quinta-feira, 3 de maio de 2012

Coração de Outono - Capítulo 32 - Tudo faz parte do plano.

(Contado por: 3º pessoa)
O dia estava lindo! Sim, estava realmente muito lindo. O Sol raiando fortemente, poucas nuvens no céu, a brisa leve e fresca do vento que batia de vez em quando, os passarinhos cantarolando como se estivessem numa orquestra e as árvores balançando como um belo grupo de dança. Qualquer um poderia para um segundo para admirar, a menos que estivesse amarrado numa cadeira desconfortável, trancafiado num quarto meio abafado e com pouca iluminação. O tédio só não estava pior, porque eles tinham um ao outro para conversarem e verem o tempo passar, sem poderem fazer nada, além disso.
- Bom dia, flores do dia! – diz Jess, entrando no local com um sorriso enorme estampado no rosto. – Tiveram uma boa noite?
Ele está estranho. Pensa Aiyra, já notando a mudança. Não que ela o conhecesse suficientemente bem para saber como as coisas andavam, mas não era difícil perceber que algo acontecia. O Jess não costumava aparecer tanto por ali, apenas quando queria verificar se estava tudo em ordem. Nos dois dias que antecederam aquele, ele se manteve mais afastado e segundo Nick, também estava frio e se comportava como se não se importasse com qualquer outro tipo de vida.
Nesta manhã ele estava estranhamente calmo e sorridente. O péssimo senso de humor não havia diferenciado nem um pouco, continuava fazendo piadinhas sem graça e sem o mínimo de sentido. Trocou algumas palavras com os prisioneiros, como se estivesse diante de dois amigos de longa data. Isso não é nem um pouco normal. O que será que está acontecendo? Bill se pergunta.
Antes de dar continuidade na conversa, Jess ordenou que um de seus comparsas lhe trouxesse uma cadeira, de preferência acolchoada. Disse que tinha um assunto sério a tratar e que não queria sentir nenhum tipo de incômodo durante ou depois. Em poucos minutos ele já estava acomodado, de frente para Bill e Aiyra.
- Vamos direto ao assunto, não? – cruzou as pernas. – Tenho uma historinha interessante pra contar a vocês. – fez um pouco de suspense, mas logo iniciou. – Era uma vez, uma mulher muito bonita, encantadora e casada. Num belo dia, através de amigos, ela conhece um bem sucedido empresário. Ele era um homem muito atraente, pai de família e tinha uma esposa encantadora. Os dois se tornaram bons amigos, e não demorou muito até que aquela amizade se transformasse num romance às escondidas. – sorriu. – Por acaso, alguém sabe de quem estou falando? – pergunta.
- Não. – respondem em uníssono.
- E devo confessar que essa historinha está começando a me dar sono. – diz Aiyra.
- Ah, não. – diz Jess. – Não durma agora. A melhor parte está por vir! – avisou. – A mulher era tão bonita quanto seu nome... Cassie. – encarou diretamente a Aiyra.
Ao ouvir o nome de sua mãe, ela fica confusa e surpresa. Achou que aquilo fosse algum tipo de brincadeira de muito mau gosto, e não entendeu aonde o Jess queria chegar. Pra ela, o que ele havia acabado de falar, era como se fosse uma acusação. Dizer que sua mãe tinha um amante era inaceitável. Ela não seria capaz disso. O Pedro quem errou não ela! E apesar de estar morrendo de vontade de voar no pescoço do Jess, Aiyra se controlou ficando calada para ouvir o restante da história.
- E o empresário atraente é conhecido como... Gordon. – olhou pro Bill. – Agora sim vocês sabem a quem estou me referindo, não sabem?
- Você é maluco!! – diz Bill. – Que história é essa de amante? Quem é essa tal de Cassie?
- A minha mãe. – responde Aiyra, num tom baixo. Bill a olha, sem acreditar.
- É impossível! Meu pai nunca faria uma coisa dessas! Ele nunca trairia a minha mãe!
- Acredite, seu pai é capaz de coisas que até o próprio demônio tem medo. – disse Jess. – Mas, vamos continuar. A Cassie não queria ser só uma amante, ela precisava de atenção exclusiva e não gostava nada daquela ideia de ter que compartilhar seu “amado” – riscou as aspas no ar. – com outra pessoa, mesmo estando casada.
