sábado, 9 de junho de 2012

The Neighbour - Capítulo 11

 Luiza
Olhava para todos os cantos, menos um em particular. Ao mesmo tempo, tentava não dar muita bandeira, do contrário, todo mundo ali ia ter certeza do óbvio. E vira e mexe, recebia olhares furtivos, não só do Tom, mas também da Simone. Sim, a conheci e, como já esperava, duvidou que eu era brasileira. Mas mesmo assim, foi uma das pessoas mais simpáticas que já tinha encontrado. E, de certo modo, sabia que eu estava com o Bill, embora não soubesse exatamente qual era o relacionamento que tínhamos. Talvez pensasse que nós estivéssemos só ficando.

- Luiza, e me diz uma coisa. Por que seu namorado não veio? - Quis saber. Senti o olhar do Bill em cima de mim.

- Até chamei, mas disse que ia visitar a mãe. - O que, de certo modo, não era mentira.

- Ah, que pena... Queria conhece-lo.

Sorri fraco e vi o Bill deslizando a ponta das unhas sobre o braço da menina, me provocando e olhando fixamente na minha direção.

- Estou começando a achar que esse tal de Alex não existe. - Disse, me dando um daqueles sorrisinhos cínicos, dignos do Tom.

Me segurando para não dar aquela resposta para ele, ainda mais que a Simone e o Gordon estavam ali, simplesmente o ignorei.

Aproveitando uma brechinha que tive, fui até o banheiro da suíte do Tom, já que ele mesmo tinha me dito para ir lá. Não deu nem um segundo que tinha acabado de entrar ali quando ouvi umas batidas na porta. Obviamente, respondi que estava ocupado e a criatura abençoada continuou a bater insistentemente. Vendo que não ia conseguir fazer xixi, resmunguei:

- Já vou, ô criatura!

Terminei de me arrumar e, quando já estava com a mão na maçaneta quando, de repente, fui atropelada. Só ouvi o barulho da porta sendo fechada e trancada de novo. Em seguida, fui posta contra a parede e, antes mesmo de respirar fundo, me beijou. Já sabia quem era antes mesmo de sentir os seus piercings no lábio e o da língua. Tentei afastá-lo, em parte por causa da falta de ar, em parte por causa do medo de nos pegarem no pulo, apesar de a porta estar trancada. Então, fiz a primeira coisa que achei que poderia funcionar e afastá-lo um pouco: Apertei sua bunda. Funcionou e, quando ia voltar a me beijar, avisei:

- Além de estarmos na casa do seu irmão, sua mãe e seu padrasto estão lá embaixo. Lembre-se que ninguém além de nós dois sabe que estamos namorando. Sem falar que eu estou puta com você.

- O que eu fiz?

Suspirei e arranhei seu braço, exatamente do mesmo jeito que ele havia feito com a menina, fazendo-o rir. Bati em seu ombro e reclamei:

- O que está me tirando do sério é que parece que você faz isso de propósito! Tenta se colocar no meu lugar. Imagina se eu ficasse agindo do mesmo jeito que você? Pelo que sei, ia ter uma reação ainda mais drástica que a minha, estou errada? E nem ouse pensar em sonhar em cogitar a hipótese de vir com machismo para cima de mim!

- Entschuldigung, liebe.

Fiz bico e cara de brava, o que fê-lo rir. Revirei os olhos e bufei.

- Para de graça, estou te avisando. Depois não vem reclamar das consequências, ouviu bem?

- Tá. - Disse. O expulsei dali porque minha bexiga tinha começado a reclamar e, lá pelas oito horas da noite, peguei carona com o Bill.

Me seguiu até o meu apartamento e, obviamente, não consegui me segurar. Falei tudo o que estava sentindo, graças àquele teatro todo e, por fim, falei:

- Quer saber o que mais? Todo mundo está sabendo. Sua mãe nem bem me conheceu direito e ficou me olhando daquele jeito que mãe olha quando sabe de tudo que está acontecendo. E o Tom, que te conhece como ninguém e me conhece o suficiente, só faz dar diretas para mim o tempo inteiro.

- E o que você me propõe então, hein? - Perguntou, elevando o volume da voz também. É, tinha cutucado onça com vara curta. E agora ia ter de aguentar o bote...

- Que a gente conte a verdade para eles, pelo menos. Se eu te ver cheio de graça para cima de outra menina... Juro que junto minhas coisas e sumo! Nem detetive me acha!

- Excelente saída: Chantagem.

- Quê chantagem o quê, criatura? Não entendeu ainda que é uma tortura para mim te ver com outras meninas, sendo que estamos namorando? Caramba, eu... - Me interrompi bem a tempo.

- Você o quê, Luiza?

- Gosto muito de você. - Falei, vendo-o murchar um pouco. Estava mais que óbvio o que eu quase falei. - Tenta se colocar no meu lugar, poxa! Imagina se eu ficasse me agarrando com... O Georg na sua frente?

- Te conheço. Não ia agarrar o Georg porque ele tem namorada também.

