas mais tarde, já estávamos em frente a casa dela.

           - Me diverti muito essa noite. – disse ela.
           - Também me divertir. – coloquei as mãos nos bolsos. Ficamos em silêncio por algum tempo.
           - Bom... eu gostei... de ter saído com você.
           - Eu também.

      Será que não iremos falar mais nada além disso?

           - É melhor eu entrar. – disse ela.
           - Boa noite.
           - Boa noite.

      Eu não poderia deixar aquela oportunidade passar. Kate já havia entrado em casa, e eu estava no carro. Eu sabia que poderia me arrepender se não agisse o mais rápido possivel, então sai do carro e toquei a campainha de sua casa.

           - Tom? Pensei que já tinha ido embora. – disse ela. – Esqueceu alguma coisa?
           - Esqueci.

      Em seguida coloquei minhas duas mãos em seu rosto e a beijei. Kate ficou sem reação, mas não impediu que o beijo prosseguisse. Após o ocorrido, estávamos sem fôlego. E ela não disse uma palavra se quer. Me despedi, entrei no carro e voltei pra casa.

      Cheguei em casa, fui pro quarto e cai na cama. Afundei meu rosto no travesseiro. Estava começando a perceber que a aposta que fiz não foi uma boa coisa. Me senti mal, pois eu estava saindo com ela apenas por causa de uma aposta, enquanto ela saia comigo pra me ajudar em algo que neste momento nem sei se quero mais. Será que devo contar ao John que já cumpri com a aposta, ou simplesmente me calo? Sei que mais cedo ou mais tarde a Kate irá descobrir, e poderá nunca me perdoar. Fui dormir pensando nela, e por mais incrível que pareça, em quando outro beijo iria acontecer.

      Na manhã seguinte...

           - Já sei que você e a Kate saíram ontem. E rolou alguma coisa? – pergunta John.
           - Não. – respondi após segundos em silêncio.
           - Cara, você é muito enrolado. Estou começando a achar que não é de nada!
           - Fica na sua John! Sei o que estou fazendo!
           - Espero que saiba mesmo.

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(Contado pelo Bill)

      Eu estava sentado debaixo de uma árvore tocando violão, quando Kate se aproximou de mim.

           - Desde quando toca violão? – pergunta ela. Rapidamente fechei meu caderno, onde uma música estava sendo escrita.
           - Desde sempre. – respondi.
           - Nem me contou. – ela fez biquinho.
           - É que você nunca me perguntou.
           - Ainda está com raiva de mim? – ela se senta ao meu lado.
           - Ainda? Que eu me lembre, não fiquei com raiva de você.
           - Que bom, porque preciso te contar uma coisa.
           - O quê?
           - Promete que não ficará com raiva?
           - Prometo.
           - Promete que não dará um ataque?
           - Prometo.
           - Promete que...
           - Eu prometo qualquer coisa. – a interrompi. – Agora me conta.
           - Ontem eu sai com o Tom e... ele me beijou.
           - Ele fez o quê?

      Simplesmente não dá pra acreditar. Como ela ainda tem coragem de me dizer isso? Será que não dá pra perceber o quando me irrita? Sei que prometi que não faria nada, mas as emoções falaram mais alto. Larguei o violão, e caminhei em direção ao Tom que estava de costas conversando com seu amigo. Pus minha mão esquerda em seu ombro, fazendo o virar para mim. E assim que se virou lhe dei um soco.

      Ele chegou a cair no chão. Se levantou e veio pra cima de mim, me devolvendo o soco. Me desequilibrei e também cai no chão, cortando meu braço em alguma coisa. Alguns alunos chegaram e apartaram a briga.

           - Calma Tom! – disse John.
           - Eu vou acabar com a raça desse idiota! – disse Tom.
           - Você pode enganar a Kate, mas a mim não engana! – gritei.

      E Kate aparece, tentando me fazer ficar calmo. Ela coloca suas mãos delicadas em meu rosto.

           - Ei, ei, ei! Olha pra mim. – disse ela. – Bill, olha pra mim!

      Eu a olhei nos olhos.

           - O que deu em você? – pergunta ela.
           - Me desculpa. Mas não pude me controlar.
           - Venha, vamos cuidar desse machucado.

      Ela me leva até a enfermaria do colégio, mas a enfermeira não estava. Então o jeito foi ela mesma cuidar de mim. O soco que Tom me deu fez apenas sangrar um pouco a boca, mas não estava doendo tanto quanto o braço. Me sentei na cama da enfermaria e Kate foi procurar no armário alguns remédios.

           - Já disse que estou bem. – disse.
           - Cale a boca e fique bem parado ai! – disse ela.
           - Foi só um arranhão, e nem está doendo tanto assim. – mentira.
           - Acha que sou idiota e não percebo sua cara de dor?

      Ta legal, ela venceu. Ela pegou uma bandeja e colocou alguns remédios, gases, e algodões. Depois pegou um pedaço do algodão e despejou um liquido que não faço idéia do que possa ser, mas eu estava pressentindo que iria doer.

           - AI KATE TÁ DOENDO!

      Como aquilo ardeu, parecia que tinha passado ácido em meu braço. Cheguei até ver estrelas de tanta dor.

           - Seu molenga, nem doeu. – disse ela, rindo. – Posso continuar?
   
      Respirei fundo pra ver se a dor passava, e assenti com a cabeça.

Postado Por: Grasiele

E Se Fosse Verdade? - Capítulo 9 - Não posso apressar as coisas.

(Contado pelo Bill)

      Cheguei a casa e fui direto pro quarto. Peguei o violão e comecei a tocar. Eu tentava compor uma música, mas as palavras e a criatividade estavam fugindo da minha mente. Foi ai que uma cena voltou a alucinar minha cabeça. De alguma forma, eu não parava de pensar na Kate, principalmente na possibilidade dela estar tendo alguma coisa com o Tom.

      Larguei o violão e fui para frente do computador. Entrei no MSN, mas não tinha ninguém legal o suficiente pra poder conversar. O desliguei e peguei o violão de novo. Agora sim algumas coisas começaram a surgir. Fiquei sentado na cama tocando violão, com um caderno e uma caneta ao lado. Tudo que vinha em minha mente, eu anotava.


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(Contado pela Kate)

           - Ta fazendo o quê aqui? – perguntei.
           - Somos namorados, não somos?
           - Não.
           - Mas estamos fingindo?
           - Fingir é uma coisa, realidade é outra.
           - Eu sei. Mas o que as pessoas vão dizer se ficarem sabendo que estamos namorando e eu não freqüento a sua casa?
           - Não estou nem ai pro que elas vão dizer. Poderia pelo menos ter ligado.
           - Desculpa. Não sabia que o seu amiguinho estaria aqui. – disse ele com ironia.
           - Não digo só por ele.
       

