quinta-feira, 27 de outubro de 2011

E Se Fosse Verdade? - Capítulo 8 - Em seus braços

(Contado pela Kate)

      Era mais ou menos 15h12. Estava em casa assistindo TV, mas não tinha nada de interessante passando. Subi pro quarto, me troquei e fui pra frente da casa. Me sentei numa cadeira que estava na varanda e comecei a ler um livro. Olhei pro teto e vi que a lâmpada estava um pouco folgada. Talvez ela estivesse no lugar certo, mas eu precisava fazer alguma coisa de diferente. Entrei em casa e fui até os fundos pra pegar uma escada.

---
(Contado pelo Bill)

      Queria ver a Kate e passar à tarde com ela. Nossas conversas são sempre divertidas, e acabam com nós dois rindo de alguma coisa. Confesso que nunca me diverti tanto quanto depois que a conheci. Me arrumei e fui até sua casa. Estava atravessando a rua, quando notei que a Kate estava subindo numa escada.

---
(Contado pela Kate)

      Eu tentava alcançar a lâmpada, mas a escada balançava muito e eu estava com medo de cair. Fiz minha última tentativa, me estiquei ao máximo que pude. Ouvi alguém dizer: cuidado!

      Cai nos braços do Bill. Quando ele me colocou no chão, nossos rostos ficaram muito próximos. Nossos olhares se encontraram, meus batimentos aceleraram, e uma corrente de adrenalina passou pelo meu corpo. Nossos lábios estavam se aproximando...

           - É melhor eu guardar essa escada. – disse me afastando antes que algo pudesse acontecer.

---
(Contado pelo Bill)

      Ela interrompeu. Por um instante pensei que iria beijá-la. Não podia fazer mais nada a não ser esperar. Respirei fundo, e fui ajudá-la.

      Entramos na casa e ela me mostrou onde colocar a escada. Fiquei esperando na sala, enquanto Kate foi até a cozinha. Minutos depois aparece trazendo uma vasilha com pipoca e copos de refrigerante. Ela colocou um DVD e começamos assistir a um filme de terror.

           - Obrigada. – disse ela.
           - Pelo quê?
           - Por ter me ajudado.
           - Por nada. Mas o que pretendia?
           - Queria ver se a lâmpada estava bem colocada.

      Comecei a rir. E me engasguei. Tentando me ajudar, Kate começa a bater em minhas costas.

           - Ai meu Deus! – dizia ela.

      Quanto mais ela batia, parecia que mais eu me engasgava. Fiz sinais para ver se ela parava, mas estava tão desesperada que nem deu importância. O jeito foi me levantar, e finalmente consegui recuperar meu fôlego.

           - Está bem? – perguntou ela.
           - Agora sim. Mas você quase me matou.
           - Eu? Estava tentando te ajudar!
           - Não me viu fazendo sinais para parar?
           - Pensei que estivesse pedindo ajuda.
           - E acha que me espancando daquele jeito iria me ajudar?
           - Talvez.
         
      Nós dois rimos. Depois voltei a me sentar do lado dela, e continuamos a ver o filme. Já vi a mãe da Kate algumas vezes, mas nunca cheguei a ver seu pai, e agora me bateu uma curiosidade de saber sobre ele.

           - Seu pai está trabalhando? – perguntei.
           - Não sei. – respondeu ela olhando pra mim. – Por quê?
           - É que sempre encontro a sua mãe, mas nunca o seu pai.
           - Ele não mora com a gente, e pra falar a verdade, nem sei onde ele está.
           - Seus pais são separados, é isso?
           - Um-hum. Ele nos deixou quando eu tinha nove anos, e não apareceu mais.
           - E não tem curiosidade em saber como ele é?
           - Ás vezes. Mas se ele não apareceu é porque provavelmente não quer me ver, então não irei correr atrás dele.
           - Eu sinto muito.
           - Não sinta. Estou muito feliz morando só com a minha mãe.

      As horas passaram e eu nem percebi. Olhei pela janela e o sol já estava se pondo. Eu queria ficar e continuar conversando com ela, mas não poderia.

           - Tenho que ir. – disse.
           - Mas já? Não pode ficar mais um pouco?

      Neste momento a campainha toca e Kate vai atender. Instantes depois ela aparece acompanhada pelo Tom.

           - Aposto que ele te fará sentir bem melhor do que eu. – disse.

      Nenhum dos dois disse nada. Me dirigi até a porta e fui embora. Confesso que não gosto de vê-la acompanhada pelo Tom. Mas não é ciúmes, simplesmente não vou muito com a cara dele. Mas se ela se sente bem com aquela presença, quem sou eu pra falar alguma coisa?

Postado Por: Grasiele

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Arquivos do Blog