sábado, 9 de junho de 2012

The Neighbour - Capítulo 18

 Bill

A única luz que entrava ali era a do luar. Estava numa suíte de um hotel e a Iza estava deitada sobre meu peito, me observando mexer com seus dedos, observando cada detalhe, desde o formato de cada dedo e cada unha, o toque de cada um... Não conseguia resistir e vez ou outra, acabava entrelaçando nossas mãos ou a beijando. Me olhava, sem dizer nada. Mesmo porque naquela hora, não era necessário.

- Ich liebe dich, Iza.

Tombou a cabeça um pouco para trás, para me olhar fixamente. Durante longos instantes. Acariciava levemente minha nuca, quase acabando com todo meu juízo, só com aqueles simples gestos. Deslizou os lábios sobre os meus, mal os tocando e, quando já não estava mais aguentando aquela provocação toda, senti que mordeu meu lábio inferior delicadamente e o puxando sem fazer muita força. Nesse instante, as pontas das suas unhas arranharam minha nuca e, não conseguindo mais esperar, fechei os olhos e acabei com a distância. De repente, deslizou a ponta da língua sobre meu lábio superior, por acidente, e deixei um gemido rouco escapar. E isso serviu para que ela repetisse a provocação. Naquelas alturas, não estava mais suportando aquela espera toda.

Logo, nossas línguas se encontraram e começamos a nos beijar de uma maneira diferente. Parecíamos querer fazer com que aquele momento durasse para sempre e aproveitávamos cada segundo. Antes que tivesse consciência, me deitei sobre ela e só para não perder o costume, apertava sua cintura. Tinha uma curva tão perfeita que era impossível manter minhas mãos longe dali. Não demoramos muito tempo para que ficássemos ofegantes, minha mão tinha ido diretamente para sua coxa e a apertava muito de leve. Passei a beijar seu pescoço ao mesmo tempo em que sentia suas unhas arranhando minhas costas e a outra mão puxava meus cabelos de leve. Antes que pudesse pensar em me controlar, beijava a linha do seu maxilar, indo até seu pescoço, colo, a curva dos seus seios e qualquer parte deles que não estivesse escondida pela blusa. Como sempre, minha mão estava sobre sua cintura e vez ou outra, a apertava, conforme seus ofegos aumentavam de intensidade. Não demorei muito a sentir seus dedos deslizando para debaixo da minha camiseta, arranhando de leve a minhas costas. De repente, percebi que tinha apoiado uma das suas pernas sobre a cama. Aproveitei a oportunidade para colocá-la ao redor da minha cintura e afastar a outra, ficando entre elas e encaixando nossos corpos ainda mais. Antes que pudesse perceber e guiado por puro instinto, movimentei meus quadris contra os seus e, mais do que nunca, desejei que não houvesse nenhuma roupa nos atrapalhando. Ainda mais que minha calça estava ficando realmente incômoda por estar apertada. Deixei minha mão descer um pouco da sua cintura até alcançar sua bunda, não resistindo e a apertando com vontade, ouvindo-a sufocar um gemido. Comecei a deslizar a sua blusa para cima, revelando sua barriga e um piercing no umbigo. Puxei sua cintura para mais perto e a apertei mais uma vez. Adorava fazer isso simplesmente porque era uma das melhores coisas. Além da curva, a pele ainda era macia. Ao mesmo tempo em que abriu sua boca um pouco mais, me dando a oportunidade de intensificar o beijo, deixei minha mão descer um pouco da sua cintura até alcançar sua bunda, não resistindo e a apertando com vontade.

Em poucos segundos, já não conseguia me conter e aproveitava cada oportunidade que tinha para morder e até mesmo sugar os seus lábios, tanto o de baixo quanto o de cima. Inclusive, quando a provocava, dando atenção ao superior, percebia que ofegava um pouco. Depois que abandonei a sua boca para beijar o seu pescoço, muito perto da sua orelha, ouvindo-a gemer baixo. Não consegui me controlar e colei o meu quadril ainda mais ao dela e falei, o movimentando de leve, a provocando:

- Acha que sou só eu que estou fazendo um estrago daqueles?

