terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Resumption - Capítulo 35

Passei pela recepção e cumprimentei Luíza rapidamente, entrei no elevador e apertei no botão do andar da sala de Anne, precisava entregar o trabalho de Madri. Saí do elevador e fui em direção à porta da sala e bati três vezes.

–Pode entrar, eu sei que é você Duda. –a voz de Anne soou abafada e entrei em seguida.

–Bom dia! -desejei sorrindo, na tentativa de esconder meu nervosismo em ter que trabalhar naquele dia. -Vim entregar as fotos que tirei em Madri. -disse entregando a pasta com as fotos.

–Tudo bem com você? Parece estar diferente de ontem... Aconteceu alguma coisa? -perguntou enquanto me observava de maneira minuciosa, parecia desconfiada, o que me fez congelar por um momento.

Como ela sabia?

Prefiro acreditar que a nossa proximidade e amizade sejam as responsáveis por Anne me conhecer tão bem, do que pensar que o Bill contou à ela, já que os dois também são amigos.
Caminhei até a porta e tranquei-a, afinal de contas o que eu iria contar era pessoal demais e não queria que nenhum intrometido passasse pelo corredor e “sem querer”, escutasse o que eu iria contar à Anne... Não imagino o tamanho do problema que eu teria se vasasse por aí que eu dormi com Bill Kaulitz.

–Então... –suspirei. –Ontem, depois que você foi embora, eu fui me deitar, mas não consegui dormir, rolei de um lado pro outro e me cansei de ficar deitada. –pausei, precisava pensar bem nas palavras que usaria. -Me levantei eram umas 3 horas e fui olhar a chuva pela janela, acabei por ver um vulto parado na escada, abri a janela e olhei pra rua. -Anne me observava calada. -Era o Bill que estava lá, ensopado! Desci as escadas correndo e fui abrir a porta...

–E daí? -perguntou curiosa.

–E daí que nós dormimos juntos. -respondi envergonhada e minha amiga quase caiu da cadeira ao ouvir.

–Você e Bill Kaulitz, seu melhor amigo, transaram? –arregalou os olhos.

–Sim. –murmurei sentindo meu rosto queimar de vergonha.

–Mas e o Tom? –franziu a testa.

–Ele deixou bem explicado que não devemos fidelidade um ao outro... –fiquei séria ao lembrar daquilo. -Eu preciso de alguém que goste de mim, não vou ficar o resto da vida encalhada esperando que ele mude e decida ficar de joelhos aos meus pés me pedindo pra ficar com ele.

–Você é quem sabe, só espero que fique feliz e que não se arrependa. –suspirou e estalou a língua. -Eu estarei ao seu lado e o Bill é um bom garoto, vai cuidar bem de você.

–Obrigada por me apoiar. –sorri um pouco mais relaxada.

Antes que eu ou Anne disséssemos alguma coisa, o telefone sobre a mesa começara a tocar e minha amiga pediu licença para atender a ligação.

–Oi Luíza. –pausou. -Quem? –arqueou a sobrancelha. -Ok, pode mandar subir. –balançou a cabeça positivamente. -Liga pro David Jost, por favor, e marca uma reunião para as 13 horas e pede pra que ele traga os garotos com ele. –outra pausa. -Tchau. –desligou o telefone e me olhou. -Temos visita, acho que vai gostar.

–Hm... –murmurei e, em seguida, ouvimos batidas na porta.

–Pode entrar. -Anne autorizou e vimos Samy entrando na sala.

–Bom dia! –desejou com seu sorriso gentil. - Mas que surpresa agradável ver você tão cedo, alegrou meu dia, Duda. -Samy cortejou beijando minha mão.

–É bom ver você também. –respondi e beijei-lhe a bochecha.

–A que devemos a honra da sua ilustre visita? -Anne perguntou parecendo um pouco sarcástica, mas nosso visitante não notou e, se o fizera, ignorara.

–Eu vim saber como estão e aproveitei pra entregar os convites para o meu show que vai ser no sábado. -respondeu entregando dois convites para mim e dois para Anne.

–Eu sinto muito, não vou poder ir... Se importa se eu der para algum amigo? -perguntei.

–Não acredito! -fingiu estar magoado. -Tudo bem, eu supero. –riu. -Ahm, mas e quanto ao nosso jantar? Você não queria que eu conhecesse um amigo seu?

–Não vai haver mais jantar. –respondi um pouco seca –Com licença, mas eu preciso ir trabalhar. –pausei. –Anne, se precisar de alguma coisa é só me chamar, certo? –assentiu. -Tchau, Samy.

–Tchau.