      Tom não ficou muito tempo aqui em casa. Deu uma passada por aqui só para que algumas pessoas acreditassem mesmo que estamos namorando. Estou começando a me arrepender. Assim que nos despedimos, subi pro quarto, tranquei a porta e fui direto a escrivaninha pra pegar meu diário. O Tom disse que ninguém sairia magoado dessa história, mas eu realmente estava com medo de que isso pudesse acontecer.

           “Quando eu era pequena, vi minha mãe chorar, e amaldiçoei o vento. Ela teve seu coração partido, e eu assisti enquanto ela tentava se recompor. E minha mãe jurou que nunca se deixaria esquecer, e foi nesse dia que eu prometi que nunca me apaixonaria. Mas ele me fez abrir uma exceção. Talvez eu saiba, no fundo da alma, que o amor nunca dura. E temos que arranjar outros meios de seguir sozinhos ou ficar com uma cara boa. Eu sempre vivi assim, mantendo uma distancia confortável. Até agora tinha jurado a mim mesma que estava contente com a solidão. Mas ele surge der repente com um anjo e me faz mudar de idéia.

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 (Contado pelo Bill)

      Cheguei ao colégio e Kate estava sentada sozinha lendo alguns livros, me aproximei e sentei-me ao seu lado.

           - Cadê o Tom que não está ao seu lado? – perguntei.
           - Não faço idéia de onde ele possa estar. – respondeu ela. – Por quê?
           - É que ultimamente vocês dois andam tão íntimos.
           - Impressão sua.
           - Não adianta negar. Até em sua casa ele está indo!
           - Você também vai a minha casa, e nem por isso temos alguma coisa.
           - É completamente diferente. Eu sou seu amigo, e ele não.
           - Não é nada diferente. E não vejo motivo pra ficar irritado.
           - Não estou irritado. Só... ah, esquece!

      Me levantei e sai. Se continuasse ali provavelmente acabaria falando coisa demais. Fui pra aula de química, mas não prestei atenção em uma só palavra que o professor disse.

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(Contado pela 3º pessoa)

      Tom estacionou seu carro, e foi direto falar com o John que estava conversando com alguns meninos. Ele arrastou o amigo a uma certa distancia...

           - Calma ai Tom. – disse John.
           - Fui até a casa da Kate ontem.
           - E ai?
           - Está sendo mais complicado do que eu pensei. Se fosse qualquer outra garota, já teria até transado com ela. Mas a Kate é diferente. Ela é difícil.
           - O problema é seu. Aceitou a aposta, agora vai ter que cumprir. Ou prefere me entregar a sua Ferrari?
           - Nunca! Vou vencer essa desgraça! Você vai ver.
           - Só quero avisar que não vou esperar por muito tempo.
           - Como assim?
           - Nessa enrola toda, até eu ficaria com a Kate. Então trate de ficar com ela o mais rápido possivel.
           - Não posso apressar as coisas. Tenho que fazer tudo com calma.
           - Te darei apenas uma semana. Se não conseguir, já era!
           - Tá maluco? Uma semana é pouco demais.
           - Se vira. Não é o garanhão? O gostosão do colégio? Ficar com a Kate não deveria ser um problema.

      John se retira, e Tom continua lá parado. Ele precisa cumprir logo essa aposta. Só não contava que a Victoria estaria ali por perto ouvindo toda a conversa. Ela foi correndo contar tudo para Amanda.

           - Quer dizer que o Tom fez uma aposta com o John? – pergunta Amanda.
           - Isso mesmo. É por isso que o Tom está saindo com a Kate.
           - Eu sabia. Ele nunca se interessaria por uma garota como ela. Eu sou a garota certa pra ele.
           - Já te deixei a par de tudo, e agora o que pretende fazer?
           - Isso não é o bastante. Precisamos de algo a mais pra nada sair errado.
           - Tipo o quê?
           - Não sei. Descubra você!
           - Ta legal.

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(Contado pela Kate)

      Já estava indo embora, quando Tom apareceu correndo, e me segurou pelo braço. Fiquei até assustada, mas ao ver que era ele, me controlei.

           - Desculpa se te assustei. – disse ele, um pouco ofegante.
           - Tudo bem.
           - Quer ir ao cinema hoje?
           - Passa lá em casa as 7h00?
           - Ok.

      Tom se retirou, e Bill se aproximou.

           - O que ele queria? – pergunta Bill.
           - Me convidou pra sair.
           - De novo? Você não disse que aquela seria a última vez?
           - Qual é? Vai querer me controlar agora, é?
           - Só estou tentando te proteger.
           - Não acha que já sou crescida o suficiente pra me cuidar sozinha?
           - Diz isso agora que já não precisa mais de mim.

      Ele parecia chateado, e foi embora. Fiquei sem entender nada. E me senti mal por ter dito aquilo. Bill foi o primeiro e único garoto que falou comigo quando cheguei ao colégio, e eu não tinha direito de falar daquele jeito com ele.

      Cheguei a casa, e minha mãe estava sentada no sofá com seu namorado. Cumprimentei os dois, e fui pro quarto. Não parava de pensar no Bill. O que será que ele está fazendo agora, neste momento? Será que está com raiva de mim?

Postado Por: Grasiele

E Se Fosse Verdade? - Capítulo 8 - Em seus braços

(Contado pela Kate)

      Era mais ou menos 15h12. Estava em casa assistindo TV, mas não tinha nada de interessante passando. Subi pro quarto, me troquei e fui pra frente da casa. Me sentei numa cadeira que estava na varanda e comecei a ler um livro. Olhei pro teto e vi que a lâmpada estava um pouco folgada. Talvez ela estivesse no lugar certo, mas eu precisava fazer alguma coisa de diferente. Entrei em casa e fui até os fundos pra pegar uma escada.

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(Contado pelo Bill)

      Queria ver a Kate e passar à tarde com ela. Nossas conversas são sempre divertidas, e acabam com nós dois rindo de alguma coisa. Confesso que nunca me diverti tanto quanto depois que a conheci. Me arrumei e fui até sua casa. Estava atravessando a rua, quando notei que a Kate estava subindo numa escada.

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(Contado pela Kate)

      Eu tentava alcançar a lâmpada, mas a escada balançava muito e eu estava com medo de cair. Fiz minha última tentativa, me estiquei ao máximo que pude. Ouvi alguém dizer: cuidado!

      Cai nos braços do Bill. Quando ele me colocou no chão, nossos rostos ficaram muito próximos. Nossos olhares se encontraram, meus batimentos aceleraram, e uma corrente de adrenalina passou pelo meu corpo. Nossos lábios estavam se aproximando...

           - É melhor eu guardar essa escada. – disse me afastando antes que algo pudesse acontecer.

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(Contado pelo Bill)

      Ela interrompeu. Por um instante pensei que iria beijá-la. Não podia fazer mais nada a não ser esperar. Respirei fundo, e fui ajudá-la.