Pelo canto do olho, vi seus lábios se curvando para cima e, logo em seguida, formaram um sorriso. Mordi o lóbulo da sua orelha, a sentindo estremecer e percebi que seus dedos estavam dentro da minha camiseta e arranhavam a minha barriga de leve, logo abaixo do meu umbigo e conseguindo me deixar ainda mais excitado. Era incrível que aquela provocação era infalível. E por mais que ela fosse previsível ao deixar sua unha deslizar em linha reta, ainda sim, não conseguia me comportar depois disso.
Não demorou muito tempo para que sentisse que ela tirava minha camiseta. E aproveitei que tinha afastado minha boca do seu pescoço para tirar a sua blusa também. A observei por alguns instantes. Assim que foi atirada num canto qualquer do quarto, voltei a ficar sobre ela e beijava cada mínimo pedaço do seu colo descoberto, começando da base do pescoço, passando pelos ombros e descendo cada vez mais. Gemeu meu nome assim que me sentiu mordendo o bico do seu seio de leve e, quando menos esperei, meu cinto foi aberto, seguido da calça, que teve o mesmo destino que as outras peças. Afastei-me cada vez mais do seu colo e me aproximando da sua barriga, percebeu quais eram as minhas intenções. Talvez por isso, arqueou o corpo na minha direção. Continuei com a trilha, me aproximando do seu umbigo, vendo sua barriga se contrair. Tirei seus shorts, deixando-a só com a calcinha. Toquei seu sexo, mesmo sobre o tecido fino da sua última peça de roupa e ela correspondeu, movendo os quadris exatamente como eu queria. Assim que me endireitei, ficando com o rosto a poucos milímetros do dela, nem notei quando aproximou a boca do meu ouvido.

- Sabe o que eu mais quero agora? - Perguntou, com a voz quase num sussurro e logo depois, mordendo o lóbulo da minha orelha. Ah, se ela soubesse o estrago que estava fazendo... Espera aí. Ela sabia!

- O que? - Perguntei, gemendo.

- Quero que me faça perder a pose de boa moça... Eu sei que você é capaz.

Sabe o que acontece quando faíscas encontram pólvora? Pois é. Uma explosão daquelas.

- E... Quero fazer algumas coisas com você também. - Respondeu, me fazendo olhá-la curioso. Mordeu o lábio inferior, dando um meio sorriso e, só para piorar minha situação ainda mais, ergueu o rosto e, praticamente sussurrou, com a boca colada ao meu ouvido: - Do mesmo jeito que você me enlouqueceu com a sua língua da outra vez... Quero te mostrar do que sou capaz...

- E do que... Você é capaz? - Perguntei, com a voz já falhando.

- Pode saber que é muito além de simplesmente deslizar minha unha em linha reta a partir do seu umbigo e parar só quando chega na fivela do cinto ou no elástico da sua boxer. Digamos apenas que o mais... Light que posso fazer é continuar.

Nem bem disse isso e senti seus dedos deslizando para baixo da peça que acabara de citar. Quando os senti se fechando em torno do meu pênis, quase perdi meu controle ainda mais. Ofeguei e percebi que ela se arrepiou ao sentir minha respiração pesada batendo contra sua pele. Começou a mover a mão lentamente, me masturbando. Conforme ia aumentando a velocidade, percebia que o prazer que estava sentindo só aumentava. Começava a perder meu autocontrole quando, de repente, deu um jeito de inverter as posições, ficando sentada sobre meu quadril. Rapidamente tirou minha boxer e, antes que conseguisse pensar em mais alguma coisa, se levantou indo até a poltrona onde estava sua bolsa e vi que pegou duas coisas que não consegui ver direito o que era. Quer dizer, só percebi que pôs uma delas na boca e, quando veio na direção da porta, mastigava. Perguntei:

- O que você está comendo?

Deu um sorriso sem mostrar os dentes e, depois de largar um pacote de camisinha sobre o criado mudo, se sentou em cima de mim, só que mais perto dos meus joelhos. Em seguida, deu uma piscada para mim e pediu:

- Respira fundo e se prepara.