- Que seja. Mas deu para entender aonde eu quis chegar, não é? Pois então. Não me torra o saco!

É. A Luiza fofa, meiga e doce virava esse ser totalmente... Desbocado numa situação de stress.

- Quer saber? Acho melhor a gente conversar amanhã.

- Tá. Só que tem uma última coisa. - Falei, vendo-o se afastar de mim, indo na direção da porta.

- O que?

Em pouquíssimos passos, fui até ele e, antes que pudesse dizer mais alguma coisa, o beijei. Segurei seu rosto com as duas mãos e sabe-se lá como consegui ficar nas pontas dos pés, diminuindo um pouco a diferença de altura. Desde o início, não queria que ele embora brigado comigo. Então no desespero...

Mordia seu lábio inferior, o puxando com os dentes sem fazer muita força ou até chegar a machuca-lo ao mesmo tempo em que sentia uma das suas mãos subindo mais que de costume, indo parar sobre minhas costelas, quase naquela armação do sutiã. Em pouco tempo, com a outra mão, levantou minha perna e entendi o que pretendia. Me sentia uma filhote de coala, mas foda-se. E foda-se também o que quer que tenha sido que se espatifou assim que passamos pelo corredor, rumo ao meu quarto. Só espero que não seja nada muito... Caro.

Assim que me pôs deitada sobre a cama, me olhou por alguns instantes e pedi:

- Entschuldigung¹, liebe. Mas hoje... Foi bem difícil me controlar.

- Eu exagerei também... - Reconheceu, me surpreendendo. Quer dizer, sabia que era teimoso e, por experiência própria, sabia que era muito difícil de algo assim acontecer.

- Trégua? - Perguntei, vendo-o sorrir daquele jeito fofo que eu amava. Concordou e, logo, voltou a se apossar da minha boca.

Algum tempo depois, já tinha perdido a noção de quantas horas eram. Só sabia que era noite e o mundo parecia desabar do lado de fora da janela, de tanto que chovia. Continuávamos deitados na minha cama, com a diferença que a Vivi dormia entre nós, mais perto do Bill, que acariciava seu pelo.

- Eu sonhei com ela antes de adotá-la. - Contei, encarando o teto.

- Como assim?


- Tive uma premonição. Foi o seguinte; Em maio de 2011, fui para o Rio de Janeiro com uma amiga minha. Daí, minha tia-avó que mora lá, contou que tinha um lugar ali perto que estava dando gatinhos para adoção. Fiquei tão animada que, na manhã seguinte, tinha ido até o tal lugar, que era simplesmente umas dessas pseudo-gaiolas, mas sem tampa. Fui olhando os gatinhos e a que eu peguei era idêntica à Vivi. Daí, um mês depois, a adotamos.

- Quando você diz idêntica, quer dizer...

Peguei uma caixa sob o criado mudo ao meu lado e procurei, por entre as fotos dela, uma bem do início, de logo que a adotamos. Encontrei a perfeita, que mostrava bem como eram os pelinhos dela.

- Ela tinha os olhos azuis.

- Por que você acha que ela se chama Violeta?

- Não é Vivi?

- É apelido. Para ficar mais fácil de ela responder. Sem falar que ela ouve melhor o som de palavras terminadas com I.

- Sério?

Concordei com a cabeça.

- Do mesmo jeito que deve acontecer com relação aos donos de cachorro... Quando você tem um gato, passa a querer saber cada mínima coisa a respeito dele, costumes, manias, como cuidar... Daí, a gente descobre essas coisas. - Respondi.

O vi pegar na pata dianteira da Vivi, que a encolheu. Em seguida, esticou os bracinhos, fechando as “mãozinhas”, uma sobre a outra, fechando-as sobre a carinha.

- Tem como ela ficar mais fofa? - O Bill perguntou, rindo por causa dela.

- Por incrível que pareça... Tem. - Respondi.

Não demorou muito para que pegássemos no sono.

Quando acordei na manhã seguinte, ele estava me observando. Vivi já não estava entre nós dois e, provavelmente, estava comendo a ração. Perguntei, vendo o olhar que ele me lançava:

- O que foi?

Sem dizer nada, se deitou em cima de mim e, ao mesmo tempo em que passava sua mão por baixo da camiseta que eu usava, acariciando minha cintura ao mesmo tempo em que a apertava, me fazendo ofegar antes que sentisse sua boca sobre a minha. Como sempre, era um beijo... Faminto, daqueles que tirava meu ar quase totalmente e, se eu estivesse de pé, provavelmente estaria de pernas bambas.

Sua mão fazia um carinho gostoso que me deixava ainda mais desnorteada e começando a perder meu autocontrole. Enquanto isso, arranhava sua nuca de leve, desenhando o contorno da tatuagem com a ponta das minhas unhas, percebendo sua respiração ficando cada vez mais rápida e pesada. De repente, começou a morder e sugar meu lábio inferior, conseguindo fazer com que eu ofegasse um pouco. Sua mão desceu até o elástico do short que estava usando e começou a empurrá-lo para baixo, quase levando minha calcinha junto. Segurei seu pulso, fazendo com que voltasse a pegar na minha cintura. Começou a dar indícios de que queria aprofundar o beijo e abri a boca um pouco mais. Daí em diante, a coisa só foi piorando.

