terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Resumption - Capítulo 40

–Nossa, esse cheiro ‘tá maravilhoso! –Ge aspirou o ar e esfregou as mãos como quem pensa “atacar”.

–Eu disse que era uma boa ideia a Duda cozinhar, não disse? –Camila perguntou convencida.

–Amor, você tinha razão. – Gustav concordou e deu um selinho em minha amiga.

–Então, vamos comer ou não vamos? -Tom interrompeu a melação do casal. -Eu ‘tô morrendo de fome!

–Hm... –Bill murmurou. -Eu te ajudo na cozinha. – disse pra mim, enquanto sorria e todos olharam pra nossa direção.

–Ehr, ‘tá . –concordei levemente corada.

Bill e eu levantamos indo em direção à cozinha e, antes de tirar a lasanha do forno, Bill me prensou no armário, dando beijinhos pelo meu rosto e pescoço.

–Bill... –sussurrei.

–Hm? –murmurou enquanto fungava em minha nuca.

–Pode chegar alguém e ...

–E o que tem de mais nisso? – perguntou me encarando, seus olhos pareciam dois pontos de interrogação.

–Você sabe...

–Ok, me desculpa. – pediu me soltando e indo em direção ao forno.

–Hey, não vai ficar brabo comigo, vai? – perguntei parando entre ele e o forno.

–Vou pensar no seu caso. –virou o rosto, evitando meu olhar.

–Vai mesmo? – perguntei passando meus braços em volta de seu pescoço.

–Acho que eu não preciso mais pensar. – sorriu e me beijou, segurando minha cintura.

–Cof, cof. – ouvi Camila “tossir”, nos fazendo parar o beijo.

–Eu sabia que deixar vocês dois sozinhos não ia dar em boa coisa. –comentou.

–Pra você pode não ser boa coisa, mas pra mim... – Bill respondeu abrindo o forno e pegando a fôrma com a mão envolta por um pano de prato.

–Realmente, é muito bom. –concordei mordendo o lábio inferior.

–Me poupem! –fez cara de nojo.

–Então não interrompe da próxima vez. – respondi mostrando a língua.

–Ok, vão fazendo o favor de parar de brigar? Meu estômago está roncando e a fôrma está quase queimando meus dedos. –Bill interveio.

–Vamos antes que estrague as unhas dele. –Camila debochou.

–Debochada você, hein! –murmurei.

Voltamos para a mesa e, quando o Bill colocou a lasanha em cima da mesa, só faltou Tom e Georg mergulharem na fôrma. Camila ficou em pé segurando uma taça de vinho branco e chamou a atenção de todos batendo com a faca na taça.

–Gente, gente! –chamou nossa atenção. -Por favor, façam silêncio! –ordenou. -Tenho um comunicado a fazer.

–Não dá pra ser depois não, nanica? – Georg perguntou provocando.

–Ah, Mila... estou morrendo de fome. -Tom protestou girando os olhos e fez bico.

–Silêncio! –minha amiga gritou e os dois se aquietaram.

–Então, amor, fala logo, eu fiquei curioso. –Gustav pediu.

–Eu desconfio qual seja a notícia... – comentei e Tom me olhou como se tivesse entendido, afinal ele sabia a que exatamente eu estava me referindo: a suspeita de gravidez de Camila.

–Eu, Camila. –falou apontando para si.

–Nanica. – Georg acrescentou e todos olharam feio para ele.

–Fala logo. – Bill incentivou.

–Estou grávida! –declarou sem delongas. -Pronto, falei.

Gustav ficou paralisado, Bill sorria batendo palmas freneticamente, Georg tentava despertar Gustav do “transe”, eu e Tom nos levantamos e fomos abraçar minha amiga.

–Amiga, parabéns! – desejei beijando-lhe a bochecha e me abaixei pra colocar o ouvido na barriga dela.

–Aí, Mila! Parabéns... –Tom desejou. -Finalmente eu vou ter um afilhado! –exclamou animado depois de dar um beijo estalado na bochecha dela e repetiu o mesmo gesto que eu.

P. O. V. Tom Kaulitz

Eu fiquei tão feliz em saber que a Camila estava grávida... Gustav e ela merecem! Ela não seria nem louca de não me convidar pra ser padrinho do garotão que ia nascer.
Tenho certeza que é um menino e uma coisa é óbvia: quem vai ser a madrinha do bebê? A Duda! O bebê vai ser mais um dos motivos pra eu me aproximar dela... Porque o destino tem que ser tão bom e ruim ao mesmo tempo? Não posso reclamar, afinal prefiro que ela seja a madrinha do que qualquer uma outra, não imagino ninguém mais doce, meiga, gentil, linda, sexy e... Ok, eu tenho que parar de pensar na Duda desse jeito!

Nota mental: A DUDA NÃO É MAIS SUA!

Pensando bem, não é o que parece... Quero dizer, ficamos meio afastados, fizemos as pazes, mas sinto que ela fica tão balançada quanto eu quando estamos sozinhos! Nossos olhares se encontram, um silêncio constrangedor surge nos torturando e preciso me segurar pra não cometer uma loucura, como, por exemplo, agora! Eu e ela estamos com os rostos tão próximos que se nos descuidarmos nossas bocas se encostarão e eu não quero que isso aconteça... Oras, estou mentindo pra quem? EU QUERO QUE ISSO ACONTEÇA, mas eu não posso! Mesmo que ela e o Bill não escancarem, eu sei que estão ficando e eu não posso estragar tudo... Meu irmão está tendo a chance dele e sinceramente, eu espero que ele aproveite, enquanto eu vou aproveitar a confiança dela e me contentar apenas com a amizade.

Será que consigo?

P. O. V. Duda

–Quem disse que você vai ser o padrinho? –Camila perguntou tentando ficar séria.

–Você não é nem louca de chamar outra pessoa pra ser padrinho desse bebê! –Tom respondeu.

–Oi, bebê aqui é a tia Duda. – falei sorrindo e uma lágrima escorreu pelo meu olho, eu fiquei emocionada demais.

–O tio Tom também ‘tá aqui! –disse sorrindo e me olhou.

–Hey, vocês dois! –minha amiga chamou nossa atenção. -O meu filho não pode escutar vocês ainda! –girou os olhos. -São dois doidos. –murmurou.

–Sua mãe não acredita na gente, mas eu sei que pode nos ouvir. – falei acariciando a barriga dela.

–Você é esperto como o seu padrinho aqui, tenho certeza que pode nos ouvir. – Tom disse e eu ri.
–Que foi? –me encarou fazendo careta.

–Nada. –respondi cinicamente.

–Você viu só, bebê? Sua tia ‘tá tirando uma com a minha cara. –falou fazendo bico.

–Agora chega de tentar manter contato com o meu baby, vocês dois! – Camila xingou.

–Sua mãe é chata, hein! –Tom reclamou e Camila deu um tapa nele.

–Tchau bebê, a gente te ama. –falei e me levantei, sendo acompanhada por Tom.

–Parabéns, Camila! –Bill desejou indo abraça-la e logo o Georg repetiu seu gesto.

–É o melhor presente de aniversário que eu poderia ganhar. – Gustav disse e beijou Camila, ficou um tempo “conversando” com o filho e depois se sentaram nos seus lugares.

Georg serviu os pratos de todos, comemos o tempo inteiro em silêncio. Eu fui a primeira a terminar de comer, depois foi Bill, o Gustav, Georg e esperamos um bom tempo até Camila e Tom terminarem de comer... Os dois pareciam dois mortos de fome, parei de contar quantos pedaços cada um comeu depois de se servirem pela quarta vez. Minha amiga terminou de comer depois de Tom, esse que logo depois de terminar, arrotou na maior cara de pau.

–Nossa, que nojo Tom! – falei tapando o nariz.

–Sinal de que a lasanha ficou ótima. –Camila riu.

–Deu pra perceber. –Bill comentou fazendo uma careta e todo mundo riu.

–Não acredito que você ganhou do Tom... –Georg arregalou os olhos. -Cara, essa criança vai ser forte!

–Acho que nunca comi uma lasanha tão boa em toda a minha vida. –Tom comentou enquanto tomava um gole de vinho.

–Vocês não viram nada ainda, ela faz uma torta de limão que é uma delícia! –Camila disse lambendo os lábios. -Por falar nisso, me deu uma vontade de comer torta de limão.

–Ih, vai começar. –murmurei girando os olhos.
–De onde é que eu vou tirar uma torta de limão? –Gustav perguntou.

–Se vira, fez o filho, agora aguenta! –Georg deu de ombros enquanto ria.

–Viu, se fizesse como o Tomzão aqui te ensinou, não tinha que ficar correndo atrás de torta por aí. –falou cruzando os braços sobre o peito.

–Isso não é nada, o pior vai ser quando ela acordar de madrugada com vontade de comer alguma coisa estranha. – comentei.

–Mas eu não tenho culpa! –Camila disse bebendo um gole do vinho.
–Hey, hey! Dá essa taça aqui, você não pode beber! –Bill advertiu tirando a taça da mão dela.

–Isso é vingança por eu ter descoberto você e a Duda? –perguntou, fez-se o silêncio e os meninos olharam pra mim e para Bill instantaneamente.

Postado por: Grasiele

Resumption - Capítulo 39

Levantei-me e tomei outro banho, mas dessa vez me atirei na banheira e fiquei submersa em sais até que minha pele murchasse, eu estava precisando relaxar e me pareceu uma boa maneira de fazê-lo. Saí da banheira, me vesti e me atirei na cama, acabei adormecendo e acordei com o barulho do meu celular tocando em cima da cabeceira da cama, estendi a minha mão e atendi sem ver de quem se tratava, meu mau-humor não me permitiu.

–Alô. –falei após bocejar.

–Oi, anjo, te acordei? -a voz de Bill soou fofa do outro lado da linha.

–Aham, mas não tem importância, é bom ouvir a sua voz. –respondi sinceramente.

–Me desculpe. –pediu. -Eu pensei que estivesse acordada, são 18hs30min...

–O que? –perguntei pulando, literalmente, da cama. -Já é tudo isso? Mein Gott!

–Calma, a Camila marcou o jantar para as 20hs, você dá conta de preparar tudo. –falou tentando me acalmar.

–Eu não sei se consigo. –murmurei nervosa.

–Quer que eu vá te ajudar? Eu não estou fazendo nada de importante e não me sinto incomodado em ir te dar uma mãozinha. –ofereceu, tentando soar o mais inocente possível.

–Uma mãozinha? –perguntei rindo e pude ouvir uma gargalhada. -Só isso?

–Hey, eu posso te dar outra coisa, se você quiser... –sua voz soou quase como um sussurro... Arrisco-me a pensar que ele estava mordendo o lábio quando disse isso.

–Pode vir, eu aceito.

–Já estou aí, beijos.

–Beijos.

Fui ao banheiro lavar o rosto e desci indo em direção à cozinha, tirei de dentro do armário e da geladeira tudo o que precisaria, coloquei em cima da bancada e logo ouvi a campainha ser tocada.

Andei preguiçosamente até a sala e abri a porta.


–Nossa, você é rápido, hein! –exclamei, vendo-o sorrir.

–Eu sou rápido com muitas coisas. –sussurrou em meu ouvido.

–Hm... –murmurei demonstrando interesse. -Então, pronto pra me dar uma mãozinha? –perguntei o puxando para dentro de casa e fechei a porta.

–Na verdade, eu não vim aqui pra te dar só uma mãozinha. –confessou me puxando consigo até o sofá.

–Ah, é? Veio aqui pra que mais então? –perguntei me fazendo de desentendida, ele apenas mordeu seu lábio inferior e me beijou.

Ele me beijava como se estivesse morrendo de saudade e aos poucos íamos nos deitando no sofá sem parar o beijo... Por um lado eu não achava certo, mas por outro eu estava feliz por estarmos começando de alguma maneira. Ok, eu já tinha começado a ter uma relação com ele quando dormimos juntos e não poderia mais ficar evitando alimentar o amor do Bill.
Eu não me sentia mais culpada por, de certa forma, estar traindo-o... Acabei por descobrir que eu poderia amá-lo e fazê-lo feliz, mesmo ainda gostando do Tom, eu poderia fazer com que desse certo.

Estávamos bem alegres nos beijando, mas como sempre tem algo ou alguém para atrapalhar o momento dos outros, o telefone tocou e quebrou todo o clima.


–Merda! –choraminguei.

–Ok, isso é conspiração. –Bill disse se sentando no sofá e eu me levantei para pegar o telefone.

–Alô. –disse impaciente.

–Alô, maninha querida! –Camila disse toda alegre e eu pularia no pescoço dela se não tivesse tanta alegria presente.

