sábado, 9 de junho de 2012

The Neighbour - Capítulo 20

 Bill
Um dos sinais mais evidentes que a Luiza estava puta, naquele instante comigo, era que, por mais que tentasse me aproximar, ela não deixava. Estávamos na casa do Tom, aproveitando que minha mãe e o Gordon tinham vindo de Magdeburgo e, sempre que ficávamos sozinhos, a Luiza voltava a ser aquele iceberg de minissaia. Naquele dia, parecia ter escolhido a peça só para me provocar. Num instante que minha mãe teve oportunidade, pediu que conversassem a sós. E conseguiu.

Quando viemos embora, como dei carona para ela (Por minha insistência), não conseguia me acostumar a não ouvir sua voz, mesmo que fosse cantando a música que estava tocando no rádio. Aproveitei que tínhamos parado no sinal para acabar logo com aquilo:

- Cansei. Já tô de saco cheio de você nem olhar mais para mim desde que fiz aquela besteira de te sugerir de falarmos com a Sofia.

- Que bom que você reconhece que é uma péssima ideia e que fez uma besteira. Você sabe muito bem que eu não tenho ciúme das meninas que vem falar com você, pedindo seu autógrafo e para tirarem fotos. Mas a Sofia é diferente.

- E por que é diferente?

- Porque ela já foi sua namorada. E nada me tira da cabeça que ela tá te rondando que nem uma mosca peluda de padaria ronda aquele sonho delicioso, coberto de açúcar para dar o troco em mim.

- Agradeço a comparação com o sonho, mas nós sabemos que eu terminei com ela muito antes de começarmos a ficar. Portanto, você não me roubou dela. E mesmo que tivesse roubado, o que eu gostaria e muito, azar o dela. Já não suportava mais a Sofia.

Suspirou pesadamente e falei:

- Olha para mim.

Estava com a mão na boca e segurei seu pulso. Me olhou e prometi:

- Do mesmo jeito que você falou que ia ter de te “aturar”, o mesmo vale para você. Não vou te deixar sossegada, pode esquecer.

Deu um sorriso fraco e falei:

- A Sofia não chega mais perto de nós, te prometo. Vou falar com os seguranças e o Jost e, se ela insistir, peço aquela liminar que a impede de se aproximar.

Concordou timidamente e, me inclinando na sua direção, roubei um selinho. Foi rápido, principalmente porque ela não correspondeu, por causa do sinal, que tinha aberto.

Quando saímos do elevador, fiz menção de ir atrás dela, que me impediu.

- Eu estou com dor de cabeça e não acho que vai ser uma boa ideia.

- Luiza, o que está acontecendo, hein? É por causa da história da Sofia?

- A gente pode conversar amanhã? É sério, eu não estou bem.

A olhei por alguns instantes e, no final das contas, concordei. Já estava indo para o meu apartamento quando senti um puxão e, assim que me virei, a Iza estava me beijando.

Depois que nos separamos, fui para meu apartamento e ia me despindo à medida que me aproximava do banheiro. Me enfiei sob o chuveiro e sentia a água gelada escorrendo por cada mínimo pedaço do meu corpo, tentando relaxar.

Nem tinha mais ideia de quanto tempo tinha passado ali quando senti um par de braços envolvendo minha cintura. Pus minhas mãos sobre a pequena que estava por cima e entrelacei meus dedos naqueles que eu conhecia tão bem. Ficamos ali em silêncio, abraçados e eu sentia a cabeça dela apoiada nas minhas costas. De repente, me virei e a aninhei no meu peito. Falei:

- Confia em mim. Eu não vou deixar e nem quero que a Sofia se meta entre nós. Eu amo você, não ela. Aliás... Acho que nunca amei.

Estreitou o abraço e fiz o mesmo.

- Fica aqui comigo hoje. - Pedi. Concordou. Depois que tomou banho comigo, se enrolou na toalha e foi até o meu quarto. Repeti os gestos e, quando a vi sentada sobre a cama, não resisti e puxei a ponta da toalha, deixando-a cair aos meus pés. A Iza ergueu o olhar e deu o seu sorriso torto. Perguntou:

- Você não resiste, não é mesmo?

- E por que resistiria se não sou o único?

Riu fraco e falei:

- Se... Você não tirar essa toalha... Eu mesmo tiro.

Arqueou a sobrancelha e, levantando da cama, puxou uma das pontas da toalha e, feito isso, me fixou e abriu os dedos. Assim que a toalha caiu aos seus pés, eliminei toda a distância entre nós e, depois de passar meus braços pela sua cintura, a puxei para mais perto (Se é que aquilo era fisicamente possível) e roubei aquele beijo que sabia que a deixava de pernas bambas.

No final das contas, acabamos não fazendo nada além de alguns amassos e dormindo abraçados, sem roupa mesmo. E na manhã seguinte, quando acordei, fiquei observando seu peito subir e descer lentamente. Era possível perceber um rápido movimento dos seus olhos, ainda que as pálpebras estivessem fechadas. Como sempre, fungava um pouco, tentando respirar melhor. A boca, vez ou outra, abria e, quando percebia isso, tratava logo de fechá-la. Os cabelos estavam espalhados pelo travesseiro e justo quando estiquei a mão para tocá-los, ouvi a tradicional fungada que sempre dava antes de abrir os olhos. Dito e feito. Quando espreguiçou, deu um breve sorriso tímido e me desejou bom dia. Assim que se virou de costas, para olhar que horas eram, a puxei para mais perto e comecei a beijar seu ombro ao mesmo tempo em que acariciava sua cintura, cada vez mais abaixando o lençol e expondo seu quadril. E ela me observava fixamente enquanto a descobria. Me aproximei e, depois de ficar sobre a Iza, a beijei. De maneira profunda, sensual e até... Desesperada. Como sempre, minha mão foi parar sobre sua cintura e vez ou outra, a apertava, conforme seus ofegos aumentavam de intensidade. Não demorei muito a sentir seus dedos sobre minha nuca, indecisos entre arranhar, apertar ou acariciá-la e até mesmo puxar meus cabelos, sem a intenção de me machucar. Em poucos segundos, já não conseguia me conter e aproveitava cada oportunidade que tinha para morder e até mesmo sugar os seus lábios, tanto o de baixo quanto o de cima. Inclusive, quando a provocava, dando atenção ao superior, percebia que ofegava um pouco. Não demorou muito tempo para que me provocasse também, arranhando a minha nuca, mal encostando suas unhas. Não consegui me controlar e colei o meu quadril ainda mais ao dela. Quando separei nossas bocas, para beijar seu pescoço, a ouvi gemer baixo, como se estivesse protestando por ter feito aquilo e não pude evitar um sorriso. Assim que alcancei um ponto estratégico, próximo ao lóbulo da sua orelha, a senti estremecer e ri baixo, sem afastar minha boca dali e pude ver sua pele se arrepiando. Mas, bem na hora que ia começar a esquentar mesmo... O telefone tocou. A Iza foi rápida o bastante para pegar o aparelho antes que eu pensasse em qualquer coisa. Assim que viu quem estava me ligando, disse:

- Vou fazer um trato. Me obedece direitinho que depois... - Deu um meio sorriso. - Vai ter sua recompensa.

- O que você quer que eu faça?

- Me chama de gostosa. E todos os outros nomes do gênero que te passarem pela cabeça. Mas com aquela voz rouca que você sabe que massacra com meu juízo.

Estranhei e, rapidamente, inverteu as posições, me deixando por baixo. Em seguida, atendeu o telefone e fez sinal para que eu começasse a chamar do que havia me pedido, só que de um jeito meio tímido. Vendo que não era do jeito que queria, começou a me provocar, rebolando sobre meu colo (Detalhe que, talvez pelo fato óbvio de não estarmos usando roupa nenhuma, funcionou muito melhor que a encomenda). E aquilo foi me excitando de uma maneira...

- Desculpa, mas... Ele não pode falar agora. Aliás... - Gemeu de um jeito tão provocante que só deu tempo de ela rapidamente completar a frase (“... Ele vai estar ocupado o dia inteiro.”) e eu tomar o aparelho e desligar na cara da pessoa. Em seguida, tratei de beijar cada mínimo pedaço do seu tronco, caprichando quando chegava ao pescoço. Comecei a beijar seu colo, o seio esquerdo seguido do direito, deslizando a ponta da língua sobre cada mamilo, voltando a brincar com o bico, hora mordendo de leve, lambendo ou sugando e logo depois, fiz com que se deitasse debaixo de mim. Continuei a trilha, a partir da sua barriga até chegar no baixo ventre. Afastei suas coxas e a provoquei, mordendo de leve a parte interna, fazendo-a dar um gritinho agudo e dar uma espécie de pulinho por causa do susto. Ri da sua reação e continuei a provocá-la, me aproximando cada vez mais da sua virilha. A toquei e percebi o quanto estava excitada. Comecei a movimentar meus dedos ali em círculos e, depois de alguns segundos, percebi que seu peito subia e descia mais rapidamente e não demorou muito para que arqueasse as costas e a visse mordendo o lábio. passei a provocá-la, deslizando a ponta da língua sobre o seu sexo, sem cessar os estímulos dos meus dedos sobre seu clitóris. Aumentei a intensidade das provocações, até mesmo, a sugando até que começou a se contorcer um pouco e logo, seus músculos começaram a ser tomados por espasmos. Nesse meio tempo, a ouvia murmurando algumas coisas ininteligíveis. Estava tão atento que nem tinha parado para prestar atenção. Até que, do nada, percebi que estava gemendo o meu nome. Aumentei a velocidade e ela não aguentou por mais tempo, gozando pouco depois. Ainda nem tinha se recuperado quando fiquei por cima dela e a beijei de modo intenso e que nunca havia feito antes naquele tempo todo em que estávamos juntos. Entrelaçou os seus dedos no meu cabelo e, enquanto a beijava, dava um jeito de tocar todas as partes do seu corpo. Abandonei sua boca para dar atenção ao pescoço e, justo quando comecei a beijar aquele ponto crítico próximo à sua orelha, a ouvi gemendo de um jeito rouco e aquilo quase me enlouqueceu. Quase imediatamente, senti sua mão deslizando lentamente pelo meu peito e barriga, mal tocando minha pele. Apertou minha nuca quando voltei a beijar seu seio e, de repente, me impediu de continuar. Quando menos esperei, inverteu as posições, ficando por cima de mim e ao contrário do que eu esperava, não começou beijando minha boca, mas o meu pescoço; Mordeu e sugou minha pele, me causando as mais diversas sensações. Foi descendo os beijos e mordidas por todo o meu peito, não deixando um único milímetro passar ileso e, quando chegou à minha barriga, diminuiu o ritmo das provocações até alcançar o meu umbigo. Nesse instante, ergueu o rosto e, dando um sorriso torto... Avisou, arqueando a sobrancelha:

- Só continuo se me pedir...

Ela estava de sacanagem comigo, só podia!

Ainda me fixava com aquele olhar divertido e, só para piorar minha situação ainda mais, começou a deslizar a ponta da unha como sempre. A diferença é que, ao invés de parar onde estaria o elástico da boxer, continuou, percorrendo todo o comprimento do meu pênis. E depois fazia o caminho de volta.

- Luiza... - Tentei dizer, com a voz vergonhosamente falha.

- Pede, Bill. - Falou.

Engoli em seco e ela se endireitou, deixando a boca próxima ao meu ouvido e falando baixo e quase gemendo:

- Diz o que você quer que eu faça, Bill...

Deslizei a ponta da língua sobre o lábio inferior ao mesmo tempo em que ela mordia o lóbulo da minha orelha e o puxava um pouco com os dentes.

- Eu quero que... - Comecei a dizer, respirando fundo. Ela ia me odiar por fazer aquilo, mas não tinha outro jeito.

Quando estava de guarda baixa, a virei sobre o colchão, prendendo seus pulsos com as minhas mãos e, deixando meu rosto bem próximo do seu, respondi, acompanhando o movimento dos seus olhos com o meu:

- ... Me diga tudo que quer fazer comigo e o que quer que eu faça com você.

Me encarou por um instante e logo em seguida, respondeu, mal encostando seus lábios nos meus:

- Quero que você me beije. E depois... - Disse, deslizando o dedo próximo ao elástico da boxer. - Quero que me faça sua, mas... Não do jeito de sempre.

- E como? - Perguntei. A vi dando um sorriso lascivo.

- Por trás. - Respondeu, depois de um tempo, ameaçando tirar a minha única peça de roupa. A olhei, surpreso e como ela mesma dizia: “Quando você acha que já viu de tudo... Aí que se surpreende e percebe que não viu nada!” Passando a ponta da língua sobre o lábio inferior e me fixando, confessou: - Sempre tive essa... Fantasia. E quase perdia o controle quando você me abraçava por trás...

A olhei, realmente surpreso com as revelações.

- Mas... Quando você diz por trás não é...? - Comecei a perguntar e ela negou. Óbvio que não era o que eu tinha cogitado.

- E então? - Perguntou, me olhando. Sorrindo torto, respondi, sugando seu lábio superior, logo em seguida:

- Usa suas mãos.