      Entramos na casa e ela me mostrou onde colocar a escada. Fiquei esperando na sala, enquanto Kate foi até a cozinha. Minutos depois aparece trazendo uma vasilha com pipoca e copos de refrigerante. Ela colocou um DVD e começamos assistir a um filme de terror.

           - Obrigada. – disse ela.
           - Pelo quê?
           - Por ter me ajudado.
           - Por nada. Mas o que pretendia?
           - Queria ver se a lâmpada estava bem colocada.

      Comecei a rir. E me engasguei. Tentando me ajudar, Kate começa a bater em minhas costas.

           - Ai meu Deus! – dizia ela.

      Quanto mais ela batia, parecia que mais eu me engasgava. Fiz sinais para ver se ela parava, mas estava tão desesperada que nem deu importância. O jeito foi me levantar, e finalmente consegui recuperar meu fôlego.

           - Está bem? – perguntou ela.
           - Agora sim. Mas você quase me matou.
           - Eu? Estava tentando te ajudar!
           - Não me viu fazendo sinais para parar?
           - Pensei que estivesse pedindo ajuda.
           - E acha que me espancando daquele jeito iria me ajudar?
           - Talvez.
         
      Nós dois rimos. Depois voltei a me sentar do lado dela, e continuamos a ver o filme. Já vi a mãe da Kate algumas vezes, mas nunca cheguei a ver seu pai, e agora me bateu uma curiosidade de saber sobre ele.

           - Seu pai está trabalhando? – perguntei.
           - Não sei. – respondeu ela olhando pra mim. – Por quê?
           - É que sempre encontro a sua mãe, mas nunca o seu pai.
           - Ele não mora com a gente, e pra falar a verdade, nem sei onde ele está.
           - Seus pais são separados, é isso?
           - Um-hum. Ele nos deixou quando eu tinha nove anos, e não apareceu mais.
           - E não tem curiosidade em saber como ele é?
           - Ás vezes. Mas se ele não apareceu é porque provavelmente não quer me ver, então não irei correr atrás dele.
           - Eu sinto muito.
           - Não sinta. Estou muito feliz morando só com a minha mãe.

      As horas passaram e eu nem percebi. Olhei pela janela e o sol já estava se pondo. Eu queria ficar e continuar conversando com ela, mas não poderia.

           - Tenho que ir. – disse.
           - Mas já? Não pode ficar mais um pouco?

      Neste momento a campainha toca e Kate vai atender. Instantes depois ela aparece acompanhada pelo Tom.

           - Aposto que ele te fará sentir bem melhor do que eu. – disse.

      Nenhum dos dois disse nada. Me dirigi até a porta e fui embora. Confesso que não gosto de vê-la acompanhada pelo Tom. Mas não é ciúmes, simplesmente não vou muito com a cara dele. Mas se ela se sente bem com aquela presença, quem sou eu pra falar alguma coisa?

Postado Por: Grasiele

E Se Fosse Verdade? - Capítulo 7 - Um bom relacionamento imaginário.

(Contado pela Kate)

      As horas passam, e minha mãe chega.

           - Aonde vai? – pergunta ela, terminando de fechar a porta.
           - Sair com um garoto. – respondi.
           - O Bill?
           - Não. Tom Kaulitz.
           - Outro garoto? Pra quem disse que não era nenhum pouco popular você está se dando muito bem.
           - Só aceitei por que ele insistiu.
           - Não estava pensando em sair desse jeito, estava?

      Desse jeito? Baixei os olhos para examinar minhas roupas. Estava usando uma blusa vermelha, uma calça jeans um pouco desbotada, e all star. Mantive os cabelos presos. Minha mãe riu.

           - Se quer conquistar um garoto. Não vá desse jeito. E esse cabelo preso? É melhor eu te ajudar de novo.

      Subimos até o quarto, e lá minha mãe procurou algumas peças de roupas em meu guarda roupa e me deu para experimentar.

           - Quero que troque as suas roupas, por estas.

      Me troquei, e logo após recebi os sapatos, que desta vez eram de salto alto. Soltei o cabelo, e já estava pronta. Usava um vestido de uma alça e com aplicações em paetês. E para não ficar uma produção muito over, deixei o destaque mesmo para o brilho do vestido. Economizei nos acessórios, e usava um pep toe discreto. Agora sim estava pronta pra sair com Tom kaulitz.

      Tom me levou a um restaurante japonês. Nos sentamos e fomos muito bem tratados.

           - Desejam fazer o pedido agora? – pergunta o garçom.
           - Não obrigada. – disse.
           - Vamos conversar um pouco, e depois faremos o pedido. – disse Tom.

      O garçom pediu licença e se retirou.

           - Agora sim poderia me dizer por que der repente deu à louca e me convidou para sair? – perguntei.
           - Ta legal.
           - Estou ouvindo.
           - A Amanda e eu terminamos, mas ela ainda gosta de mim. Só que eu não quero voltar com ela.
           - E onde eu entro nessa história?
           - Você é a garota ideal pro meu plano dar certo.
           - Que tipo de plano?
           - Tenho que provocar ciúmes na Amanda, e você é a única garota que consegue deixá-la louca.
           - Isso é verdade. Mas ainda não entendi.
           - Preciso que finja ser minha namorada.

      Quando ele disse isso, fiquei paralisada por um certo tempo. Não estava acreditando no que ele estava me pedindo. Tom Kaulitz querendo que eu seja sua namorada? Ta legal, sei que é mentira, mas mesmo assim!

           - Como é que é? – perguntei confusa.
           - Não precisa ser por muito tempo, só até ela pedir pra conversar comigo.
           - Ou seja, quer me usar pra fazer ciúmes nela, é isso?
           - Exatamente.
           - Ficou maluco? Não farei isso nem morta!
           - É só um bom relacionamento imaginário. Ninguém precisa saber, e de quebra você fica popular.
           - E quem disse que quero popularidade?
           - Por favor, quebra o meu galho vai?
           - Ta me achando com cara de macaco? Se liga, eu não farei isso!

      Na manhã de segunda-feira...

      Cheguei no colégio e assim que me viu, o Tom veio falar comigo.

           - É só agir naturalmente. – disse ele.
           - Já disse que não farei isso. – disse.
           - Poxa Kate, só estou te pedindo um favor, e nada mais.
           - Apesar de não gostar nada da Amanda, não acho justo. Brincar com os sentimentos dos outros não tem graça alguma!
           - Eu sei. Mas por favor, prometo que ninguém sairá magoado.

      Fiquei em silêncio por um tempo.

           - Ta legal. Mas se alguém sair chorando desta história...
           - Relaxa. Não irá acontecer nada.

      Ele me deu um beijo no rosto e saiu. Bill logo se aproximou.