Já ia perguntar o que queria dizer com aquilo quando pôs o meu pênis na sua boca. E por muito pouco não gritei; Descobri que tinha posto uma daquelas balas de menta que eram tão refrescantes que até ardiam a garganta. E como todo meu corpo estava quente por causa das provocações, ter o choque térmico por causa daquela bala com sensação gelada foi... Inesperado. Sentia sua língua deslizando por toda a extensão do meu sexo ao mesmo tempo que, com uma das mãos, brincava de arranhar de leve um ponto bem específico dos meus testículos. Com a outra, mantinha o ritmo acelerado da masturbação. E sempre que chegava perto da glande, a sugava com intensidade necessária para quase acabar com meu juízo. Aos poucos, foi aumentando a velocidade com que me masturbava e, quando percebi que não ia mais aguentar, a chamei. Me olhou e foi a deixa para puxá-la e fazer com que se deitasse sobre o colchão e eu ficasse por cima dela. Rapidamente, tirei sua calcinha e, depois de pegar a embalagem da camisinha, rasga-la com os dentes e coloca-la, a penetrei em meio à um beijo intenso. Segurava seus quadris com firmeza e, passados alguns minutos, minhas investidas eram rápidas e ritmadas e ela correspondia, rebolando. De repente, senti que tinha alguma coisa arranhando minha virilha de leve e, quando percebi que ela arqueava as costas e tinha interrompido o beijo, aproveitei para tentar ver o que era. A olhei, curioso e, segurando seu pulso, a impedi de continuar; Quase imediatamente, me pus a fazer o mesmo que ela: Mover o indicador em círculos sobre seu clitóris.

Alguns minutos haviam se passado quando senti que ela havia chegado ao máximo e, depois de algumas investidas, também atingi o clímax. Antes de me largar sobre o colchão ao seu lado, me forcei a levantar e ir ao banheiro, dar um jeito na camisinha. Assim que voltei ao quarto, olhei para a cama, onde ela estava deitada de lado e virada de costas para mim. Dei a volta na cama e me deitei virado de frente para a Iza, que estava um pouco sonolenta e lânguida. Acariciei sua cintura descoberta e deu um sorriso fraco. Perguntei:

- Já te disse o quanto eu te amo e não posso mais viver sem você?

Seu sorriso alargou-se um pouco e esticou a mão até alcançar meu rosto, o acariciando logo depois.

- Ich auch.

Acabei dormindo abraçado de conchinha com ela.

Na manhã seguinte, acordei e senti que o outro lado do colchão estava vazio. Estiquei a mão, tateando em busca da Iza e não a encontrei. Abri os olhos e não havia nem sinal dela. A chamei e não houve resposta. Decidi levantar e tomar um banho, antes de qualquer coisa. Só quando abri a porta do banheiro é que percebi onde ela estava.

- Ai que susto! - Disse, batendo no meu ombro, assim que entrei debaixo do chuveiro também e a abracei pela cintura.

- Não me ouviu te chamando?

- Você sabe que quando eu estou tomando banho é a hora em que fico mais tempo viajando nos meus pensamentos...

Sorri e beijei seu pescoço. Tomamos banho juntos e, depois disso, saímos dali, nos vestindo logo em seguida. Depois de fazer o check-out do hotel, fomos até a famosa Savassi e de lá, até uma confeitaria* perto de um shopping que a Iza dizia que, por mais que odiasse, sempre ia, por ser perto de casa. Tomamos o café da manhã lá e, depois disso, demos uma volta a pé por algumas ruas ali perto. Atraíamos a atenção de algumas pessoas, mas ninguém chegava perto. Ficavam mais me olhando porque, como a Iza havia me avisado, eu era mais alto que a média dos mineiros, que tinham, no máximo, a mesma altura que o Tom. Quer dizer, mesmo que tivessem três centímetros de diferença, ainda assim, parecia que eu era ainda maior porque era magro.

Assim que nos sentamos em um banco perto de um McDonald’s, quase em frente a uma loja de brinquedos e uma livraria, pelo que a Iza me disse, fiquei observando as pessoas passarem por nós.

- Não entendo por que você não gosta daqui. Magdeburgo é bem pior.

- A cidade fica intragável por causa das pessoas. Sempre achei uma boa parte do pessoal daqui um pouco grosso demais. Esbarram em você e nem se dão ao trabalho de pedir desculpas. Claro que toda regra tem lá as suas exceções.

- Depois eu que sou pessimista.

Riu e, como estávamos em uma posição que me favorecia, a abracei pela cintura e beijei seu ombro.

Uma vez que o Natal e a virada do ano tinham passado, voltamos a Hamburgo. E nem bem pisamos no saguão do aeroporto e aquele monte de repórteres e fotógrafos vieram para cima de nós, nos bombardeando com perguntas e quase nos cegando com os flashes. Assim que chegamos em casa, fiz aquela cara de cachorro que caiu do caminhão de mudanças, como a Iza diria e acabei convencendo-a a ficar ali comigo.

