terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Resumption - Capítulo 38

Dormi tão bem, tive um sono tão leve que, quando fui acordada pelo vento que entrava pela janela, uma preguiça enorme tomou posse do meu corpo. O edredom estava tão acolhedor que pensei duas vezes antes de me levantar... Eu precisaria levantar de qualquer jeito e deixar aquela maravilha para trás, afinal eu precisava trabalhar e marcavam 6hs30min no relógio.
Levantei-me sentindo um arrepio percorrer o meu corpo inteiro, sinal de que o outono já estava tomando conta da Alemanha. Fui até a janela para fecha-la, alguns raios de sol entravam timidamente no quarto através das cortinas, constatei que o dia seria lindo, apesar do ar fresco.

Dirigi-me ao banheiro, fiz minha higiene matinal, tomei um banho e fui em direção ao closet, pois precisaria encontrar uma roupa apropriada para o clima... Revirei tudo e constatei que não havia nada apresentável. Fiz tantas compras e acabei não comprando nenhuma roupa mais quente? Decididamente eu não me reconheço, talvez seja a companhia da Anne ou da Camila quando faço compras, acabo por comprar coisas que não preciso... Nos divertimos tanto quando estamos juntas que não prestamos muita atenção no que realmente estamos comprando. Ok, preciso me lembrar de ir fazer compras, desta vez será realmente necessário.
Revirei mais um pouco o meu closet e achei, bem no fundo de uma gaveta, uma linda blusa fina lilás de lã que meu ex-namorado havia me dado... Por mais que me doesse lembrar daquele imbecil, devo concordar que, apesar de tudo, ele me conhecia muito bem e sabia do que eu realmente gostava, não era tão imprestável e insensível quanto eu vivia dizendo.
Acabei por vestir lingerie e, por cima, uma camiseta básica branca de manga curta e a blusa lilás. V uma calça jeans skinny azul-escuro e calcei uma bota preta de bico fino. Olhei-me no espelho e pude constatar que eu me vestira igual a uma das peruas que estavam em Madri, se não fosse a falta de opção eu arrancaria aquela roupa e talvez até ateasse fogo naquela blusa lilás. Fiz uma maquiagem leve, saí do quarto e fui ver como Camila estava, Entrei no quarto dela e cobri-a, pois estava descoberta como na maioria das vezes em que tem um sono tumultuado.
Desci as escadas, indo em direção à cozinha, preparei um café quente e comi uma fatia de pão. Minutos antes de sair de casa, pude ouvir o telefone tocar e fui até a mesinha da sala atende-lo, me sentei no sofá enquanto o fazia.


–Alô. –murmurei.

–Alô!? –a voz grossa soou do outro lado da linha e pude sentir meu coração acelerar.

–Oi Tom, que surpresa.

–Oi, Duda... –suspirou. -Desculpa eu ligar a essa hora, é que eu preciso saber se deixei meu celular aí.

–Ahm, eu não vi seu celular por aqui, não... – respondi sinceramente e uma música do Samy Deluxe começou a tocar em algum lugar pela sala. -Espera só um minuto que eu ouvi uma música, deve ser o seu celular. – pedi.

–Eu vou aí ver se encontro e bem, se encontrar, guarda pra mim? –pediu.

–O-ok. –gaguejei. -Tchau.

Eu respirei fundo tentando não pensar que o Tom iria até a minha casa pra catar o maldito celular e tentei procurar aquele inconveniente aparelho. Revirei a sala inteira e encontrei o celular embaixo de uma das almofadas, queria me matar por ter procurado em tudo que é canto menos no sofá... Ótimo, eu sou uma idiota mesmo!
Voltei a me sentar no sofá, aquela porcaria não parava de tocar e eu acabei xeretando pra ver quem estaria ligando pra ele tão cedo... Eu e minha mania de me meter na vida dos outros! Olhei para a tela e piscava o nome de uma das vagabundas com quem ele havia dormido na madrugada em que o Bill dormiu aqui, aquela noite em que os gêmeos brigaram por causa de sacolas de compras.
Por pouco não atirei o celular longe, me controlei pra não atender a ligação e mandar aquela tal de Kate pros infernos. Respirei fundo e voltei à sanidade, eu estava tendo um ataque de ciúmes por causa do Tom? Eu definitivamente não estava nada bem e precisava me acalmar, claro que se ele me visse no estado em que estou iria perceber que eu estava fula da vida.