           - Você e o Tom...?
           - Não. Claro que não.
           - Sei.
           - Até parece que não me conhece. Não tem chance alguma, ok?
           - Deveria ter cuidado.
           - Eu sei. E também não precisa me dizer que ele é um garoto mimado, que não liga pros sentimentos dos outros, porque já sei de tudo isso.
           - Mas me conta o que fez nesse final de semana?
           - Sai com o Tom.
           - Você fez o quê?
           - Calma ai, pra quê este espanto?
           - Acabou de me dizer que não tem nada com ele e agora fico sabendo que saíram juntos.
           - Não rolou nada demais. E esse foi o primeiro e último encontro, eu acho.
           - Confessa que gostou.
           - Foi legal, mas sei lá...
           - Pensei que nunca fosse cair na lábia dele.
           - Não confia em mim? Com a sua ajuda, não cairei nunca!
           - Quando a Amanda descobrir isso vai querer se matar.
           - Você quis dizer que ela vai querer ME matar.

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(Contado pela 3º pessoa) 

      Amanda e Victoria estavam dentro do banheiro retocando a maquiagem, quando o assunto surgiu.

           - O Tom saiu com quem? – perguntou Amanda furiosa.
           - Com a Kate. – respondeu Victoria.
           - Mais que droga! – ela pegou um vidro de perfume que havia dentro de sua bolsa e o jogou contra o espelho. - Essa garota está querendo me provocar!
           - Calma Mandy. Não precisa ficar irritada, sabe que isso não faz nada bem para a pele.
           - Cala a boca Victoria! – após ter gritado com a amiga, Amanda se acalmou um pouco. – Desculpa, estou irritada porque aquela garota me tira do sério.
           - Tudo bem. Mas irá fazer alguma coisa?
           - Claro que vou! Mas não agora. Primeiro deixarei as coisas fluírem, depois colocarei meu plano em prática e acabarei com a alegria dos dois.
           - Mandy, eu quero morrer sua amiga.
           - Se continuar do meu lado e fazendo tudo que eu pedir, com certeza seremos amigas até a morte.


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(Contado pelo Tom)

      John lanchava, e eu acabara de me aproximar. Como estava curioso pra saber das novidades, John logo me perguntou se já havia ficado com Kate.

           - Não. – respondi.
           - Mas vai sair com ela de novo, não é?
           - Acho que sim. Mas posso muito bem ficar com ela aqui no colégio mesmo.
           - E a Amanda?
           - Se a noticia já tiver se espalhado, ela deve estar se roendo de ciúmes.
           - Isso significa que está conseguindo o que quer.
           - Com certeza. Olha que cara de sorte eu sou: tenho uma ex-namorada que deve estar com ciúmes, e uma garota que logo-logo estará caidinha por mim, e ainda ficarei uma semana com seu carro. Tenho ou não muita sorte?
           - É... eu tenho que admitir. Você tem sorte demais.

      Estou confiante, e acho que conseguirei ficar com a Kate quando menos esperar. Mas o que quero mesmo é ver a cara da Amanda, que ao saber da noticia virá correndo pedindo pra voltar.

Postado Por: Grasiele

E Se Fosse Verdade? - Capítulo 6 - Você? Querendo sair comigo?

 (Contado pela Kate)

      Era sábado, e o sol brilhava. Minha mãe me acordou antes de sair pro trabalho.

           - Kate, pode me fazer um favor?
           - Claro.
           - Pode ir ao mercado e comprar canela? É que quero fazer um bolo pro Jack hoje.
           - Ta legal.

      Logo eu, a pessoa que não é nem um pouco desastrada. Como não tem outro jeito, lá vou eu. Me arrumei e sai de casa. Cheguei ao mercado e fui procurar onde ficava a canela ficava. Procurei, e nada. Quando enfim achei, só tinha em pó. Pra não correr o risco de levar, e não ser daquela, peguei o celular e liguei pra ela.

           - Mãe, só tem pó. – disse.
           - O quê? Não estou te escutando direito.
           - Não tem pau! Só tem pó. – disse tentando não falar muito alto.
           - Ainda não consigo te ouvir!
           - Não tem pau! Só tem pó! – falei mais alto.
           - Dá pra falar direito? A ligação está ruim.

      Fui ficando irritada. Mas não tinha outra saída.

           - Mais que droga! Não tem a porra do pau! Só o pó!

      As pessoas que estavam no corredor pararam e ficaram olhando pra mim. Acho que fui ficando de todas as cores possíveis de tanta vergonha. Como alguém pode gritar isso no meio do super mercado? Só uma maluca como eu.

      Por fim consegui falar com a minha mãe, e desliguei o telefone. Fingindo que não havia acontecido absolutamente nada, fui até o caixa.

           - Quer dizer que não tinha pau? – disse o rapaz do caixa com um sorriso malicioso.
           - Alguém aqui perguntou alguma coisa? – disse.
           - Calma. Foi só uma brincadeira.
           - Deveria cuidar de sua vida.

      Sai do super mercado e de longe avistei o Tom. Ai meu Deus. Tom Kaulitz. Cada passo que dávamos, ficávamos ainda mais próximos. Ele passou por mim e disse:

           - Oi Kate. – disse ele.
           - Oi. – gaguejei um pouco.

      Nessa mesma tarde, fui ao centro da cidade, pois fiquei sabendo que o cd da minha banda favorita já havia chegado. Aproveitei e comprei algumas coisas que precisava, e que não precisava. Sou chocólatra, então não poderia faltar de jeito nenhum uma caixa de chocolates. Sai de lá carregando quatro sacolas. Isso porque era pra comprar pouca coisa. Pelo vidro da porta pude ver Tom se aproximar para entrar. De novo? Com esse monte de sacolas ele vai me chamar de farofeira! Tentei me esconder, mas foi um pouco tarde demais. Ele já tinha me visto, e agora estava vindo em minha direção.

           - Não estava tentando se esconder de mim, estava? – perguntou ele.
           - Não, claro que não. – disse.
           - Precisa de ajuda?
           - Não, obrigada.
           - Me dá alguma que eu levo. – disse ele já estendendo a mão para pegar, e eu puxei de volta.
           - Posso fazer isso sozinha.
           - Deixa eu te ajudar.
           - Não precisa.
           - Como você é teimosa. Dá aqui. – ele tomou as quatro sacolas da minha mão. – Onde é a sua casa?                                                       


      Andamos alguns minutos e enfim chegamos. Não quis ser mal educada e o convidei para entrar.

           - Bela casa. – disse ele.
           - Obrigada. – respondi um pouco desconfiada.
           - Mora sozinha?
           - Com a minha mãe.
           - Ah.

      Não dissemos nada por alguns segundos, mas logo o quebrei.

