quinta-feira, 27 de outubro de 2011

E Se Fosse Verdade? - Capítulo 4 - Vou te mostrar do que sou capaz!

(Contado pela Kate)

      Não vi quando o dia amanheceu, e desta vez acordei no horário certo. Deu tempo de fazer tudo e ainda peguei o ônibus. Cheguei ao colégio com quatro livros um tanto pesados em meus braços. Tentava me equilibrar para não deixar nenhum cair. Sempre que percebia que algum deles estava se inclinando para cair, eu consertava. E foi numa dessas tentativas, que fiquei distraída e não notei quem vinha em minha direção.

      Amanda esbarrou em mim com toda a força que tinha. Logicamente cai no chão e meus livros “voaram”.

           - Atravesse o meu caminho e será muito pior. – disse Amanda.

      Folhas de papeis se espalharam pelo pátio, e as pessoas passavam e carregavam tudo, não prestaram nem pra me ajudar. Acho que estou começando aprender a me acostumar com esse tipo de coisa. Por sorte Bill parece, e mais uma vez me socorre. Não sei o que seria de mim sem ele.

           - Caiu de novo? – perguntou ele, sorrindo.
           - Estava distraída e escorreguei. – menti.
  
      Após termos recolhido tudo, fomos cada um pra sua sala. Infelizmente Bill não estuda comigo. Assim seria perfeito, teria ele ao meu lado a manhã inteira. Mas enquanto isso não acontece, me contento em encontrá-lo no intervalo de uma aula para outra, e no horário do lanche.          

      A aula de química ia começar, e cheguei logo que o professor entrou.

           - Quero que formem duplas. – disse o professor.

       Todo mundo começou a arrumar seu par, e mais uma vez fiquei sozinha. Não me importei. Antes só do que mal acompanhada. A aula já estava na metade, e o professor tirava dúvidas de uma dupla que estava perto da lousa. Concentrada no que estava fazendo, não conseguia prestar atenção em mais nada. Bill invadiu a sala, e veio falar comigo.

           - Posso ficar aqui com você? – perguntou ele. – A minha dupla teve um ataque de asma.
           - Não tinha uma desculpa melhor não? – perguntei rindo.
           - Ta legal, confesso que queria te ver.
           - Não foi tão difícil dizer isso, foi?
       
      Nós dois rimos.

           - Ah, já ia me esquecendo. – abaixei-me e abri minha mochila. – Aqui está sua blusa.

      Bill a pegou, em seguida encostou suas narinas e sentiu o perfume.

           - Você a lavou? – perguntou ele.
           - Acha que te entregaria daquele jeito?
           - Não precisava ter lavado.
           - Você me emprestou limpa. Era minha obrigação devolver do mesmo jeito.
           - Você é... demais.
           - Ah, eu sei disso.
           - Também se acha.

      Rimos, e eu voltei minha concentração para o que estava fazendo. Sem nada pra fazer, Bill arrumou algo para se distrair. Ele bateu a mão de propósito em uma vasilha, fazendo derramar todo o liquido que continha nela.

           - Ai, está queimando! – gritava ele. – Me ajuda, está queimando!
           - Bill, isto é água. – cortei seu barato. Ele ficou um pouco sem graça, mas em seguida pude ver um sorriso se formar em seu rosto.
           - Então se é água... não teria problema se eu... – ele começou a molhar os dedos e respingar a água em mim.
           - Pára. – disse. Mas ele continuou. Vendo que aquilo não pararia de forma alguma, revidei fazendo a mesma coisa. Parecíamos duas crianças.
           - Já chega! – disse o professor.

      Paramos no mesmo momento.

           - O que faz aqui Bill? – pergunta o professor.
           - Horário vago e eu não queria ficar pelos corredores. – respondeu ele.
           - Se quer continuar aqui, fique em silêncio e ajude a Srta Spencer.
           - Ok.

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(Contado pela 3º pessoa)

      O sinal do intervalo toca, e os alunos saem das salas e seguem para o pátio. Tom e John conversavam.

           - Ainda não falou com a Amanda? – pergunta Tom.
           - Não. Quero dar uma enrolada primeiro, fazer um pouco de ciúmes, e depois pedir para voltar.
           - E não conseguiu nenhuma garota pra fazer isso?
           - Não. As meninas daqui são esquisitas.

      Neste instante Kate e Bill passam por ali. Eles riam e comentavam sobre a aula de química. Tom e o amigo se entreolham.

           - Ela é gostosa e bonita. – disse John.
           - Acha mesmo?
           - Acho. Mas aposto que não consegue pegar.
           - Se eu conseguir, o que ganho?
           - Te ajudo a fazer ciúmes na Amanda. Mas se perder, ficarei com a sua Ferrari por uma semana.
           - Nem pensar!
           - Por quê? Está com medo de perder, Tom?
           - Ta legal. Vou te mostrar do que sou capaz.

Postado Por: Grasiele

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