Senti sua mão se fechando em torno do meu pênis e começou a me masturbar lentamente. Quando comecei a sentir aquela sensação boa e já conhecida, não consegui manter os olhos abertos por muito tempo. Aumentou a velocidade dos movimentos até que senti que não ia mais aguentar quando, de repente, deu um jeito de inverter as posições, me deixando por baixo. De repente, senti sua língua deslizando por toda a extensão do meu pênis e quando chegou à glande, o enfiou na boca e, enquanto o sugava de leve, tinha voltado a me masturbar. Com a mão livre, começou a brincar com os meus testículos, vez ou outra tocando certos pontos que ajudaram a fazer com que minha excitação aumentasse ainda mais a ponto de eu não demorar a atingir o clímax. Do jeito que fazia, parecia que cada sensação do seu toque era dez vezes mais intensa que de qualquer outra vez que havia transado, não só com a Iza, mas com as outras meninas antes dela. Não sabia explicar exatamente o que sentia. Só que era muito bom e sabia que isso tudo acontecia porque estávamos ainda mais envolvidos. Quando senti que não conseguiria me controlar por mais tempo, tentei fazer com que me soltasse, só que não aconteceu. Ficou ali e acabei gozando na boca dela, mesmo assim. Lambeu toda sua extensão, limpando cada gota de sêmen. Rapidamente, voltei a ficar por cima e a beijei lenta e intensamente ao mesmo tempo que a provocava, movendo lentamente os meus quadris contra os dela, porém, sem penetrá-la ainda. Só para judiar ainda mais da minha namorada, passei a glande sobre o seu sexo, vez ou outra, ameaçando penetrá-la. Percebi que não estava aguentando mais e pedi, assim que afastei a boca da sua e a aproximei do seu ouvido:

- Vira.

Engolindo em seco, concordou com a cabeça e saí de cima dela, observando-a ajoelhar sobre o colchão. Quando fiz o mesmo, apoiou as mãos também e logo em seguida, fiquei atrás dela, a penetrando quase imediatamente. A visão que eu tinha do corpo dela não podia ser melhor. Antes que pudesse me dar conta, me movia mais rápida e intensamente dentro dela, que tinha perdido o controle dos seus gemidos. Dava um jeito de tocar cada mínimo pedacinho do seu corpo, fosse acariciando ou apertando. Puxava seu quadril de encontro ao meu, aproveitando para apertar sua coxa. Senti que estava quase atingindo o clímax, depois de alguns minutos. De repente, ela ficou um pouco tensa e logo depois, relaxou. Pediu para deitar e se justificou:

- Meus joelhos estão doendo um pouco.

Parei de me mover enquanto ela se deitava, ainda de barriga para baixo e aproveitei para beijar seu ombro. Quando voltei a penetrá-la, percebi que empinou a bunda um pouco e não pude me controlar e acabei dando um tapa, não muito forte. De novo, a Iza deu uma exclamação de susto e tentei dar um sorriso, mas não consegui, por causa da excitação. Continuei a penetrá-la, cada vez mais rápido e menos cuidadoso, ouvindo-a gemer várias coisas. Desta vez, não foi só meu nome. Aproveitei a proximidade dos nossos corpos para sussurrar na sua orelha:

- Torte

Pude ver a pele do seu ombro se arrepiando e justo quando estava atingindo o clímax, cismei de morder o lóbulo da sua orelha e falar algumas outras coisas... Safadas. Agora para quê eu fiz aquilo... Não sei dizer. Foi só eu me aproximar do seu pescoço e respirar fundo para me inebriar com seu cheiro. Naquela manhã, parecia ainda mais intenso e irresistível que nunca. Depois que gozei, beijei sua nuca e saí de dentro dela, me largando ao seu lado. Peguei o aparelho e vi quem tinha ligado. Assim que vi o nome da Sofia gravado na tela, não contive o riso e pensei:

- Mulher é tudo igual mesmo...

Arqueou a sobrancelha e perguntou:

- Como assim?

Mostrei o telefone para ela, que disse:

- A gente devia ter filmado e mandado para ela sossegar o facho. Apesar do que... Era melhor se fosse ao vivo, com alguém ali que a impedisse de gravar o arquivo.

- Se... Eu te propusesse de, algum dia, a gente...

- Nem continua! - Praticamente gritou. - Sou liberal quanto à isso até certo ponto. E isso exclui filmagens. Mesmo que o arquivo seja excluído depois.

- Mas se é excluído...

- Sempre tem jeito de recuperar. Olha... Aceito até a fazer debaixo d’água, mesmo que doa para caramba e...

- Não dói.

- Seu nariz que não dói. Sua anatomia é diferente da minha. Água acaba com a lubrificação natural e arde. Tô até imaginando... - Resmungou, me fazendo rir. A puxei pela cintura e mordi sua bochecha, fazendo-a gemer. - Seu... Mordedor de bochechas alheias!

- Gostosa.

- Gostoso.

- Linda.

- Delicioso.

- Sou mesmo.

- Egocêntrico.

- E você também é, nem vem.

- Seu... Chato! Me deixou sem argumento!

A olhei surpreso.

- Jura?

Concordou, envergonhada e escondendo o rosto na base do meu pescoço. Levantei seu queixo, fazendo com que me olhasse e roubei outro beijo.

Depois de algum tempo, continuávamos abraçados quando me estiquei para trás e, depois de pegar uma caixinha de veludo preta, a abri e, colocando de frente para a Iza, perguntei:

- Quer ser minha para sempre?

Virou para me olhar, surpresa e perguntou:

- Está me... Pedindo em casamento?

- Ainda não, porque eu lembro muito bem do que me disse. É mais... Um compromisso.

Continuou me olhando e, pegou o anel de prata, com uma pedrinha de ametista solitária, e me entregou, pedindo:

- Põe no meu dedo, então.

Esticou a mão esquerda e fiz o que me pediu. Em seguida, beijei seu dedo e falei:

- Não importa o que aconteça... Pode saber que nunca mais vou sair do seu lado.

- Não fala assim. - Pediu, se virando de frente para mim, já que estávamos naquela posição de conchinha.

- Ok. Nós vamos nos casar daqui a uns... Três anos, no máximo, numa daquelas catedrais italianas, no susto, como você diz, vamos ter...

- Três filhos, duas meninas e um menino, conforme minha professora de inglês previu.

- Para começo de conversa. - Respondi, vendo-a arregalar os olhos. Ri da sua reação e falei: - Mas pode anotar que tudo isso que estou te falando vai acontecer.

Meio que descrente, concordou. Ela que me aguardasse...

Postado por: Grasiele

The Neighbour - Capítulo 19

 Luiza

- Para. - Pedi. E como era de se esperar... Não fui obedecida. Era engraçado como ele gostava de testar minha paciência, que já não era muita. - Para, já falei! Que coisa!

E adivinha o que aconteceu? O Bill continuou insistindo.

Em um movimento rápido, me levantei e o derrubei sobre a cama, prendendo seus pulsos na altura e cada um de um lado da sua cabeça. Sem falar que mantinha as suas pernas presas com os meus joelhos. E apertava, só para constar. Estava começando a me dar um pouco de dor, mas se era para ele sossegar o facho... Estava valendo do mesmo jeito.

- Já falei que é para parar. Se eu apelar, não quero ouvir reclamação depois, entendeu?

Arqueou a sobrancelha, meio rindo e suspirei.

- Você é inacreditável, sabia? - Perguntei, fazendo-o sorrir.

- Você consegue fazer com que eu me apaixone por você, fica me provocando de todas as maneiras possíveis e impossíveis desde que a gente se conheceu e depois eu que sou inacreditável!

- Não vai funcionar, Kaulitz. Não desta vez.

- O que te garante isso, hein, Belotti? - Perguntou, me chamando pelo sobrenome.

- Eu. - Falei, me inclinando sobre ele, mordendo o seu lábio inferior. Ignoremos totalmente os fatos:

1) Eu estava sentada sobre os quadris do Bill.

2) Eu estava sentada sobre os quadris do Bill e sentindo uma coisa crescente e dura me cutucando.

3) Eu estava sentada sobre os quadris do Bill e sentindo uma coisa crescente e dura me cutucando porque eu estava usando um short curto, justo e óbvio que aquilo mexeu com ele.

4) Eu estava sentada sobre os quadris do Bill e sentindo uma coisa crescente e dura me cutucando porque eu estava usando um short curto, justo e óbvio que aquilo mexeu com ele.

5) Eu estava sentada sobre os quadris do Bill e sentindo uma coisa crescente e dura me cutucando porque eu estava usando um short curto, justo e óbvio que aquilo mexeu com ele. E tudo aquilo começou por culpa dele, que ficou me aporrinhando enquanto eu estava fazendo uma tese para a faculdade.


- Vou te dizer isso uma única vez. Eu preciso muito fazer esse trabalho, que vale nota. Se você continuar me distraindo dessa maneira, juro que te boto para correr e me tranco aqui.
- Não faria isso. - Falou, com ar presunçoso. Bastava saber que ele fazia essa cara para entender quais eram suas intenções.

- Não duvida. E não testa minha impaciência! - Respondi, vendo-o dar um sorriso maroto. Me voltei para a tela do computador e continuei a escrever.

Antes que você se sinta confusa (Ou confuso, caso seja um menino lendo), vou explicar: Ele não tinha me pedido para escrever uma nota, admitindo que estávamos namorando? Pois então. Era isso o que eu tentava fazer. Mas como deu para notar... Não estava funcionando.
Estava concentrada no trabalho quando vi, pela visão periférica, o Bill entrando no banheiro e não fechou a porta. Sem desviar o olhar da tela do computador, pedi:

- Por mais que eu goste... Não quero saber do senhor de bunda de fora. Fecha a porta, por favor?

- Eu não. - Retrucou. - Vem fechar se quiser.

Respirei fundo, tentando manter a calma. Simplesmente ignorei e continuei a olhar para a tela do computador. Não demorou muito para que ele saísse do banheiro e se sentasse sobre minha cama, muito perto de mim. Quando estava quase terminando, senti as unhas dele deslizando lentamente pelas minhas costas. E o pior era que mal tocavam minha pele. Suspirei e, salvando tudo, me virei de frente para ele, em um movimento rápido até demais e o derrubei sobre o colchão. Enquanto o beijava, sem que percebesse, aproveitei que uma fita que a Vivi costumava brincar estava perto e fiz com que levantasse os braços, dando a entender que queria tirar a sua camiseta. Só que, obviamente, essas não eram minhas intenções. Amarrei seus pulsos próximos à cabeceira e quando ele ia reclamar, falei:

- Eu estou tentando fazer o que me pediu, já sabe o quanto me distraio fácil. E no lugar de ficar quieto ou realmente tentar me ajudar, só fica me provocando. Portanto, o senhor vai ficar aí, preso e se começar a falar na minha orelha mais que cem pobres debaixo do temporal... Juro que te amordaço!

- Vai nada! - Me provocou. Perdendo a paciência, levantei da cama e usei uma camiseta minha mesmo para mantê-lo de boca fechada. Por incrível que pareça, consegui terminar de digitar tudo, mandá-la para o Jost e ainda de quebra, checar meus e-mails. Quando me virei para olhar o Bill, ele tinha pegado no sono e de maneira delicada, tirei a “mordaça” e soltei suas mãos. Só que, do mesmo jeito que ele tinha caído... Também banquei a pata. Segurou meus pulsos acima da minha cabeça e me fixando, ao mesmo tempo em que sentia sua mão deslizando sobre minha barriga e sob a blusa, me dizia, com a boca próxima ao lóbulo da minha orelha:

- Você é uma menina muito má.

- Eu? - Perguntei, fazendo a voz quase em falsete, como sempre acontecia quando achava que estava sendo injustiçada e queria brincar.

- É. E não adianta fazer essa vozinha aí que não vai me amolecer.

De repente, me passou uma coisa absurda pela cabeça e comecei a rir, deixando o coitado do Bill com cara de tacho.

- O que foi? - Perguntou.
Ligando o foda-se e sendo feliz, falei, arqueando a sobrancelha:

- Quer ver que essa chapinha aqui - Rebolei debaixo dele, de brincadeira. - vai derreter o manteigão que está em cima dela? Acho que aí sim quase tudo vai amolecer.

Me olhou por alguns segundos antes de rir.

- Você é impossível! - Disse, roubando uns selinhos rápidos.

- Ih, xuxu... Se eu fosse, ainda estaria do outro lado do oceano, enchendo o saco de todo mundo que me conhece, falando o tempo inteiro de você.

- Ah é?

Percebi o que tinha dito.

- Mer... - Comecei a falar, mas me interrompi. Evitava falar palavrão na frente, não só dele, mas dos outros também.

- Fala.

- Não.

- Fala, Luiza.

- Não. E pode tirar o cavalinho da chuva que desta vez você não vai ser persuasivo o bastante para me convencer a falar um palavrão.

Fez uma cara de sapeca e arqueou a sobrancelha, dando um meio sorriso. Inverteu as posições, me deixando por baixo e começou a fazer cócegas em mim. Em questão de poucos segundos, já estava arfando, com a barriga doendo, dando aqueles gritinhos mais histéricos e a peste se divertindo às minhas custas. Foi quando uma alma abençoada e iluminada conhecida como Tom, me ligou. Aproveitei que o Bill tinha se distraído e consegui jogá-lo do meu lado e escapar com uma rapidez surpreendente, indo pegar o aparelho logo em seguida. Falei, respirando forte:

- Diga, peixão da minha vida.

- Está tudo bem? – Perguntou, meio rindo.

- Comigo sim. Já com seu irmão...

- O que houve?
- Sumariamente receberá o troco por quase ter me matado. - Respondi, o olhando. Fazia aquela cara de cinismo... Coitado, mal sabia o quão maligna minha vingança seria... - Mas fala. O que meu salvador quer de mim?