–Camila, é você mesma? Que alegria toda é essa? –perguntei e Bill me puxou pra sentar em seu colo.

–Sou eu sim! Depois você vai ficar sabendo... –murmurou. -Me diz uma coisa, está conseguindo se virar bem aí, sozinha?

–Hm... Até imagino qual seja o motivo de tanta felicidade. –falei imaginando que ela diria se estava mesmo grávida ou não... Aerá que o motivo de ela mudar de assunto o tempo inteiro fosse esse? -Estou me virando muito bem com uma mãozinha.

–Hey, que mãozinha? –perguntou curiosa. - Aposto que não é apenas uma mãozinha! Sei que o Bill está aí, se comportem! –sua voz soou autoritária.

–Pode deixar, não estamos fazendo nada que você e o Gustav não fariam. –Bill disse alto para que Camila escutasse e eu ri.

–Ouviu? –perguntei.

–É claro que sim! E fiquem sabendo que eu e o Gust somos dois santos. –respondeu com a maior naturalidade, fazendo com que eu e Bill ríssemos.

–Nós vamos fingir que isso é verdade. –respondi.

–Vou desligar, nos vemos mais tarde! –ignorou meu comentário. -Beijos.

–Beijos.

Coloquei o telefone no lugar e fui para a cozinha, sendo seguida por Bill que não parava de me olhar e eu me senti como se tivesse uma meleca verde na minha testa.

–Hey, o que foi? Porque me olha tanto? –perguntei me escorando na bancada.

–Porque você é linda, a garota mais linda que eu já conheci em toda a minha vida. –respondeu e senti meu rosto corar.

Bill se aproximou e passou os dedos delicadamente pelo meu rosto, me acariciando a bochecha, aproximou seu rosto do meu lentamente e roçou seu nariz no meu, e disse “ICH LIEBE DICH” encostando os seus lábios macios aos meus e, em seguida, iniciamos um beijo lento e carinhoso... Como ele podia ser tão perfeito?

Afastamos nossos rostos e Bill prendeu seu olhar ao meu.


–Eu te amo mais do que possa imaginar. –sussurrou.

–Eu também te amo.

O vi exibir um sorriso radiante e nos desgrudamos, afinal precisávamos começar a cozinhar.

–Ok, mocinha, mãos na massa! -falou rindo.

–Sim, senhor. –bati continência e rimos.

Nós mais bagunçamos do que cozinhamos, nos divertimos bastante, volta e meia eu precisava correr até o fogão pra cuidar do molho branco que o Bill estava preparando, ríamos das expressões um do outro e em várias vezes o Bill me roubava beijos, selinhos e fazia-me cócegas... Na hora de montar as lasanhas tivemos até uma briguinha, o Bill como sempre fez bico, mas eu resisti e ele acabou cedendo depois de eu ter feito chantagem emocional.
Colocamos as lasanhas no forno e subimos para o quarto às 19hs30min... Eu queria tomar um banho, mesmo não precisando, já que eu tomara antes de começar a função na cozinha.
Peguei uma calça jeans skinny cinza claro, lingerie branca, uma camiseta branca com estampa de estrelas e um par de meias.
Bill sentou em minha cama e eu me enfiei no banheiro, fechando a porta... Eu estava sendo infantil, porque ter vergonha do cara que já me viu nua? Eu não sei explicar, sempre fui assim e só me liberto da vergonha quando a situação é propícia, se é que dá pra entender o que quero dizer.
Antes de me despir, me certifiquei se tinha pegado a toalha e lá estava ela, no porta-toalhas. Despi-me e entrei no box ligando o chuveiro na água quente, sentir aquela água indo de encontro a minha pele era uma sensação maravilhosa, podia sentir meus músculos relaxarem pouco a pouco.

Saí do banho, me vesti
e fui pro quarto, o Bill levantou sorrindo da cama assim que me viu e foi andando até mim.

–Nossa, você está tão linda.

–A beleza está nos olhos de quem vê, minha roupa nem está tão legal assim... Eu estou simples. –Fiz careta e ele riu.

–Eu gosto de você assim! –sorriu. - prefiro sem a roupa, mas, pra mim, você está perfeita. –riu maliciosamente e me deu um selinho.

–Hey, o que fizeram com você? Um ET pervertido te abduziu enquanto eu tomava banho? –perguntei demonstrando minha surpresa.

–Hm... –murmurou. -Você é que me deixa assim. -respondeu corando... Tão fofo!

–Nossa, até parece! –fiz bico e nos beijamos.

Parei de beija-lo e penteei meus cabelos, peguei o presente do Gust e descemos. Bill foi ao carro buscar o presente que ele levara e logo voltou, trazendo com ele Tom, Camila, Georg e Gustav.
Eu fui até a cozinha ver se as lasanhas estavam prontas e o cheiro já tomava conta da casa, arrumei a mesa e aquele monte de gente se enfiou na minha cozinha. Tirei todo mundo de lá, eles deveriam saber que na minha cozinha ninguém fica xeretando!
Todos me deram um “oi”, abracei o Gust desejando a ele muitas felicidades, peguei o Tom tentando entrar na minha cozinha e ele fez um bico gigante tentando amolecer o meu coração, mas não o deixei chegar perto do forno, Camila subiu pra tomar banho, estava com um sorrisão de orelha a orelha, cheguei à estranhar e, por fim, esperamos minha amiga e depois fomos todos para a mesa.

Postado por: Grasiele

Resumption - Capítulo 38

Dormi tão bem, tive um sono tão leve que, quando fui acordada pelo vento que entrava pela janela, uma preguiça enorme tomou posse do meu corpo. O edredom estava tão acolhedor que pensei duas vezes antes de me levantar... Eu precisaria levantar de qualquer jeito e deixar aquela maravilha para trás, afinal eu precisava trabalhar e marcavam 6hs30min no relógio.
Levantei-me sentindo um arrepio percorrer o meu corpo inteiro, sinal de que o outono já estava tomando conta da Alemanha. Fui até a janela para fecha-la, alguns raios de sol entravam timidamente no quarto através das cortinas, constatei que o dia seria lindo, apesar do ar fresco.

Dirigi-me ao banheiro, fiz minha higiene matinal, tomei um banho e fui em direção ao closet, pois precisaria encontrar uma roupa apropriada para o clima... Revirei tudo e constatei que não havia nada apresentável. Fiz tantas compras e acabei não comprando nenhuma roupa mais quente? Decididamente eu não me reconheço, talvez seja a companhia da Anne ou da Camila quando faço compras, acabo por comprar coisas que não preciso... Nos divertimos tanto quando estamos juntas que não prestamos muita atenção no que realmente estamos comprando. Ok, preciso me lembrar de ir fazer compras, desta vez será realmente necessário.
Revirei mais um pouco o meu closet e achei, bem no fundo de uma gaveta, uma linda blusa fina lilás de lã que meu ex-namorado havia me dado... Por mais que me doesse lembrar daquele imbecil, devo concordar que, apesar de tudo, ele me conhecia muito bem e sabia do que eu realmente gostava, não era tão imprestável e insensível quanto eu vivia dizendo.
Acabei por vestir lingerie e, por cima, uma camiseta básica branca de manga curta e a blusa lilás. V uma calça jeans skinny azul-escuro e calcei uma bota preta de bico fino. Olhei-me no espelho e pude constatar que eu me vestira igual a uma das peruas que estavam em Madri, se não fosse a falta de opção eu arrancaria aquela roupa e talvez até ateasse fogo naquela blusa lilás. Fiz uma maquiagem leve, saí do quarto e fui ver como Camila estava, Entrei no quarto dela e cobri-a, pois estava descoberta como na maioria das vezes em que tem um sono tumultuado.
Desci as escadas, indo em direção à cozinha, preparei um café quente e comi uma fatia de pão. Minutos antes de sair de casa, pude ouvir o telefone tocar e fui até a mesinha da sala atende-lo, me sentei no sofá enquanto o fazia.


–Alô. –murmurei.

–Alô!? –a voz grossa soou do outro lado da linha e pude sentir meu coração acelerar.

–Oi Tom, que surpresa.

–Oi, Duda... –suspirou. -Desculpa eu ligar a essa hora, é que eu preciso saber se deixei meu celular aí.

–Ahm, eu não vi seu celular por aqui, não... – respondi sinceramente e uma música do Samy Deluxe começou a tocar em algum lugar pela sala. -Espera só um minuto que eu ouvi uma música, deve ser o seu celular. – pedi.

–Eu vou aí ver se encontro e bem, se encontrar, guarda pra mim? –pediu.

–O-ok. –gaguejei. -Tchau.

Eu respirei fundo tentando não pensar que o Tom iria até a minha casa pra catar o maldito celular e tentei procurar aquele inconveniente aparelho. Revirei a sala inteira e encontrei o celular embaixo de uma das almofadas, queria me matar por ter procurado em tudo que é canto menos no sofá... Ótimo, eu sou uma idiota mesmo!
Voltei a me sentar no sofá, aquela porcaria não parava de tocar e eu acabei xeretando pra ver quem estaria ligando pra ele tão cedo... Eu e minha mania de me meter na vida dos outros! Olhei para a tela e piscava o nome de uma das vagabundas com quem ele havia dormido na madrugada em que o Bill dormiu aqui, aquela noite em que os gêmeos brigaram por causa de sacolas de compras.
Por pouco não atirei o celular longe, me controlei pra não atender a ligação e mandar aquela tal de Kate pros infernos. Respirei fundo e voltei à sanidade, eu estava tendo um ataque de ciúmes por causa do Tom? Eu definitivamente não estava nada bem e precisava me acalmar, claro que se ele me visse no estado em que estou iria perceber que eu estava fula da vida.

Ouvi a campainha tocar e fui até a porta, com o celular dele em uma das mãos e com o meu material de trabalho dentro da minha bolsa... Meu plano era entregar o celular pra ele e sair andando, respirei fundo e abri a maldita porta.


–Oi, Tom... –disse rapidamente. -Achei o seu celular. –mostrei o aparelho e o entreguei.

–O-obrigada. – gaguejou enquanto agradecia e me olhou da cabeça aos pés.

Droga, eu me controlei pra não agarrar ele ali mesmo, pensei no Bill e no quanto ele me respeitava, foi mais fácil não ter a recaída.

–De nada. –sorri gentilmente. -À propósito, ele estava tocando... –informei. -Deveria atender, pode ser algo urgente. –falei parecendo mais natural possível, quando na verdade estava com vontade de gritar e saí sem me despedir... Mas ele puxou o meu braço. Droga!

–Quer que eu te dê uma carona? Estou sem nada pra fazer e perdi o sono. –ofereceu.

–Não é preciso, eu estou de carro. – respondi fria sem olhar nos olhos dele... Se eu o fizesse, com certeza mudaria de ideia.

–Tem certeza? – perguntou me fazendo olha-lo. Ok, ele ainda sabe como me convencer a fazer o que eu não quero... Não quero?

–Droga, Tom. – bufei e ele intensificou o olhar, me fazendo amolecer de vez. –Ok! –girei os olhos.

–Então vamos, senhorita. – abriu um sorriso lindo e pegou a minha mão.

Descemos as escadas juntos, ele abriu a porta do Cadillac preto pra mim e entrou no carro. Ficamos o caminho inteiro em silêncio, às vezes nos olhávamos e pude notar que ele estava pensativo, que a qualquer momento iria dizer algo, mas não abriu a boca pra falar nem um “A”.
Antes de chegarmos à agência, Tom passou em uma cafeteria, comprou chocolate quente e pães de queijo. Eu não estava com fome, pra falar a verdade me sentia até enjoada, mas não fiz desfeita a ele e acabei o acompanhando no café da manhã.
Ele fazia palhaçadas com os bolinhos de queijo e me fazia rir, idiotice a minha, eu sei, mas eu me divertia com coisas idiotas, oras! Xinguei ele umas quantas vezes por falar de boca aberta e ele fazia um bico extremamente fofo... Ok, vou confessar que me esqueci por alguns momentos que estávamos de certa forma brigados, já que ele era um ótimo amigo apesar de tudo e eu estava me sentindo bem por tê-lo perto de mim, não sei como seria se não tivéssemos conversado e concordado em sermos amigos.

Quando chegamos na agência, ele parou o carro e nós começamos a rir do nada... Duas crianças gigantes.


–Ok, eu preciso parar de rir. – falei enquanto tentava sossegar os meus risos. -Preciso manter uma postura séria. – respirei fundo.

–Ah, mas ‘tá tão bom... –protestou e o lhei tentando ficar séria. -Tudo bem, você precisa mesmo ir e não quero te atrapalhar. – sorriu.