(Flashback)
Deitados numa confortável cama, da suíte mais cara do motel, o casal discutia a relação.
- Você sabe muito bem que não nasci pra ser amante de ninguém. – diz Cassie, enquanto acariciava com as pontas dos dedos o abdômen dele. – E estou me arriscando demais vindo nesses encontros.
- Acha que tem alguma chance do seu esposo descobrir? – pergunta Gordon.
- Não sei. O Pedro é um homem esperto, e não quero mais ficar nesse “ata e não desata”. – ela se senta. – Eu quero uma coisa séria, definitiva! Algo de que eu não tenha vergonha de falar pra ninguém.
- Está traindo o seu esposo há quase um mês, acha que isso lhe trará orgulho algum dia?
(/Flashback)
- Pára! – grita Aiyra. – Você não tem o direito de falar assim dela! Você não a conhece!
Jess apóia os cotovelos nos joelhos e olha bem nos olhos dela.
- Você acha mesmo que sua mãe foi a pessoa mais correta do mundo? – perguntou sério. – Sinceramente, ela era uma vadia.
Aiyra sentiu seus olhos lacrimejarem. Por menos que quisesse concordar, ela sabia que por trás daquilo havia um fundo de verdade. Ninguém inventaria algo assim de propósito, apenas por diversão. Deveria ter alguma coisa, e ela não sabia se torcia a favor ou contra. Se sua mãe tivesse sido amante do Gordon no passado, isso significava que durante muito tempo passou a acreditar numa gigantesca mentira. Ou seja, sua culpa por ter maltratado o Pedro, só aumentaria. Porém, se tudo não passasse de uma afirmação sem fundamentos, ela lutaria até o fim pra acabar com a vida do Jess, e não seria tão difícil assim.
Bill tinha provas o suficiente para saber e poder falar com toda a convicção do mundo que seu pai é mesmo um homem de caráter duvidoso. Ao lhe pedir que enganasse uma pessoa para fins próprios e lucrativos, não descartava a possibilidade dele estar enganando também a sua esposa.
- A Cassie e o Gordon tiveram sim um relacionamento! – Jess afirma novamente e ajeita sua postura. – Eles fizeram um acordo de que iriam se separar de seus respectivos cônjuges para ficarem juntos. Ela deu um jeito de cumprir rapidamente sua parte, mas ele foi um covarde e não quis se separar da Simone!
- Não faz sentindo! – diz Aiyra. – Como eu nunca soube disso? Eu teria notado alguma coisa.
- Você é tão burra quanto a sua mãe! – Jess foi ignorante. – E por falar nisso, percebendo a idiotice que cometera e arrependida, a Cassie passou a ameaçar o Gordon, dizendo que contaria aquele segredo para Deus e o mundo, se ele não cumprisse com sua palavra. Mas nem sob ameaças, ele se dispôs a se separar. Amava de verdade sua esposa e filhos.
(Flashback)
- Você mentiu! – Cassie grita. – Me enganou! – o empurra. – Me usou esse tempo todo, e agora quer me descartar como um copo de plástico! – começa a agredi-lo fisicamente.
- Me escuta! – ele segura suas mãos. – Eu não te usei! Eu disse sim que iria me separar, mas essa não é uma decisão tão simples. – ela chorava. – Eu tenho dois filhos! Não posso abandoná-los de repente, sem uma explicação.
- Eu estava disposta a abandonar tudo por você! – ela se desvencilha. – Tive que mentir pra minha filha e vê-la chorar por não saber de nada! Eu sacrifiquei a vida perfeita que levava, e tudo por causa de um cafajeste imprestável!
- Não é minha culpa se você aceita dormir com o primeiro que lhe oferece um drink e diz coisas bonitinhas.
Profundamente ofendida, Cassie não hesita em dar um tapa no rosto dele. E não satisfeita com a agressão, ela o ameaça.
- Se a papelada do seu divórcio não estiver pronta em uma semana, a sua esposa ficará sabendo de tudo! – ela enxuga as lágrimas. – E prepare-se, porque além dela, a imprensa conhecerá a sua verdadeira face. Com direito a mínimos detalhes.