Riu e respondeu:

- Imagino que já saiba que a Emily chegou em Hamburgo ontem à noite.
- Sim... Prossiga, por obséquio.

- Queria sua ajuda para escolher uma roupa. E comprar alguma coisa para ela.
- O que você estava fazendo antes de me ligar?

- Estava de bobeira aqui em casa.
- Me arrumo e, quando estiver saindo, te ligo e passo aí para te buscar. Daí, a gente vai ao shopping, combinado?

Ouvi uma resposta positiva e, logo, nos despedimos. Assim que pus o celular sobre a escrivaninha atrás de mim, avisei ao Bill:

- E você, moço... Vai ter o que merece quando eu voltar.

- Ai que medo! - Me desafiou. Fui até o banheiro e me arrumei. Em seguida, fui até o quarto e escolhi uma camiseta simples, cinza e com estampa de gatos, como se fosse uma foto de anuário, tipo aqueles americanos, além de calça jeans e tênis. Peguei um casaco pesado, já que ainda estava frio, e não resistindo, prendi o cabelo num coque. Rapidamente, arrumei minha bolsa e, sendo acompanhada de perto pelo Bill, saí do apartamento e avisei:

- A propósito... Vou fazer uma chave daqui de casa para você.

- É bom mesmo. Vai que você passa mal e não tem como te socorrer?

Arqueei a sobrancelha e, depois de suspirar impaciente, roubei um selinho.

Cerca de uma hora depois, já estava perdendo a paciência com um paparazzo sem-vergonha que estava andando atrás de nós, tirando foto discretamente. O Tom perguntou, quando entramos em uma loja de perfumes:

- Se quiser, peço para darem um jeito nele.

- Ah, não. Por enquanto deixa ele quieto. Se ficar inconveniente demais, eu falo com ele. Se não funcionar, aí sim, pode falar com o Klaus para dar um jeitinho de o manter longe de nós. - Avisei. Nesse instante, ouvimos uma voz enjoada que esperava não ter de ouvir mais:

- Oi, eu estou procurando aquele perfume do Givenchy, Ange ou Demón...

Arqueei a sobrancelha e o Tom, disfarçou uma risada. A vendedora passou por nós e, nesse instante, trombaram em mim tão forte que, não fosse o Tom me segurando, teria caído. Me virei e já ia tomar satisfação quando ele segurou meu braço, me impedindo de avançar no pescoço daquela loira aguada. Estava com mais raiva dela, uma vez que ligava quase diariamente para o Bill e sempre ficava quase uma hora inteira no telefone com ele, que sempre a dispensava. E nem assim, a piriguete sossegava.

Não aguentando mais ficar ali, agradeci a vendedora que nos atendia e saí puxando o Tom para longe dali. Quando fomos até a praça de alimentação, fomos até o McDonald’s e saímos de lá com uma daquelas casquinhas mais simples nas mãos. Quase esmigalhava a minha de tanta raiva que estava daquela garota.

- Vamos em outro lugar? - Perguntou, vendo o quanto eu estava desconfortável. Concordei e, enquanto andávamos por uma rua comercial perto da minha casa, comentou:

- O Bill contou como vocês vão fazer com relação ao namoro.

- Não tem como ficar escondendo. Falei com ele que vocês dois, por mais discretos que sejam, ainda sim, têm mais visibilidade que o Georg e o Gustav. Acho que isso acabou o convencendo que era o melhor a ser feito.

Concordou e perguntou:

- Está com tanto medo assim?

- Um pouco. - Respondi, rindo sem graça. - Quer dizer, eu sei o quanto as meninas podem ser possessivas...

Riu comigo e, por fim, conseguimos achar o presente perfeito para a Em. Estávamos numa loja de roupas, procurando alguma coisa que ele pudesse usar e conversávamos o tempo inteiro. Como não podia deixar de ser, percebi que ele piscou para a vendedora quando ela foi levar umas peças que eu havia sugerido. Balancei a cabeça em negação, rindo. Realmente, pau que nascia torto, jamais se endireitava.

Quando chegamos em casa, me joguei sobre o sofá, mas quase imediatamente, me levantei. O Tom perguntou:

- O que foi?

- Já venho. - Respondi, pegando a chave e saindo de casa, cruzando o corredor. Bati a campainha e nem atendeu. Estranhei e, quando vi que, mesmo depois da segunda tentativa o Bill não estava respondendo, voltei para a casa e liguei para ele. Depois de inúmeros toques, já estava quase desligando quando finalmente me atendeu.

- Onde você está, criatura divina? - Perguntei, fazendo tanto ele quanto o Tom rirem.

- Precisei sair rapidinho. Já está em casa?

- Já. E estou com a sua chave.

- OK. Acho que... Em uma hora e meia, duas eu chego. E bato aí.
Concordei e, assim que desliguei, voltei para perto da minha bolsa e, rapidamente, fui até o banheiro. Deixei uma gota de esmalte rosa-choque cair num ponto específico e a deixei secando perto da janela. Fui até a sala e fiz o mesmo com a outra. Quando a primeira estava totalmente seca, fui até a cozinha, onde o Tom estava tomando uma xícara de cappuccino que eu havia feito e comendo alguns biscoitos, também feitos por mim e, estendendo a chave para ele, falei:

- Essa chave é daqui e pode ser usada quando você quiser.

- Quer dizer que... - Começou a dizer, com a boca cheia. Dei aquela olhada feia e terminou de mastigar e engolir o biscoito. - Como eu dizia, quer dizer que você está me dando um voto de confiança?

- Claro. Somos amigos e como tanto você quanto o Bill sempre ficam me atazanando, com medo de que aconteça alguma coisa e não consigam entrar aqui, decidi fazer uma cópia das chaves para cada um.

- Ainda bem. - Respondeu. - E obrigada.

Dei uma piscada, como se dissesse “de nada” e terminou de comer.

Uns dias depois, em pleno domingo, a situação não podia ser melhor, ironicamente falando: Estava de minissaia, em cima de uma escada, pegando algumas coisas que tinha guardado no maleiro. E a melhor parte? O Bill tinha chegado justamente nessa hora, em que estava na ponta dos pés (É... Por mais que tenham meninas mais baixas que eu, ainda sim, seria melhor se tivesse alguns centímetros - no máximo 10 - a mais de altura) e pegando uma caixa. Quando o vi ali, tomei um susto daqueles e quase caí, não fosse o reflexo dele de me segurar a tempo e depois pegar a caixa das minhas mãos.

- Apesar de ter gostado da visão... Não devia ter subido na escada. Viu que quase caiu?

Dei aquela olhada impaciente para ele, que começou a xeretar o que tinha ali dentro. Me distraí por um segundo e, de repente, o ouvi dizendo:

- Não sabia que você escrevia...

Me virei para olhá-lo e vi que segurava um caderno onde costumava escrever minhas fanfictions. Com ele.

- Desde os onze anos. - Respondi.

- A sua letra...

Me sentei do seu lado.

- O que tem?

- É... Bem sua cara.

- Como assim?

- Olha só: Toda caprichada...

Arqueei a sobrancelha e falei:

- E fresca, pode falar.

Deu um sorriso fraco e, mexendo no meu cabelo, colocando uma mecha fina atrás da minha orelha.

- Não. Para falar a verdade, eu achei bem... Bonita. - Disse, me fazendo sorrir. - Pelo menos é melhor que a minha.

Mexi em algumas coisas e quando achei uma folha, não contive um sorriso. Me perguntou:

- O que foi?

Mostrei para ele, que riu do desenho que tinha feito deles.

- O que é isso? - Perguntou, virando a folha.

- Era uma carta para uma amiga. Só que a gente parou de se falar, do nada.

Arqueou uma das sobrancelhas, indicando que havia entendido e continuamos a mexer naquela caixa, cada vez mais encontrando várias coisas que eu nem lembrava de ter.

No entanto, acabou achando uma daquelas cápsulas de Kinder Ovo transparentes e cheia de papéis de seda vermelhos e pretos e ele perguntou:

- O que é isso?

Dei um sorriso, toda boba, só de me lembrar.

- Uma parte das lembranças do melhor show da minha vida. A pressa que eu fiquei para não deixar nenhum escapar... Até peguei os que caíram dentro da minha blusa, tamanho era o meu desespero.

Sorriu e perguntou, curioso:

- E de quem era o show?

- Ah... Uma banda aí da Alemanha... Tem quatro caras e o vocalista é muito gostoso... - Falei, fazendo uma cara que conseguiu algumas risadas dele.

- Tô com ciúme agora... Quem é esse sujeito que está fazendo minha namorada babar desse jeito, hein?

- Nossa... Um cara com uma bunda... - Respondi, apertando os olhos e dando um sorriso torto. - Ai...- Fingi me arrepiar e até tremi. - Vontade de apertá-la.

- Cara de sorte...

Sorri e ele entrou no meu jogo:

- Aposto que ele nem tem tanta sorte assim... Quer dizer, o cara não pode fazer certas coisas.

- Como por exemplo...?

Dando aquele sorriso idêntico ao do Tom, se inclinou na minha direção e roubou AQUELE beijo. Se estivesse de pé, com certeza ia sentir minhas pernas vacilando e até tremendo. Quando percebi que estava quase completamente deitada, levantou meu corpo facilmente e o puxou para cima. Nessa hora, me lembrei de um filme que tinha visto com o Ashton Kutcher e a Natalie Portman, “Sexo sem compromisso”. Já estávamos a meio caminho de arrancar o resto das roupas (A camiseta dele já tinha sido impiedosamente arremessada por mim - E caiu em cima da Vivi, que passava ali na mesma hora) quando ouvi Lose yourself do Eminem. Era o toque que tinha escolhido para quando o Tom me ligasse. E, vendo que não desistiria tão cedo, bufei, impaciente e, quando atendi, me disse:

- Eu acho que é melhor você se preparar...
Tive um pressentimento ruim e perguntei:

- Por quê?

- Liebe, fica calma. – Pediu. Suspirei impaciente; Parecia que toda santa vez que me pediam para ficar calma, sabiam que eu não ia conseguir sossegar o facho.

- Se você não me falar logo, aí que não fico calma. Anda, Tom, desembucha!

- A Sofia disse que ela e o Bill voltaram.
- Quê? Tom, essa garota cheira erva de gato! Olha para nós duas! Ela é loira, magrela e... Você sabe o resto. - Falei, ignorando o Bill, que me olhava curioso.

- Aí que está. Ela está com o mesmo corte de cabelo como o seu, engordou e tá realmente parecida com você, o que faz parecer que é ela quem namora o Bill.
Respirei fundo e, quando desliguei o telefone, o Bill me olhava inquisidor. Respondi:

- Eu achando que ia ter problemas com as suas fãs... Doce ilusão.

- Por quê? O que houve?

- A Sofia cortou o cabelo igual ao meu, engordou e disse que ela é sua namorada, não eu! Aquela... Filha da puta conseguiu aquilo que eu estava evitando tanto até estar pronta. Agora, graças àquela... Vagabunda de merda - Seus olhos se arregalaram ao me ouvir dizer três palavrões na mesma frase. - eu vou ter de assumir publicamente que estou namorando com você. Ai que ódio!

- Calma. E... Estou pensando aqui. A gente pode tirar proveito disso.

Olhei para ele, não acreditando no que estava ouvindo.

- Você tá brincando comigo, não é?

- Não, eu não estou. Posso propor um trato à Sofia, que ela finja que é você. E, portanto, não precisa revelar a verdade até que esteja pronta.

- Ah é? E quando descobrirem toda essa armação? E quando eu resolver contar a verdade? Vai dispensar a Sofia de novo?

Se levantou da minha cama e disse:

- É melhor a gente conversar numa hora que você não estiver tão nervosa.

- Kaulitz, volta aqui! - Praticamente gritei, mas ele já tinha ido. Era só o que me faltava!

Postado por: Grasiele

The Neighbour - Capítulo 18

 Bill

A única luz que entrava ali era a do luar. Estava numa suíte de um hotel e a Iza estava deitada sobre meu peito, me observando mexer com seus dedos, observando cada detalhe, desde o formato de cada dedo e cada unha, o toque de cada um... Não conseguia resistir e vez ou outra, acabava entrelaçando nossas mãos ou a beijando. Me olhava, sem dizer nada. Mesmo porque naquela hora, não era necessário.

- Ich liebe dich, Iza.

Tombou a cabeça um pouco para trás, para me olhar fixamente. Durante longos instantes. Acariciava levemente minha nuca, quase acabando com todo meu juízo, só com aqueles simples gestos. Deslizou os lábios sobre os meus, mal os tocando e, quando já não estava mais aguentando aquela provocação toda, senti que mordeu meu lábio inferior delicadamente e o puxando sem fazer muita força. Nesse instante, as pontas das suas unhas arranharam minha nuca e, não conseguindo mais esperar, fechei os olhos e acabei com a distância. De repente, deslizou a ponta da língua sobre meu lábio superior, por acidente, e deixei um gemido rouco escapar. E isso serviu para que ela repetisse a provocação. Naquelas alturas, não estava mais suportando aquela espera toda.