Com a mão livre, alcancei a barra da sua camiseta, a puxando para cima. Em resposta, tirou uma das mãos da minha cintura e a deixou passear livremente pela lateral dos meus quadris até alcançar a coxa, continuando deslizá-la, inclusive pela parte de dentro, vez ou outra, aproximando da minha virilha. Quando passou a mão por baixo da minha coxa, fazendo com que eu envolvesse a perna no seu quadril, deixando nossos corpos colados e conseguindo com que eu percebesse sua excitação. Puxei sua camiseta mais para cima até tirá-la. Só separamos nossas bocas para que pudesse passar a peça de roupa pela sua cabeça. Quase imediatamente, não uniu nossos lábios; Em vez disso, preferiu me torturar. Beijou, sugou e até mordeu de leve cada milímetro de pele do meu pescoço. Lentamente traçou uma trilha até meu colo e, quando estava quase chegando ao decote da blusa que eu estava usando, fez algo inesperado: Uma das suas mãos pousou sobre meu seio esquerdo. Quase gritei por causa do susto, mas logo, o que era para ser grito se transformou em alguns gemidos roucos e com minha voz vergonhosamente falha. Baixou uma das alças, descobrindo o lado esquerdo e, assim que o viu, deu um sorriso de lado e, logo em seguida, senti seus lábios o cobrindo. Quando senti a bolinha do seu piercing da língua rodeando o bico, não consegui me conter e arqueei as costas, quase gemendo. Quando mordeu de leve, cravei minhas unhas no seu ombro. Logo, deu um jeito de se livrar da minha camiseta, a atirando em um canto qualquer do meu quarto e, continuando a beijar no ponto de onde tinha parado, fez os mesmos estímulos com o outro e, quando eu já não estava mais aguentando, começou a trilhar um caminho a partir daquele espacinho entre os seios. Foi descendo cada vez mais, não poupando nenhum mínimo pedaço de pele. Quando chegou no cós do meu short, começou a abrir os botões e, em seguida, puxou a peça para baixo, me deixando só com a calcinha e nem um pouco envergonhada. Voltou a beijar minha boca e, por instinto, pus minhas pernas em volta do seu quadril de novo. Entretanto, havia uma coisa me incomodando: Sua calça. Abri o botão (Já que ele não usava o cinto) e baixei o zíper, a empurrando para baixo até que chegasse numa altura em que eu não alcançava mais e o próprio Bill teve que tirá-la e dar o mesmo destino que as outras peças. Em seguida, pegou meu pulso e o guiou até logo abaixo do elástico da sua boxer, exatamente sobre seu pênis. Separando nossas bocas, aproximou o rosto da minha orelha e perguntou, praticamente sussurrando:

- Está vendo o estado que você me deixa?

Não contive um sorriso e, me aproveitando da oportunidade, mordi o lóbulo da sua orelha, sentindo sua respiração forte bater sobre meu pescoço, fazendo com que eu me arrepiasse. Já tinha deixado meus dedos entrarem por baixo do elástico da sua boxer, brincando e ameaçando tirá-la. O provoquei uma última vez, arranhando sua pele em linha reta, tendo o umbigo como ponto de partida. E quando cheguei aonde queria, já tinha começado a despi-lo enquanto mordia seu lábio inferior... A campainha tocou. Tomei um susto daqueles, principalmente porque estava distraída e, rapidamente, levantei e fui pegar uma daquelas camisetas de bandas, a vestindo, assim como o short e indo até a porta. Quando espiei pelo olho mágico, falei baixo:

- Ai meu Deus!

Quase imediatamente, o ouvi dizer:

- Luiza, não adianta fingir que não está em casa porque estou vendo as sombras dos seus pés.

Mordi o lábio e respondi, fazendo questão de dizer o seu nome, na esperança que o Bill ouvisse:

- Já venho, Tom. Acho que esqueci a chave na bolsa.

- Só não esquece a cabeça porque tá grudada no pescoço, né?
Ri sem humor e fui até o quarto. O Bill simplesmente tinha sumido. Foi quando percebi a porta do meu banheiro fechada. Respirei fundo, pegando a chave, que realmente estava na bolsa e fui abrir a porta. Assim que me viu, perguntou:

- Demorou a atender... Estava fazendo o quê?

- Eu... - Comecei a dizer, mas naquela hora, o Bill saiu do meu quarto e veio andando até a entrada. O Tom me olhou e comecei a me explicar: - A gente estava vendo se realmente ia dar certo, sem falar que eu estava me preparando para o assédio.

- Eu sabia. - Disse, simplesmente. - Estava desconfiado já tinha algum tempo.

- Como assim? - Perguntei.

- Como eu sei que atrapalhei vocês e que provavelmente não estavam tomando café... Explico tudo que quiserem saber. - Respondeu.

Postado por: Grasiele

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