–Então, tchau! Obrigada pela carona, eu me diverti bastante. –sorri sinceramente.

–Tchau, madame... –brincou. -Sempre que precisar estarei à sua disposição. – disse fazendo graça e tcharan: eu ri. -Foi muito bom ter você como companhia, eu que agradeço. – disse e um silêncio torturador fez-se presente.

–Tchau. –murmurei e beijei a bochecha dele, pude vê-lo fechando os olhos... Eu precisava urgentemente sair dali antes que eu cometesse uma loucura.

–Tchau. –disse e depositou um beijo demorado na bochecha.

P. O. V. Tom Kaulitz

Eu não queria ter ligado pra casa da Duda àquela hora da manhã, alguma coisa me dizia que ela ainda estaria em casa e realmente estava. Se eu não dependesse do meu celular, teria ficado em casa e esperaria, mas eu não pude, então acabei indo até a casa dela, me preparei para ver aquele rosto perfeito logo de manhã, teria que me controlar para não cometer um erro.
Quando cheguei e a vi na porta, foi como se meus sentidos sumissem, fiquei com cara de bocó admirando a beleza dela... Doeu profundamente saber que ela não era minha, nunca foi.
Ofereci carona a ela, quando me dei por conta eu já olhava profundamente em seus olhos, como um pedido para que aceitasse, ela não rejeitaria e mais uma vez eu estava certo. Ficamos o caminho inteiro em silêncio, em minha cabeça passavam flashs dos momentos em que estivemos juntos e eu podia sentir o quão idiota eu tinha sido. Antes de largá-la na agência, parei em uma cafeteria, precisava de café para me acalmar... Comprei café para nós e bolinhos de queijo.
Seguimos em direção à agência e eu não me contive em fazer palhaçadas com os bolinhos de queijo, era tão bom ver a Duda rindo e por um momento pude sentir como se não tivéssemos brigado... Era engraçado escutar ela me xingando, me fazia lembrar as vezes que eu tentava beija-la.
O tempo parecia não ter fim, mas acabou quando chegamos à frente do prédio... Começamos a rir do silêncio que havia tomado conta do carro e não conseguíamos parar. Duda se despediu e eu me coloquei à disposição caso ela precisasse, pra mim seria uma honra, mesmo que doesse tê-la por perto, era melhor ter um pouco de sua atenção do que me apegar apenas às lembranças.
Ficamos em silêncio depois de ter agradecido à ela pela companhia e pude ouvi-la murmurar “tchau”, beijou minha bochecha e eu não me contive, fechei os olhos sentindo os lábios macios dela em minha bochecha. Murmurei um “tchau” e depositei um beijo demorado em sua bochecha, não queria que ela fosse embora, mas se não fosse, eu cometeria uma loucura e acabaria por beijá-la.
Pude ver seu lindo sorriso antes de sair do carro e depois seguiu rapidamente para a agência, eu voltei pra casa sem sono e não tendo nada pra fazer.

P. O. V. Duda

Sorri antes de sair do carro e direcionei meus passos rapidamente para a agência, não olhei para trás e entrei rapidamente na recepção, cumprimentei Luíza e entrei rapidamente no elevador. Graças ao meu bom Deus, o elevador pareceu voar até o meu andar, saí do elevador e me tranquei no estúdio.
Anne apareceu lá minutos depois de eu ter chegado, conversamos sobre as fotos dos meninos e combinamos que na semana seguinte recomeçaríamos os ensaios fotográficos. Acabei por saber que eu não teria mais nem um projeto além do deles, eu trabalharia unicamente e exclusivamente para eles até minhas que minhas férias chegassem, o que não foi um motivo para que eu me alegrasse por completo, o trabalho seria cansativo e, mesmo estando perto dos meninos que eu adoro, eu enlouqueceria vivendo quase 24hs perto deles, principalmente perto de Tom.
Minha amiga acabou me dispensando e aproveitei para fazer compras no supermercado, eu teria que cozinhar para seis pessoas e sozinha, eu fiquei nervosa por não saber o que cozinhar, mas acabei optando por fazer lasanha ao molho de espinafre. Camila reclamaria do cardápio, mas eu não poderia agradar a todos... O que eu cozinharia sendo que os gêmeos são vegetarianos?
Fiz as compras e voltei para casa, me atirei no sofá com uma xícara de café e fiquei assistindo a um filme o resto da manhã.


Postado por: Grasiele

Resumption - Capítulo 37

 P. O. V. Duda

Depois que Tom foi embora, Anne apareceu no estúdio pra jogar conversa fora, afinal, não tínhamos nada pra fazer e já eram 15hs.

–Então, o que achou da reunião? -Anne perguntou enquanto atirava-se, literalmente, na cadeira em minha frente.

–Sinceramente? Não prestei atenção em nada, exceto no seu pronunciamento final... –confessei. –Você me meteu em uma furada. –bufei.

–Correção: você se enfiou em uma furada. –gargalhou quando girei os olhos. -Se ao invés de ficar de mãos dadas com o Bill e não estivesse dando mais atenção aos rabiscos no seu papel, teria falado que não queria. –brigou.

–Ok, você tem razão. –suspirei e decidi que aquele era o momento para perguntar sobre a troca de sorrisos entre minha amiga e David Jost. –Me diz uma coisa... Você e o David têm um caso? –ela me olhava atônita. –Senti um clima, hein. –provoquei.

–Hey, quem te falou isso? –perguntou corando.

–Então é verdade? –ri debochada. –Você sempre cora quando está escondendo alguma coisa.

–Você não perde uma, hein! –mostrou a língua. – Por enquanto não temos nada, mas ele me convidou pra sair.

–Eu sabiiiiiiia! –exclamei pulando na cadeira.

–Agora é sua vez de me contar uma coisa... –murmurou.

–Lá vem bomba! –comentei. -O que quer saber?

–O que seu ex-ficante e atual cunhado, Tom Kaulitz, veio fazer aqui? –arqueou as sobrancelhas.

–Veio conversar... –respondi sem demonstrar muito interesse.

–Sei... –sua voz soou irônica. -Linguagem corporal? –riu maliciosamente.

–Não. –respondi firme e sucinta. -Veio me pedir desculpas.

–E você desculpou?

–Sim. –suspirei. –Ele pediu pra que sejamos amigos.

–Amigos? –fez uma careta. -Melhor que nada, não acha? Afinal, vocês não iriam conseguir evitar um ao outro para o resto da vida, seria quase impossível... –tirou um fio de cabelo que caía insistentemente em seus olhos. -Slém de serem cunhados, trabalham juntos.

–É, eu sei.

–Então, quer dizer que aceitou? –olhou-me com curiosidade.

–Sim.

–Ah, que bom! –sorriu e, em seguida, mudou de assunto. -Duda, eu tive uma ideia...

–Que ideia? –franzi o cenho.

–A agência está parada, não temos nenhum trabalho pra hoje... –pausou. -O que acha de irmos às compras? –completou seu pensamento. -Qualquer coisa a Luíza nos avisa. –pediu com os olhos brilhando.

–Tudo bem. –revirei os olhos.

–Ah, obrigada! –levantou da cadeira em que estava e correu, dando a volta na mesa e ficando em minha frente com os braços abertos.

–Você parece uma criança, Anne! -falei rindo dela e me levantei, permitindo que minha amiga me abraçasse.

–Ah, chata! Você parece uma velha, tem idade pra ser minha filha, mas eu sou mais nova do que você quando se trata de espírito.

Depois do que ela disse fiquei quieta, ela tinha mesmo razão! Eu era tão séria, só agia como uma adolescente inconsequente quando eu e Tom estávamos juntos, e, bem, isso teria que mudar, não poderia parecer uma velha mal amada... Começaria a minha “transformação”, seria uma nova Duda.
Pegamos nossas bolsas, avisamos a Luíza e saímos, passamos o resto da tarde no shopping, aproveitei pra comprar o presente de aniversário pro Gustav, jantamos por lá mesmo e depois fomos para nossas casas.
Quando cheguei em casa, Georg, Gustav e Camila conversavam alegres e riam de alguma coisa, entrei e quando me viram deram um “oi” bem sonoro, um coral pra falar a verdade. Apenas sorri e percebi que Bill e Tom não estavam,
Georg percebeu a “varredura” que meus olhos fizeram pela sala.


–Eles estão na cozinha. –Georg disse.

–Obrigada. –agradeci e, antes de ir à cozinha, subi pro meu quarto.

Larguei o monte de sacolas em cima da cama e fui pro banheiro me despindo, entrei no box e liguei o chuveiro... Meus músculos foram relaxando aos poucos, a água quente percorria meu corpo e me fazia sentir leve.

Terminei o banho e fui pro quarto me vestir, ouvi batidas na porta.


–Quem é? –perguntei me enrolando na toalha.

–Bill.

Não sei por que, mas eu separei minha roupa e fui me vestir no banheiro... Ahm, impressão minha ou estava com vergonha?
Gritei pra que ele entrasse e tentei vestir pelo menos as peças íntimas o mais rápido que pude. Quando eu estava colocando minha calça de moletom, vi o Bill parado na porta olhando pra mim e senti minhas bochechas queimarem, eu estava encabulada! Eu não sabia se ria ou se enfiava a minha cara no vaso, mas resolvi passar uma água no rosto, era o melhor a ser feito e, quando fui secar o rosto, senti ele por trás de mim, me abraçando e encostando o seu queixo no meu ombro.


–Você fica tão linda envergonhada. –disse e eu olhei-o pelo espelho, ele sorria.

–Ahm, obrigada... Eu acho. –ri nervosa e me virei, ficando de frente pra ele.

–Sabe, não precisa ficar com vergonha... –disse me puxando pela cintura.

–É involuntário, mas prometo que vou tentar não sentir vergonha. –sorri e ele me beijou.

Ok, eu acho que deveria rever os meus conceitos! Eu pensava que o Tom era o gêmeo safado, mas o Bill, bem... Beijamo-nos e ele me prensou contra a pia e o beijo que antes era carinhoso e lento, começou a esquentar e ficou mais rápido.
Pude sentir o coração dele descompassado, enquanto o meu dava uma leve acelerada, ele me pegou no colo sem desgrudar os nossos lábios e me levou pro quarto... Eu estava me alegrando tanto quanto ele, mas alguém bateu na porta interrompendo o nosso momento. Ele parou de me beijar, fazendo um bico fofo, quando o Georg gritou do outro lado da porta nos chamando.


–Eu sei que vocês devem estar brincando aí, me desculpa, mas o Gustav pediu pra chamar vocês.

–Não dá pra ser depois, não? –perguntei rindo, o Bill passou a língua no meu pescoço me fazendo sentir cócegas.

–Ahm... Não!

–Já vamos, então!

–Tudo bem, mas não demorem.

–Ok.

–Bill, nós temos que ir. –falei baixo.

–Eu não quero. –sussurrou.

–Nem eu, mas temos que ir! Não quero que a Camila venha aqui e ponha a porta abaixo. –ele fez uma careta e me empurrou pra cama, se deitando sobre mim, me deixando imobilizada. -Por favor? –sussurrei e pude ver os pelos de seus braços se arrepiarem.

–O Gustav me paga! –resmungou e levantou de cima de mim.

Me levantei da cama e seguimos juntos até a sala, onde os quatro nos esperavam quietos.

–Até que enfim! –Camila reclamou.

–Nós nem demoramos. –falei fazendo bico.

–O Georg nos disse que estavam “conversando”. –Camila disse fazendo aspas com os dedos.

–Exatamente! Falávamos sobre gente inconveniente. -respondi seca.

–Mila, acho melhor você procurar os seus dedos embaixo do sofá. –Tom disse rindo junto de Georg e Gustav.

–Então, o que tem de tão importante pra falar, Gust? –Bill perguntou me puxando junto com ele pro sofá.

–Como sabem, meu aniversário vai ser domingo...

–E? -Georg interrompeu.

–Eu e a Camila vamos viajar na sexta-feira pela manhã, ficaremos fora no fim de semana, então, quero comemorar com vocês antes da viagem. –concluiu. -O que acham?

–Por mim está ótimo! –falei.

–Por mim, beleza. –Tom disse.

–Por mim também. –Georg e Bill disseram em uníssono.

–Que tal um jantar? –Camila propôs e todos concordaram. -Duda cozinha. –fez cara de criança pidona.

–Eu? Ficou maluca? Nem pensar. –respondi.

–Ah, por favor?

–Não.

–Alguém me ajuda a convencer essa menina do coração de pedra? –bufou.

