quinta-feira, 27 de outubro de 2011

E Se Fosse Verdade? - Capítulo 10 - AI KATE, TÁ DOENDO!

(Contado pelo Tom)

      Me arrumei e segui até a casa da Kate. Saímos de lá e fomos para o cinema. Assistimos ao filme “Se beber, não case”. Recomendo demais, é muito engraçado, mas enfim. Nós dois nos divertimos muito e saímos da sala do cinema rindo muito do que acabamos de ver. E como eu tinha que cumprir com a minha parte da aposta, não quis que a noite acabasse após o filme. A levei para jantar num restaurante italiano.

      Horas mais tarde, já estávamos em frente a casa dela.

           - Me diverti muito essa noite. – disse ela.
           - Também me divertir. – coloquei as mãos nos bolsos. Ficamos em silêncio por algum tempo.
           - Bom... eu gostei... de ter saído com você.
           - Eu também.

      Será que não iremos falar mais nada além disso?

           - É melhor eu entrar. – disse ela.
           - Boa noite.
           - Boa noite.

      Eu não poderia deixar aquela oportunidade passar. Kate já havia entrado em casa, e eu estava no carro. Eu sabia que poderia me arrepender se não agisse o mais rápido possivel, então sai do carro e toquei a campainha de sua casa.

           - Tom? Pensei que já tinha ido embora. – disse ela. – Esqueceu alguma coisa?
           - Esqueci.

      Em seguida coloquei minhas duas mãos em seu rosto e a beijei. Kate ficou sem reação, mas não impediu que o beijo prosseguisse. Após o ocorrido, estávamos sem fôlego. E ela não disse uma palavra se quer. Me despedi, entrei no carro e voltei pra casa.

      Cheguei em casa, fui pro quarto e cai na cama. Afundei meu rosto no travesseiro. Estava começando a perceber que a aposta que fiz não foi uma boa coisa. Me senti mal, pois eu estava saindo com ela apenas por causa de uma aposta, enquanto ela saia comigo pra me ajudar em algo que neste momento nem sei se quero mais. Será que devo contar ao John que já cumpri com a aposta, ou simplesmente me calo? Sei que mais cedo ou mais tarde a Kate irá descobrir, e poderá nunca me perdoar. Fui dormir pensando nela, e por mais incrível que pareça, em quando outro beijo iria acontecer.

      Na manhã seguinte...

           - Já sei que você e a Kate saíram ontem. E rolou alguma coisa? – pergunta John.
           - Não. – respondi após segundos em silêncio.
           - Cara, você é muito enrolado. Estou começando a achar que não é de nada!
           - Fica na sua John! Sei o que estou fazendo!
           - Espero que saiba mesmo.

---
(Contado pelo Bill)

      Eu estava sentado debaixo de uma árvore tocando violão, quando Kate se aproximou de mim.

           - Desde quando toca violão? – pergunta ela. Rapidamente fechei meu caderno, onde uma música estava sendo escrita.
           - Desde sempre. – respondi.
           - Nem me contou. – ela fez biquinho.
           - É que você nunca me perguntou.
           - Ainda está com raiva de mim? – ela se senta ao meu lado.
           - Ainda? Que eu me lembre, não fiquei com raiva de você.
           - Que bom, porque preciso te contar uma coisa.
           - O quê?
           - Promete que não ficará com raiva?
           - Prometo.
           - Promete que não dará um ataque?
           - Prometo.
           - Promete que...
           - Eu prometo qualquer coisa. – a interrompi. – Agora me conta.
           - Ontem eu sai com o Tom e... ele me beijou.
           - Ele fez o quê?

      Simplesmente não dá pra acreditar. Como ela ainda tem coragem de me dizer isso? Será que não dá pra perceber o quando me irrita? Sei que prometi que não faria nada, mas as emoções falaram mais alto. Larguei o violão, e caminhei em direção ao Tom que estava de costas conversando com seu amigo. Pus minha mão esquerda em seu ombro, fazendo o virar para mim. E assim que se virou lhe dei um soco.

      Ele chegou a cair no chão. Se levantou e veio pra cima de mim, me devolvendo o soco. Me desequilibrei e também cai no chão, cortando meu braço em alguma coisa. Alguns alunos chegaram e apartaram a briga.

           - Calma Tom! – disse John.
           - Eu vou acabar com a raça desse idiota! – disse Tom.
           - Você pode enganar a Kate, mas a mim não engana! – gritei.

      E Kate aparece, tentando me fazer ficar calmo. Ela coloca suas mãos delicadas em meu rosto.

           - Ei, ei, ei! Olha pra mim. – disse ela. – Bill, olha pra mim!

      Eu a olhei nos olhos.

           - O que deu em você? – pergunta ela.
           - Me desculpa. Mas não pude me controlar.
           - Venha, vamos cuidar desse machucado.

      Ela me leva até a enfermaria do colégio, mas a enfermeira não estava. Então o jeito foi ela mesma cuidar de mim. O soco que Tom me deu fez apenas sangrar um pouco a boca, mas não estava doendo tanto quanto o braço. Me sentei na cama da enfermaria e Kate foi procurar no armário alguns remédios.

           - Já disse que estou bem. – disse.
           - Cale a boca e fique bem parado ai! – disse ela.
           - Foi só um arranhão, e nem está doendo tanto assim. – mentira.
           - Acha que sou idiota e não percebo sua cara de dor?

      Ta legal, ela venceu. Ela pegou uma bandeja e colocou alguns remédios, gases, e algodões. Depois pegou um pedaço do algodão e despejou um liquido que não faço idéia do que possa ser, mas eu estava pressentindo que iria doer.

           - AI KATE TÁ DOENDO!

      Como aquilo ardeu, parecia que tinha passado ácido em meu braço. Cheguei até ver estrelas de tanta dor.

           - Seu molenga, nem doeu. – disse ela, rindo. – Posso continuar?
   
      Respirei fundo pra ver se a dor passava, e assenti com a cabeça.

Postado Por: Grasiele

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Arquivos do Blog