(/Flashback)
No decorrer da história, as peças foram vagarosamente se encaixando. Aiyra se lembrou de um determinado mês, quando sua mãe passou a sair mais de casa, não deixava claro para onde ia e só retornava ao anoitecer. Vez ou outra surgia com mimos de alto valor, mas sempre dava a desculpa de que economizava para conseguir o que queria. Bill também recordou o exato momento em que seu pai precisou fazer uma viagem de negócios e ficou fora da cidade por mais tempo do que realmente deveria.
- Não pode ser verdade. – disse Aiyra, sem saber no que acreditar. – Ela sofreu quando o Pedro foi embora.
- Aposto que também disse que foi ele quem a traiu, não é? – Jess solta uma gargalhada. – Que mulher esperta! Aprontou todas e ainda conseguiu sair como uma santa.
- Tá, mas o que acontece depois? – pergunta Bill, curioso.
- Bem, como a Cassie não parou com as ameaças, o Gordon decidiu tomar uma atitude drástica e definitiva. – fez uma pausa. – Ele contratou umas pessoas, que ficaram vigiando a rotina da família. Dava pra saber de todos os horários, inclusive os seus Aiyra. E naquela noite, quando você saiu de casa – olhava para ela. -, o pai do seu namoradinho encontrou a oportunidade perfeita para terminar o que havia planejado.
- Quer dizer que... – Bill para e pensa.
- Que o Gordon entrou na casa e assassinou a amante.
As últimas palavras vieram com um peso incalculável. Era inacreditável. Eles – Aiyra e Bill – não conseguiram dizer mais nada. Estavam perplexos, tentando absorver tudo que fora dito nos últimos minutos de conversa.
- É inacreditável, eu sei. Mas se não quiserem acreditar, tudo bem.
- Porque nos contaria, se fosse verdade. – pergunta Bill.
- Porque, assim como da primeira vez, fui contratado pra fazer o trabalho sujo. – Jess responde com sinceridade. – Não sou tão ruim assim, ao ponto de deixá-los morrer sem que saibam disso.
- Vai nos matar? – pergunta Aiyra.
- Sim. – foi tão frio quanto uma pedra de gelo. – Estou recebendo uma boa quantia para apagá-los do mapa. – fez outra pausa. – O Gordon não quer que o Bill interfira novamente em seus negócios.
- O quê? Está dizendo que o meu pai te contratou pra nos matar?
- Ficou tão surpreso. Eu disse que ele era capaz de coisas que até o demônio teme.
- É mentira! – diz Aiyra. – Ele não mataria o próprio filho!
- Claro que não. – o tom de cinismo pôde ser facilmente captado. – Por isso que estou aqui. Tudo faz parte do plano.
 Postado por: Alessandra

Coração de Outono - Capítulo 31 - Se burrice tivesse outro nome...

(Contado por: 3º pessoa)
Fazia exatos dois dias que Aiyra estava presa naquele lugar frio e completamente desconfortável. Em certas horas do dia, ela tinha suas mãos e tornozelos soltos, mas permanecia dentro do quarto. Sem muito que fazer, andava pelo cubículo de poucos metros quadrados. Nick entrava ali pelo menos de quatro a cinco vezes ao dia para lhe trazer as refeições ou um lanche, acompanhados por um suco ou refrigerante. Duas garrafas de água mineral também eram disponibilizadas por dia, para mantê-la hidratada.
Sua expectativa era que seu pai bravamente arrebentasse aquela porta e a salvasse, talvez até mesmo o Bill. Mas com o passar das horas, suas esperanças pareciam desaparecer vagarosamente. Lembrou-se de todas as besteiras que cometeu e amaldiçoou a noite em que conheceu o Jess. Havia fugido de casa em plena madrugada – como costumava fazer –, após ter recebido um convite para uma das festas dele. Se não tivesse desobedecido a uma ordem, provavelmente nada disso estaria acontecendo.
A porta se abre e um dos homens que a vigiava, lhe joga uma sacola preta. Ele era sempre muito sério e de pouca conversa. As mínimas frases que dizia, podia ser notado que era um homem grosseiro.
- Ai dentro tem uma roupa limpa. – diz ele, sério.
- Não vou vestir algo limpo estando suja! – ela joga a sacola no chão.