–Duda, você cozinha tão bem... –Bill elogiou. -Por favor, faz o nosso jantar? –pediu manhoso, enquanto fazia bico... Ele sabia que eu não resistiria.

–Eu nunca experimentei sua comida, mas se for tão boa quanto... –Tom disse e todos olharam pra ele ao mesmo tempo. –As fotografias que você tira, terei que insistir pra que cozinhe.

–Ahm, tudo bem. –bufei e girei os olhos, dando-me por vencida. -Vocês são uns chatos, sabiam disso? –fiz bico e todo mundo riu.

–Ok, cambada, acho que está na hora de dormir! –Camila interrompeu. -Amanhã eu e a Duda trabalhamos e precisamos descansar. – levantou colocando as mãos na cintura.

–É só impressão minha ou essa nanica está nos expulsando? –Georg perguntou fazendo cara de ofendido.

–Não é só impressão, não! –Camila respondeu. -Eu não vou nem dizer o que é nanico aqui, hein Listing. –debochou olhando na direção das calças do Ge.

–Que história é essa? –Tom fez uma careta impagável. -Gustav, como é que você deixa sua namorada ficar especulando o tamanho das “coisas” dos outros? –perguntou em meio a gargalhadas.

–Fica na sua, Tom. –Camila bufou... Mudança de humor constante, isso me lembra de uma coisa: perguntar se ela está grávida.

–Tudo bem, é melhor nós irmos antes que essa nanica nos tire daqui com um cabo de vassoura. –Georg comentou.

–Você vai ver só onde eu vou enfiar um cabo de vassoura daqui a pouco. -Camila disse apontando o dedo indicador na cara do Georg.

–Eu, hein! –Tom girou o dedo indicador perto de sua têmpora, tentando demonstrar a loucura da minha amiga, enquanto Bill e Gustav apenas riam, e eu olhava pro teto, reparando na lâmpada.

–Tchau Duda, tenta acalmar a nanica. –Ge disse me dando um beijo na bochecha.

–Tentarei. –respondi e beijei-lhe a bochecha.

–Tchau Duda, boa sorte com a Mila. –Tom desejou indo em direção à porta... Eu não ganhei um beijo na bochecha, nem nada! Maria Eduarda se controle, o Bill está do seu lado, foco.

Gustav se despediu de Camila, do jeito mais meloso possível, acho que eles ganhavam de um casal de mocinhos da novela das 18hs. Bocejei e me aconcheguei nos braços do Bill, que me abraçou e me fez encostar a cabeça em seu ombro. Quando a nanica da minha “irmã” percebeu que não movemos um músculo sequer pra nos despedirmos e constatou que eu estava de olhos quase fechados, caminhou até o sofá e parou em nossa frente com cara de poucos amigos.

–Cunhadinho querido... –quanta ironia da parte dela. -Boa noite, os garotos estão te esperando.

–Camila, vai dormir que do Bill cuido eu. –resmunguei.

–Nem pensar, ele não vai dormir aqui essa noite! –sua voz soou igual a da minha mãe, cheia de autoridade. -Pensa que eu não sei que vocês dois estão tendo um namorico escondidos? –perguntou autoritária.

–Que eu saiba a casa também é minha e ele vai dormir aqui se quiser... –minha voz soou seca e desafiadora. -Ah, e nós não estamos tendo um namorico escondido.

–Eu vou embora. –Bill disse tentando se levantar, mas eu não deixei.

–Você não precisa ir por causa do mau-humor da Camila. –disse encarando seu rosto.

–É melhor eu ir. –murmurou e deixei que ele levantasse.

–Você é quem sabe. –respondi fazendo bico e ele me puxou pelo braço.

–Eu prometo que durmo aqui uma próxima vez. –disse passando o dedo na ponta do meu nariz.

–Ok. –bufei. -Boa noite, meu anjo.

–Boa noite.

Acompanhei-o até a porta e nos beijamos.


–Te amo. –sussurrou com os lábios encostados nos meus.

–Te amo. –respondi, fazendo-o sorrir, me deu um selinho demorado e foi para o carro onde os meninos esperavam.

Entrei em casa e não troquei uma palavra sequer com Camila, ela estava insuportável e eu não estava a fim de brigar. Fui para meu quarto, guardei as compras e depois me atirei na minha cama, logo em seguida peguei no sono.

Postado por: Grasiele

Resumption - Capítulo 36

 Bill encarava nossas mãos dadas e, às vezes, olhava em meus olhos como se procurasse alguma coisa. O silêncio quase me matava naquele momento, queria tanto saber o que se passava pela mente dele... O que ele estaria pensando para estar tão quieto?
Ele percebeu que eu o olhava e simplesmente encarou a porta do elevador, suspirando segundos depois.


P. O. V. Bill Kaulitz

É tão doloroso ver a tristeza se apossando dos olhos dela! Aquele brilho radiante que antes não saía daqueles lindos olhos, sumiu sem deixar um rastro sequer.
A culpa se fazia presente em minha cabeça quando pensava que o motivo de seu sofrimento era o afastamento de meu irmão, meu coração se apertava. Duda é tão maravilhosa a ponto de desistir da felicidade dela pra me fazer feliz... Se eu soubesse que seria tão doloroso como está sendo, eu voltaria atrás e pediria pra que eles ficassem juntos, mas eu não poderia, não quando ela já havia tomado sua decisão, a qual eu sabia que não voltaria atrás.

Porque a coisas têm que ser tão complicadas?

Eu sinto que ela se esforça pra me dar o quanto pode do seu amor e carinho, que também tenta esconder a tristeza, tenta se mostrar ótima por fora, enquanto, por dentro, sente uma angústia no peito. Tudo o que estava ao meu alcance era tentar, a qualquer custo, fazê-la feliz... Sei que o sentimento por Tom jamais morreria, mas sei também que, com o tempo, as feridas se tornam menos dolorosas e o meu dever é fazer com que as feridas sumam, sem deixar uma marca sequer.

P. O. V. Duda

Ao chegarmos ao andar da sala de reuniões, vimos Georg e Gustav no corredor e os mesmos, ao nos verem de mãos dadas, pareceram surpresos.
Entramos juntos na sala de reuniões, Anne e David conversavam alegremente e Tom encarava um ponto fixo na parede sem ao menos piscar.


–Aí estão os atrasados! –Anne exclamou sorridente. - Podemos começar a reunião então.

Ok, quando eu tivesse oportunidade perguntaria para minha amiga o porquê de tanta felicidade... Pra mim ela e o David estavam “se engraçando”.
Estávamos sentados na seguinte ordem: Anne na cabeceira da mesa, à sua direita estava David, à esquerda de David estava Tom e à direita de Tom estava o Georg; À esquerda de Anne estava o Bill, eu estava à direita do Bill e ao meu lado esquerdo estava o Gustav. David e Anne tagarelavam o tempo inteiro, enquanto eu desenhava qualquer coisa em um papel e não prestava atenção no assunto e às vezes confirmava alguma coisa com a cabeça sem sequer saber qual era a pergunta, Bill segurava minha mão direita por debaixo da mesa e estava debruçado sobre o braço direito, olhando pra mim, Gustav dormia sentado, Georg mexia no cabelo e Tom ora olhava para os meus desenhos no papel, ora olhava pro meu rosto e desviava olhando pra parede. Ficamos dessa maneira o tempo inteiro, até que a Anne falou.


–Então está decidido! –exclamou. -Duda irá fotografar vocês em turnê, mas, enquanto estão de férias, vão continuar a fazer fotos no estúdio.

Eu pedi pra que ela repetisse, porque não acreditei no que estava escutando! Deveria ter prestado atenção quando ela me fez as perguntas, não acredito que eu mesma tinha assinado a minha sentença de morte.
Os garotos ficaram felizes e disseram que seria uma honra me levar com eles por todos os lados, até o Tom obrigou-se a dizer um “legal” sem vontade alguma. Legal? Eu sou uma masoquista inconsciente!

Será que merecia passar por uma situação como aquela?

Acho que não, mas tuuudo bem! Não, não estava tudo bem, mas não poderia voltar atrás. O que eu queria era sair daquela sala e ir me atirar na minha cadeira, então me levantei, despedi-me dos meninos e Bill me acompanhou até o andar do estúdio.
Não falamos uma palavra sequer o tempo inteiro, a única coisa que consegui fazer foi abraça-lo... Eu iria por ele naquela turnê, eu iria porque ele estaria lá para me distrair como sempre fez.

Nos despedimos com um beijo e fui para o estúdio, me atirei na minha cadeira e fechei os olhos tentando me acalmar. O silêncio que tomava conta da agência era fora do comum, os dias sempre são agitados e o silêncio raramente se fazia presente e eu estava feliz por ter aquele silêncio, me ajudava a pensar.
Não tinha sido tão ruim ficar frente a frente com
ele, mas cada vez que me olhava, doía não só o meu coração, mas a minha alma também. Eu não sei como poderia aguentar durante aquela longa viagem, seria horrível viver indiferente a tudo que Tom dissesse ou fizesse, seria tão ruim vê-lo e não poder sentir aquele perfume que faz meus sentidos falharem, mas eu tentaria pelo Bill... Ele, mais do que ninguém, é digno ter uma chance de ser feliz, sempre esteve ao meu lado e, além disso, eu o amo, mesmo que não seja da forma e com a intensidade que merece. Mesmo que uma parte de mim doesse cada vez que eu o beijasse sabendo que eu queria estar beijando Tom, outra parte de mim transbordava de felicidade por saber que tenho um homem que me ama, que gosta de mim sem pensar apenas no sexo.

Ouvi a porta bater e parei de pensar naquilo tudo, pedi que a pessoa que havia batido na porta entrasse e só me virei pra ver quem era quando ouvi o barulho da cadeira em frente à minha mesa sendo arrastada lentamente. Meu coração disparou ao ver quem estava sentado ali e, por pouco, quase caí da cadeira...
Ele me olhava quieto, seus olhos mostravam uma tristeza e uma mágoa sem fim.
Eu não saberia o que ele queria, se ficássemos no encarando sem falarmos algo, por mais que eu quisesse não tinha o dom de ler mentes.

Respirei fundo, fechei os olhos e resolvi dar um fim no silêncio.


–Oi Tom, você precisa de alguma coisa? –perguntei educadamente sem expressar qualquer sentimento, mal sabia ele que eu me segurava pra não chorar.

–Será que podemos conversar? –sua voz soou baixa.

–Claro, sobre o que você quer conversar?

–Você sabe... –o olhei curiosa. –Sobre ontem, nós, você e meu irmão.

–Pois então, falaremos. -apoiei meus cotovelos sobre a mesa e o olhei séria. –Sobre ontem esqueça, o que aconteceu não faço questão de lembrar. Sobre nós dois... O que nós temos? –perguntei mais para mim do que para ele. –Nada! Foi você quem deixou isso bem explícito, se lembra? Fez questão de dizer que não deveríamos satisfações um para o outro e sendo assim não tenho obrigação de falar para você qualquer coisa sobre mim e o seu irmão.

–Você tem razão. –suspirou. –Eu quero te pedir perdão por tudo de errado que eu fiz.

–Eu não vou perdoar você Tom... –ele pareceu ficar abalado e pude ver uma lágrima solitária surgindo no canto dos seus olhos. ­ –Não tenho nada pra perdoar... Foi bom enquanto durou, mas agora que acabou é melhor que cada um siga seu caminho. –disse colocando uma das mãos sobre a mesa.


–Obrigada. –sussurrou e depois disso o silêncio tomou conta do estúdio. –Será que podemos pelo menos sermos amigos? -pediu segurando minha mão que estava sobre a mesa, havia um sorriso doce em seus lábios e um fio de esperança em seus olhos, o que me fez sentir vontade de abraça-lo.

Paralisei ao ouvir a pergunta... Amigos? Amigos, depois do que aconteceu entre nós dois? Acho que seria a melhor solução naquele momento, porque, apesar de eu querer gritar o quanto ele tinha me magoado, o quanto doía ter que encara-lo, eu não podia me afastar dele... Sem contar o fato de trabalharmos juntos, seria impossível nos entendermos sem conversar como pessoas civilizadas. E quando viajássemos? Seria insuportável conviver com ele sendo indiferente, por mais que eu quisesse esquecê-lo, por mais que eu tentasse apaga-lo da minha mente, meu coração nunca deixaria de acelerar cada vez que estivesse perto dele. Eu superaria, nós superaríamos... Pelo menos gostaria que assim fosse.


–Claro que sim. –sorri e ele sorriu em resposta.