Ouvi a campainha tocar e fui até a porta, com o celular dele em uma das mãos e com o meu material de trabalho dentro da minha bolsa... Meu plano era entregar o celular pra ele e sair andando, respirei fundo e abri a maldita porta.


–Oi, Tom... –disse rapidamente. -Achei o seu celular. –mostrei o aparelho e o entreguei.

–O-obrigada. – gaguejou enquanto agradecia e me olhou da cabeça aos pés.

Droga, eu me controlei pra não agarrar ele ali mesmo, pensei no Bill e no quanto ele me respeitava, foi mais fácil não ter a recaída.

–De nada. –sorri gentilmente. -À propósito, ele estava tocando... –informei. -Deveria atender, pode ser algo urgente. –falei parecendo mais natural possível, quando na verdade estava com vontade de gritar e saí sem me despedir... Mas ele puxou o meu braço. Droga!

–Quer que eu te dê uma carona? Estou sem nada pra fazer e perdi o sono. –ofereceu.

–Não é preciso, eu estou de carro. – respondi fria sem olhar nos olhos dele... Se eu o fizesse, com certeza mudaria de ideia.

–Tem certeza? – perguntou me fazendo olha-lo. Ok, ele ainda sabe como me convencer a fazer o que eu não quero... Não quero?

–Droga, Tom. – bufei e ele intensificou o olhar, me fazendo amolecer de vez. –Ok! –girei os olhos.

–Então vamos, senhorita. – abriu um sorriso lindo e pegou a minha mão.

Descemos as escadas juntos, ele abriu a porta do Cadillac preto pra mim e entrou no carro. Ficamos o caminho inteiro em silêncio, às vezes nos olhávamos e pude notar que ele estava pensativo, que a qualquer momento iria dizer algo, mas não abriu a boca pra falar nem um “A”.
Antes de chegarmos à agência, Tom passou em uma cafeteria, comprou chocolate quente e pães de queijo. Eu não estava com fome, pra falar a verdade me sentia até enjoada, mas não fiz desfeita a ele e acabei o acompanhando no café da manhã.
Ele fazia palhaçadas com os bolinhos de queijo e me fazia rir, idiotice a minha, eu sei, mas eu me divertia com coisas idiotas, oras! Xinguei ele umas quantas vezes por falar de boca aberta e ele fazia um bico extremamente fofo... Ok, vou confessar que me esqueci por alguns momentos que estávamos de certa forma brigados, já que ele era um ótimo amigo apesar de tudo e eu estava me sentindo bem por tê-lo perto de mim, não sei como seria se não tivéssemos conversado e concordado em sermos amigos.

Quando chegamos na agência, ele parou o carro e nós começamos a rir do nada... Duas crianças gigantes.


–Ok, eu preciso parar de rir. – falei enquanto tentava sossegar os meus risos. -Preciso manter uma postura séria. – respirei fundo.

–Ah, mas ‘tá tão bom... –protestou e o lhei tentando ficar séria. -Tudo bem, você precisa mesmo ir e não quero te atrapalhar. – sorriu.

–Então, tchau! Obrigada pela carona, eu me diverti bastante. –sorri sinceramente.

–Tchau, madame... –brincou. -Sempre que precisar estarei à sua disposição. – disse fazendo graça e tcharan: eu ri. -Foi muito bom ter você como companhia, eu que agradeço. – disse e um silêncio torturador fez-se presente.

–Tchau. –murmurei e beijei a bochecha dele, pude vê-lo fechando os olhos... Eu precisava urgentemente sair dali antes que eu cometesse uma loucura.

