terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Resumption - Capítulo 37

 P. O. V. Duda

Depois que Tom foi embora, Anne apareceu no estúdio pra jogar conversa fora, afinal, não tínhamos nada pra fazer e já eram 15hs.

–Então, o que achou da reunião? -Anne perguntou enquanto atirava-se, literalmente, na cadeira em minha frente.

–Sinceramente? Não prestei atenção em nada, exceto no seu pronunciamento final... –confessei. –Você me meteu em uma furada. –bufei.

–Correção: você se enfiou em uma furada. –gargalhou quando girei os olhos. -Se ao invés de ficar de mãos dadas com o Bill e não estivesse dando mais atenção aos rabiscos no seu papel, teria falado que não queria. –brigou.

–Ok, você tem razão. –suspirei e decidi que aquele era o momento para perguntar sobre a troca de sorrisos entre minha amiga e David Jost. –Me diz uma coisa... Você e o David têm um caso? –ela me olhava atônita. –Senti um clima, hein. –provoquei.

–Hey, quem te falou isso? –perguntou corando.

–Então é verdade? –ri debochada. –Você sempre cora quando está escondendo alguma coisa.

–Você não perde uma, hein! –mostrou a língua. – Por enquanto não temos nada, mas ele me convidou pra sair.

–Eu sabiiiiiiia! –exclamei pulando na cadeira.

–Agora é sua vez de me contar uma coisa... –murmurou.

–Lá vem bomba! –comentei. -O que quer saber?

–O que seu ex-ficante e atual cunhado, Tom Kaulitz, veio fazer aqui? –arqueou as sobrancelhas.

–Veio conversar... –respondi sem demonstrar muito interesse.

–Sei... –sua voz soou irônica. -Linguagem corporal? –riu maliciosamente.

–Não. –respondi firme e sucinta. -Veio me pedir desculpas.

–E você desculpou?

–Sim. –suspirei. –Ele pediu pra que sejamos amigos.

–Amigos? –fez uma careta. -Melhor que nada, não acha? Afinal, vocês não iriam conseguir evitar um ao outro para o resto da vida, seria quase impossível... –tirou um fio de cabelo que caía insistentemente em seus olhos. -Slém de serem cunhados, trabalham juntos.

–É, eu sei.

–Então, quer dizer que aceitou? –olhou-me com curiosidade.

–Sim.

–Ah, que bom! –sorriu e, em seguida, mudou de assunto. -Duda, eu tive uma ideia...

–Que ideia? –franzi o cenho.

–A agência está parada, não temos nenhum trabalho pra hoje... –pausou. -O que acha de irmos às compras? –completou seu pensamento. -Qualquer coisa a Luíza nos avisa. –pediu com os olhos brilhando.

–Tudo bem. –revirei os olhos.

–Ah, obrigada! –levantou da cadeira em que estava e correu, dando a volta na mesa e ficando em minha frente com os braços abertos.

–Você parece uma criança, Anne! -falei rindo dela e me levantei, permitindo que minha amiga me abraçasse.

–Ah, chata! Você parece uma velha, tem idade pra ser minha filha, mas eu sou mais nova do que você quando se trata de espírito.

Depois do que ela disse fiquei quieta, ela tinha mesmo razão! Eu era tão séria, só agia como uma adolescente inconsequente quando eu e Tom estávamos juntos, e, bem, isso teria que mudar, não poderia parecer uma velha mal amada... Começaria a minha “transformação”, seria uma nova Duda.
Pegamos nossas bolsas, avisamos a Luíza e saímos, passamos o resto da tarde no shopping, aproveitei pra comprar o presente de aniversário pro Gustav, jantamos por lá mesmo e depois fomos para nossas casas.
Quando cheguei em casa, Georg, Gustav e Camila conversavam alegres e riam de alguma coisa, entrei e quando me viram deram um “oi” bem sonoro, um coral pra falar a verdade. Apenas sorri e percebi que Bill e Tom não estavam,
Georg percebeu a “varredura” que meus olhos fizeram pela sala.


–Eles estão na cozinha. –Georg disse.

–Obrigada. –agradeci e, antes de ir à cozinha, subi pro meu quarto.