           - Porque está fazendo isso?
           - Fazendo o quê?
           - Falando comigo, me tratando bem. Você nunca me dirigiu uma palavra se quer.
           - Só quero ser gentil.
           - Ah é? E o que está ganhando fazendo isso?
           - Nada. As pessoas não podem ser gentis?
           - Podem, mas... logo você?
           - Por quê? Acha que não sou capaz?
           - Até outro dia, pelo que pude perceber você me odiava.
           - Não odiava você. Só não tivemos oportunidades de conversar.
           - Um-hum.
           - É sério.
           - É melhor... é melhor você ir embora.

      O acompanhei até a porta, mas antes de nos despedirmos, tive uma surpresa.

           - Quer sair comigo? – perguntou ele.
           - O quê? – acho que não ouvi direito.
           - Se você quer sair comigo. Hoje.
           - Você? Querendo sair comigo?
           - Algum problema?
           - Não quero criar confusões com a Amanda.
           - E daí? Amanda e eu não estamos juntos a um tempão.
           - Não sei não.
           - É só dizer que aceita.

      Não tinha certeza se aceitava ou não. Mas ele insistiu tanto que acabei cedendo. Combinamos que ele passaria aqui por volta das 7h30.

Postado Por: Grasiele

E Se Fosse Verdade? - Capítulo 5 - Aceitando carona!

(Contado pela 3º pessoa)

      Mais um dia amanhece e já é hora de encarar o colégio. O despertador toca. Kate passa a mão por ele e aperta o botão. Não adiantou, ele continuou tocando. Mais uma vez repetiu o gesto. Não surtiu efeito. Irritada, pega o despertador e o joga com toda força contra a parede.

           - Kate, já está na hora de levantar. – disse sua mãe ao entrar no quarto.
           - Só mais cinco minutos. – pediu ela, sonolenta.
           - Se não levantar, irá se atrasar.
           - Já estou indo.

      Sua mãe sai do quarto, e Kate continua deitada. Os minutos estavam passando e nada dela levantar. Mais uma vez a mãe dela aparece avisando que se ela não levantasse, perderia o ônibus. Nada resolveu. Kate parecia estar dormindo.

           - Levanta Kate! – gritou sua mãe.

      Bastou um grito pra ela já estar de pé. Foi até o banheiro e tomou seu banho, retornou ao quarto e se vestiu. Pegou o celular e olhou a hora. 6h45.

           - Ah não! De novo não! – disse Kate.

      Ela jogou algumas coisas dentro da mochila e tentou sair correndo. Seu pé se enganchou na cocha da cama, fazendo a cair de cara no chão. Se levantou, pegou sua mochila que com a queda, foi parar longe. Desceu as escadas tropeçando, mas não chegou a cair. Se despediu da mãe que preparava o café.

           - Não vai tomar seu café?
           - Estou atrasada! E não diga que me avisou!

      Correu até o ponto e o ônibus já não estava mais lá. Sentiu vontade de chorar, mas como estava na rua, segurou o choro. Um One-77 prateado parou, e o vidro baixou.

           - Não quer uma carona?

      Kate ficou confusa, e olhou para trás, talvez achasse que ele não estava falando com ela.

           - É você mesma.

      Um pouco desconfiada, aceitou o convite. O carro deu partida e seguiu em direção ao colégio.

           - Você é Kate Spencer, não é?
           - Sim.
           - Sou...
           - Tom Kaulitz. – disse ela antes que ele pudesse responder.
           - Me conhece?
           - Quem não te conhece?

      Ele sorriu. Minutos mais tarde, o carro para no estacionamento do colégio. Os dois descem. Os alunos que estavam em volta, pararam o que estavam fazendo e ficaram boquiabertos com a cena que acabaram de ver.

           - Tom Kaulitz e Kate Spencer, juntos? – disse um garoto a outro que estava ao seu lado.

      A noticia se espalhou rapidamente. E logo o colégio inteiro já estava sabendo, inclusive Amanda.

          - Obrigada. – disse Kate.
          - Não foi nada. Sempre que precisar é só pedir. – disse ele.

      Kate chega ao seu armário, e pega dois livros. Ao fechá-lo, se assusta com Bill que estava parado.

           - Quer dizer que revolveu aceitar carona do Tom Kaulitz? – pergunta ele.
           - Como ficou sabendo?
           - As noticias correm rápido.

      Ela fecha o armário.

           - Acordei atrasada de novo e perdi o ônibus. Ele passava pelo local e me ofereceu carona. Não pude recusar.
           - Só tome cuidado pra não começar a ficar igual à Amanda.
           - Não, nunca ficarei igual a ela.

      Os dois seguiram para a sala. Kate estava sentada aguardando o professor chegar, mas antes Amanda entra e segue pra falar com ela.

           - Além de me sujar, ainda quer roubar meu namorado? – disse Amanda.
           - Está falando comigo?
           - Não se faça de boba. Vou falar apenas uma vez, e espero que preste muita atenção. O Tom é MEU, e se eu ficar sabendo que entrou no carro dele de novo acabo com você. Fui clara?
           - Um-hum.
  
      Amanda deu um sorriso falso e saiu da sala. Kate ficou sem reação. Não sabia se contava pra alguém, ou se guardava aquilo consigo mesma. Ela tinha quase certeza de que se contasse ao Bill, ele tiraria satisfações, então o melhor mesmo é ficar quieta.

Postado Por: Grasiele

E Se Fosse Verdade? - Capítulo 4 - Vou te mostrar do que sou capaz!

(Contado pela Kate)

      Não vi quando o dia amanheceu, e desta vez acordei no horário certo. Deu tempo de fazer tudo e ainda peguei o ônibus. Cheguei ao colégio com quatro livros um tanto pesados em meus braços. Tentava me equilibrar para não deixar nenhum cair. Sempre que percebia que algum deles estava se inclinando para cair, eu consertava. E foi numa dessas tentativas, que fiquei distraída e não notei quem vinha em minha direção.

      Amanda esbarrou em mim com toda a força que tinha. Logicamente cai no chão e meus livros “voaram”.

           - Atravesse o meu caminho e será muito pior. – disse Amanda.

      Folhas de papeis se espalharam pelo pátio, e as pessoas passavam e carregavam tudo, não prestaram nem pra me ajudar. Acho que estou começando aprender a me acostumar com esse tipo de coisa. Por sorte Bill parece, e mais uma vez me socorre. Não sei o que seria de mim sem ele.

           - Caiu de novo? – perguntou ele, sorrindo.
           - Estava distraída e escorreguei. – menti.
  
      Após termos recolhido tudo, fomos cada um pra sua sala. Infelizmente Bill não estuda comigo. Assim seria perfeito, teria ele ao meu lado a manhã inteira. Mas enquanto isso não acontece, me contento em encontrá-lo no intervalo de uma aula para outra, e no horário do lanche.          

      A aula de química ia começar, e cheguei logo que o professor entrou.

           - Quero que formem duplas. – disse o professor.

