quinta-feira, 27 de outubro de 2011

E Se Fosse Verdade? - Capítulo 9 - Não posso apressar as coisas.

(Contado pelo Bill)

      Cheguei a casa e fui direto pro quarto. Peguei o violão e comecei a tocar. Eu tentava compor uma música, mas as palavras e a criatividade estavam fugindo da minha mente. Foi ai que uma cena voltou a alucinar minha cabeça. De alguma forma, eu não parava de pensar na Kate, principalmente na possibilidade dela estar tendo alguma coisa com o Tom.

      Larguei o violão e fui para frente do computador. Entrei no MSN, mas não tinha ninguém legal o suficiente pra poder conversar. O desliguei e peguei o violão de novo. Agora sim algumas coisas começaram a surgir. Fiquei sentado na cama tocando violão, com um caderno e uma caneta ao lado. Tudo que vinha em minha mente, eu anotava.


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(Contado pela Kate)

           - Ta fazendo o quê aqui? – perguntei.
           - Somos namorados, não somos?
           - Não.
           - Mas estamos fingindo?
           - Fingir é uma coisa, realidade é outra.
           - Eu sei. Mas o que as pessoas vão dizer se ficarem sabendo que estamos namorando e eu não freqüento a sua casa?
           - Não estou nem ai pro que elas vão dizer. Poderia pelo menos ter ligado.
           - Desculpa. Não sabia que o seu amiguinho estaria aqui. – disse ele com ironia.
           - Não digo só por ele.
       

      Tom não ficou muito tempo aqui em casa. Deu uma passada por aqui só para que algumas pessoas acreditassem mesmo que estamos namorando. Estou começando a me arrepender. Assim que nos despedimos, subi pro quarto, tranquei a porta e fui direto a escrivaninha pra pegar meu diário. O Tom disse que ninguém sairia magoado dessa história, mas eu realmente estava com medo de que isso pudesse acontecer.

           “Quando eu era pequena, vi minha mãe chorar, e amaldiçoei o vento. Ela teve seu coração partido, e eu assisti enquanto ela tentava se recompor. E minha mãe jurou que nunca se deixaria esquecer, e foi nesse dia que eu prometi que nunca me apaixonaria. Mas ele me fez abrir uma exceção. Talvez eu saiba, no fundo da alma, que o amor nunca dura. E temos que arranjar outros meios de seguir sozinhos ou ficar com uma cara boa. Eu sempre vivi assim, mantendo uma distancia confortável. Até agora tinha jurado a mim mesma que estava contente com a solidão. Mas ele surge der repente com um anjo e me faz mudar de idéia.

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 (Contado pelo Bill)

      Cheguei ao colégio e Kate estava sentada sozinha lendo alguns livros, me aproximei e sentei-me ao seu lado.

           - Cadê o Tom que não está ao seu lado? – perguntei.
           - Não faço idéia de onde ele possa estar. – respondeu ela. – Por quê?
           - É que ultimamente vocês dois andam tão íntimos.
           - Impressão sua.
           - Não adianta negar. Até em sua casa ele está indo!
           - Você também vai a minha casa, e nem por isso temos alguma coisa.
           - É completamente diferente. Eu sou seu amigo, e ele não.
           - Não é nada diferente. E não vejo motivo pra ficar irritado.
           - Não estou irritado. Só... ah, esquece!

      Me levantei e sai. Se continuasse ali provavelmente acabaria falando coisa demais. Fui pra aula de química, mas não prestei atenção em uma só palavra que o professor disse.

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(Contado pela 3º pessoa)

      Tom estacionou seu carro, e foi direto falar com o John que estava conversando com alguns meninos. Ele arrastou o amigo a uma certa distancia...

           - Calma ai Tom. – disse John.
           - Fui até a casa da Kate ontem.
           - E ai?
           - Está sendo mais complicado do que eu pensei. Se fosse qualquer outra garota, já teria até transado com ela. Mas a Kate é diferente. Ela é difícil.
           - O problema é seu. Aceitou a aposta, agora vai ter que cumprir. Ou prefere me entregar a sua Ferrari?
           - Nunca! Vou vencer essa desgraça! Você vai ver.
           - Só quero avisar que não vou esperar por muito tempo.
           - Como assim?
           - Nessa enrola toda, até eu ficaria com a Kate. Então trate de ficar com ela o mais rápido possivel.
           - Não posso apressar as coisas. Tenho que fazer tudo com calma.
           - Te darei apenas uma semana. Se não conseguir, já era!
           - Tá maluco? Uma semana é pouco demais.
           - Se vira. Não é o garanhão? O gostosão do colégio? Ficar com a Kate não deveria ser um problema.

      John se retira, e Tom continua lá parado. Ele precisa cumprir logo essa aposta. Só não contava que a Victoria estaria ali por perto ouvindo toda a conversa. Ela foi correndo contar tudo para Amanda.

           - Quer dizer que o Tom fez uma aposta com o John? – pergunta Amanda.
           - Isso mesmo. É por isso que o Tom está saindo com a Kate.
           - Eu sabia. Ele nunca se interessaria por uma garota como ela. Eu sou a garota certa pra ele.
           - Já te deixei a par de tudo, e agora o que pretende fazer?
           - Isso não é o bastante. Precisamos de algo a mais pra nada sair errado.
           - Tipo o quê?
           - Não sei. Descubra você!
           - Ta legal.

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(Contado pela Kate)

      Já estava indo embora, quando Tom apareceu correndo, e me segurou pelo braço. Fiquei até assustada, mas ao ver que era ele, me controlei.

           - Desculpa se te assustei. – disse ele, um pouco ofegante.
           - Tudo bem.
           - Quer ir ao cinema hoje?
           - Passa lá em casa as 7h00?
           - Ok.

      Tom se retirou, e Bill se aproximou.

           - O que ele queria? – pergunta Bill.
           - Me convidou pra sair.
           - De novo? Você não disse que aquela seria a última vez?
           - Qual é? Vai querer me controlar agora, é?
           - Só estou tentando te proteger.
           - Não acha que já sou crescida o suficiente pra me cuidar sozinha?
           - Diz isso agora que já não precisa mais de mim.

      Ele parecia chateado, e foi embora. Fiquei sem entender nada. E me senti mal por ter dito aquilo. Bill foi o primeiro e único garoto que falou comigo quando cheguei ao colégio, e eu não tinha direito de falar daquele jeito com ele.

      Cheguei a casa, e minha mãe estava sentada no sofá com seu namorado. Cumprimentei os dois, e fui pro quarto. Não parava de pensar no Bill. O que será que ele está fazendo agora, neste momento? Será que está com raiva de mim?

Postado Por: Grasiele

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