Nos levantamos ao mesmo tempo e fomos de encontro um ao outro, o abracei e ele correspondeu me apertando contra o seu corpo. Meu coração disparou quando pude sentir seu perfume entrar pelas minhas narinas, meu corpo inteiro arrepiou quando nossas peles entraram em contato, sua respiração no meu pescoço me fazia querer mais do que aquele abraço, mas eu não podia e não iria ceder a um desejo insano e carnal.
Sem que pudesse controlar, algumas lágrimas escaparam dos meus olhos, molhando a camiseta preta dele e eu pude sentir algumas lágrimas molhando o meu ombro. Separamos um pouco os nossos corpos, Tom olhou nos meus olhos sem falar nada e passou os dedos delicadamente pelo meu rosto... Era a última vez que sentiria aqueles dedos macios tocarem a minha pele, então eu fechei os olhos aproveitando o momento. Senti a respiração dele no meu rosto e, de repente, senti seus lábios pousarem lentamente sobre minha bochecha, ficando ali por algum tempo, o que me fez sorrir. Levei as minhas mãos ao rosto dele e sequei suas lágrimas cuidadosamente, e ele sorriu fechando os olhos, assim como eu tinha feito... Afastou seus lábios macios da minha bochecha e eu dei-lhe um beijo demorado na bochecha.


Nos soltamos e ficamos nos encarando.


–Eu espero que vocês sejam felizes. -Tom sussurrou me fazendo sorrir.

–Espero que você seja muito feliz. –declarei sinceramente.

–Então, eu vou indo. -disse passando a mão por suas tranças.

–Tchau, Tom. –murmurei.

–Tchau.


Abri a porta para que ele saísse e a fechei me escorando nela, estava me sentindo um pouco leve depois da conversa que tivemos, foi um alívio poder saber que viveríamos sem brigas ou então que tentaríamos ao menos suportar um ao outro.


P. O. V. Tom Kaulitz

Eu não estava preparado para vê-la e, logo após termos chegado, ela apareceu... Parecia cansada e triste, mas mesmo assim continuava linda. Meu coração disparou quando nossos olhares se cruzaram, seus olhos demonstravam tanta tristeza... Ela nos cumprimentou educadamente e entrou no elevador. Aquela não seria a primeira vez que nos veríamos naquele dia.
Georg reparara na tensão que se formou entre nós e, quando estávamos indo pra sala da Anne, perguntou o que estava acontecendo e não quis responder... Contar a ele que eu havia estragado tudo com a Duda me deixaria pior ainda. Como era de se esperar, meu amigo ficara bravo comigo, me olhava acusadoramente e, quando eu estava prestes a explodir, a vi parada no corredor nos olhando, o que nos fez emudecer instantaneamente.
Duda falou qualquer coisa com o Georg, mas não prestei atenção, fiquei observando cada detalhe do rosto dela e, novamente, vi a tristeza nos olhos dela.
Alguns minutos depois, Anne apareceu na porta e nos chamou para ir à sala de reuniões, meu irmão e Duda não subiram com a gente.
Assim que entramos na sala de reuniões, me sentei ao lado do David e fiquei olhando a parede, tentando imaginar como eu e Duda estaríamos se nada daquilo estivesse acontecendo. De repente ela se sentou em minha frente de mãos dadas com o meu irmão e a reunião começou... Aquela tortura não terminava nunca, meu cérebro lutava pra descobrir o que ela poderia estar pensando enquanto rabiscava num papel, mas eu não encontrava resposta e, a única alternativa, era buscar em seus olhos e vi a mesma coisa de antes: tristeza. Aquilo me matava e eu desviava minha atenção pra parede.

Resolvi que, depois do término da reunião, eu iria falar com ela.
Quando a tortura acabou, Anne anunciou que Duda viajaria em turnê com a gente e eu fiquei feliz, mesmo sem saber se voltaríamos a nos falar. Levantei-me e fui para o corredor, logo em seguida meu irmão e ela entraram no elevador de mãos dadas... Eu queria tanto estar no lugar dele!
Levei certo tempo pra me encorajar e peguei o caminho até o estúdio, bati na porta e ouvi aquela voz que ansiava escutar me pedindo pra entrar. Abri a porta e me sentei, ela estava de costas pra mim e quando virou, quase caiu da cadeira.
Não consegui dizer nada, apenas observava cada detalhe do seu rosto, cada detalhe daquele corpo que eu queria ter pra mim. Duda suspirou, fechou os olhos e me perguntou o que eu estava fazendo sentado ali na frente dela e pedi pra conversarmos e ela não negou... Tudo o que eu esperava escutar, mas não queria, foi dito, porém, vindo da boca macia dela, era como se uma faca atravessasse meu peito.
O que me restava era pedir desculpas, torcendo para que tivesse seu perdão... Havia um medo crescendo incontrolavelmente dentro de mim, qualquer migalha que tivesse dela seria o que me manteria vivo, lutando contra a dor. Foi angustiante esperar pelo perdão, uma lágrima solitária caía de meu olho e, felizmente, a angústia se fora quando recebi o que queria... Se não tivesse ao menos seu perdão não poderia viver tranquilamente, não que eu fosse o mesmo de antes, mas saber que não a machucava mais, seria confortante.
Estava sendo uma tortura ter que me controlar para não agarrá-la, mas sabia que, se o fizesse, estaria estragando tudo novamente e o que eu queria era poder tê-la por perto e, se fosse possível, que fôssemos amigos, o que ela não negou.

Em um impulso nos levantamos juntos, nos olhamos e senti seus braços me envolvendo em um abraço, correspondi colando os nossos corpos... Eu precisava sentir seu corpo junto ao meu, mesmo que fosse apenas por um gesto amigável.

Cheguei a pensar que nunca mais fôssemos nos aproximar de novo.

Eu me controlava para não beija-la, por mais que eu quisesse não poderia deixar que ela se arrependesse de confiar em mim.
Meu corpo se arrepiou com o toque da pele quente e macia de Duda, encostei meu nariz no pescoço dela procurando sentir o perfume de jasmins que eu tanto amava, aquele cheiro que nenhuma outra tinha. Senti as lágrimas dela molharem minha camiseta e minhas lágrimas corriam pelo meu rosto, eu pude sentir que, talvez, nunca nos abraçaríamos daquela forma novamente.
Separamos um pouco os nossos corpos, olhei nos olhos dela sem falar nada e passei meus dedos por seu rosto, secando suas lágrimas, a vi fechando os olhos e exibir um lindo sorriso. Aproximei meu rosto e beijei-a na bochecha, encostando meus lábios lentamente em sua pele, suas delicadas mãos dirigiram-se ao meu rosto e secou minhas lágrimas, me fazendo sorrir, afastei meus lábios da sua bochecha e pude sentir seus lábios quentes e macios entrando em contato com minha pele.
Nos afastamos e ficamos nos olhando... Eu queria que Duda fosse feliz com o meu irmão, eles são as pessoas que mais amo! Se estivessem felizes, eu também estaria.
Fiquei radiante ao saber que ela queria me ver feliz, um sinal de que não guardaria nenhum rancor.
Nos despedimos e segui pra casa menos triste, sem o peso que carregava antes nas costas.

Eu me acostumaria com o fato de não ter a garota que eu amo nos meus braços, pelo menos era o que esperava.

Quem melhor pra cuidar dela, senão fosse meu irmão? Eu confiaria nele, eles seriam felizes e me fariam felizes.

Eu espero.


Postado por: Grasiele

Resumption - Capítulo 35

Passei pela recepção e cumprimentei Luíza rapidamente, entrei no elevador e apertei no botão do andar da sala de Anne, precisava entregar o trabalho de Madri. Saí do elevador e fui em direção à porta da sala e bati três vezes.

–Pode entrar, eu sei que é você Duda. –a voz de Anne soou abafada e entrei em seguida.

–Bom dia! -desejei sorrindo, na tentativa de esconder meu nervosismo em ter que trabalhar naquele dia. -Vim entregar as fotos que tirei em Madri. -disse entregando a pasta com as fotos.

–Tudo bem com você? Parece estar diferente de ontem... Aconteceu alguma coisa? -perguntou enquanto me observava de maneira minuciosa, parecia desconfiada, o que me fez congelar por um momento.

Como ela sabia?

Prefiro acreditar que a nossa proximidade e amizade sejam as responsáveis por Anne me conhecer tão bem, do que pensar que o Bill contou à ela, já que os dois também são amigos.
Caminhei até a porta e tranquei-a, afinal de contas o que eu iria contar era pessoal demais e não queria que nenhum intrometido passasse pelo corredor e “sem querer”, escutasse o que eu iria contar à Anne... Não imagino o tamanho do problema que eu teria se vasasse por aí que eu dormi com Bill Kaulitz.

–Então... –suspirei. –Ontem, depois que você foi embora, eu fui me deitar, mas não consegui dormir, rolei de um lado pro outro e me cansei de ficar deitada. –pausei, precisava pensar bem nas palavras que usaria. -Me levantei eram umas 3 horas e fui olhar a chuva pela janela, acabei por ver um vulto parado na escada, abri a janela e olhei pra rua. -Anne me observava calada. -Era o Bill que estava lá, ensopado! Desci as escadas correndo e fui abrir a porta...

–E daí? -perguntou curiosa.

–E daí que nós dormimos juntos. -respondi envergonhada e minha amiga quase caiu da cadeira ao ouvir.

–Você e Bill Kaulitz, seu melhor amigo, transaram? –arregalou os olhos.

–Sim. –murmurei sentindo meu rosto queimar de vergonha.

–Mas e o Tom? –franziu a testa.

–Ele deixou bem explicado que não devemos fidelidade um ao outro... –fiquei séria ao lembrar daquilo. -Eu preciso de alguém que goste de mim, não vou ficar o resto da vida encalhada esperando que ele mude e decida ficar de joelhos aos meus pés me pedindo pra ficar com ele.

–Você é quem sabe, só espero que fique feliz e que não se arrependa. –suspirou e estalou a língua. -Eu estarei ao seu lado e o Bill é um bom garoto, vai cuidar bem de você.

–Obrigada por me apoiar. –sorri um pouco mais relaxada.

Antes que eu ou Anne disséssemos alguma coisa, o telefone sobre a mesa começara a tocar e minha amiga pediu licença para atender a ligação.

–Oi Luíza. –pausou. -Quem? –arqueou a sobrancelha. -Ok, pode mandar subir. –balançou a cabeça positivamente. -Liga pro David Jost, por favor, e marca uma reunião para as 13 horas e pede pra que ele traga os garotos com ele. –outra pausa. -Tchau. –desligou o telefone e me olhou. -Temos visita, acho que vai gostar.

–Hm... –murmurei e, em seguida, ouvimos batidas na porta.

–Pode entrar. -Anne autorizou e vimos Samy entrando na sala.

–Bom dia! –desejou com seu sorriso gentil. - Mas que surpresa agradável ver você tão cedo, alegrou meu dia, Duda. -Samy cortejou beijando minha mão.

–É bom ver você também. –respondi e beijei-lhe a bochecha.

–A que devemos a honra da sua ilustre visita? -Anne perguntou parecendo um pouco sarcástica, mas nosso visitante não notou e, se o fizera, ignorara.

–Eu vim saber como estão e aproveitei pra entregar os convites para o meu show que vai ser no sábado. -respondeu entregando dois convites para mim e dois para Anne.

–Eu sinto muito, não vou poder ir... Se importa se eu der para algum amigo? -perguntei.

–Não acredito! -fingiu estar magoado. -Tudo bem, eu supero. –riu. -Ahm, mas e quanto ao nosso jantar? Você não queria que eu conhecesse um amigo seu?

–Não vai haver mais jantar. –respondi um pouco seca –Com licença, mas eu preciso ir trabalhar. –pausei. –Anne, se precisar de alguma coisa é só me chamar, certo? –assentiu. -Tchau, Samy.

–Tchau.

Saí um pouco atordoada da sala... Eu achei que estava preparada pra ouvir falar
dele, mas eu me enganei feio! Não imagino como seria ter que encará-lo frente a frente... Se senti meu coração doer quando Samy falou naquele maldito jantar, não conseguiria sequer imaginar como me sentiria quando encontrasse aqueles olhos hipnotizadores.
Fui para o meu estúdio, me atirei na minha cadeira e fiquei girando sentada nela feito uma criança... Meus hábitos são estranhos, mas aquilo me acalmava de uma maneira incomum e inexplicável. Parei com aquela rotação contínua e me concentrei em arrumar as fotos dos garotos, que, para a minha sorte, era preciso apenas colocá-las dentro do envelope e estaria tudo pronto.