       Todo mundo começou a arrumar seu par, e mais uma vez fiquei sozinha. Não me importei. Antes só do que mal acompanhada. A aula já estava na metade, e o professor tirava dúvidas de uma dupla que estava perto da lousa. Concentrada no que estava fazendo, não conseguia prestar atenção em mais nada. Bill invadiu a sala, e veio falar comigo.

           - Posso ficar aqui com você? – perguntou ele. – A minha dupla teve um ataque de asma.
           - Não tinha uma desculpa melhor não? – perguntei rindo.
           - Ta legal, confesso que queria te ver.
           - Não foi tão difícil dizer isso, foi?
       
      Nós dois rimos.

           - Ah, já ia me esquecendo. – abaixei-me e abri minha mochila. – Aqui está sua blusa.

      Bill a pegou, em seguida encostou suas narinas e sentiu o perfume.

           - Você a lavou? – perguntou ele.
           - Acha que te entregaria daquele jeito?
           - Não precisava ter lavado.
           - Você me emprestou limpa. Era minha obrigação devolver do mesmo jeito.
           - Você é... demais.
           - Ah, eu sei disso.
           - Também se acha.

      Rimos, e eu voltei minha concentração para o que estava fazendo. Sem nada pra fazer, Bill arrumou algo para se distrair. Ele bateu a mão de propósito em uma vasilha, fazendo derramar todo o liquido que continha nela.

           - Ai, está queimando! – gritava ele. – Me ajuda, está queimando!
           - Bill, isto é água. – cortei seu barato. Ele ficou um pouco sem graça, mas em seguida pude ver um sorriso se formar em seu rosto.
           - Então se é água... não teria problema se eu... – ele começou a molhar os dedos e respingar a água em mim.
           - Pára. – disse. Mas ele continuou. Vendo que aquilo não pararia de forma alguma, revidei fazendo a mesma coisa. Parecíamos duas crianças.
           - Já chega! – disse o professor.

      Paramos no mesmo momento.

           - O que faz aqui Bill? – pergunta o professor.
           - Horário vago e eu não queria ficar pelos corredores. – respondeu ele.
           - Se quer continuar aqui, fique em silêncio e ajude a Srta Spencer.
           - Ok.

---
(Contado pela 3º pessoa)

      O sinal do intervalo toca, e os alunos saem das salas e seguem para o pátio. Tom e John conversavam.

           - Ainda não falou com a Amanda? – pergunta Tom.
           - Não. Quero dar uma enrolada primeiro, fazer um pouco de ciúmes, e depois pedir para voltar.
           - E não conseguiu nenhuma garota pra fazer isso?
           - Não. As meninas daqui são esquisitas.

      Neste instante Kate e Bill passam por ali. Eles riam e comentavam sobre a aula de química. Tom e o amigo se entreolham.

           - Ela é gostosa e bonita. – disse John.
           - Acha mesmo?
           - Acho. Mas aposto que não consegue pegar.
           - Se eu conseguir, o que ganho?
           - Te ajudo a fazer ciúmes na Amanda. Mas se perder, ficarei com a sua Ferrari por uma semana.
           - Nem pensar!
           - Por quê? Está com medo de perder, Tom?
           - Ta legal. Vou te mostrar do que sou capaz.

Postado Por: Grasiele

E Se Fosse Verdade? - Capítulo 3 - Derramando bebida na patricinha!

 (Contado pelo Bill)

      O relógio marcava 6h59, e foi nesse horário que cheguei à casa de Kate. Sua mãe veio atender, e foi ai que descobri de quem ela havia herdado toda aquela beleza. Ela insistiu para eu entrar e aguardar Kate, que terminava de ser arrumar, mas preferi esperar ali mesmo. Ficamos parados em frente à porta. Não trocamos nenhuma palavra, e isso me deixava um pouco sem graça.

           - E qual é o seu nome? – perguntou ela.
           - Bill. – respondi.
           - Você é muito bonito Bill.
           - Oh, obrigado. – fiquei tímido.
 
      Minutos depois, Kate surge no fim da escada. Estava incrivelmente linda. Totalmente diferente daquela garota do colégio. Não consigo descrevê-la, apenas fiquei impressionado. Senti vontade de dizer que ela estava linda, mas tive medo de constrangê-la, e também, sua mãe poderia não gostar. Kate usava um vestido cor de pele, era delicado e caia perfeitamente em seu corpo, e um sapato baixo.

           - Vamos? – disse ela.
           - Claro. – respondi.
           - Kate, não volte muito tarde. – disse sua mãe.
           - Pode deixar, a trarei antes das dez. – disse.

      Saímos e entramos em meu carro. Kate não dizia uma palavra se quer, e aquele silêncio estava me deixando nervoso.

           - Você está linda. – disse sem desviar meu olhar da estrada. Notei que ela abaixou um pouco a cabeça.
           - Obrigada.

      Mais uma vez o silêncio tomou conta.

           - Aonde iremos? – perguntou ela.
           - Numa festa na casa da Amanda.
           - O quê? – ela pareceu surpresa.
           - Algum problema?
           - Não, é que... não estou vestida apropriadamente pra uma festa na casa dela.
           - Já disse que está linda. E não tem que se preocupar com o que os outros irão dizer. O importante é que se sinta bem.


      Alguns minutos dentro do carro e chegamos à rua da casa de Amanda. Dos dois lados estavam tomados por carros luxuosos. Tive que estacionar numa outra rua.

      Quando entramos, Kate pareceu um pouco desconfortável, então coloquei meu braço direito nos ombros dela, que agora acompanhava meus passos, sorrindo. Chegamos ao jardim, estava rolando a maior festança.

---
(Contado pela 3º pessoa)

      Amanda estava em cima do palco onde o DJ estava. Assim que avistou Bill chegar com uma convidada, puxou a amiga e tentou descobrir quem era aquela garota.

           - Quem é ela? – perguntou Amanda.
           - Kate Spencer, aluna nova. – responde Victoria.
           - A odiei. Olha só aquela roupa! Que brega!
           - Achei bonitinho.
           - Achou o quê? – Amanda fuzilou a amiga com o olhar.
           - Ridículo! Aquele vestido é ridículo.
           - É melhor você ir ver se o Tom já chegou.

      Por onde Kate passava, os garotos paravam de dançar para olhá-la, e aquilo estava deixando-a um pouco nervosa.

           - Porque está todo mundo olhando pra você? – pergunta Kate a Bill.
           - Pra mim não, pra você. – responde ele.
           - Há algo errado comigo?
           - Sua beleza, que agora encanta todos.

      Os dois aproveitavam a festa, quando Kate avistou Tom e seus amigos chegarem. Ele estava lindo e sedutor, e isso só fazia com que a garota não tirasse seus olhos dele. E Bill percebeu isso.

           - Porque não fala com ele? – pergunta Bill.
           - O quê? Ele nunca olhou pra mim, porque me escutaria?
           - Não custa nada tentar.
           - Eu... eu vou pegar alguma coisa pra beber.