Logo, nossas línguas se encontraram e começamos a nos beijar de uma maneira diferente. Parecíamos querer fazer com que aquele momento durasse para sempre e aproveitávamos cada segundo. Antes que tivesse consciência, me deitei sobre ela e só para não perder o costume, apertava sua cintura. Tinha uma curva tão perfeita que era impossível manter minhas mãos longe dali. Não demoramos muito tempo para que ficássemos ofegantes, minha mão tinha ido diretamente para sua coxa e a apertava muito de leve. Passei a beijar seu pescoço ao mesmo tempo em que sentia suas unhas arranhando minhas costas e a outra mão puxava meus cabelos de leve. Antes que pudesse pensar em me controlar, beijava a linha do seu maxilar, indo até seu pescoço, colo, a curva dos seus seios e qualquer parte deles que não estivesse escondida pela blusa. Como sempre, minha mão estava sobre sua cintura e vez ou outra, a apertava, conforme seus ofegos aumentavam de intensidade. Não demorei muito a sentir seus dedos deslizando para debaixo da minha camiseta, arranhando de leve a minhas costas. De repente, percebi que tinha apoiado uma das suas pernas sobre a cama. Aproveitei a oportunidade para colocá-la ao redor da minha cintura e afastar a outra, ficando entre elas e encaixando nossos corpos ainda mais. Antes que pudesse perceber e guiado por puro instinto, movimentei meus quadris contra os seus e, mais do que nunca, desejei que não houvesse nenhuma roupa nos atrapalhando. Ainda mais que minha calça estava ficando realmente incômoda por estar apertada. Deixei minha mão descer um pouco da sua cintura até alcançar sua bunda, não resistindo e a apertando com vontade, ouvindo-a sufocar um gemido. Comecei a deslizar a sua blusa para cima, revelando sua barriga e um piercing no umbigo. Puxei sua cintura para mais perto e a apertei mais uma vez. Adorava fazer isso simplesmente porque era uma das melhores coisas. Além da curva, a pele ainda era macia. Ao mesmo tempo em que abriu sua boca um pouco mais, me dando a oportunidade de intensificar o beijo, deixei minha mão descer um pouco da sua cintura até alcançar sua bunda, não resistindo e a apertando com vontade.

Em poucos segundos, já não conseguia me conter e aproveitava cada oportunidade que tinha para morder e até mesmo sugar os seus lábios, tanto o de baixo quanto o de cima. Inclusive, quando a provocava, dando atenção ao superior, percebia que ofegava um pouco. Depois que abandonei a sua boca para beijar o seu pescoço, muito perto da sua orelha, ouvindo-a gemer baixo. Não consegui me controlar e colei o meu quadril ainda mais ao dela e falei, o movimentando de leve, a provocando:

- Acha que sou só eu que estou fazendo um estrago daqueles?

Pelo canto do olho, vi seus lábios se curvando para cima e, logo em seguida, formaram um sorriso. Mordi o lóbulo da sua orelha, a sentindo estremecer e percebi que seus dedos estavam dentro da minha camiseta e arranhavam a minha barriga de leve, logo abaixo do meu umbigo e conseguindo me deixar ainda mais excitado. Era incrível que aquela provocação era infalível. E por mais que ela fosse previsível ao deixar sua unha deslizar em linha reta, ainda sim, não conseguia me comportar depois disso.
Não demorou muito tempo para que sentisse que ela tirava minha camiseta. E aproveitei que tinha afastado minha boca do seu pescoço para tirar a sua blusa também. A observei por alguns instantes. Assim que foi atirada num canto qualquer do quarto, voltei a ficar sobre ela e beijava cada mínimo pedaço do seu colo descoberto, começando da base do pescoço, passando pelos ombros e descendo cada vez mais. Gemeu meu nome assim que me sentiu mordendo o bico do seu seio de leve e, quando menos esperei, meu cinto foi aberto, seguido da calça, que teve o mesmo destino que as outras peças. Afastei-me cada vez mais do seu colo e me aproximando da sua barriga, percebeu quais eram as minhas intenções. Talvez por isso, arqueou o corpo na minha direção. Continuei com a trilha, me aproximando do seu umbigo, vendo sua barriga se contrair. Tirei seus shorts, deixando-a só com a calcinha. Toquei seu sexo, mesmo sobre o tecido fino da sua última peça de roupa e ela correspondeu, movendo os quadris exatamente como eu queria. Assim que me endireitei, ficando com o rosto a poucos milímetros do dela, nem notei quando aproximou a boca do meu ouvido.

- Sabe o que eu mais quero agora? - Perguntou, com a voz quase num sussurro e logo depois, mordendo o lóbulo da minha orelha. Ah, se ela soubesse o estrago que estava fazendo... Espera aí. Ela sabia!

- O que? - Perguntei, gemendo.

- Quero que me faça perder a pose de boa moça... Eu sei que você é capaz.

Sabe o que acontece quando faíscas encontram pólvora? Pois é. Uma explosão daquelas.

- E... Quero fazer algumas coisas com você também. - Respondeu, me fazendo olhá-la curioso. Mordeu o lábio inferior, dando um meio sorriso e, só para piorar minha situação ainda mais, ergueu o rosto e, praticamente sussurrou, com a boca colada ao meu ouvido: - Do mesmo jeito que você me enlouqueceu com a sua língua da outra vez... Quero te mostrar do que sou capaz...

- E do que... Você é capaz? - Perguntei, com a voz já falhando.

- Pode saber que é muito além de simplesmente deslizar minha unha em linha reta a partir do seu umbigo e parar só quando chega na fivela do cinto ou no elástico da sua boxer. Digamos apenas que o mais... Light que posso fazer é continuar.

Nem bem disse isso e senti seus dedos deslizando para baixo da peça que acabara de citar. Quando os senti se fechando em torno do meu pênis, quase perdi meu controle ainda mais. Ofeguei e percebi que ela se arrepiou ao sentir minha respiração pesada batendo contra sua pele. Começou a mover a mão lentamente, me masturbando. Conforme ia aumentando a velocidade, percebia que o prazer que estava sentindo só aumentava. Começava a perder meu autocontrole quando, de repente, deu um jeito de inverter as posições, ficando sentada sobre meu quadril. Rapidamente tirou minha boxer e, antes que conseguisse pensar em mais alguma coisa, se levantou indo até a poltrona onde estava sua bolsa e vi que pegou duas coisas que não consegui ver direito o que era. Quer dizer, só percebi que pôs uma delas na boca e, quando veio na direção da porta, mastigava. Perguntei:

- O que você está comendo?

Deu um sorriso sem mostrar os dentes e, depois de largar um pacote de camisinha sobre o criado mudo, se sentou em cima de mim, só que mais perto dos meus joelhos. Em seguida, deu uma piscada para mim e pediu:

- Respira fundo e se prepara.

Já ia perguntar o que queria dizer com aquilo quando pôs o meu pênis na sua boca. E por muito pouco não gritei; Descobri que tinha posto uma daquelas balas de menta que eram tão refrescantes que até ardiam a garganta. E como todo meu corpo estava quente por causa das provocações, ter o choque térmico por causa daquela bala com sensação gelada foi... Inesperado. Sentia sua língua deslizando por toda a extensão do meu sexo ao mesmo tempo que, com uma das mãos, brincava de arranhar de leve um ponto bem específico dos meus testículos. Com a outra, mantinha o ritmo acelerado da masturbação. E sempre que chegava perto da glande, a sugava com intensidade necessária para quase acabar com meu juízo. Aos poucos, foi aumentando a velocidade com que me masturbava e, quando percebi que não ia mais aguentar, a chamei. Me olhou e foi a deixa para puxá-la e fazer com que se deitasse sobre o colchão e eu ficasse por cima dela. Rapidamente, tirei sua calcinha e, depois de pegar a embalagem da camisinha, rasga-la com os dentes e coloca-la, a penetrei em meio à um beijo intenso. Segurava seus quadris com firmeza e, passados alguns minutos, minhas investidas eram rápidas e ritmadas e ela correspondia, rebolando. De repente, senti que tinha alguma coisa arranhando minha virilha de leve e, quando percebi que ela arqueava as costas e tinha interrompido o beijo, aproveitei para tentar ver o que era. A olhei, curioso e, segurando seu pulso, a impedi de continuar; Quase imediatamente, me pus a fazer o mesmo que ela: Mover o indicador em círculos sobre seu clitóris.

Alguns minutos haviam se passado quando senti que ela havia chegado ao máximo e, depois de algumas investidas, também atingi o clímax. Antes de me largar sobre o colchão ao seu lado, me forcei a levantar e ir ao banheiro, dar um jeito na camisinha. Assim que voltei ao quarto, olhei para a cama, onde ela estava deitada de lado e virada de costas para mim. Dei a volta na cama e me deitei virado de frente para a Iza, que estava um pouco sonolenta e lânguida. Acariciei sua cintura descoberta e deu um sorriso fraco. Perguntei:

- Já te disse o quanto eu te amo e não posso mais viver sem você?

Seu sorriso alargou-se um pouco e esticou a mão até alcançar meu rosto, o acariciando logo depois.

- Ich auch.

Acabei dormindo abraçado de conchinha com ela.

Na manhã seguinte, acordei e senti que o outro lado do colchão estava vazio. Estiquei a mão, tateando em busca da Iza e não a encontrei. Abri os olhos e não havia nem sinal dela. A chamei e não houve resposta. Decidi levantar e tomar um banho, antes de qualquer coisa. Só quando abri a porta do banheiro é que percebi onde ela estava.

- Ai que susto! - Disse, batendo no meu ombro, assim que entrei debaixo do chuveiro também e a abracei pela cintura.

- Não me ouviu te chamando?

- Você sabe que quando eu estou tomando banho é a hora em que fico mais tempo viajando nos meus pensamentos...

Sorri e beijei seu pescoço. Tomamos banho juntos e, depois disso, saímos dali, nos vestindo logo em seguida. Depois de fazer o check-out do hotel, fomos até a famosa Savassi e de lá, até uma confeitaria* perto de um shopping que a Iza dizia que, por mais que odiasse, sempre ia, por ser perto de casa. Tomamos o café da manhã lá e, depois disso, demos uma volta a pé por algumas ruas ali perto. Atraíamos a atenção de algumas pessoas, mas ninguém chegava perto. Ficavam mais me olhando porque, como a Iza havia me avisado, eu era mais alto que a média dos mineiros, que tinham, no máximo, a mesma altura que o Tom. Quer dizer, mesmo que tivessem três centímetros de diferença, ainda assim, parecia que eu era ainda maior porque era magro.

Assim que nos sentamos em um banco perto de um McDonald’s, quase em frente a uma loja de brinquedos e uma livraria, pelo que a Iza me disse, fiquei observando as pessoas passarem por nós.

- Não entendo por que você não gosta daqui. Magdeburgo é bem pior.

- A cidade fica intragável por causa das pessoas. Sempre achei uma boa parte do pessoal daqui um pouco grosso demais. Esbarram em você e nem se dão ao trabalho de pedir desculpas. Claro que toda regra tem lá as suas exceções.

- Depois eu que sou pessimista.

Riu e, como estávamos em uma posição que me favorecia, a abracei pela cintura e beijei seu ombro.

Uma vez que o Natal e a virada do ano tinham passado, voltamos a Hamburgo. E nem bem pisamos no saguão do aeroporto e aquele monte de repórteres e fotógrafos vieram para cima de nós, nos bombardeando com perguntas e quase nos cegando com os flashes. Assim que chegamos em casa, fiz aquela cara de cachorro que caiu do caminhão de mudanças, como a Iza diria e acabei convencendo-a a ficar ali comigo.

Entretanto, cerca de quinze dias depois, percebi que a quantidade de repórteres na porta do nosso prédio só ia aumentando cada vez mais. Por isso mesmo que nunca deixava a Iza sair sozinha. A essas alturas, já especulavam a respeito do nosso namoro e não podíamos nem ir ao estúdio em paz, já que sempre nos cercavam.

Quando a situação começou a ficar insustentável, o Jost apareceu lá em casa bem na hora que estávamos no meio de um amasso daqueles. Por causa da minha situação, a Iza teve que abrir a porta e pude ver que tentava se controlar para não rir da almofada do meu colo. Resmunguei:

- Isso é culpa sua.

- Minha?

- É sim. Ficou me provocando aí...

Destrancou a porta e o David estava com o braço encostado no batente. Cumprimentou a Luiza e perguntou, me olhando:

- Estou... Atrapalhando alguma coisa?

- Não. - Respondi, sarcástico. É, nisso que dava ficar tanto tempo perto da Iza. E falando nela... Se olhar feio matasse... Já não estava mais vivo.

- Pode falar, David. Eu sei que se você está aqui é porque tem motivo.

- É. Realmente tem motivo para eu ter vindo aqui.

Jogou um jornal sobre a mesa de centro e vimos uma foto nossa naquela praça da Savassi, abraçados. E em letras garrafais, dizia: “Apresentamos a Sra. Kaulitz!”. A Luiza olhava chocada para a manchete e o Jost perguntou:

- E agora? O que a gente vai fazer?

- Eu acho que a gente podia... - Comecei a dizer, porém, a Luiza me interrompeu:

- Não tem mais jeito. A gente vai ter de contar a verdade.

- Quê? Liebe, você sabe que...

- Você pode fazer que nem o Georg? Não. Não pode. Por mais que vocês dois façam parte da mesma banda... Lembre-se que ele é o baixista e você o vocalista. O frontman. - Disse.

- Ela tem razão. - O Jost disse, depois de algum tempo. Praticamente tudo que ela dizia tinha isso como consequência: Falava as coisas mais simples, de maneira bem complexa e, só depois de um século e meio é que finalmente conseguíamos assimilar.

- Sim, mas... - Tentei argumentar, o que era impossível, considerando quem era a minha namorada.

- O que está te preocupando? - O Jost perguntou para ela.