Larguei o monte de sacolas em cima da cama e fui pro banheiro me despindo, entrei no box e liguei o chuveiro... Meus músculos foram relaxando aos poucos, a água quente percorria meu corpo e me fazia sentir leve.

Terminei o banho e fui pro quarto me vestir, ouvi batidas na porta.


–Quem é? –perguntei me enrolando na toalha.

–Bill.

Não sei por que, mas eu separei minha roupa e fui me vestir no banheiro... Ahm, impressão minha ou estava com vergonha?
Gritei pra que ele entrasse e tentei vestir pelo menos as peças íntimas o mais rápido que pude. Quando eu estava colocando minha calça de moletom, vi o Bill parado na porta olhando pra mim e senti minhas bochechas queimarem, eu estava encabulada! Eu não sabia se ria ou se enfiava a minha cara no vaso, mas resolvi passar uma água no rosto, era o melhor a ser feito e, quando fui secar o rosto, senti ele por trás de mim, me abraçando e encostando o seu queixo no meu ombro.


–Você fica tão linda envergonhada. –disse e eu olhei-o pelo espelho, ele sorria.

–Ahm, obrigada... Eu acho. –ri nervosa e me virei, ficando de frente pra ele.

–Sabe, não precisa ficar com vergonha... –disse me puxando pela cintura.

–É involuntário, mas prometo que vou tentar não sentir vergonha. –sorri e ele me beijou.

Ok, eu acho que deveria rever os meus conceitos! Eu pensava que o Tom era o gêmeo safado, mas o Bill, bem... Beijamo-nos e ele me prensou contra a pia e o beijo que antes era carinhoso e lento, começou a esquentar e ficou mais rápido.
Pude sentir o coração dele descompassado, enquanto o meu dava uma leve acelerada, ele me pegou no colo sem desgrudar os nossos lábios e me levou pro quarto... Eu estava me alegrando tanto quanto ele, mas alguém bateu na porta interrompendo o nosso momento. Ele parou de me beijar, fazendo um bico fofo, quando o Georg gritou do outro lado da porta nos chamando.


–Eu sei que vocês devem estar brincando aí, me desculpa, mas o Gustav pediu pra chamar vocês.

–Não dá pra ser depois, não? –perguntei rindo, o Bill passou a língua no meu pescoço me fazendo sentir cócegas.

–Ahm... Não!

–Já vamos, então!

–Tudo bem, mas não demorem.

–Ok.

–Bill, nós temos que ir. –falei baixo.

–Eu não quero. –sussurrou.

–Nem eu, mas temos que ir! Não quero que a Camila venha aqui e ponha a porta abaixo. –ele fez uma careta e me empurrou pra cama, se deitando sobre mim, me deixando imobilizada. -Por favor? –sussurrei e pude ver os pelos de seus braços se arrepiarem.

–O Gustav me paga! –resmungou e levantou de cima de mim.

Me levantei da cama e seguimos juntos até a sala, onde os quatro nos esperavam quietos.

–Até que enfim! –Camila reclamou.

–Nós nem demoramos. –falei fazendo bico.

–O Georg nos disse que estavam “conversando”. –Camila disse fazendo aspas com os dedos.

–Exatamente! Falávamos sobre gente inconveniente. -respondi seca.

–Mila, acho melhor você procurar os seus dedos embaixo do sofá. –Tom disse rindo junto de Georg e Gustav.

–Então, o que tem de tão importante pra falar, Gust? –Bill perguntou me puxando junto com ele pro sofá.

–Como sabem, meu aniversário vai ser domingo...

–E? -Georg interrompeu.

–Eu e a Camila vamos viajar na sexta-feira pela manhã, ficaremos fora no fim de semana, então, quero comemorar com vocês antes da viagem. –concluiu. -O que acham?

–Por mim está ótimo! –falei.

–Por mim, beleza. –Tom disse.

–Por mim também. –Georg e Bill disseram em uníssono.

–Que tal um jantar? –Camila propôs e todos concordaram. -Duda cozinha. –fez cara de criança pidona.

–Eu? Ficou maluca? Nem pensar. –respondi.

–Ah, por favor?

–Não.

–Alguém me ajuda a convencer essa menina do coração de pedra? –bufou.

–Duda, você cozinha tão bem... –Bill elogiou. -Por favor, faz o nosso jantar? –pediu manhoso, enquanto fazia bico... Ele sabia que eu não resistiria.