      Kate saiu e deixou Bill lá sozinho, mas logo alguns meninos se aproximaram e começaram a conversar com ele. Amanda desce do palco e vai falar com Tom.

           - Oi Tom. – disse ela.
           - E ai Amanda, tudo bem?
           - Estou ótima, e você?
           - Melhor impossível.
           - Não vai dizer nada?
           - Parabéns pela festa.
           - Parabéns? Pensei que iria dizer outra coisa.
           - Desculpe, mas não tenho nada a dizer.

      Um grupo de garotos que estava ali perto dançava loucamente, e bem nesse momento Kate passava segurando um copo com uma bebida. Um dos meninos esbarrou em outro, que esbarrou em Kate, que se desequilibrou e derramou tudo em cima de Amanda.

           - Aahhhhhhhhhhh! – a patricinha gritou furiosa.
           - Ai meu Deus! Me desculpa!
           - Eu vou acabar com sua vida garota! – ameaçou Amanda.
           - Não fiz por querer.
           - Sabe quanto custa um vestido desse? É claro que não, não é? Afinal, uma pobretona como você não tem noção de nada.
        
      Bill aparece e arrasta Kate dali antes que pudesse ficar pior. Enquanto isso Amanda fica desesperada e começa a choramingar só pra Tom se sensibilizar. Kate ficou chateada com a situação, e ainda mais com o que Amanda disse. Seus olhos chegaram a lacrimejar, mas lágrimas não ousaram descer.

Postado Por: Grasiele

E Se Fosse Verdade? - Capítulo 2 - Atrasada!

 (contado pela Kate)

      Cheguei em casa furiosa. Minha mãe estava sentada no sofá se agarrando com seu namorado, deixou a TV ligada só pra dizer que estava assistindo. Fechei a porta com toda força só pra ela notar que eu havia chegado. Ela me fuzilou com o olhar, fiquei sem graça e subi pro quarto.

      Estava olhando o estrago da minha roupa, quando ela bate na porta e entra.

           - E ai, como foi o primeiro dia?
           - Perfeito. – disse.
           - E já conseguiu algum amigo?
           - Mãe, olha pra minha bunda e responda a seguinte pergunta: Acha que conseguiria algum amigo assim?
           - O que houve com sua roupa?
           - Escorreguei e cai de bunda no suco de uva.
           - E quem foi o idiota que derramou suco justamente pra uma desastrada como você cair?
           - Obrigada. Valeu mesmo mãe.
           - Quero dizer... mas você gostou do colégio, não é?
           - É legal, tirando algumas pessoas.
           - E de quem é aquela blusa? – perguntou ela apontando.
           - De um garoto com alma caridosa.
           - Um garoto é? – ela sorriu.
           - É sim, por quê?
           - Nada.
           - É melhor descer e fazer companhia pro seu namorado. Vou tomar um banho e colocar essa roupa pra lavar.

      Assim ela fez. Me deixou sozinha, e antes de entrar pro banheiro pra tomar banho, olhei mais uma vez pra minha bunda.

      Na manhã seguinte...

      Dormia tranquilamente, quando algo no meu inconsciente me alertava: não acha que está atrasada pro colégio? Abri os olhos, e olhei pro relógio. 6h30.

           - Meu Deus! Tô atrasada!

      Saltei da cama e fui direto me arrumar. O ônibus passa exatamente as 6h45, e não espera por ninguém. Me vesti tão rápido que não deu tempo nem de arrumar o cabelo, o jeito foi passar a mão. Desci as escadas saltando os degraus, tropecei e cai.

           - Kate, está tudo bem ai? – pergunta minha mãe lá da cozinha.
           - Acho que sim. – disse me levantando.

      Sai de casa correndo, não tomei nem o café. Cheguei ao ponto, e cadê o ônibus? Já estava dobrando a esquina. Respirei fundo tentando manter a tranqüilidade.

           - Que porra de tranqüilidade que nada! – disse gritando na rua. – Agora vai ter que ir andando. Vai chegar suando igual uma porca!

      Um casal passava pela rua, me viram gritando daquele jeito e passaram pro outro lado. A moça segurou firme na mão do rapaz e começou a andar mais rápido. Além de atrasada, sou louca!

      Comecei a andar. Cheguei ao colégio no final do segundo horário, e a próxima aula era de educação física. Fui direto pro vestuário, me troquei e segui para a quadra. Fiquei sentada na arquibancada admirando os meninos jogar basquete. Meu Deus, que miragem!

           - Passa a bola Tom! – gritou um garoto.
           - Desgraça, não tá vendo que to livre? – gritou outro.
   
      Nunca escutei tanto palavrão em minha vida. A professora chegou e apitou, avisando que o horário deles havia terminado. Os meninos começaram a sair. Havia uma mochila do meu lado, e logo o dono se aproximou. Tom pegou sua mochila e saiu andando tranquilamente. Aposto que se eu fosse uma gostosona, ele teria olhado, mas como não sou...

           - Muito bem meninas, vamos aquecer. – disse a professora.

      Fomos para o meio da quadra e começamos com os exercícios. O esporte que praticaríamos, seria vôlei. E como eu sou ótima – mentira -, as meninas com certeza me escolheriam. Fui a última a ser escolhida.

      Todas estavam em seus devidos lugares, e eu lá boiando sem saber onde ficar.

           - Ô garota, você por acaso é burra ou o quê? Não sabe que deve ficar daquele lado? – disse uma loirinha.

      Se ela tava dizendo que eu tinha que ficar daquele lado, era pra lá que eu iria. Me posicionei, e o jogo começou.

      Meia hora depois...

      Sai da quadra, não muito suada. Fui surpreendida por Bill.

           - Ei, ei, ei. – ele me chamou.
           - Bill, oi.
           - Já está se sentindo melhor?
           - Um pouco.
           - E como foi o segundo dia?
           - Ah, foi maravilhoso.
           - Sério?
           - Não. Acordei atrasada, perdi o ônibus, tive que vir andando, cheguei no final do segundo horário, pratiquei vôlei, recebi dez boladas na cara, e  pra fechar com chave de ouro, marquei sete pontos.
           - Sete pontos? Que legal!
           - Sete pontos para o time adversário. Provavelmente as meninas estão com vontade de me matar.
 
      Ele riu.

           - Você disse que o segundo dia ia ser legal. – disse.
           - Mas não poderia imaginar que com você é diferente. – disse ele rindo. – Vai fazer o quê hoje à noite?
           - Nada.
           - Tá a fim de ir numa festa?
           - Está me convidando pra sair?
           - Estou... eu acho.

      Fiquei sem palavras. Nenhum garoto NUNCA me chamou pra sair. Que emoção!

           - E ai, topa?
           - Ta legal.
           - Passo na sua casa às 7h00.