- Tudo. - Respondeu. - A reação das fãs assim que ele contar tudo. A reação da imprensa. As alfinetadas de pessoas como... - Parou para pensar e responder. - Ah, aquelas cobrinhas venenosas que sempre ficaram falando mil e uma coisas do Bill e falar umas mer... - Se interrompeu assim que viu meu olhar. - Uns absurdos, tipo que o namoro é de fachada.

- Quanto à isso, é melhor não dar atenção, por mais que incomode. - O Jost a aconselhou.

- Eu sei. Mas... - Mordeu o lábio e, por fim, concordou.

- Então, quando quiser, convoco a imprensa e você abre o jogo, pode ser? - O David me perguntou. Olhei para a Iza e falei:

- Não. Prefiro, por agora, emitir só um comunicado e, assumir tudo na primeira entrevista que dermos.

O Jost concordou e avisei, olhando para a minha namorada:

- E quero que você escreva tudo.

Me olhou surpresa, mas concordou.

Depois que o Jost foi embora, percebi que ela ficou meio quieta. Perguntei, prestando atenção em cada mínimo gesto seu:

- O que foi? Não quer mais continuar comigo?

- Ai, Bill, era só o que me faltava! Você achar que eu vou dar para trás só porque descobriram que a gente está junto! Até parece que ainda não me conhece, depois desse tempo todo. E outra: Eu sei muito bem de tudo que vai rolar por eu ser sua namorada. Por mais que seja assustador, não vou te deixar por isso. Aliás... Não pretendo te deixar tão cedo. Vai ter de aturar essa aquariana chata aqui por bastante tempo ainda.

Ri e a abracei pela cintura. De certo modo, sabia que era verdade. Mesmo que as coisas não dessem certo entre nós, ainda sim, podia contar com ela para o que fosse.

Postado por: Grasiele

The Neighbour - Capítulo 17

 Luiza
Por mais que a imagem congelasse a cada cinco segundos, o som atrasasse uns poucos instantes, ainda sim, não conseguia evitar de achar a imagem fofa do Tom, lá na Alemanha, todo babão por causa da Em. Perguntei:

- E aí? Como está sendo ficar longe da Em?

Passou a mão na cabeça, nervoso e, por fim, respondeu, dando um sorriso fofo:

- Tô quase indo aí para BH e daí para Salinas.
Ri e me pediu, naquele tom de voz fofo e pidão:

- Ô liebe... Não tem como trazê-la na bagagem, como presente de Natal atrasado?
Mordi o lábio e falei:

- Eu não sei se tem como. Posso tentar, claro. Mas não prometo nada.

- Não tem o endereço dela em Salinas, não?
Ri e falei, morrendo de vontade de apertar as bochechas dele:

- Quem diria que o grande Tom Kaulitz, o womanizer– Brinquei, fazendo uma alusão à música da Britney e lembrando da história da ex dele que teve que se vestir de colegial por exigência do próprio. - estaria todo babão assim por causa de uma garota que nasceu do outro lado do oceano...

- O mesmo se aplica ao Bill, não se esqueça.
Foi minha vez de rir, toda boba.

- E então? Como estão as coisas aí no Brasil?

-
Quentes. - Ignorei a cara que ele fez e continuei contando: - Estamos em pleno verão e está um calor desgramado. Pelo menos, não estamos no Rio, que é bem pior. Sem falar que lá é infestado de pernilongos. E imagina o quanto seria romântico quando voltarmos para aí, cobertos de placas pelos nossos corpos?

Preciso dizer que estava rindo?

- Ainda duvida quando digo que vocês se merecem? Sério, nunca vi duas pessoas tão iguais! E olha que eu sou o irmão gêmeo dele!
Ri e, obviamente, atraí a atenção do Bill, que entrou no meu antigo quarto e se sentou do meu lado. Assim que viu com quem estava falando, perguntou, em alemão:

- E aí? Como estão as coisas aí em Hamburgo?

- Pelo visto, mais tediosas que aí em BH.– Respondeu, rindo. - Ainda mais que vocês não estão sozinhos, como eu.
- Que foi? - O Bill me perguntou.

- Pode falar. - O Tom disse. Expliquei brevemente para o Bill o que tinha acontecido e ele disse ao irmão:

- Olha, a gente pode até tentar convencê-la a ir para aí. Mas não tem garantia que ela vá aceitar.

- Eu falei com ele. - Avisei. A carinha do Tom estava dando uma dó... - Ai, Tom! Para de fazer essa cara de cachorro que caiu do caminhão de mudança! Senão te dou um catiripapo assim que eu por meu pé de volta em Hamburgo!

Logo, sorriu e, pelo canto de olho, vi que o Bill fazia o mesmo.

- Liebe, posso te pedir uma coisa?
- Tom... - O Bill disse, naquele tom de voz de aviso.

- Deixa, Bill. - Falei. - Pode falar, Tom.

- Traz aquele doce que você falou outro dia? O de leite.
- Deixa comigo. - Respondi. - Só que eu vou deixar parar comprar, no máximo, um dia antes de a gente voltar, para não estragar. E vou comprar pouco, porque é enjoativo, já estou te avisando.

Concordou. Conversamos por mais um tempo até que ele precisou ir e, logo, o Bill perguntou, enquanto esperava meu computador desligar:

- Vamos fazer alguma coisa daqui a pouco?

Tive uma ideia e, dando um sorriso meio malicioso, falei:

- Vai se arrumar. Vou te levar em um dos meus lugares preferidos daqui de BH.

Assentiu, curioso. Em seguida, se levantou, foi até o banheiro e, enquanto ele tomava banho, escolhi uma roupa simples para o Bill. Sabia que ia querer ir todo espalhafatoso, como sempre. E sabendo que, por mais que fosse um lugar mais vazio, ainda sim, iam algumas pessoas e pior: Mineiro era um bicho curioso. Logo que chegamos ao aeroporto mesmo, todo mundo que passava por nós, ficava nos olhando.

Tinha terminado de vestir meu short e faltando só calçar o sapato mesmo quando saiu do banheiro, usando só a toalha. Falei, indo buscar um par de sandálias:

- Minha sugestão de roupa para você está em cima da minha cama.

- Aonde nós vamos?

- Confia em mim? - Perguntei, vendo-o soltar a toalha. Ô pecado...

- Confio. Mas tenho medo. Como nunca dá para saber o que você está aprontando...

Ri e falei, me aproximando dele:

- Pode ficar tranquilo que deixo o lado excêntrico só para os esmaltes.

- E essa sua blusa, hein? - Perguntou, apontando para a bata rosa que eu usava. Não bastasse ser aquele poço de discrição, ainda era decotada. E a culpa era minha que estávamos em pleno verão e BH era uma ilha de calor?

- Não vou trocar, nem vem. Tá um calor de rachar aqui e só me faltava usar casaco!

- Luiza...

- Bill... - Repeti, no mesmo tom de aviso dele. Andei rebolando até ele, de propósito, vendo seu olhar acompanhar o movimento dos meus quadris. - Sorte sua que eu sempre sou do contra. Não dizem que a mulher se veste para as outras? Pois é. Eu me visto única e exclusivamente para você.

- Ah é? - Perguntou, me puxando pela cintura enquanto roubava alguns selinhos lentos.

- Me admira que um virginiano como você, detalhista, não tenha percebido que só uso essas blusas mais decotadas, saias, shorts e outras roupas mais... Provocantes quando estou com você.

- Não... Acho que é porque prefiro te ver sem elas...

Bati fraco no seu ombro, fazendo-o rir. Se inclinou na minha direção e me beijou. Me puxou pelos quadris para mais perto. Quando me dei conta, já estava me guiando na direção da minha cama. Sem falar que podia muito bem sentir o quanto estava excitado. Mordendo seu lábio inferior antes de interromper o beijo, falei:

- Acho melhor você se arrumar. Vou te esperar lá fora.

Tinha tentado me segurar, mas fui mais rápida e, justo quando saí do meu quarto, minha mãe estava chegando da casa da amiga. Assim que me viu toda arrumada, quis saber onde eu ia. E contei:

- A gente vai sair um pouco. Tá impossível de ficar assando aqui dentro.

- E vocês vão aonde?

- Não sei ainda.

- Toma cuidado, hein?

Olhei para ela daquele jeito entediado e, assim que o Bill apareceu, saímos.

Estávamos parados num sinal logo depois da Praça Milton Campos e percebi que estava me olhando fixamente. Perguntei, sem tirar a mão do volante:

- O que foi?

- Nada. Só estou... Te admirando.

Dei um sorriso fraco e, rapidamente, acariciei seu rosto. De repente, pegou minha mão e deu um beijo breve nas costas. O sinal abriu e entrei na primeira rua à direita. Perguntou:

- Por que a gente veio a um supermercado?

- Porque me deu uma vontade súbita e descontrolada de comer um chocolate.

Riu e, depois que comprei a barra e mais algumas outras coisas, fiz um pequeno retorno para a Av. Afonso Pena e, vendo que eu só seguia reto e não virava em nenhuma rua ou sequer dizia onde estávamos indo, quis saber:

- Ainda demora?

- Nada. Já estamos quase chegando.

- Que é isso? - Perguntou, apontando para a estrutura onde a bandeira brasileira ficava hasteada, bem no meio da praça.

- É uma praça. É estranha, eu sei.

- Não. - Disse. O sinal abriu e demos quase uma meia volta e continuei subindo a avenida, só que agora, era a das Agulhas Negras. Como antes, o Bill observava tudo curiosa e atentamente. Assim que chegamos à Praça do Papa, parei o carro um minuto e, aproveitando que tinham várias daquelas carrocinhas de lanches (Tipo de cachorro quente, churros e por aí vai), perguntei:

- Quer alguma coisa para beber?

- Já chegamos ou estamos só fazendo uma pausa?

- Segunda opção. Mas estamos bem perto, para falar a verdade.

- Vou com você. - Falou, saindo do carro. Depois de travar as portas e o alarme, fui andando até uma banquinha onde vendiam cocos enquanto o Bill dava uma olhada na vista da cidade daquele ponto. O chamei e, quando se virou, repeti a pergunta e, assim que parou do meu lado, pagou o meu e o dele, ignorando totalmente minha cara de poucos amigos. Voltamos para o carro e, depois de dar a partida, fomos até o mirante. Desta vez, ficamos dentro do carro, só aproveitando a vista e tomando a água de coco.

- Realmente... Você é imprevisível.

- Por quê? - Perguntei, antes de tomar mais um gole.

- Fez tanto mistério e, no final das contas, viemos para cá. E ainda estou tomando água de coco.

- Estou tentando acompanhar seu raciocínio, mas não estou conseguindo.

- Vou confessar. Estava esperando que me levasse a um lugar caro. Tipo aquele bairro que me falou...

- Lourdes? - Perguntei, vendo-o assentir. - Se decepcionou?

- Não. Quer dizer, lá não tem essa vista da cidade, tem?

- Só se a gente invadir o JK. - Respondi, rindo da minha própria piada. - Mas não acho que os porteiros vão nos deixar entrar.

- JK?

- É. A gente pode passar lá em frente para você ver.

- É longe?

- Estamos de carro. Se estivéssemos à pé, aí sim eu desanimava.

- Amanhã a gente vai, combinado?

Concordei.

- Mas gostei da sua ideia simples. Aliás, eu não sei como ainda me surpreendo pela sua simplicidade.

Dei um meio sorriso e expliquei:

- Além de ter sido acostumada assim, nunca me interessei por coisas caras.

- Sério?

Assenti, pensando numa maneira de quebrar aquele coco, já que tinha aquele... Recheio branquinho.

- Tem vez que as coisas mais simples são melhores. Olha onde a gente está e o que estamos fazendo. Vendo BH de noite e tomando água de coco dentro do carro. E só para melhorar...

Liguei o rádio e estava tocando Maroon 5. Antes que me desse conta, já estava cantando a música:

You push me
(Você me estimula)
I don't have the strength to
(Eu não tenho a força para)
Resist or control you
(Resistir ou te controlar)
To take me down
(Para me derrubar)
Take me down
(Me derrubar)

Sentia o olhar fixo do Bill em cima de mim o tempo inteiro e, quando chegou no refrão, cantei com aquela empolgação e o fiz rir:

Wake you up(Te acordar)
In the middle of the night to say
(no meio da noite para te dizer)
I will never walk away again
(Eu nunca mais vou embora de novo)
I'm never gonna leave this bed
(Eu nunca vou deixar esta cama)

Quando a música acabou, senti sua mão acariciando minha bochecha e perguntou:

- Sabia que eu adoro esse seu jeito?

- Que bom, uai! Pior seria se não gostasse... Provavelmente não estaríamos juntos, você ficaria naquela lamentação, eu provavelmente estaria com algum cara que não valia a pena, isso se estivesse.

- Será?

- Te disse provavelmente. Mas poderia muito bem ser que estivéssemos juntos do mesmo jeito. Só que garanto que não seria assim.

Ficou olhando um ponto fixo à sua frente, pensativo. Logo, começou a tocar John Mayer e, me esticando para trás, peguei as compras que tinha feito no supermercado. De repente, o ouvi dizer:

- Sabia que, se você não tomar cuidado, como agora, o seu seio aparece?

Me endireitei e perguntei, naquele tom provocativo:

- Que foi? Achou ruim de ter descoberto isso?

- Foi proposital?