Saí um pouco atordoada da sala... Eu achei que estava preparada pra ouvir falar
dele, mas eu me enganei feio! Não imagino como seria ter que encará-lo frente a frente... Se senti meu coração doer quando Samy falou naquele maldito jantar, não conseguiria sequer imaginar como me sentiria quando encontrasse aqueles olhos hipnotizadores.
Fui para o meu estúdio, me atirei na minha cadeira e fiquei girando sentada nela feito uma criança... Meus hábitos são estranhos, mas aquilo me acalmava de uma maneira incomum e inexplicável. Parei com aquela rotação contínua e me concentrei em arrumar as fotos dos garotos, que, para a minha sorte, era preciso apenas colocá-las dentro do envelope e estaria tudo pronto.

Terminei o meu trabalho e saí no meu horário de almoço, caminhei até uma praça e me sentei em baixo de uma árvore, a brisa balançava meus cabelos e o sol iluminava a minha pele. Eu não sentia fome, a única coisa que eu queria era poder ficar sentada ali e não ter que levantar para ir trabalhar... Não queria ter que encara-lo.
O término do meu intervalo foi tão rápido que eu nem percebi! Voltei para a agência e, ao entrar na recepção, dei de cara com aqueles quatro garotos lindos, que, ao perceberem a minha presença, me olharam e sorriram, com exceção de Tom que apenas me olhou por alguns segundos, os quais foram suficientes pra que eu percebesse que ele não se sentia bem em estar ali. Cumprimentei-os educadamente sem algum sinal sequer de intimidade, afinal de contas estávamos no meu local de trabalho.
Entrei sozinha no elevador, os meninos ficaram esperando o tal David Jost. Apertei o botão do meu andar e o elevador parecia trabalhar lentamente, cada segundo que passava era torturante e me deixava mais nervosa... Como se já não bastasse a situação pela qual eu estava tendo que passar!
Quando o barulho irritante que anunciava a chegada ao meu andar ecoou, saltei pra fora do elevador e entrei no estúdio, peguei o envelope com as fotos, fechei os olhos, respirei fundo e peguei o caminho para a sala da Anne. Ao sair do elevador escutei vozes conversando, pra falar a verdade parecia mais uma discussão, os tons pareciam bem alterados.
Caminhei pelo corredor avistando Georg e Tom conversando, quando me viram pararam de falar e Georg sorriu pra mim, enquanto Tom apenas me olhava.


–Oi Duda, tudo bem com você? –Georg perguntou gentilmente

–Na medida do possível e com você?

–Tudo bem. –sorriu doce. -Você parece abatida, tem certeza que ‘tá tudo bem mesmo?

–Tenho, é só o efeito da minha insônia, nada de mais. –menti.

–Você preocupou a todos ontem... –fez uma careta. -Porque saiu sem avisar?

–Me desculpa por deixar todos preocupados... –fiz uma careta. –E peço que me perdoe, mas eu não quero falar sobre isso.

–Tudo bem, quando quiser é só falar. –assentiu.

–Obrigada.

Passei pelo corredor deixando-os para trás e bati na porta da sala de Anne e, em seguida, Bill abriu a porta e, a me ver, exibiu um lindo sorriso.


–Oi Duda. -Bill disse e beijou demoradamente minha bochecha.

–Oi. –repeti o seu gesto.

–Olha quem chegou! -Gustav exclamou sorridente. -Estávamos esperando por você, cunhadinha.

–Me desculpem pela demora. –pedi. -Anne, aqui está o envelope com as fotos dos garotos.

–Duda, esse é David Jost. -Anne apontou para o homem ao seu lado, ignorando totalmente o que eu acabara de falar.

–Muito prazer. -David apertou minha mão sorrindo, nem parecia o mesmo do dia em que os meninos se atrasaram.

–Igualmente.

–Apresentações feitas, então já podemos ir para a sala de reuniões. -Anne tagarelou. -Duda, você vem com a gente.

–Ok. –murmurei e, em seguida Anne, Gustav e David saíram da sala, deixando a mim e Bill sozinhos.

–Tudo bem com você? -Bill perguntou se aproximando.

–Aham.

–Eu sei que não você não se sente bem. -disse ficando bem próximo à mim.

–Eu ‘tô bem. –o encarei. -Claro que não é fácil ter que olhar pra ele e saber que não quer estar aqui, mas eu preciso enfrentar essa situação. –suspirei. -Acho que precisamos ir. -sorri

–Mas já? -fez bico e me segurou pela cintura.

–Bill... -seus olhos faziam uma súplica. -Tudo bem. -sorri e dei um selinho nele.

Separei nossos rostos, mas ele me puxou após dizer que aquele não tinha sido um beijo descente e me beijou com carinho. Separamos-nos e fomos para o elevador de mãos dadas.

Postado por: Grasiele

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