–Eu nunca experimentei sua comida, mas se for tão boa quanto... –Tom disse e todos olharam pra ele ao mesmo tempo. –As fotografias que você tira, terei que insistir pra que cozinhe.

–Ahm, tudo bem. –bufei e girei os olhos, dando-me por vencida. -Vocês são uns chatos, sabiam disso? –fiz bico e todo mundo riu.

–Ok, cambada, acho que está na hora de dormir! –Camila interrompeu. -Amanhã eu e a Duda trabalhamos e precisamos descansar. – levantou colocando as mãos na cintura.

–É só impressão minha ou essa nanica está nos expulsando? –Georg perguntou fazendo cara de ofendido.

–Não é só impressão, não! –Camila respondeu. -Eu não vou nem dizer o que é nanico aqui, hein Listing. –debochou olhando na direção das calças do Ge.

–Que história é essa? –Tom fez uma careta impagável. -Gustav, como é que você deixa sua namorada ficar especulando o tamanho das “coisas” dos outros? –perguntou em meio a gargalhadas.

–Fica na sua, Tom. –Camila bufou... Mudança de humor constante, isso me lembra de uma coisa: perguntar se ela está grávida.

–Tudo bem, é melhor nós irmos antes que essa nanica nos tire daqui com um cabo de vassoura. –Georg comentou.

–Você vai ver só onde eu vou enfiar um cabo de vassoura daqui a pouco. -Camila disse apontando o dedo indicador na cara do Georg.

–Eu, hein! –Tom girou o dedo indicador perto de sua têmpora, tentando demonstrar a loucura da minha amiga, enquanto Bill e Gustav apenas riam, e eu olhava pro teto, reparando na lâmpada.

–Tchau Duda, tenta acalmar a nanica. –Ge disse me dando um beijo na bochecha.

–Tentarei. –respondi e beijei-lhe a bochecha.

–Tchau Duda, boa sorte com a Mila. –Tom desejou indo em direção à porta... Eu não ganhei um beijo na bochecha, nem nada! Maria Eduarda se controle, o Bill está do seu lado, foco.

Gustav se despediu de Camila, do jeito mais meloso possível, acho que eles ganhavam de um casal de mocinhos da novela das 18hs. Bocejei e me aconcheguei nos braços do Bill, que me abraçou e me fez encostar a cabeça em seu ombro. Quando a nanica da minha “irmã” percebeu que não movemos um músculo sequer pra nos despedirmos e constatou que eu estava de olhos quase fechados, caminhou até o sofá e parou em nossa frente com cara de poucos amigos.

–Cunhadinho querido... –quanta ironia da parte dela. -Boa noite, os garotos estão te esperando.

–Camila, vai dormir que do Bill cuido eu. –resmunguei.

–Nem pensar, ele não vai dormir aqui essa noite! –sua voz soou igual a da minha mãe, cheia de autoridade. -Pensa que eu não sei que vocês dois estão tendo um namorico escondidos? –perguntou autoritária.

–Que eu saiba a casa também é minha e ele vai dormir aqui se quiser... –minha voz soou seca e desafiadora. -Ah, e nós não estamos tendo um namorico escondido.

–Eu vou embora. –Bill disse tentando se levantar, mas eu não deixei.

–Você não precisa ir por causa do mau-humor da Camila. –disse encarando seu rosto.

–É melhor eu ir. –murmurou e deixei que ele levantasse.

–Você é quem sabe. –respondi fazendo bico e ele me puxou pelo braço.

–Eu prometo que durmo aqui uma próxima vez. –disse passando o dedo na ponta do meu nariz.

–Ok. –bufei. -Boa noite, meu anjo.

–Boa noite.

Acompanhei-o até a porta e nos beijamos.


–Te amo. –sussurrou com os lábios encostados nos meus.

–Te amo. –respondi, fazendo-o sorrir, me deu um selinho demorado e foi para o carro onde os meninos esperavam.

Entrei em casa e não troquei uma palavra sequer com Camila, ela estava insuportável e eu não estava a fim de brigar. Fui para meu quarto, guardei as compras e depois me atirei na minha cama, logo em seguida peguei no sono.

Postado por: Grasiele

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