- Por incrível que pareça... Não. - Respondi, corando. De repente, olhou para os lados e perguntou:

- Tem algum lugar mais... Reservado onde a gente pode ir? Sem ser a casa da sua mãe, porque é meio... Constrangedor.

Ri e falei:

- Ah, Bill, seu sem-vergonha! - O fiz rir e, pondo a mão sobre minha coxa, disse:

- Desde que a gente chegou que sempre tem alguma coisa que atrapalha.

Olhei para ele, desconfiada e falei:

- Você não tem vergonha mesmo, hein?

- E por que deveria? A gente namora, só fico na vontade nos últimos dias e nem tenta negar, porque você está tão mal intencionada quanto eu. Ou pensa que eu não vi o que comprou lá no supermercado, hein?

- Você sabe que eu sou formiga e além do mais, tinha te avisado que ia comprar chocolate. - Me fiz de ingênua, embora soubesse muito bem do que estava falando.

- Você sabe do que estou falando. Não é de chocolate e nem adianta se fingir de santa porque eu vi. Aliás... Realmente não imaginei que fosse pegar uma camisinha com gosto de menta.

Nem olhei para ele. Simplesmente voltei a atenção para o coco, ainda pensando na melhor maneira de quebra-lo.

- Você está cansado de saber que eu sou curiosa.

- Sei. E como você é cheia de surpresas, tenho que confessar que até estou com medo do que está planejando fazer comigo.

Ok. O coco que se foda.

Encarei um ponto fixo à minha frente e, depois de decidir pela melhor maneira de dizer aquilo, respondi:

- Não precisa ter medo. Uma vez que você já vai saber das minhas intenções...

O olhei e percebi que me observava com certa curiosidade.

- E quais são as suas intenções? - Sua expressão tinha se transformado em uma maliciosa.

Antes de começar a dizer, dei um sorriso torto. Ele mal perdia por esperar...

Postado por: Grasiele

The Neighbour - Capítulo 16

 Tom

Juro que, por mais que tentasse, não conseguia entender como uma garota, de 1.65m de altura, conseguia fazer uma bagunça que acho que nem dez pessoas juntas fariam. Era impressionante.

– Achou? - Perguntei, vendo-a olhar uma por uma das minhas camisetas.

– Uma pergunta. Por que você usa tanta roupa larga? - Quis saber.

– Pelo mesmo motivo que você usa salto e minissaia. - A provoquei, lembrando de alguns dias, quando fui até o apartamento do Bill e, de novo, ela tinha passado a noite lá. Assim que saí do elevador, a vi se esgueirando pelo corredor, usando uma minissaia preta, curtíssima (Tudo bem que ela era namorada do meu irmão, mas ainda sim, era uma mulher e tinha pernas. E que pernas!) e saltos altos finos e gigantes.

– Para sedução? - Brincou, me fazendo sorrir de maneira maliciosa.

– Quem sabe...?

Riu comigo e, por fim, achou uma camiseta preta que uma tia minha me deu em um Natal e, logo em seguida, achou uma calça mais justa.

– Eu escolho o tênis! - Falei. Concordou e, no final, quando voltei do meu closet, a bagunça tinha sumido. - Onde foram minhas roupas?

– Nos devidos lugares, dobradas com extrema perfeição. Pelo menos, dobradas do meu jeito.

Abri uma das gavetas do armário que ela tinha mexido e realmente, minhas camisetas estavam ali, todas dobradas e na mesma ordem que antes.

– Como é essa sua amiga, hein? - Perguntei, jogando verde.

– Desiste. Na hora você verá. E garanto que a Jessica Alba vira passado.

A olhei e me mandou tomar banho.

Quando estava pronto, estava sentada na minha cama, com a diferença que o Bill fazia companhia para ela. A Iza se levantou de um salto e veio andando até onde eu estava. Disse:

– Tem perfume ou você é rebelde como o Bill?

Rimos e mostrei onde guardava alguns vidros que tinha. Porém, do nada, saiu do quarto e voltou com uma tigela de vidro pequena, cheia de grãos de café. A olhei, curioso, e explicou:

– Para diferenciar os cheiros. Nunca foi à uma loja de perfume?

– Claro que sim.

– Então! - Disse, indo até a parte do armário que tinha acabado de mostrar para ela. Sentia o cheiro de um dos perfumes e, logo depois, ia no pote com os grãos de café.

– Você não é normal... - Resmunguei, rindo dela.

– Ainda bem! Já pensou se eu fosse, o quanto ia ser... Enjoada? Fazendo tudo como todo mundo... Credo! - Respondeu. Na hora de dizer o “Credo”, sua voz quase ficou em falsete. - Esse aqui.

Assim que terminei de passar o perfume (Que, inclusive, foi a própria Luiza quem tinha me dado), saímos.

Quando chegamos à boate, ela procurava alguém e, dando a desculpa esfarrapada de que ia ao banheiro, pediu que fôssemos na frente que depois nos alcançaria. Assim que nos sentamos, perguntei para o Bill:

– Ela não te falou nada?

Negou com a cabeça enquanto já pedia dois drinks.

– Disse que não me contaria justamente por isso. Sabia que você ia perguntar...

– A Iza é foda, viu... - Resmunguei, fazendo-o rir. Depois de uns cinco minutos, a própria apareceu e de cara fechada. Notei que tinha uma garota atrás dela, andando um pouco mais afastada. Tinha os cabelos escuros, longos e lisos, pele morena, olhos puxados e parecia um pouco com as índias brasileiras que a Iza tinha me mostrado uma vez.

Era inevitável não notar o contraste entre as duas: A Iza, mais baixa, quase brilhando de tão branca e vestida como uma boneca. E a outra... Totalmente o oposto: Alta, magra e usando uma roupa comum: Blusa decotada, jeans e tênis.

De repente, as duas pararam perto de mim e a Iza disse:

– Tom... Emily. Em... Tom.

Deu um sorriso tímido assim que a Iza nos apresentou e cumprimentei sua amiga com dois beijos na bochecha. Foi apresentada ao Bill, que logo deu um jeito de sumir com a namorada, nos deixando sozinhos. Perguntei:

– Quer alguma coisa para beber?

– Ah, não. Obrigada, mas estou bem.

– Certeza?

Concordou, sorrindo.

– E então? Como foi que você e a Iza se conheceram?

– A gente fazia curso de alemão juntas. Depois, ela teve que sair e, no semestre seguinte, fui para os Estados Unidos. Mas a gente nunca perdeu o contato.

– Sério?

Assentiu.

– E você tem nossa idade?

– Não. Sou dois anos mais nova.

– Jura? - Perguntei, surpreso. - Quer dizer, tudo bem que a Iza não pode servir de ponto de referência por dormir no formol, mas ainda sim...

Riu e continuamos conversando. Descobri que era de uma cidade ao norte do estado onde ela e a Iza tinham nascido, mas ainda morava em Belo Horizonte. Fizeram a mesma faculdade, embora a Em (Tinha me pedido para chama-la assim) tivesse feito arquitetura. Era tímida, mas aos poucos, foi se soltando e descobri que era uma garota realmente legal. A Iza tinha razão quando falou aquilo sobre a Jessica Alba. E indo contra aquela história de que eu preferia mulheres mais velhas...

– Quer dançar? - Perguntei. Quase morreu de vergonha, mas ainda sim, aceitou.

Na mesma hora, começou a tocar uma música boa para dançarmos juntos.

See which flavor you like and I'll have it for you(Veja qual sabor você gosta e eu darei a você)
Come on into my store, I've got candy galore
(Venha até minha loja, tenho doces de sobra)
Don't pretend you're not hungry I've seen it before
(Não finja que não tem fome, já percebi isso antes)
I've got Turkish delight baby and so much more
(Eu tenho manjar turco, querido, e muito mais)

Talvez fosse por causa do álcool, mas estávamos bem mais desinibidos. Minhas mãos estavam sobre sua cintura e ela estava virada de costas para mim. Mas nossos corpos estavam colados e a Em, como boa brasileira que era, rebolava, mas discretamente. Do mesmo jeito que eu via a Iza fazer, vez ou outra.

Get up out of your seat (your seat)
(Levante-se do seu lugar (seu lugar))
Come on up to the dance floor
(Venha até a pista de dança)
I've got something so sweet (so sweet)
(Eu tenho algo tão doce (tão doce))
Come on up to the front door
(Venha pela porta da frente)
I need plenty of heat (heat)
(Eu preciso de muito calor (calor))
Form a special connection
(Forme uma conexão especial)
Just start moving your feet (your feet)
(Comece a mover seus pés (seus pés))
Move on over to me
(Mova-os até mim)

Quando me dei conta, eu já havia a virado de frente para mim e estávamos com os rostos muito próximos.

I'll be your one stop (one stop)
(Eu serei sua única parada (única parada))
Candy shop (candy shop)
(Loja de doces (loja de doces)
Everything (everything)
(Tudo (tudo))
That I got (that I got)
(Que eu tenho (que eu tenho))
I'll be your one stop (one stop)
(Eu serei sua única parada (única parada))
Candy store (candy store)
(Loja de doces (loja de doces))
Lollipop (lollipop)
(Pirulito (pirulito))
Have some more (have some more)
(Pegue um pouco mais (pegue um pouco mais))

Não me controlando, me inclinei um pouco mais para a frente e comecei a beijar seu pescoço, sentindo o cheiro da sua pele e percebendo que ela estava arrepiada. Mordi o lóbulo da sua orelha e perguntei:

– Posso fazer uma coisa?

Assentiu e, logo, me endireitei, para me abaixar o suficiente. Ainda segurando sua cintura, a puxei para mais perto e encurtei a distância. Sim, nos beijamos e confesso que foi diferente. Quer dizer, já tinha visto que a Iza beijava diferente das alemãs. E agora, via que era característica de brasileiras mesmo.

Depois de algum tempo, estávamos em um canto mais reservado e escuro da área VIP e, por algum motivo estranho, não me apressei com ela. Quer dizer, só me contentava em manter as mãos na sua cintura. No máximo, a puxava mais perto.

Antes de ir embora, com o sol quase nascendo e a boca inchada de tanto que beijei a Emily a noite inteira, peguei o número de telefone dela, ansioso pela próxima vez que nos veríamos. E quando entrei no carro, a Luiza disse:

– Pelo visto... Perdeu o posto de cupido...

– Valeu a pena ter feito todo esse mistério. - Respondi, dando um sorriso fraco. - E valeu por ter me apresentado à ela.

– Sabia que ia gostar da Em.

Um doce para quem adivinhar o que eu fiz na manhã seguinte... E outro para quem adivinhar com quem eu sairia no sábado seguinte.

Bill
– Já que é assim... - O Georg disse, quando estávamos na casa do Tom, no domingo à tarde. - Proponho um brinde à nossa pequena...

– Pequeno é seu nariz, Hagen! - A Iza o provocou, fazendo com que todo mundo risse. Ainda mais que ele realmente tinha o nariz pequeno.

– Tá. À nossa amada e adorada Luiza, que conseguiu o milagre de fazer o Tom sossegar o facho e, de quebra, acabar com a carência do Bill.

Mandei o dedo do meio para ele, que ria. Batemos os copos e, de repente, o Tom perguntou para a Iza e a Emily:

– O que vocês vão fazer no Natal?

– Vou para Salinas, ficar com a minha família. - A Em disse.

– E você? - Ele perguntou para a Iza.

– Idem. Só que muda a cidade. Minha mãe quer que eu vá para BH tem tempos...

– Vou com você. - Falei. Me olhou, surpresa.

– Sua mãe me mata se eu te tirar de casa em pleno dia de Natal! - Respondeu. - Aliás, não só sua mãe, como o Tom, que tá de cara fechada já.

Ele estava brincando, obviamente.

– Já compraram as passagens? - O Gustav quis saber.

– Eu já. - A Em disse. Preciso dizer que o Tom murchou um pouco?

– Eu estou tentando achar uma. - A Iza respondeu. - Mas antes de ir para BH, vou para Roma. Diz minha tia que quer ir comigo e uma prima minha vai também.

Logo, mudamos o assunto e assim que cheguei em casa, liguei para minha mãe e expliquei tudo que estava acontecendo. Não gostou muito, conforme a Iza havia previsto, mas mesmo assim, não se opôs.

Então, no dia que a Iza ia viajar para Roma, reservei uma passagem para o voo do mesmo dia, só que à noite. Ela chegaria à tarde e, portanto, não levantaria qualquer suspeita, por menor que fosse. Fiquei num hotel perto da casa da tia dela e, na manhã seguinte, fui para o aeroporto logo cedo. Consegui uma poltrona ao lado da que a Iza tinha conseguido e, assim que me viu sentado ali, seguida de perto pela prima e a tia, me perguntou:

– O que você está fazendo aqui?

– Fiquei curioso a respeito do famoso pão de queijo. E como você me disse que o mineiro é diferente dos outros, por causa do queijo canastra que não pode sair de lá de Minas...

Seu queixo caiu e ela segurava uma risada.

– E só para você saber... - Falei, me levantando e a ajudando a colocar uma bolsa no maleiro. - Minha mãe mandou que você cuidasse muito bem de mim.

– Ela sabe que eu fui contra sua viagem à Belo Horizonte desde o início?

Concordei e, logo, percebi o olhar da prima dela.

– Francesca e a tia Diana. Esse é o Bill, meu namorado.