Alguns minutos depois e Aiyra estava sendo levada, com os olhos vendados e as mãos amarradas, por um corredor de tamanho médio. Jess havia dado uma ordem de que ela poderia tomar banho, desde que não tentasse nenhuma gracinha para fugir. E não haveria mesmo como escapar. O homem tirou sua venda e enquanto a desamarrava, pôde olhar em volta. No banheiro tinha uma janela pequena e alta demais. O ambiente quase se igualava ao quarto em que acabara de sair. Não era tão espaçoso, tinha um sanitário, uma pia minúscula e imunda. Do chuveiro só saia água gelada. Aquele lugar talvez pudesse ser chamado de “mini-inferno”.
Junto com a roupa, veio uma caixinha com produtos de higiene pessoal. Pelo menos pensaram nisso. O banho foi rápido, e não demoraria nem que quisesse. Se demorasse demais debaixo d’água, seria capaz de ficar com hipotermia e morrer em poucos minutos. Aiyra tirou da sacola roupas intimas que, por estarem numa embalagem lacrada, deduziu que fossem novas. Mas desconfiada, cheirou as peças para ter certeza. Uma calça jeans e uma camiseta regata na cor branca completavam o look. Bateu na porta, para avisar que já estava pronta e fora levada de volta.
A essa altura, o nervosismo corriam por dentro o Bill e o Pedro. Eles não tiveram mais noticias, e temendo que a ação fosse espalhada as coisas ficariam mais complicadas, preferiram manter segredo. Para todos os defeitos, a Aiyra tinha ido visitar uns amigos em sua antiga cidade e não demoraria a voltar. Era isso que contava a todo mundo que perguntava. A Clarisse não acreditou tanto, mas preferiu não se intrometer. Ela conhecia muito bem seu esposo e se ele não quis falar nada, é porque certamente sabia o que estava fazendo.
Durante as duas noites Bill não havia pregado os olhos. Sua atenção era inteira e exclusiva para o celular, esperando que o mesmo tocasse a qualquer instante. O Pedro também não descansou e em alguns momentos, sugeriu que os dois fizessem um revezamento, pra ninguém ficar cansado. Tom ajudava no que podia, e não saia do lado do irmão.
O celular tocou por volta das 16h30 e sem hesitar, Bill atende.
- Fale a verdade, eu não estou sendo bonzinho demais com você?
- O que você fez com ela?
- Quem melhor que ela pra dizer?
- O-O quê?
- Bill? Bill é você? Eu estou bem, por favor, não faça nada.
Dava para se ouvir os soluços de choro dela.
- Eles te machucaram? – Bill pergunta, tentando se manter calmo para tranqüilizá-la. – Olha, eu prometo que vou te tirar daí!
- Bill, não faça o que ele pedir! Não faça nada, por favor! O Jess vai... AAAHH!!!!!!
Um dos comparsas havia puxado o cabelo dela com muita força, e isso fez com que Bill e os outros se preocupassem ainda mais, por não saber o que acontecia.
- O que estão fazendo com ela?
- Relaxe, rapaz. – diz Jess. – Foi um puxãozinho de cabelo bobo.
- O que eu devo fazer? Me diga o que preciso fazer para tirá-la daí? – colocou a ligação no viva-voz.
- Não tenha pressa, Bill. Mas me diga, como é saber que a garota que você ama está prestes a ir conhecer Jesus?
- Desgraçado! – sussurra Tom.
- Não a machuque!– disse Bill.
- Porque eu faria uma coisa dessas?
- Olha, eu...
- Filho de um milionário bem sucedido. – Jess interrompe. – Você é como uma galinha gorda que põe ovos de ouro, sabia? – dá uma alta risada. – Quero que me encontre em frente ao seu colégio, à 01h45 desta madrugada. Venha no seu carro, sozinho. – fez uma pausa. – Não se esqueça que se a policia for envolvida... A Aiyra morre!
Os três agora tinham plenos motivos para ficarem nervosos. Eles conversaram, discutiram e chegaram a conclusão de que era arriscado demais o Bill ir àquele encontro. Não dava para prever o que iria acontecer e caso algo desse errado, mais de uma pessoa poderia sair ferida.
A hora marcada se aproximava e eles ainda não haviam chegado num acordo. Vendo que não adiantaria insistir para que Bill ficasse, os três armaram um plano. Muito arriscado, mas ainda assim era um plano. Não era algo digno dos filmes de Hollywood, mas com um pouco de paciência e força de vontade, poderia correr bem.
