(Contado pelo Bill)
Cheguei a casa e fui direto pro quarto. Peguei o violão e comecei a tocar. Eu tentava compor uma música, mas as palavras e a criatividade estavam fugindo da minha mente. Foi ai que uma cena voltou a alucinar minha cabeça. De alguma forma, eu não parava de pensar na Kate, principalmente na possibilidade dela estar tendo alguma coisa com o Tom.
Larguei o violão e fui para frente do computador. Entrei no MSN, mas não tinha ninguém legal o suficiente pra poder conversar. O desliguei e peguei o violão de novo. Agora sim algumas coisas começaram a surgir. Fiquei sentado na cama tocando violão, com um caderno e uma caneta ao lado. Tudo que vinha em minha mente, eu anotava.
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(Contado pela Kate)
- Ta fazendo o quê aqui? – perguntei.
- Somos namorados, não somos?
- Não.
- Mas estamos fingindo?
- Fingir é uma coisa, realidade é outra.
- Eu sei. Mas o que as pessoas vão dizer se ficarem sabendo que estamos namorando e eu não freqüento a sua casa?
- Não estou nem ai pro que elas vão dizer. Poderia pelo menos ter ligado.
- Desculpa. Não sabia que o seu amiguinho estaria aqui. – disse ele com ironia.
- Não digo só por ele.
Tom não ficou muito tempo aqui em casa. Deu uma passada por aqui só para que algumas pessoas acreditassem mesmo que estamos namorando. Estou começando a me arrepender. Assim que nos despedimos, subi pro quarto, tranquei a porta e fui direto a escrivaninha pra pegar meu diário. O Tom disse que ninguém sairia magoado dessa história, mas eu realmente estava com medo de que isso pudesse acontecer.
“Quando eu era pequena, vi minha mãe chorar, e amaldiçoei o vento. Ela teve seu coração partido, e eu assisti enquanto ela tentava se recompor. E minha mãe jurou que nunca se deixaria esquecer, e foi nesse dia que eu prometi que nunca me apaixonaria. Mas ele me fez abrir uma exceção. Talvez eu saiba, no fundo da alma, que o amor nunca dura. E temos que arranjar outros meios de seguir sozinhos ou ficar com uma cara boa. Eu sempre vivi assim, mantendo uma distancia confortável. Até agora tinha jurado a mim mesma que estava contente com a solidão. Mas ele surge der repente com um anjo e me faz mudar de idéia.”
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(Contado pelo Bill)
Cheguei ao colégio e Kate estava sentada sozinha lendo alguns livros, me aproximei e sentei-me ao seu lado.
- Cadê o Tom que não está ao seu lado? – perguntei.
- Não faço idéia de onde ele possa estar. – respondeu ela. – Por quê?
- É que ultimamente vocês dois andam tão íntimos.
- Impressão sua.
- Não adianta negar. Até em sua casa ele está indo!
- Você também vai a minha casa, e nem por isso temos alguma coisa.
- É completamente diferente. Eu sou seu amigo, e ele não.
- Não é nada diferente. E não vejo motivo pra ficar irritado.
- Não estou irritado. Só... ah, esquece!
Me levantei e sai. Se continuasse ali provavelmente acabaria falando coisa demais. Fui pra aula de química, mas não prestei atenção em uma só palavra que o professor disse.
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(Contado pela 3º pessoa)
Tom estacionou seu carro, e foi direto falar com o John que estava conversando com alguns meninos. Ele arrastou o amigo a uma certa distancia...
- Calma ai Tom. – disse John.
- Fui até a casa da Kate ontem.
- E ai?
- Está sendo mais complicado do que eu pensei. Se fosse qualquer outra garota, já teria até transado com ela. Mas a Kate é diferente. Ela é difícil.
- O problema é seu. Aceitou a aposta, agora vai ter que cumprir. Ou prefere me entregar a sua Ferrari?
- Nunca! Vou vencer essa desgraça! Você vai ver.
- Só quero avisar que não vou esperar por muito tempo.
- Como assim?
- Nessa enrola toda, até eu ficaria com a Kate. Então trate de ficar com ela o mais rápido possivel.
- Não posso apressar as coisas. Tenho que fazer tudo com calma.
- Te darei apenas uma semana. Se não conseguir, já era!
- Tá maluco? Uma semana é pouco demais.
- Se vira. Não é o garanhão? O gostosão do colégio? Ficar com a Kate não deveria ser um problema.
John se retira, e Tom continua lá parado. Ele precisa cumprir logo essa aposta. Só não contava que a Victoria estaria ali por perto ouvindo toda a conversa. Ela foi correndo contar tudo para Amanda.
- Quer dizer que o Tom fez uma aposta com o John? – pergunta Amanda.
- Isso mesmo. É por isso que o Tom está saindo com a Kate.
- Eu sabia. Ele nunca se interessaria por uma garota como ela. Eu sou a garota certa pra ele.
- Já te deixei a par de tudo, e agora o que pretende fazer?
- Isso não é o bastante. Precisamos de algo a mais pra nada sair errado.
- Tipo o quê?
- Não sei. Descubra você!
- Ta legal.
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(Contado pela Kate)
Já estava indo embora, quando Tom apareceu correndo, e me segurou pelo braço. Fiquei até assustada, mas ao ver que era ele, me controlei.
- Desculpa se te assustei. – disse ele, um pouco ofegante.
- Tudo bem.
- Quer ir ao cinema hoje?
- Passa lá em casa as 7h00?
- Ok.
Tom se retirou, e Bill se aproximou.
- O que ele queria? – pergunta Bill.
- Me convidou pra sair.
- De novo? Você não disse que aquela seria a última vez?
- Qual é? Vai querer me controlar agora, é?
- Só estou tentando te proteger.
- Não acha que já sou crescida o suficiente pra me cuidar sozinha?
- Diz isso agora que já não precisa mais de mim.
Ele parecia chateado, e foi embora. Fiquei sem entender nada. E me senti mal por ter dito aquilo. Bill foi o primeiro e único garoto que falou comigo quando cheguei ao colégio, e eu não tinha direito de falar daquele jeito com ele.
Cheguei a casa, e minha mãe estava sentada no sofá com seu namorado. Cumprimentei os dois, e fui pro quarto. Não parava de pensar no Bill. O que será que ele está fazendo agora, neste momento? Será que está com raiva de mim?
Postado Por: Grasiele
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