As duas me cumprimentaram com um beijo no rosto e se sentaram nas poltronas atrás de nós. Em seguida, a Iza pediu para ficar na janela. Concordei e a observei afivelar o cinto, conforme as comissárias instruíram. Não demoramos a ouvir o piloto dizendo, em vários idiomas a mesma coisa:

Sejam bem-vindos ao voo 675, com destino a São Paulo, Brasil...
... E continuou a falar todas aquelas coisas costumeiras. Não demorou muito para que decolássemos. Assim como o tédio da Iza. Tinha levado o laptop, dois livros, viu filmes e, no final das contas, não conseguia dormir de tão impaciente que estava.

Doze horas depois, a Iza finalmente pegou no sono. Por três horas, que era o tempo que demorou até que chegássemos em São Paulo. E de lá, esperamos mais uma hora e meia até o voo que iria para Belo Horizonte. Nessa uma hora e meia de espera, ela aproveitou para tirar um cochilo, com a cabeça encostada no meu ombro. E o mais engraçado é que tinham algumas pessoas ali no saguão que nos olhavam, mas não pareciam me reconhecer. Talvez fosse pelo boné e óculos escuros. A própria Iza tinha me pedido para que os usasse, por serem discretos. Assim que chamaram nosso voo, a cutuquei de leve e, enquanto se espreguiçava, percebi que a Francesca nos olhava. Perguntou:

– Tem quanto tempo que vocês estão juntos?

– Uns sete meses. - Respondi. - Mas a gente se conhece tem um ano e pouco.

– Se eu te contar como a gente se conheceu, você vai rir. - A Iza disse à prima, em italiano.

Durante todo o caminho até o embarque, resumiu nossa história, fazendo com que a Francesca e a tia rissem da parte em que ela me deu um esporro em pleno supermercado.

Mais uma hora e pouco depois, finalmente tínhamos chegado. O pai da Francesca (Que era filho da D. Diana) estava nos esperando. Cumprimentou cada uma com um abraço apertado e me deu um aperto de mão. Perguntou alguma coisa para as meninas enquanto íamos até seu carro. Prestei atenção em todo o caminho de volta do aeroporto e percebi que Belo Horizonte não era tão... Ruim, como a Iza sempre dizia. Quer dizer, imaginava que fosse diferente. Não era como São Paulo, onde os prédios eram enormes, com uma quantidade absurda de carros. Era uma metrópole, mas tranquila. E era quente. Muito quente mesmo, ainda mais que estávamos perto do verão, como a Iza havia me dito.

Uma vez que o pai da Francesca havia nos deixado na casa da Lucia, mãe da Iza, fomos recebidos pela própria de uma maneira surpreendentemente calorosa.

Nem bem a Iza se deitou na cama e apagou. Logo, a mãe dela perguntou se eu não queria tentar dormir um pouco também. Lá pelas quatro e pouco da tarde, acordei com meu celular tocando. Ouvi a voz baixa e rouca da Iza atendendo:

– Fala.

Houve uma pausa e, logo depois, disse:

– É, a gente estava dormindo. Não preocupa que, quando ele acordar, peço para te ligar.

Outra pausa e, logo em seguida, respondeu:

– Sim. Tom, sem querer ser mal-educada, mas já sendo... Vou desligar porque estou morta de sono.

É... Bem a cara da Iza.

Logo que desligou, abri os olhos rapidamente e bati no colchão ao meu lado. Em seguida, se deitou. Pus meu braço sobre sua cintura, a puxando para mais perto e beijei seu pescoço, sentindo-a se arrepiar. A apertei ainda mais contra mim, me inebriando com seu perfume e quase perdendo meu controle. Fiz com que se aconchegasse mais contra meu peito e, beijando sua nuca, dormi abraçado com ela, pouco depois disso.

Acordamos só na manhã seguinte e mesmo assim, ainda me sentia um pouco cansado. Quando me levantei, a Iza já não estava mais do meu lado. Saí andando sem rumo pelo apartamento e, assim que cheguei à cozinha, vi que tinha um bilhete sobre a porta da geladeira. Reconheci a letra da minha namorada:

Liebe,
fui com a minha mãe e a minha avó ao supermercado. Se a fome estiver insuportavelmente negra, tem leite na geladeira (Ou senão, na despensa - Vide o mapa nas costas da folha), coloquei o pote de café perto do micro-ondas. O pote de açúcar tá com plástico por causa daquelas bagaças de formiguinhas minúsculas. E os adoçantes, gentilmente cedidos pela minha mãe (Apesar de eu ter dito que você prefere açúcar mesmo), estão no pote escrito “Coffee”. Se quiser, no armário acima do interruptor tem aqueles chocolates em pó.
Estou com celular, então, precisando, só me ligar.
Ich liebe dich,
Iza.

P.s.: O fogão daqui, ao contrário do meu de Hamburgo, é a gás. Tem um acendedor automático sobre a caixa de fósforos. Se precisar, a torradeira está na despensa também.
Ri do bilhete e decidi esquentar o leite no micro-ondas, com açúcar e café. E tomei sentado numa poltrona que tinha perto de uma janela. Não demorou muito e a Vivi veio se aninhar nas minhas pernas. Cocei atrás da sua orelha, vendo-a fechar os olhos lentamente, além de ronronar alto. Fiquei observando o céu azul e nem me dei conta de que tinha alguém destrancando a porta. Logo que foi aberta, vi a Iza, carregada de compras. Me apressei a ajuda-la e, depois que esvaziamos as sacolas de pano (Já que ela me contou que tinha um tempinho que a prefeitura havia proibido o uso de sacolas plásticas na cidade), perguntei:

– Eu estava pensando... Bem que a gente podia sair hoje à noite, o que me diz?

– Beleza. Mas vai discreto. Já vai chamar bastante atenção por causa da sua altura...

Concordei e, perguntei:

– E a sua mãe?

– Ainda tá fazendo as compras. Demora um pouco. Por quê?

Quando viu minha expressão maliciosa, entendeu. Falei, displicente enquanto afastava o cabelo da sua nuca e beijava delicadamente a sua pele:

– Bem que você tinha me avisado que aqui fazia muito... - Demorei nos beijos. - Muito... Muito calor. O que você acha de a gente tomar um banho?

Mordeu o lábio e concordou, dando um sorriso malicioso. Essa garota ainda ia acabar com meu juízo!

Postado por: Grasiele

The Neighbour - Capítulo 15

 Bill

Cerca de quinze dias depois, descobri que tinha um cara que estava ajudando a reconstruir a escola que só ficava rondando a Iza. E tinham horas que eu via que ela ficava cheia de sorrisinhos para cima dele. Obviamente, os primeiros sinais de ciúmes apareceram e, quando dei por mim, estávamos batendo boca quase que diariamente.

Porém, perdi o controle e, num belo dia, fui até a escola, pronto para tirar satisfações com o folgado. Sorte dele que não estávamos sozinhos e a Iza, sentindo que eu estava pronto para dar uns socos naquele folgado, conseguiu uma dispensa e me arrastou para a casa. Assim que entramos, perguntou, brava:

– Você tinha mesmo que dar aquele chilique todo, não é mesmo?

– Você fica toda assanhada para cima daquele idiota e quer que eu fique quieto?

– Ele não é idiota!

– E você ainda o defende?

– Claro! Ainda mais que você sabe muito bem que não tem motivo nenhum para ficar dando piti por causa de ciúmes! Simplesmente se recusa a entender que o único cara para quem eu tenho olhos é você. Trato os outros de maneira... Carinhosa única e exclusivamente por gentileza e costume. Vai ver se não tem outros brasileiros como eu!

Fechei os olhos e suspirei, impaciente.

– Lembra do que você viu nos tumblrs, twitters e outros sites sobre aquarianos?

– “Quando um aquariano se apaixona, é para valer.” - Abri os olhos e respondi.

– Pois é. Acha mesmo que, se eu não fosse louca por você, teria chegado até aqui?

Dei de ombros e ela bufou.

– Eu percebi sim, os olhares que ele fica dando na minha direção. Só que não dou abertura, ao contrário do que você está pensando. Nunca teria coragem de te trair, entende isso! Além do mais... Não tenho vocação para bígama.

A olhei e perguntei:

– Então por que você fica cheia de sorrisos para cima do cara?

– Ô meu Deus! Eu te disse que é por educação. Não custa nada tratar os outros bem!

– Ah, custa. O cara pode achar que essa sua “educação” significa outra coisa.

– Ai, quer saber? Cansei de ficar discutindo aqui com você. Azar o seu se não acredita em mim. Só acho uma pena que você não confia em mim.

– Luiza, volta aqui que eu ainda não terminei! - Praticamente gritei quando a vi indo na direção da porta.

– Primeiro: Abaixa esse seu tom de voz. Tudo bem que você está na sua casa, mas mesmo assim, não tem direito de falar desse jeito comigo. Segundo: Não quero brigar com você, ainda mais por um motivo tão estúpido. E em terceiro: É melhor você me deixar ir. Te garanto que não vai gostar nem um pouco de me ver com raiva.

– Você não vai a lugar nenhum até a gente resolver isso! - Falei, empurrando a porta e a trancando.

– Você é teimoso mesmo!

– Sou. Demorou para perceber, hein?

Revirou os olhos, impaciente e falei:

– Se for preciso, te amarro no pé da minha cama, mas você não vê mais aquele cara.

– Ah, mas era só o que me faltava! - Resmungou. - Cárcere privado dá cadeia, sabia? E eles não fazem distinção.

– Não estou nem aí. - Respondi, vendo-a ficar ainda mais puta comigo. Respirou fundo e era óbvio que estava se controlando para não brigar comigo. Porém, de uma maneira estranhíssima, eu queria que ela continuasse.

– Ah não? Me amarra, então! Anda, vai... - Juntou os pulsos. Respirei fundo e ela disse: - E só para você saber... Continua assim que me perde.

Já ia se afastar de novo quando a puxei pelo braço e, pus minhas mãos ao redor da sua cintura assim que nossos corpos se chocaram. Abriu a boca para reclamar, obviamente, e a beijei. Acho que aquele era um dos beijos mais... Ansiosos e intensos logo de cara. Como tentou me afastar, por causa da raiva que sentia de mim, aquilo teve um efeito contrário; Ao invés disso, a puxei para mais perto, se é que isso era fisicamente possível, e, quando a senti relaxando, não me contive; Deixei as minhas mãos passearem por cada milímetro do seu corpo. E só para piorar, usava a sua minissaia que eu amava, por ser curta e só era usada quando estava comigo. Depois de deixar minha mão esquerda escorregar da sua cintura e ir um pouco mais para baixo, apertei sua bunda com vontade e, em seguida, fiz com que levantasse a perna e a enroscasse no meu quadril. Tomou impulso e, logo, pôs a outra também. A pus contra a parede mais próxima e, logo em seguida, tentou me empurrar para longe, mas não conseguiu. A segurei com mais firmeza, pressionando-a ainda mais e, me lembrando de cada coisa que tinha visto, comecei a colocar em prática. Ainda mais sabendo que daria certo...

Luiza
Eu não estava um pouco com raiva do Bill. Nem brava. Estava puta mesmo, com vontade de avançar em cima dele e dar uns bons tapas em cada pedaço daquele garoto que eu conseguia alcançar. Mas considerando o fato que sentia as suas mãos tocando minha pele... Qualquer resquício de instinto assassino desapareceu. Tipo quando você acende um incenso e a chama do fogo logo se apaga e logo é substituída por aquela fumaça que minha mãe ama de paixão (Sim. Sarcasmo ligado nos 100%, como sempre). Enfim, o que interessa não são analogias com incensos, mas com o calor. Ok... Prossigamos antes que meu lado poeta desabroche ainda mais.

Sabe aquele tipo de beijo que se vê nos filmes que é composto por uns 90% de fungadas e 10% de beijo? Pois é. Era exatamente esse tipo que acontecia entre nós. E agora eu entendia o porquê das fungadas. Tudo bem que as atrizes não estavam quase se fundindo à parede e muito menos sendo acariciadas pelo Bill daquele jeito mais torturante, lento, delicioso, viciante e por aí vai. Ainda bem. Ia amaldiçoar as pestes até a enésima geração, morta de inveja.

O jeito firme que apertava minha coxa era... De acabar com o juízo de cada uma. Principalmente o meu. Justo naquele dia, tinha decidido usar minha minissaia preta (Que eu ainda não sei como não saiu andando sozinha de tanto que uso¹) e agora estava ali... Com a bendita levantada e toda amassada, nem um pouco composta. Mas isso estava longe de ser o pior. Além de sentir o toque dele, ainda por cima, a peste do Bill tinha decidido mudar o rumo da sua boca e partir em direção ao meu pescoço. Não bastasse, ainda tinha aquele pequeno grande detalhe que normalmente ficava mais evidente nessas horas em que nos beijávamos com aquela empolgação, logo abaixo da fivela do seu cinto.

Pior foi quando ele viu que eu estava resistindo e começou a dar golpes baixos, mordendo o lóbulo da minha orelha e, ao mesmo tempo, arranhando de leve a pele do meu pescoço com sua barba, deslizando sua mão para baixo da minha saia enquanto a outra se enfiava por baixo da minha camiseta. Tentei resistir ao máximo que pude, porém, não consegui manter a pose de durona por muito tempo. Tinha certeza que as coisas só iam piorar ainda mais para o meu lado quando ele notasse que minhas mãos tinham abandonado sua nuca para, uma delas se esconder sob sua camiseta e traçar, com a ponta da unha, uma linha reta que tinha como ponto de largada seu umbigo. Obviamente, isso não demorou muito tempo para acontecer e, assim que comecei a me aproximar do elástico da sua boxer, senti sua respiração ficar mais pesada e acelerada quando batia contra meu pescoço. Aproveitei que sua orelha estava muito próxima para devolver a provocação de morder o lóbulo. Quase imediatamente, senti a consequência ficando ainda mais evidente. Sabendo muito bem do que podia acontecer, desafivelei seu cinto e abri o botão do seu jeans, descendo o zíper rapidamente. O ouvi sussurrando, com a boca colada à minha orelha:

– Apressadinha, hein?