–Tchau. –disse e depositou um beijo demorado na bochecha.

P. O. V. Tom Kaulitz

Eu não queria ter ligado pra casa da Duda àquela hora da manhã, alguma coisa me dizia que ela ainda estaria em casa e realmente estava. Se eu não dependesse do meu celular, teria ficado em casa e esperaria, mas eu não pude, então acabei indo até a casa dela, me preparei para ver aquele rosto perfeito logo de manhã, teria que me controlar para não cometer um erro.
Quando cheguei e a vi na porta, foi como se meus sentidos sumissem, fiquei com cara de bocó admirando a beleza dela... Doeu profundamente saber que ela não era minha, nunca foi.
Ofereci carona a ela, quando me dei por conta eu já olhava profundamente em seus olhos, como um pedido para que aceitasse, ela não rejeitaria e mais uma vez eu estava certo. Ficamos o caminho inteiro em silêncio, em minha cabeça passavam flashs dos momentos em que estivemos juntos e eu podia sentir o quão idiota eu tinha sido. Antes de largá-la na agência, parei em uma cafeteria, precisava de café para me acalmar... Comprei café para nós e bolinhos de queijo.
Seguimos em direção à agência e eu não me contive em fazer palhaçadas com os bolinhos de queijo, era tão bom ver a Duda rindo e por um momento pude sentir como se não tivéssemos brigado... Era engraçado escutar ela me xingando, me fazia lembrar as vezes que eu tentava beija-la.
O tempo parecia não ter fim, mas acabou quando chegamos à frente do prédio... Começamos a rir do silêncio que havia tomado conta do carro e não conseguíamos parar. Duda se despediu e eu me coloquei à disposição caso ela precisasse, pra mim seria uma honra, mesmo que doesse tê-la por perto, era melhor ter um pouco de sua atenção do que me apegar apenas às lembranças.
Ficamos em silêncio depois de ter agradecido à ela pela companhia e pude ouvi-la murmurar “tchau”, beijou minha bochecha e eu não me contive, fechei os olhos sentindo os lábios macios dela em minha bochecha. Murmurei um “tchau” e depositei um beijo demorado em sua bochecha, não queria que ela fosse embora, mas se não fosse, eu cometeria uma loucura e acabaria por beijá-la.
Pude ver seu lindo sorriso antes de sair do carro e depois seguiu rapidamente para a agência, eu voltei pra casa sem sono e não tendo nada pra fazer.

P. O. V. Duda

Sorri antes de sair do carro e direcionei meus passos rapidamente para a agência, não olhei para trás e entrei rapidamente na recepção, cumprimentei Luíza e entrei rapidamente no elevador. Graças ao meu bom Deus, o elevador pareceu voar até o meu andar, saí do elevador e me tranquei no estúdio.
Anne apareceu lá minutos depois de eu ter chegado, conversamos sobre as fotos dos meninos e combinamos que na semana seguinte recomeçaríamos os ensaios fotográficos. Acabei por saber que eu não teria mais nem um projeto além do deles, eu trabalharia unicamente e exclusivamente para eles até minhas que minhas férias chegassem, o que não foi um motivo para que eu me alegrasse por completo, o trabalho seria cansativo e, mesmo estando perto dos meninos que eu adoro, eu enlouqueceria vivendo quase 24hs perto deles, principalmente perto de Tom.
Minha amiga acabou me dispensando e aproveitei para fazer compras no supermercado, eu teria que cozinhar para seis pessoas e sozinha, eu fiquei nervosa por não saber o que cozinhar, mas acabei optando por fazer lasanha ao molho de espinafre. Camila reclamaria do cardápio, mas eu não poderia agradar a todos... O que eu cozinharia sendo que os gêmeos são vegetarianos?
Fiz as compras e voltei para casa, me atirei no sofá com uma xícara de café e fiquei assistindo a um filme o resto da manhã.


Postado por: Grasiele

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