Postado Por: Grasiele

E Se Fosse Verdade? - Capítulo 1 - Primeiro dia!

(Contado pela Kate)

      Tudo começou quando me mudei para Hamburgo. Minha mãe teve essa incrível idéia graças ao seu trabalho. Ela é estilista, então se adaptaria a qualquer lugar, ao contrário de mim, que nunca fui tão bem aceita pelas pessoas. Não costumo ter muitos amigos, é muito raro quando consigo chegar num colégio novo e já fazer uma amizade. De alguma forma as pessoas me acham... estranha.

       Eu costumava ser uma anônima, um nada, uma ninguém. Era a manhã do meu primeiro dia de aula. Respiro fundo e passo pelas portas, tentando ficar fora do caminho de todos que me olham estranhamente. É meu primeiro ano, e estarei aqui pelos próximos dois – que tristeza -, esperando que alguns daqueles garotos populares pisquem pra mim e digam “sabe que eu nunca tinha visto você por aqui, antes?”.

      Atravessava um corredor, que por todos os lados havia armários. Estava tentando encontrar o meu. Fui seguida pelos olhares até que finalmente encontrei. O abri e comecei a arrumar minhas coisas. Olhei num papel qual seria o próximo horário. Aula de matemática. Peguei o livro, e tudo que precisava. Fechei o armário, e já estava caminhando. Notei que havia deixado algo cair no chão. Me abaixei para pegar. Me levantei, e com quem eu esbarro? Tom Kaulitz, o garoto mais popular.

           - Você por acaso é cega? – perguntou ele. – Da próxima vez, olha por onde anda. – ele continuou andando.

      Alguém ai pode me ajudar a cavar um buraco no chão pra eu poder enfiar o meu rosto dentro? Olhei ao redor, e todos estavam rindo de mim. Que humilhação! Mal cheguei e já pago um mico! Não sabia se recolhia os livros do chão e seguia em frente, ou se pedia desculpas a ele e depois recolheria os livros.

           - Desculpa. – disse gaguejando.

      Ele bem que poderia olhar para trás e dizer que estava tudo bem. Mas não, ele nem se importou. Falei tão baixinho que é bem possivel que só eu tenha escutado. Me ajoelhei no meio do corredor, e comecei a recolher tudo. Após isso, fui direto para a sala.

      Me sentei ao lado de uma garota com cabelos negros. Ela me olhou de cima a baixo antes de prestar atenção no professor. Senti-me como um alienígena que havia acabado de chegar a Terra.

      O sinal toca avisando que era hora do intervalo. Guardei minhas coisas no armário, depois segui para o pátio. Comprei um lanche, e a primeira mesa que avistei, me dirigi para sentar. Estava cheia de garotas. Assim que me sentei, todas se levantaram e saíram. Fiquei mais uma vez sem reação. É melhor eu ficar bem quietinha, assim ninguém irá perceber o que acabou de acontecer. Pensei.

      Enquanto comia, dois garotos passaram por mim e nem se deram o trabalho de olhar. Não liguei. De longe avistei Tom e seus amigos, estavam sentados em outra mesa, um pouco distante. Eles riam, e eu admirava cada sorriso.

---
(Contado pela 3º pessoa)

           - Quer dizer que você e a Amanda terminaram mesmo? – pergunta John.
           - Eu terminei com ela. – disse Tom. – Mas estou querendo voltar.
           - E porque não chega nela e diz?
           - Ter que admitir que errei? Nunca!
           - O que pretende fazer?
           - Antes de voltar com ela, arranjarei alguém para colocar ciúmes.

      Neste momento Amanda passa pelo local com sua melhor amiga. As duas estavam vestidas com mini saia branca e blusa cor de rosa. Era a farda das lideres de torcida. Os meninos todos viraram seus pescoços para poderem vê-las.

---
(Contado pela Kate)

      Terminei o lanche, então juntei tudo e sai. Carregava em minhas mãos uma bandeja com as coisas. Distraída, acabei não percebendo que alguém havia derramado suco no chão. Pisei bem em cima. Foi o bastante para eu escorregar e cair de bunda no chão. Fiquei imóvel e roxa de vergonha. Agora sim estou acabada. Uma alma caridosa veio me ajudar a levantar, enquanto os outros rachavam de tanto rir. Resultado: fiquei com a bunda suja de suco de uva. Corri feito uma louca pro banheiro.

           - Que ótimo! Não bastasse esbarrar nele, agora cai de bunda no chão. Como você tem sorte! – disse a mim mesma enquanto tentava me limpar.
           - Está falando com alguém ou tem algum tipo de problema?

      Me virei imediatamente. Um garoto estava dentro do banheiro feminino, sentado no chão, lendo um livro.

           - Acho que errou de porta. Esse banheiro é feminino. – disse.
           - Você que é distraída demais. Esse banheiro é masculino.
           - O quê? Mais que droga! Hoje simplesmente não é o meu dia!

      Ele começou a rir então se levantou e chegou mais perto.

           - Relaxa. Este é o feminino.
           - E o que faz aqui? – perguntei.
           - As garotas costumam usar o banheiro do vestuário, e este fica abandonado. Então venho aqui para ler.
           - Não sente vergonha? Quero dizer... este é o feminino!
           - Eu sei. Mas já estou acostumado com as brincadeirinhas.
           - E poderia me dar algumas dicas?
           - Você não precisa disso.
           - Quem disse? Só hoje paguei inúmeros micos.
           - Primeiro dia de aula, certo?
           - Um-hum.
           - É normal cometer algumas loucuras. Mas verá que amanhã tudo estará bem de novo.
           - Tomara.
           - Ah, nem me apresentei. Sou Bill.
           - Kate.
           - Quer ajuda ai atrás?
           - Seria bom.

      Bill abriu sua mochila e pegou sua blusa.

           - Coloca isto. Vai ficar enorme em você, então vai dar para tampar.
           - Mas...
           - Você me devolve amanhã.
           - Não tem medo que eu seja uma maluca e nunca mais apareça com sua blusa?
           - Maluca eu sei que é. Mas sei também que seria incapaz de sumir.

Postado Por: Grasiele

E Se Fosse Verdade?

E Se Fosse Verdade?
Sinopse: Tudo que ela queria era ser desejada. Essa é a história de Kate Spencer, uma menina comum – e muito desastrada - que era meio invisível no colégio. Um dia ajuda Tom kaulitz, e finge ter um caso com ele. Só que ela começa a fazer dessa ajuda, seu modo de ficar popular, sem saber que está sendo enganada.
- Eu nem me importo com ela, tá legal? – disse Tom.
---
- Você não é nada do que eu pensei que fosse. – disse Kate.

Classificação: +18
Categorias: Tokio Hotel
Gêneros: Comédia, Romance
Avisos: Linguagem Imprópria, Nudez, Sexo
Capítulos: 33
Autora: Sakura Lang

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