– Está achando ruim que não tem mais nada apertando aí embaixo?

Ouvi sua risada rouca e baixa e recomeçou a beijar meu pescoço. De repente, me segurou pelos quadris e senti que estava me afastando da parede. Girei e, em seguida, percebi que estávamos indo na direção do corredor que levava aos quartos. Assim que encontrou a porta do seu, estiquei meu braço para trás, buscando a maçaneta com meu tato e, assim que a baixei, empurrei o pedaço de madeira atrás de mim e, nesse meio tempo, nem notei que o Bill já estava descalço. Em compensação, eu ainda estava usando uma das minhas melissas. De repente, me deitou sobre sua cama e, no final das contas, ficou por cima de mim. Rapidamente dei um jeito de ficar descalça também. E, talvez por ter levantado a perna para alcançar o fecho, ele aproveitou a oportunidade, fazendo com que eu a enroscasse em torno do seu quadril, colando nossos corpos ainda mais. Sentia a minha camiseta sendo erguida e, logo, estava com o sutiã quase totalmente à mostra. Não demorou muito para que uma das suas mãos se fechasse sobre meu seio e quase fui à loucura; Naquele dia, parecia que tinha adivinhado que deveria usar o sutiã de renda, justamente por não ter enchimento nenhum, sem falar que tinha certeza absoluta que tinha agradado...

– Que milagre é esse? - Perguntou, quando separou nossas bocas e tinha começado a atacar meu pescoço e mordeu o lóbulo da minha orelha, me fazendo soltar um resmungo de protesto. Ah, qual é? Ele faz isso e quer que eu responda? Ele que me perdoasse, mas não era justo. - O que houve com os sutiãs de enchimento?

– Segunda gaveta da minha cômoda, como sempre. E você não vive reclamando deles?

Percebi que sorriu e já imaginava que tipo de sorriso que era. Deu um jeito de tirar minha camiseta, que foi parar num canto qualquer do quarto. Logo, voltou a me beijar, de maneira ainda mais empolgada e segurava minha cintura com firmeza. Arranhava sua nuca com uma das mãos enquanto, com a outra, bagunçava seus cabelos, os deixando em um estado simplesmente deplorável. Mordi seu lábio inferior, o puxando sem fazer muita força. Uma das suas mãos desceu até alcançar minha coxa, a apertando com vontade. Nesse mesmo instante, começou a me beijar de um jeito diferente, mais intenso e diria até que sensual. À essas alturas, já não conseguia mais nem raciocinar direito; Fazia tudo guiada pelo mais puro instinto. Sentia os pelos do meu corpo se eriçando quando seus dedos deixaram minha cintura e começaram a deslizar para cima, passando pela lateral do meu seio esquerdo, chegando no meu colo, base do pescoço, ombro e deslizando por todo meu braço esquerdo até chegar na minha mão, entrelaçando nossos dedos.

Quando os soltou, deixei sua boca para “atacar” seu pescoço ao mesmo tempo que desenhei alguns círculos com a ponta da unha do dedo indicador em torno do seu umbigo, sentindo-o endurecer ainda mais debaixo de mim. Mordi o lóbulo da sua orelha e percebi que a situação ficou ainda mais desfavorável para ele. Uma das suas mãos tinha ido parar no meu seio e o apertava. Logo, a outra alcançou meus cabelos e me afastou do seu pescoço, fazendo com que voltasse a beijar sua boca. Impaciente, ergui sua camiseta e, só nos separamos para passa-la por sua cabeça. Em seguida, arranhei sua nuca e, de propósito, acompanhei a extensão da sua coluna, causando um arrepio nele também e, pelo fato de ainda estar com os meus quadris colados aos seus, percebi que aquela provocação aumentou a sua ereção. Logo, já estava tentando abrir os botões de duas tiras que fechavam minha saia (Ok. Tinha um zíper por baixo, mas ainda sim, ajudava a fechar) e não conseguia. Por muito pouco, não arrancou essas tiras. O ajudei e, assim que baixou o zíper, sentiu que a peça ficou folgada e a tirou num movimento rapidíssimo, a atirou num canto qualquer do quarto. Quando ergui o corpo um pouco, para que pudesse passá-la pelas minhas pernas com mais facilidade, fiz questão de provocá-lo, movendo os quadris contra os dele. Consegui fazer com que ofegasse brevemente.

Suas mãos passeavam por todo meu corpo e, vez ou outra, brincavam com o elástico da minha calcinha, ameaçando tirá-la. Assim que deixei minha mão deslizar pelo seu peito e alcancei a sua barriga, a senti contraindo e empurrei sua jeans até onde consegui chegar. Depois disso, ele mesmo a tirou e teve o mesmo fim que as outras roupas. Logo, só restava uma peça de roupa para cada um e as provocações estavam começando a ficar ainda mais intensas. Decidindo judiar de mim de verdade, o Bill deixou meus lábios e começou a explorar outros lugares. Assim que mordeu o lóbulo da minha orelha, dei um pseudo-suspiro, que foi misturado a um ofego, graças à sua barba que me arranhou muito de leve.

De repente, senti a alça do meu sutiã deslizando para baixo. Nem tinha me dado conta de quando havia aberto o fecho. Beijou meu colo até chegar no outro lado e fez a mesma coisa com a outra alça. Daí em diante, sua mão deslizou pelo meu braço até chegar na cintura. E de lá, até as costas, subindo cada vez mais até encontrar o fecho. Tinha que admitir que sentir a mão dele, macia e quente, sobre minha pele, era algo... Absurdo. E bom. Incrivelmente bom, verdade seja dita. Seu toque era delicado, mas ao mesmo tempo, era viciante. Tanto que nunca reclamava quando, muitas vezes em que estávamos num lugar frio, ele enfiava as mãos por baixo da minha blusa. Lenta e gentilmente, seus lábios envolveram meu seio esquerdo e por muito pouco não gritei. Enterrei meus dedos por entre seus cabelos, tomando o máximo de cuidado para não puxá-los e acabar machucando o Bill.

Quando senti a bolinha do piercing da sua língua brincando com o bico, não consegui evitar e arqueei as costas. E justo quando já não estava mais aguentando, partiu em direção ao outro, repetindo as provocações. Antes que pudesse me dar conta, sua mão já tinha passeado pela minha cintura, a parte externa e interna da coxa e se aproximava da minha virilha. Assim que o senti me tocando, mesmo sobre a calcinha, não contive um gemido sufocado. Cravei minhas unhas no seu ombro e não consegui mais controlar meus gemidos; Nem tentava mais evitá-los. Uma sensação boa percorria cada milímetro do meu corpo, conseguindo fazer com que me contorcesse um pouco e mordesse o lábio, à medida que ficava mais intenso. Entretanto, não tinha parado de beijar cada mínimo pedacinho do meu tronco. Nem me dei conta de que estava se aproximando cada vez mais da minha barriga e ficando mais distante dos meus seios até sentir que a calcinha estava deslizando para baixo e, quando eu ia protestar, senti sua mão deslizando pela minha coxa, fazendo que ia tocar a parte interna mas quase imediatamente acariciando a parte externa, me fazendo gemer fraco. Quando afastou minhas pernas, percebi o que ia fazer e as fechei. Com a voz quase num sussurro, pediu:

– Liebe... Me deixa fazer isso...

Voltou a aproximar seu rosto do meu e perguntou, roubando alguns selinhos:


– Você confia em mim?

– Sabe que sim. - Respondi. - Senão nem estaria aqui.

– Então... Você vai gostar, eu te garanto.

Mordi o lábio inferior, insegura. Deslizava as unhas lenta e levemente pela parte interna da minha coxa, o que não me ajudava em nada. Respirei fundo e acabei cedendo. De repente, senti que estava me tocando e não me controlei; Lá fui eu judiar do coitado do meu lábio. E eu mal sabia que só ia piorar...

Assim que senti a bolinha do seu piercing da língua deslizando lentamente, quase gritei. Me segurei para não me tocar também e, para que tivesse sucesso nisso, me agarrei aos lençóis, tendo aquela sensação boa que começava fraquinha e quase rapidamente, ia aumentando até que eu não aguentasse mais. Arqueei as costas assim que chegava ao ponto que não conseguia mais suportar e sufoquei um gemido. E, quase imediatamente, emiti um resmungo de protesto. Porém, logo voltou a me beijar. Ouvi o barulho da gaveta se abrindo e fechando, interrompeu o beijo por alguns poucos segundos, mas não se afastou. Rapidamente, abri os olhos e não nego que observei cada pedaço do seu corpo, agora totalmente descoberto, aproveitando cada segundo antes de ele ficar por cima de mim

– Me avisa se eu te machucar. - Pediu, me olhando fixamente. Concordei e fiz minha exigência:

– Nem ouse parar se eu fizer uma careta, combinado?

Percebi que tinha assentido e, quando dei por mim, já tinha posto a camisinha e me olhava, como se estivesse esperando minha autorização para continuar. Ergui a cabeça, roubando um beijo daqueles e, quando menos esperei, estava dentro de mim. Começou a se mover com cuidado e lentamente, o que era muito bom e torturante ao mesmo tempo. Uma das suas mãos ficava indecisa entre apertar minha cintura ou meus quadris, me puxando de encontro ao seu corpo.

Quando começou a se mover mais rápido e mais fundo, senti um leve desconforto e me controlei para não fazer nada que pudesse interromper. E deu certo. Sem que pudesse perceber, empurrava seus quadris de encontro aos meus com ajuda das minhas pernas. Em poucos minutos, desisti de controlar meus gemidos. Por fim, cheguei ao clímax, tendo uma sensação boa. Percebi que meu corpo começou a relaxar, ainda que ele não parou de se movimentar dentro de mim até que chegasse ao limite dele. O senti relaxando e logo em seguida, escondeu o rosto na base do meu pescoço. Comecei a mexer no seu cabelo e percebia sua respiração voltar ao normal aos poucos.

Me encontrava num estado de torpor, tentando assimilar o que tinha acabado de acontecer. De repente, ouvi sua voz baixa e rouca perguntando:

Liebe? Dormiu?

Resmunguei uma resposta negativa e, se endireitou, me olhando.

– O que foi? - Quis saber.

– Nada. - Respondi, dando um sorriso fraco.

– Você se arrependeu?

– Não. Claro que não! Só estou... Pensando.

– Estou começando a achar que você não gostou...

– É que... Por ter sido a primeira vez, foi estranho. É que nem o primeiro beijo.

Sorriu fraco.

– Foi muito melhor do que eu esperava, verdade seja dita. - Respondi. - Só estranhei um pouco por ter sido a primeira vez, como te falei.

Concordou e me puxou para mais perto, fazendo com que me aninhasse no seu peito. Por mais que estivesse me sentindo cansada, consegui me manter acordada tempo o suficiente para observá-lo dormindo. Não resisti e beijei sua bochecha e, logo depois, sua boca.

Na manhã seguinte, quando acordei, nem tinha noção de que horas eram. Só sei que, quando acordei, depois de piscar por alguns breves instantes, me dei conta de que a porta do quarto estava sendo fechada. Rapidamente, fui atrás da minha calcinha e da camiseta do Bill. Em seguida, saí e encontrei quem eu já imaginava que estaria ali, àquela hora da manhã e nos espionando, fazendo café. Passei meus braços pela sua cintura e encostei a cabeça nas suas costas. Perguntou:

– Pelo visto... Deram um grande passo.

Justo naquela hora, se virou de frente para mim e não tive coragem de olhá-lo e quis saber:

– Ele foi...

– Gentil? Nossa... Nem te digo o quanto. Tô me sentindo nas nuvens. - Falei, sorrindo feito uma boboca, fazendo com que ele desse um sorriso fofo.

– Não vai contar o que está aprontando, não é?

– Ah... Sobre o seu castigo por não ter dito nada que sabia que eu e o Bill estávamos juntos? Pois é. Não. Mas calma... O melhor da festa é esperar por ela.

E, terminando de dizer isso, deixei o Tom ali, com cara de tacho. Porém, antes que eu pudesse entrar no corredor que levava aos quartos, me chamou e, quando me virei, disse:

– Muito obrigada por ter esbarrado no carrinho do Bill.

– Foi ele quem esbarrou no meu.

– Ok. Me deixa reformular então. Obrigada por ter ido ao mercado aquele dia.

Sorri e falei, abraçando-o:

– Obrigada por ser o melhor cupido do mundo. Te adoro, viu?

Quando ia embora, falei:

– Emily.

Parou para me olhar, confuso e disse:

– Uma pista do que estou aprontando para você.

– É uma amiga sua?

Arqueei a sobrancelha e falei, abrindo a porta de entrada do apartamento:

– Tchau, cupido...

Depois que ele foi embora, voltei para o quarto e tive uma surpresa daquelas: O Bill já tinha acordado e estava a meio caminho do banheiro. Assim que tive uma nova chance de observá-lo, arqueou a sobrancelha e perguntou:

– Quer tomar banho comigo?

E precisa perguntar duas vezes?

Postado por: Grasiele

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