***
A madrugada estava fria e a rua deserta. Bill estacionou no local combinado e na hora exata. Não viu nenhum movimento e, além do seu, só tinha mais um carro. Por estar meio escuro, não conseguiu enxergar ninguém dentro do veiculo e por um momento se sentiu enganado, achando que tudo não passava de um blefe. Um sinal. Talvez eles precisem de um sinal. Pensou um pouco. Vou piscar duas vezes os faróis.
- O que esse moleque está fazendo? – pergunta um dos homens, de dentro do veiculo em frente. – A gente já sabe que é ele, porque está piscando os faróis?
- Vamos acabar logo com isso, antes que o patrão comece a ligar.
Os dois saíram do carro e foram caminhando na direção de onde Bill se encontrava. Ele fez o mesmo e andou sentindo o vento tocar seu rosto.
- Bill Kaulitz? – pergunta o mais forte e moreno.
- Sou eu. – responde.
Der repente, sem qualquer aviso prévio, o outro dá um soco em Bill. A brutalidade com que fizera isso foi tanta, que o rapaz desmaiou.
- Seu idiota! – o moreno dá um leve empurrão no ombro do parceiro. – O chefe disse pra não machucá-lo!
- Não resisti a esse rostinho bonito. – soltou uma risada de deboche.
- Já que começou agora o leve para o carro. E se ele sujar meu banco, você tirará do seu bolso para mandar lavar.
De uma empresa especializada, os passos de Bill estavam sendo monitorados através do chip de rastreamento implantado em seu celular. Não seria muito difícil encontrá-lo, mas também não seria nada fácil tirá-lo de onde estava indo.
***
- Acorde! – disse Aiyra. – Vamos, acorde! – insistiu. – Bill, está me ouvindo?
Podia ouvi-la um pouco. Sentia uma forte dor em seu rosto e não se lembrava perfeitamente do que havia acontecido. Estava zonzo e a iluminação não lhe favorecia. Abriu os olhos e os fechou novamente, tentando se acostumar com a luz. Numa outra tentativa, seus olhos miraram sua camisa que estava com algumas gotas de sangue. Ele ergue a cabeça e procura pela dona da voz.
- Aiyra?
Ele não se deu conta de que estava preso e ao se mover para chegar mais próximo dela, acabou caindo com cadeira e tudo. Ficou estatelado no chão.
- Ei! – Aiyra grita em direção à porta. – Ei! Ele precisa de ajuda!
- Cale a boca, garota! – o loiro entra.
- Ele caiu e precisa de ajuda para se levantar.
Sem nenhum esforço, o rapaz coloca Bill em sua posição inicial.
- Se fizer isso de novo, vai permanecer caído. – o homem se retira.
- Você está bem? – pergunta ela. – Se machucou?
- Eu... Eu tô bem. – responde ele, olhando para si próprio amarrado. – E você? Eles fizeram alguma coisa contigo?
- Não. - ela o olhava. – Mas que diabos você estava pensando? – ela reclama. – Como é que você veio parar aqui? Por acaso é surdo? Não me ouviu gritar para que não fizesse nada que te mandassem?
- Até numa hora dessas, você consegue ser má agradecida, não é? – diz Bill. – Eu vim te salvar!
- Jura? – foi sarcástica. – Pois eu acho que deveria ter me escutado e ficado onde estava! Eles podem te matar!
- Você também tá correndo perigo!
- Desde que cheguei aqui, eles não fizeram nada comigo. E você mal chegou e já está com um olho roxo.
- Meu olho tá roxo? – se preocupou.
- Não. Mas seu nariz sangrou.
Ficam em silêncio...
- Só queria te ajudar. – diz Bill, com a cabeça meio baixa e a voz num quase sussurro.
- Eu sei. – ela esboça um sorriso e ele a olha. – Mas não deveria ter arriscado sua vida pra isso.
- Queria que eu ficasse de braços cruzados?
- Queria que fosse mais racional. Só que você sempre faz tudo errado, não é? – Bill solta uma leve risada. – Como é que vai me salvar agora?
- Eu prometi que iria te tirar daqui, e vou cumprir.
 Postado por: Alessandra

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