Terminei o meu trabalho e saí no meu horário de almoço, caminhei até uma praça e me sentei em baixo de uma árvore, a brisa balançava meus cabelos e o sol iluminava a minha pele. Eu não sentia fome, a única coisa que eu queria era poder ficar sentada ali e não ter que levantar para ir trabalhar... Não queria ter que encara-lo.
O término do meu intervalo foi tão rápido que eu nem percebi! Voltei para a agência e, ao entrar na recepção, dei de cara com aqueles quatro garotos lindos, que, ao perceberem a minha presença, me olharam e sorriram, com exceção de Tom que apenas me olhou por alguns segundos, os quais foram suficientes pra que eu percebesse que ele não se sentia bem em estar ali. Cumprimentei-os educadamente sem algum sinal sequer de intimidade, afinal de contas estávamos no meu local de trabalho.
Entrei sozinha no elevador, os meninos ficaram esperando o tal David Jost. Apertei o botão do meu andar e o elevador parecia trabalhar lentamente, cada segundo que passava era torturante e me deixava mais nervosa... Como se já não bastasse a situação pela qual eu estava tendo que passar!
Quando o barulho irritante que anunciava a chegada ao meu andar ecoou, saltei pra fora do elevador e entrei no estúdio, peguei o envelope com as fotos, fechei os olhos, respirei fundo e peguei o caminho para a sala da Anne. Ao sair do elevador escutei vozes conversando, pra falar a verdade parecia mais uma discussão, os tons pareciam bem alterados.
Caminhei pelo corredor avistando Georg e Tom conversando, quando me viram pararam de falar e Georg sorriu pra mim, enquanto Tom apenas me olhava.


–Oi Duda, tudo bem com você? –Georg perguntou gentilmente

–Na medida do possível e com você?

–Tudo bem. –sorriu doce. -Você parece abatida, tem certeza que ‘tá tudo bem mesmo?

–Tenho, é só o efeito da minha insônia, nada de mais. –menti.

–Você preocupou a todos ontem... –fez uma careta. -Porque saiu sem avisar?

–Me desculpa por deixar todos preocupados... –fiz uma careta. –E peço que me perdoe, mas eu não quero falar sobre isso.

–Tudo bem, quando quiser é só falar. –assentiu.

–Obrigada.

Passei pelo corredor deixando-os para trás e bati na porta da sala de Anne e, em seguida, Bill abriu a porta e, a me ver, exibiu um lindo sorriso.


–Oi Duda. -Bill disse e beijou demoradamente minha bochecha.

–Oi. –repeti o seu gesto.

–Olha quem chegou! -Gustav exclamou sorridente. -Estávamos esperando por você, cunhadinha.

–Me desculpem pela demora. –pedi. -Anne, aqui está o envelope com as fotos dos garotos.

–Duda, esse é David Jost. -Anne apontou para o homem ao seu lado, ignorando totalmente o que eu acabara de falar.

–Muito prazer. -David apertou minha mão sorrindo, nem parecia o mesmo do dia em que os meninos se atrasaram.

–Igualmente.

–Apresentações feitas, então já podemos ir para a sala de reuniões. -Anne tagarelou. -Duda, você vem com a gente.

–Ok. –murmurei e, em seguida Anne, Gustav e David saíram da sala, deixando a mim e Bill sozinhos.

–Tudo bem com você? -Bill perguntou se aproximando.

–Aham.

–Eu sei que não você não se sente bem. -disse ficando bem próximo à mim.

–Eu ‘tô bem. –o encarei. -Claro que não é fácil ter que olhar pra ele e saber que não quer estar aqui, mas eu preciso enfrentar essa situação. –suspirei. -Acho que precisamos ir. -sorri

–Mas já? -fez bico e me segurou pela cintura.

–Bill... -seus olhos faziam uma súplica. -Tudo bem. -sorri e dei um selinho nele.

Separei nossos rostos, mas ele me puxou após dizer que aquele não tinha sido um beijo descente e me beijou com carinho. Separamos-nos e fomos para o elevador de mãos dadas.

Postado por: Grasiele

Resumption - Capítulo 34

P. O. V. Duda

Eu previ que teria insônia e, realmente, acabei não pregando o olho em momento algum... Me revirei na cama feito uma maluca, não me lembro à que horas me deitei, mas olhei no relógio e eram 3hs.
Sabendo que não conseguiria dormir, nem se eu me entupisse de remédio, me levantei e fiquei olhando a chuva cair lá fora... É impressionante, mas parece que toda vez que eu tenho algum problema, chove! Até me acostumei, é como se chovesse pra acalmar tudo em minha volta.

Vi alguma coisa se mexendo do lado de fora da casa, como sou muito curiosa abri a janela e coloquei o rosto pra fora e o que eu vejo? O Bill parado na rua, mais precisamente na escada, todo ensopado!

O que ele estava fazendo ali parado e à pé?

Eu não vi o carro dele, então deduzi que ele tivesse chegado caminhando na minha casa e debaixo desse temporal... Esse garoto é maluco e só poderia estar querendo me matar!

Desci as escadas correndo pra abrir a porta para ele e não me lembrei de que eu estava com um short de dormir super curto e com uma blusa de manga comprida... Tudo bem, foi um erro dos grandes, mas eu não voltei atrás pra trocar a roupa, já que depois eu trocaria mesmo.
Abri a porta e ele continuava lá parado, só que, quando me viu, abriu um sorrisão lindo e subiu as escadas correndo na minha direção e, em seguida, ficou de frente pra mim e me abraçou com força.


–Bill, o que você veio fazer aqui à uma hora dessas e à pé? Você vai acabar ficando doente sabia? –repreendi.


P. O. V. Bill Kaulitz

Eu não senti frio apesar de estar molhado, pra falar a verdade eu senti meu corpo entrar em chamas quando eu vi Duda... Ela estava incrivelmente linda e sexy, com certeza eu não me controlaria e pude sentir que aquela seria a melhor noite da minha vida! Estava lá decidido a demonstrar todo o meu amor, a sentiria segura nos meus braços, feliz e completa.


P. O. V. Duda

–Eu precisava te ver. -respondeu me olhando e senti um arrepio percorrer todo o meu corpo, só não sei se era de frio... Por causa do abraço, eu também fiquei molhada.

–É melhor nós entrarmos, você precisa tirar essa roupa e... -ok, eu deveria ter medido minhas palavras antes de falar.


Ele me beijou, mas de uma forma diferente da outra vez, eu entendi o que ele quis dizer com “eu precisava te ver”... Mas será que eu deveria?
Não sei se foi certo, mas eu correspondi ao beijo com vontade e foi como um incentivo pra que ele continuasse.
Bill caminhou comigo pra dentro de casa sem desgrudar seus lábios dos meus, fechou a porta com o pé e me guiou até uma mesinha que tinha encostada na parede ao lado da porta, ele me prensou contra a mesinha e eu tirei tudo que havia em cima dela com a mão, ele tirou os sapatos com os pés... Eu não imaginei que o Bill tivesse força, mas me pegou no colo e me colocou sentada na mesinha.
As coisas começavam a esquentar naquele momento, eu já não respondia mais por mim, meu corpo respondia por si próprio. Entrelacei meus dedos no cabelo dele e puxei-o pra mais perto de mim e passei minhas pernas ao redor da cintura dele, que colocou uma das mãos por debaixo da minha blusa e fez um caminho com as unhas pela minha coluna.

Nos beijávamos com certa agressividade e eu pude sentir que ele queria sair da sala, o que se confirmou a seguir, já que ele me pegou no colo e subiu as escadas beijando o meu pescoço, eu estava totalmente ofegante e gemia baixinho no ouvido dele.
Antes de chegarmos ao meu quarto, Bill me prensou contra a parede e tirou minha blusa, eu tirei a dele também.
Fomos pro quarto grudados, sem nos soltarmos um segundo sequer, abri a porta e ele me guiou até a cama, segundos depois caiu por cima de mim e começou a traçar um caminho de beijos da minha boca até o pescoço, do pescoço até o peito, sem deixar de olhar nos meus olhos. Ele tratou de se livrar do meu sutiã e continuou a “trajetória” até chegar a minha cintura... Em um movimento rápido tirou meu short, eu o puxei pra cima de mim o beijando com carinho, ele correspondeu com a mesma intensidade e parou de me beijar quando ofegava, se aproximou da minha orelha e disse “eu te amo”.
Involuntariamente eu sorri feito uma boba e me coloquei por cima dele, repeti o mesmo caminho que ele, mas junto dos beijos eu o mordia de leve e ele gemia baixo, nossas respirações estavam descontroladas. Ao chegar à cintura dele, contornei o desenho da estrela com a língua e pude senti-lo estremecer, o que me fez sorrir.
Abri o cinto e a calça, desci as calças dele lentamente pelas pernas, aquilo pareceu ser uma tortura pra ele, pude ver os pelos das pernas se arrepiarem. Terminada a tortura, voltei a beija-lo e ele se colocou por cima de mim, eu já não aguentava mais e com certeza ele também não. Livramos-nos das roupas que restavam e finalmente pudemos nos sentir únicos, completos, como se fôssemos um... Nem na minha primeira vez não foi tão bom quanto a noite que eu estava passando com o Bill, eu me senti amada de verdade por um homem, pelo meu melhor amigo.
Quando chegamos ao nosso ápice juntos, nos separamos e ele me puxou pra deitar no seu peito, eu pude ouvir o coração dele bater rápido e com força.


Adormeci abraçada a ele, sentindo sua respiração e seu cheiro.

–Bom dia, flor do dia. -Bill me acordou com um selinho demorado e eu me sentei na cama, sendo cegada pelo sol... Sol?

–Bom dia. -sorri me enrolando no lençol.

Bill sentou na cama e me olhou com um sorriso lindo nos lábios, retribuí o sorriso e ele me beijou com carinho.


–Seria bom se você me deixasse levantar. -falei entre o beijo.

–Mas ‘tá tão bom aqui! -fez bico.

–Eu sei, mas preciso trabalhar. -olhei pra ele e reparei que estava vestido, com uma roupa diferente da de ontem e ele reparou.

–Sabe, eu fui em casa trocar de roupa... Não poderia ficar pelado, claro que não é uma má ideiaa, mas não poderia sair nu pela rua. -disse rindo.

–Eu vou tomar um banho e não demoro. -dei um selinho nele e fui pro banheiro.

–Vou preparar o nosso café da manhã. -gritou do quarto.

Tomei meu banho, escovei os dentes, me vesti, peguei meus “materiais” e desci. Bill colocou a mesa do café e sentamos pra comer... Eu pude perceber que ele estava pensativo e resolvi perguntar.

–Bill, ‘tá tudo bem?

P. O. V. Bill Kaulitz

Eu tive o amor da mulher que eu amo, a tive em meus braços, nos completamos, mas tem uma coisa que me incomoda: será que vamos ficar juntos? Eu não fiz amor com ela na intenção de pressiona-la de forma alguma, mas e se ela ficar comigo por se sentir no dever de fazê-lo? E o amor que ela sente pelo Tom?
Eu a amo demais e não quero vê-la sofrendo. Nunca fiz amor com ninguém, sempre foram transas sem sentimentos, mas com ela foi diferente, eu me sinto um outro homem, me sinto completo e gostaria que ela se sentisse como eu.

P. O. V. Duda

–Pra falar a verdade, eu não sei. Eu não...

–É por causa de ontem, eu sei. –minha voz soou cheia de entendimento. -Olha, nós somos adultos, não temos compromisso com ninguém e eu juro pra você que foi melhor do que a minha primeira vez. -corei e ele abriu um sorriso.

–Eu não quero que você se sinta na obrigação de ficar comigo à partir de agora, só porque nós fizemos amor ontem à noite. -seu sorriso sumia enquanto falava.

–Ninguém faz o que não quer. –suspirei. - Eu não sei se o que eu vou fazer é certo, não quero que se machuque por minha causa, mas eu vou dar uma chance pra nós dois. –respondi sinceramente.

–Mas e o Tom? Você o ama. -Bill perguntou e eu senti uma dor no peito.

–Eu também amo você... Sei que não é como você merece, mas eu vou me esforçar pra te fazer feliz enquanto estivermos juntos. Você pode dizer que não, mas eu sei que eu não sou a sua garota.

–Você é a minha garota, a garota que eu amo, Duda. -Bill respondeu e me deu um beijo, eu não falei nada e não contestaria, afinal de contas, eu teria que tentar ser feliz com ele... Só não conseguia imaginar a reação do Tom e nem o que poderia acontecer dali pra frente.

Terminamos o nosso café e o Bill me levou até a agência e, no momento em que pisei na entrada da agência, senti a ansiedade tomar conta de mim e percebi que eu teria que enfrentar a situação. O dia com certeza seria difícil.