Entretanto, cerca de quinze dias depois, percebi que a quantidade de repórteres na porta do nosso prédio só ia aumentando cada vez mais. Por isso mesmo que nunca deixava a Iza sair sozinha. A essas alturas, já especulavam a respeito do nosso namoro e não podíamos nem ir ao estúdio em paz, já que sempre nos cercavam.

Quando a situação começou a ficar insustentável, o Jost apareceu lá em casa bem na hora que estávamos no meio de um amasso daqueles. Por causa da minha situação, a Iza teve que abrir a porta e pude ver que tentava se controlar para não rir da almofada do meu colo. Resmunguei:

- Isso é culpa sua.

- Minha?

- É sim. Ficou me provocando aí...

Destrancou a porta e o David estava com o braço encostado no batente. Cumprimentou a Luiza e perguntou, me olhando:

- Estou... Atrapalhando alguma coisa?

- Não. - Respondi, sarcástico. É, nisso que dava ficar tanto tempo perto da Iza. E falando nela... Se olhar feio matasse... Já não estava mais vivo.

- Pode falar, David. Eu sei que se você está aqui é porque tem motivo.

- É. Realmente tem motivo para eu ter vindo aqui.

Jogou um jornal sobre a mesa de centro e vimos uma foto nossa naquela praça da Savassi, abraçados. E em letras garrafais, dizia: “Apresentamos a Sra. Kaulitz!”. A Luiza olhava chocada para a manchete e o Jost perguntou:

- E agora? O que a gente vai fazer?

- Eu acho que a gente podia... - Comecei a dizer, porém, a Luiza me interrompeu:

- Não tem mais jeito. A gente vai ter de contar a verdade.

- Quê? Liebe, você sabe que...

- Você pode fazer que nem o Georg? Não. Não pode. Por mais que vocês dois façam parte da mesma banda... Lembre-se que ele é o baixista e você o vocalista. O frontman. - Disse.

- Ela tem razão. - O Jost disse, depois de algum tempo. Praticamente tudo que ela dizia tinha isso como consequência: Falava as coisas mais simples, de maneira bem complexa e, só depois de um século e meio é que finalmente conseguíamos assimilar.

- Sim, mas... - Tentei argumentar, o que era impossível, considerando quem era a minha namorada.

- O que está te preocupando? - O Jost perguntou para ela.

- Tudo. - Respondeu. - A reação das fãs assim que ele contar tudo. A reação da imprensa. As alfinetadas de pessoas como... - Parou para pensar e responder. - Ah, aquelas cobrinhas venenosas que sempre ficaram falando mil e uma coisas do Bill e falar umas mer... - Se interrompeu assim que viu meu olhar. - Uns absurdos, tipo que o namoro é de fachada.

- Quanto à isso, é melhor não dar atenção, por mais que incomode. - O Jost a aconselhou.

- Eu sei. Mas... - Mordeu o lábio e, por fim, concordou.

- Então, quando quiser, convoco a imprensa e você abre o jogo, pode ser? - O David me perguntou. Olhei para a Iza e falei:

- Não. Prefiro, por agora, emitir só um comunicado e, assumir tudo na primeira entrevista que dermos.

O Jost concordou e avisei, olhando para a minha namorada:

- E quero que você escreva tudo.

Me olhou surpresa, mas concordou.

Depois que o Jost foi embora, percebi que ela ficou meio quieta. Perguntei, prestando atenção em cada mínimo gesto seu:

- O que foi? Não quer mais continuar comigo?

- Ai, Bill, era só o que me faltava! Você achar que eu vou dar para trás só porque descobriram que a gente está junto! Até parece que ainda não me conhece, depois desse tempo todo. E outra: Eu sei muito bem de tudo que vai rolar por eu ser sua namorada. Por mais que seja assustador, não vou te deixar por isso. Aliás... Não pretendo te deixar tão cedo. Vai ter de aturar essa aquariana chata aqui por bastante tempo ainda.

Ri e a abracei pela cintura. De certo modo, sabia que era verdade. Mesmo que as coisas não dessem certo entre nós, ainda sim, podia contar com ela para o que fosse.

Postado por: Grasiele

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