Postado por: Grasiele

Resumption - Capítulo 33

 NA CASA DOS GÊMEOS...

Simone e Bill carregaram Tom desmaiado pra dentro de casa assim que chegaram, levaram-no para o banheiro, tiraram suas roupas e o colocaram embaixo da água fria do chuveiro. Tom levou um susto ao acordar, estava apenas de boxer, molhado e com frio... Sua cabeça doía muito, mas nada comparado à dor que sentia dentro do peito.
Bill pegou uma toalha, entregou ao irmão e saiu do banheiro, deixando a mãe à sós com o irmão mais velho. Bill caminhou até a janela do quarto de Tom e ficou observando as gotas de água escorrerem pelo vidro... Assim como a tempestade que abalava às árvores na rua, ele sentia seu coração e sua mente abalados, seus pensamentos estavam longe, mais precisamente em uma pessoa.

P. O. V. Bill Kaulitz

Eu não entendo porque que as coisas têm que ser tão difíceis... Demorei tanto pra encontrar alguém que me completasse, que fosse a minha luz, minha inspiração, que me fizesse sentir livre e agora que eu encontrei, não posso tê-la... Simplesmente porque meu irmão a ama, eu não consigo ser egoísta ao ponto de vê-lo triste, abdicaria da minha felicidade pra que ele possa sorrir. Sinto que ela me ama, mas não como eu a amo... O sentimento que ela alimenta por Tom, é igual ao que eu sinto.

Porque meu irmão e eu nos apaixonamos sempre pela mesma garota?


Abrirei mão da minha felicidade pra ver as pessoas que eu mais amo se amando e, epesar do sofrimento, eu sei que não poderia desejar ver a Duda com alguém que não fosse o meu irmão, afinal eu sei que ele vai cuidar dela como se eu estivesse cuidando, mesmo que ele seja irresponsável às vezes, é o cara mais carinhoso do mundo quando está com as pessoas que gosta.
Um amor como o que eu sinto nunca vai se apagar, ficará pra sempre comigo, não há tempo que apague... Mesmo que eu encontre alguém que me ame, o amor que eu sinto nunca vai ser substituído, parece impossível.

Será melhor assim, mas antes de “desistir” da Duda, eu preciso de uma noite, apenas uma noite com ela.

P. O. V. Bill Kaulitz /OFF

–Querido, eu já dei remédio para seu irmão, acho bom vocês conversarem. -Simone disse após tocar o ombro de Bill.

–Claro, mãe. –esboçou um fraco sorriso.

–Eu sinto muito que isso esteja acontecendo de novo, filho... Imagino o quanto você esteja sofrendo, essa garota tem muita sorte por ter dois garotos tão especiais apaixonados por ela. -Simone disse abraçando Bill. -Não pense que digo isso por serem meus filhos, mas sim por que é verdade.

–Nós é que temos sorte de termos você como mãe. -Bill beijou o rosto dela, sorriu e foi conversar com o irmão.

Tom estava sentado em sua cama, seus olhos estavam fechados, uma pequena e solitária lágrima escorria por sua face. Em sua mente uma retrospectiva acontecia, tudo o que havia acontecido desde o momento em que viu Duda pela primeira vez, fazia com que pensasse no que aconteceu na sua festa de aniversário.


P. O. V. Tom Kaulitz


A confusão permanece na minha cabeça, não sei por que fiquei tão enraivecido quando a Duda me contou sobre meu irmão e ela terem se beijado...

Foi só um beijo, não foi?

Eu não queria pensar na hipótese que rondava minha mente, mas descobri que o que sinto pela Duda não é apenas uma atração qualquer... Eu me apaixonei por ela.
Ela te um jeito especial de contagiar a todos, trata todos a sua volta com carinho. É a única garota que me deixou sem reação depois de ter levado um “NÃO”, que me fez sentir ciúmes, que me fez chorar depois de tanto tempo.

Já tive uma namorada e ela se apaixonou pelo meu irmão.

Jurei pra mim mesmo que depois da minha ex, nenhuma outra garota me faria chorar, mas eu não consegui controlar! Quando a dor fica guardada por muito tempo, em algum momento ela precisa ser colocada pra fora de alguma maneira...

Porque o amor nos faz sentir tanta dor?

Eu vou tentar seguir minha vida em frente sem a Duda, vai ser difícil, quase impossível não poder sentir o perfume de jasmins invadir as minhas narinas, não poder tocar nela vai ser um sacrifício, quase uma forma de punição... Vai ser massacrante vê-la falando e não estar perto o suficiente para sentir seu hálito, será horrível não poder sentir aqueles lábios macios junto dos meus.
Talvez eu não aguente, mas meu irmão merece uma chance pra ser feliz e, apesar de ter ficado com raiva quando soube que ele a beijou, nunca vou conseguir guardar mágoa alguma, ele é meu irmão e eu o amo.

P. O. V. Tom Kaulitz /OFF

–Tom, podemos conversar? -Bill perguntou sentando-se ao lado da cama do irmão.

–Claro, senta aí. -disse apontando para a cama.

–Antes de mais nada eu quero que saiba...

–Bill, me perdoa por ter feito aquele escândalo todo na festa... Você sempre foi um irmão perfeito, o cara que mais admiro na vida... Eu falei tudo aquilo de cabeça quente, me perdoa.

–Não tenho nada pra perdoar, mano! Você teve razão quando disse que as pessoas não nos conhecem como realmente somos, você não é o cara errado que todos pensam que você é.

–Mano, eu quero dizer que eu vou dar um tempo.

–Como assim, dar um tempo? -Bill perguntou confuso.

–Eu não vou mais procurar a Duda, o caminho vai ficar livre pra você. -Tom disse procurando as palavras certas. -Por mais que isso doa, você é meu irmão e quero te ver feliz... Ela é a garota certa.

–Você não precisa fazer isso por mim, vou desistir dela, não quero e não vou competir com você... Antes de qualquer outra coisa, somos irmãos.

–Eu acho, então, que o caminho dela ficou totalmente livre. -Tom disse sorrindo de canto. -Acho que preciso colocar os meus pensamentos em ordem.

–Por favor, não me faça mais trazer você bêbado pra casa... Você é um porre. -Bill riu escandalosamente.

–Tudo bem. -Tom riu e abraçou o irmão. -Você é o melhor presente de aniversário que eu já ganhei em toda a minha vida.

–Você disse a mesma coisa quando ganhou um vídeo-game. -os gêmeos riram -Eu não trocaria de irmão mais velho por nada nesse mundo.


Bill e Tom continuaram jogando conversa fora e depois de algum tempo, Bill foi para o seu quarto.

Postado por: Grasiele

Resumption - Capítulo 32

NO SALÃO...

Bill pensou em ir atrás de Duda, mas resolveu ir até o irmão procurar saber o que tinha acontecido.


P. O. V. Bill Kaulitz

Senti meu coração ir parar na boca quando vi a Duda saindo daqui naquele estado... Tentei segura-la mais foi em vão. Eu queria ir atrás dela, mas alguma coisa fez com que eu voltasse... Será que foi por causa da minha declaração? Foi por causa do beijo? Será que ela se sente culpada? Não sabia o que pensar... Quando estávamos no jardim, ela parecia tão calma, apesar de confusa. Eu pude sentir uma ponta de felicidade quando nos beijamos, ela foi tão doce e depois passa por mim correndo aos prantos... Teriam ela e meu irmão brigado? O Tom, precisava falar com ele.

P. O. V. Bill Kaulitz /off
Ao entrarem no salão, Simone e Camila foram até Bill parecendo extremamente preocupadas e apreensivas.
–Filho, porque a Duda saiu daquele jeito? -Simone perguntou aflita. - No estado em que ela saiu daqui não sei o que pode acontecer com ela.

–Simone, eu conheço a Duda há anos e sei que ela não seria capaz de cometer alguma besteira, mesmo encontrando-se no estado em que estava.

–Eu tentei para-la, mas foi em vão! Ela se desvencilhou e saiu correndo pela rua... Temo que ela fique doente com essa chuva. -Simone e Camila olharam-no. - Eu sei que deveria ter insistido em para-la ou então ir atrás dela, mas acho que precisa ficar sozinha.

–Você tem razão Bill, pelo menos por agora é melhor deixa-la ficar sozinha pra pensar e descansar... Ela vai ficar bem.

–Eu não sei o que pode ter acontecido! Ela estava tão feliz e, quando percebi, saiu feito um trovão pelo portão. -Simone disse.

–Ahm, eu não sei o que aconteceu, mas suspeito quem possa nos tirar essa dúvida. -Camila disse, Simone e Bill encararam-na. -Tom... -respondeu. -Eles estavam conversando quando eu saí com a Anne pra procurar o Gust.

–Então vamos falar com ele, o que estamos esperando? -Simone perguntou e foi seguida pelo filho e Camila.

Os três saíram à procura de Tom e encontraram-no sentado no bar, bebendo uma dose de whisky...Parecia estar embriagado, pois haviam copos iguais ao que ele segurava em cima da bancada. Simone foi imediatamente de encontro ao filho sustentando uma expressão preocupada e reprovadora.

–Meu filho, o que aconteceu? -perguntou sentando-se ao lado do filho mais velho. -Você nunca bebeu tanto assim desde que...

–Não aconteceu nada. -Tom respondeu tentando levantar do banco, mas cambaleou, sendo segurado pelo irmão. -Tira as mãos de mim! -grunhiu nervoso.

–Você está bêbado, quase caindo e não quer que eu te segure? -Bill perguntou impaciente.

–Porque não vai atrás daquela... -Tom não continuou a falar, fechou o punho e deu um soco na bancada.

–Filho, vocês brigaram? -Simone perguntou tentando ficar calma, Tom apenas olhou-a e não respondeu.

–Você -apontou o dedo indicador na direção de Bill. -me traiu, beijou ela! -acusou. - Porque fez isso?

–Tom você precisa ir pra casa, eu te levo. -Bill ignorou a acusação do irmão.

–Como conseguiu? No mínimo arranjou uma desculpa muito boa, não é mesmo? -soluçou. -Você sempre consegue o que quer com as suas ceninhas de pobre coitado! Todo mundo acha que você é um cara perfeito, mas você não é Bill... Não é. -Tom gritava com o irmão, chamando a atenção de todos.

–Tom, eu não vou discutir com você. -Bill declarou após respirar fundo. -Quando estiver sóbrio conversaremos, agora vamos embora.

–Tem medo que todos vejam que você não é o anjo que todos pensam? Quer que amanhã saia em todos os lugares que eu sou o irmão errado e que você é o inocente? -Tom cuspia as palavras na cara do irmão que continuava sereno.

–Você sabe que eu não quero o seu mal, agora vamos. -Bill pediu ao irmão que permanecia parado.

–Filho, vai com seu irmão... Por mim. -Simone pediu. -Eu vou com vocês.

–Mãe, eu vou pela senhora. -Tom avisou.

Simone levou Tom até o carro com a ajuda de Georg e, assim que Tom foi colocado no banco de trás do carro de Bill, adormeceu. Bill e Simone entraram no carro e foram embora do local da festa.

P. O. V. Duda

Eu estava em um sono profundo e gostoso, mas meu celular me chamou para a realidade. O som daquela coisa barulhenta fazia minha cabeça doer profundamente, encontrei o maldito aparelho embaixo do travesseiro e atendi porque era a Anne, se fosse o papa, eu não atenderia.

–Alô!?

–Duda? É a Anne, como é que você ta se sentindo? Deixou todo mundo preocupado, sabia?

–Eu não sei Anne...Me desculpe por ter saído sem falar nada.

–Eu chego na sua casa em um minuto, faça o favor de abrir a porta, senão eu arrombo.

–Tudo bem. -respondi após um suspiro, não queria companhia, mas seria bom ter alguém com quem eu pudesse desabafar, não faria mal algum.

–Então, até daqui à pouco, beijos.

–Beijos. -desliguei aquela coisa e levantei da cama indo em direção às escadas.

Tudo voltava à minha mente rapidamente como um filme, o replay estava incessante... além da dor de cabeça, pude sentir meu coração em pequenos cacos. Porque as palavras do Tom me deixaram daquele jeito? “Nós não temos nenhum compromisso”, era a frase que ecoava na minha cabeça. Quando a voz do Tom sumia, eu podia ouvir a voz do Bill dizendo repetidamente “Duda, eu te amo. Te amo como nunca pensei que fosse amar algum dia...”, eu ficaria louca se a campainha não tivesse me acordado daquela tortura mental.
Caminhei lentamente até a porta, abri-a e Anne correu pra me abraçar, fomos para sala e nos sentamos no sofá sem dizer uma única palavra.


–Me conta o que aconteceu? Eu sei que precisa desabafar, vim pra cuidar de você. -Anne disse docemente, eu a tenho como minha mãe.

Contei à ela sobre absolutamente TUDO o que aconteceu desde a hora em que eu e os G’s deixamos ela em casa. A pior parte foi quando eu contei da conversa com o Tom... À cada palavra dita, lágrimas corriam descontroladas pelo meu rosto. Além de confusa eu estava magoada. Como ele pôde ser tão cachorro? Como ele conseguia chegar à tal ponto? Eu não acreditava que tivéssemos um compromisso, eu não queria que tivéssemos, mas de certa forma tínhamos assumido um. A burra fui eu que acreditei na hipótese de Tom Kaulitz cair aos meus pés.Idiota, burra, ridícula eu fui isso e mais um pouco. Não sabia o que pensar, aquele canalha era tão imprevisível e o pior é que eu não teria como negar... Eu me APAIXONEI por ele. Encarar os fatos nunca foi tão difícil pra mim. Nunca imaginei que voltaria à me apaixonar por um galinha, nunca passou pela minha cabeça que o meu melhor amigo estivesse apaixonado por mim. O que eu faria? Eu amo o Bill, mas não como ele merece. Eu não poderia entrar em uma relação de corpo e alma, sem um coração. Bill não pode ter uma relação em que apenas ama, ele precisa ser amado... como eu queria poder mandar no meu coração.
Anne ficou o tempo todo escutando o meu desabafo e quando terminei de falar tudo o que precisava, me senti mais leve, porém não menos confusa.


–É complicado, eu sei. -Anne disse. -Duda, eu quero que use toda a sua força e enfrente esse problema... Eu sei que não vai ser fácil, mas você têm à mim e aos seus outros amigos.

–Eu sei. -sorri fraco e abracei-a com força.

–Você não tem culpa de estar apaixonada por duas pessoas ao mesmo tempo, ainda mais irmãos e gêmeos. -Anne disse e eu arregalei os olhos.

–E-eu não 'tô apaixonada pelos dois...

–Vai demorar pra você perceber, então eu vou te dar uma ajudinha... Quando eles saem pra viajar, como você fica?

–Morrendo de saudades, com vontade de abraça-los, sinto falta das risadas escandalosas do Bill, das piadas sem graça e dos amassos com o Tom... -corei ao dizer isso. -Sinto vontade de ir atrás deles onde quer que estejam.

–Quer mais algum motivo pra perceber que está sim APAIXONADA pelos DOIS?

–Sentir saudades não quer dizer nada! Eu sinto saudade do Ge e do Gust também...

–Só que não de uma forma tão intensa quanto a saudade que sente dos gêmeos.

–Ahm, você fica com a sua teoria, 'tá Anne? -pedi séria. -Obrigada por me escutar, por ter vindo aqui... -ela me olhava ainda séria. -Anne, o Bill é meu melhor amigo, não viaja.

–Não falei nada... Talvez eu esteja errada. -disse e o silêncio tomou conta da sala.

–Amanhã nós entregamos o trabalho feito em Madri? -perguntei quebrando o gelo.

–Sim e daremos continuidade ao trabalho com os meninos.- me olhou e eu fiz uma cara do tipo “Gott, faça com que um raio parta a minha cabeça”. -Eu sinto muito, mas assinamos um contrato.

Ops, eu não tinha me lembrado desse detalhe... Como eu não me lembrei desse detalhe ENORME? Eu não poderia surtar, meu trabalho deveria ser feito sem que minha vida pessoal interferisse, por mais difícil que fosse teria que encontrar uma maneira de agir sem que absoluamente nada tivesse acontecido. Mas como? Não conseguiria imaginar como eu trabalharia com aquele pegador imbecil, como eu agüentaria ver ele sem sentir facadas no meu peito? Tudo bem, eu teria que ser forte... mas, quanto ao Bill? Com que cara eu olharia pra ele, sabendo que devo uma resposta sobre lhe dar uma chance? Como seria olha-lo sabendo que ele me ama e que não posso retribuir? OK, tudo tinha ficado contra mim. Maldita hora em que eu deixei me envolver pelo cara mais galinha da Alemanha... Maria Eduarda, você é uma ignorante, songa-monga!
Olhei pra Anne, respirei fundo e respondi.


–Eu sei, não se preocupe... Afinal de contas, eu sou um homem quando estou com eles, sem problemas. -Anne me olhou e começou à rir.

–Desculpe por rir, é que eu me lembrei do Georg imitando um gay. -olhei pra ela séria e parou de rir. -Eu vou embora, já são 18hs. -disse olhando no relógio em seu pulso. -Descanse, amanhã o dia será longo.

Despedimo-nos e levei-a até a porta, subi para o meu quarto em seguida, tomei um banho, revisei o trabalho que tinha que entregar no dia seguinte e me deitei. Como eu iria trabalhar? Boa pergunta.


Postado por: Grasiele

Resumption - Capítulo 31

 Simone e eu ficamos sem palavras, chorávamos emocionadas e conseguimos pronunciar apenas um “obrigada, eu amo muito vocês”. Eu pude chegar à conclusão de que os gêmeos são totalmente imprevisíveis e surpreendentes... eu nunca me imaginaria ao lado deles, recebendo uma homenagem tão linda como aquela. Foi engraçado e ao mesmo tempo lindo ver o Tom, aquele garoto durão se “expondo” ao agradecer por eu estar ao lado deles... pra falar a verdade, eu acho que não faço a metade do que foi citado por ele. E o Bill quase me fez desmaiar quando disse “você é a segunda mulher que mais amamos na vida”, ainda mais depois da declaração dele embaixo daquela árvore, no jardim.
Depois de a homenagem ter sido concluída, o som de palmas ecoaram pelo pequeno salão e pude ver a Anne e a Camila chorando, o Gustav e Georg gritando “Esses são os nossos garotos!”.
Anne e Camila esperaram que eu saísse de perto da mesa do DJ pra ir correndo me abraçar, sorriam feito duas bobas.


–Ahm, você quer mais alguma prova de que eles realmente gostam de você?-Anne perguntou rindo.

–Eu não preciso nem dizer que se você não tiver percebido, eu te mato...certo?-Camila falava com as mãos na cintura, aquele gesto me fez lembrar da minha mãe e eu ri.

–Amiga, o que foi aquilo? Tom Kaulitz se expondo... só você mesmo pra deixar o garoto louco pra chegar à tal ponto.-Anne disse.

–Menos, gente, por favor.-pedi rindo.

–Duda, aconteceu alguma coisa? Eu percebi que os olhos do Bill estão com um brilho diferente hoje.-Camila disse e eu fiquei quieta por alguns segundos, procurando uma resposta...eu contaria às minhas amigas o que tinha acontecido, mas aquele não era o momento e nem o lugar.

–Eu não posso falar, pelo menos não agora.-Essa era a melhor resposta à ser dada naquele momento.

–Ih, já vi tudo!-Anne disse- Você vai nos contar TUDO, tudo mesmo! Nos mínimos detalhes, sem cortes de cena, entendeu?-Anne perguntou em tom ameaçador.

–Só não me peçam pra fazer demonstrações.-falei rindo.

–Eu não acredito que vocês...-Camila fez cara de pervertida e com certeza ela deve ter pensado que nos agarramos no banheiro, eu sei que é um pensamento exagerado, mas era a Camila e é bem provável que essa possibilidade estivesse martelando na cabeça dela, garota pervertida!

–Não nos pegamos no banheiro, se é o que você está pensando.-pude ver sua expressão mudar de perversão para decepção.

–Ah...-Camila fez um bico gigante- Mas pelo menos rolou um beijinho?

–Rolou um beijinho? Com quem?-Tom apareceu perguntando com uma cara de poucos amigos.

–Ahm, eu perguntei pra Duda sobre hoje de manhã. O que vocês estavam fazendo que nos deixaram esperando tanto tempo?-Camila perguntou com um sorriso falso, eu não acreditei quando o Tom começou à responder com a maior naturalidade.

–Camilinha querida... eu não posso dar detalhes, sabe como é? Mas se você não tivesse aparecido, com certeza teria rolado muito mais do que os nossos amassos e te digo, você chegou quando aquele quarto ia pegar fogo.-sorriu malicioso.

–Me desculpe cunhadinho, não foi minha intenção.-Camila disse rindo.

–Tudo bem, eu e a Duda temos tempo pra resolvermos esse nosso assunto pendente.-disse aproximando-se mais de mim.-E a propósito, não acha que eu mereço um beijinho pela homenagem?-fez biquinho pra mim.

–Eu acho que seria injusto se você ganhasse um beijo da Duda e o Bill não, afinal de contas ele também fez parte da homenagem.-Camila provocou.

–Acontece que eu falei mais e ...

–E você ta com ciúmes.-Camila completou a frase dele.

–Ahm, vamos parar hein? Tom vem comigo e Camila, vai procurar o seu namorado... deixa que eu me resolvo com o safado aqui.-falei séria.

–Ouviu cunhada? Minha gata é que manda, agora vai procurar o seu “ursinho”.-Tom debochou.

–Vou mesmo, controlem o fogo de vocês.-Camila disse saindo e levando Anne com ela.


–Agora, somos só você e eu.-Tom falou e me puxou pela cintura.

–Tom, eu acho que não é uma boa idéia.-falei tirando as mãos dele da minha cintura e fui me sentar em uma das banquetas do bar.

Eu não queria beijar o Tom, não ali na frente de todo mundo, não era vergonha por causa dos convidados, não me importaria com a opinião de nenhum deles... o que me preocupava era o Bill, antes mesmo de saber que ele me amava eu tentava evitar beijar o Tom na frente dele e agora, eu tomaria o dobro do cuidado, não poderia magoá-lo. Tom sentou do meu lado, ostentava uma expressão confusa...

–Porque você não quer me beijar? Tem vergonha de mim, de nós, é isso?-Tom perguntava sério e eu processei a pergunta dele rapidamente...o que acontecia na mente dele parecia indecifrável.

–Tom, não é isso... porque eu teria vergonha de você?-suspirei e encarei seus olhos.

–Eu gostaria que você me respondesse a pergunta que eu te fiz.-Tom parecia nervoso.

–Eu quero beijar você.-falei- Mas não aqui, você não entende?

–Porque tem tanto medo de me beijar na frente dos outros?-perguntou sério.

–Não me importo com o que os outros vão pensar, mas...

–Então qual o problema?-perguntou confuso.

–O seu irmão...-Tom me olhou com raiva- ele me ama Tom, eu não quero que ele fique magoado. Ele me contou hoje.

–É por isso que eu não encontrava vocês em lugar algum.-disse pra si.

–É Tom... eu vou ser sincera com você, eu não sei o que fazer. Minha cabeça está confusa, eu não consigo pensar e...

–Vocês se beijaram, não foi?-perguntou tentando controlar a raiva.

–Tom... eu não sabia o que fazer...-tentei explicar.

–Tudo bem.-fechou os olhos- Nós não temos nenhum compromisso, você pode beijar quem quiser... assim como eu também posso.- disse ainda de olhos fechados, ele não queria me encarar e eu não o obrigaria a faze-lo.

–Eu vou embora, não posso mais ficar aqui, não posso.-levantei e saí pelo portão.

Passei correndo pelo Bill que tentou me segurar, mas eu me soltei e saí pela rua. O céu estava nublado e começou a chover, com certeza não era a melhor situação pra que uma chuva desabasse sobre mim, mas não era nada comparado com o que aconteceu hoje. Tirei meus sapatos e caminhei lentamente pela calçada, deixando os pingos de chuva gelada do começo de outono se juntarem às lágrimas que caíam dos meus olhos sem consentimento. Eu não queria chorar pelo que tinha acabado de acontecer, afinal de contas o que eu e Tom tínhamos era apenas carnal, não era? Eu não entendo como eu pude me deixar levar... como eu fui chegar à esse ponto? Chorando sozinha embaixo de um temporal?
Cheguei ensopada em casa, agradeci aos céus por ninguém ter me seguido, eu precisava ficar sozinha e pra colocar meus pensamentos em ordem... tomei um banho rápido e me atirei na cama. Pra piorar tudo, o cheiro do Tom estava impregnado na minha cama, eu deveria matar a Camila quando ela chegasse em casa, afinal de contas, a culpa era dela de ter deixado ele dormir na MINHA CAMA. Eu me sentia muito cansada e não me levantei pra trocar a roupa de cama... adormeci com aquele perfume invadindo as minhas narinas.


Postado por: Grasiele

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