segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Notes Of A Heartbroken - Capítulo 15


— Muito obrigada, Thammy. – Katie agradeceu, dando um sorriso mesmo com os olhos cheios de lágrimas.
— Estou muito feliz em ajudar, Dona Katie. – Retribui o sorriso.

Eu queria ir o quanto antes ver Bill. Dizer que estava com ele, e o ajudaria no que fosse necessário.

— Que bom que concordou, Thammy. – Dr. Hernandez disse. — Tenho certeza de que Bill vai se recuperar, Katie. Acredite.

Meu maior medo agora era de que Bill se recusasse a me ver, e me expulsasse da casa dele à ponta pés.

— Obrigada, doutor. Você quer ver o Bill agora, Thammy? – Ela perguntou enquanto se levantava da cadeira, e apertava a mão do doutor.
— Claro. – Respondi me levantando também.

Despedi do doutor, e sai do consultório com Katie. Entramos em seu carro e fomos em direção à casa dos meninos.

Eu estava uma pilha de nervosos. Não sabia qual seria a reação de Bill ao me ver. Dizem que as drogas mudam muito as pessoas, não devia ser diferente com ele.

O caminho foi silencioso. Parece que nós duas estávamos perdidas em pensamentos, que com certeza estavam voltados ao Bill.
Assim que ela estacionou o carro, meu coração acelerou. Agora não tinha mais volta.

Assim que entramos, demos de cara com Georg e Gustav que estavam jogando vídeo-game na sala.

— Olá, meninos. – Katie os cumprimentou, fazendo-os voltarem a atenção para a porta.
— E aí, Dona Katie. – Georg disse, pausando o jogo e vindo em nossa direção. — Thammy, veio ver o Bill? – Perguntou.
— Sim. – Sorri fraco. — Oi, Gustav. – O cumprimentei.
— Oi, Thammy. Dona Katie. – Ele se posicionou de frente para nós, ao lado de Gustav.
— Oi, querido.

— Gustav, você viu minha... – Ouvi a voz de Tom. Ele estava descendo as escadas, mas parou de falar assim que me viu. — Thammy. – Veio ao meu encontro e me deu um abraço. Nada de beijos, já que Dona Katie estava lá, e pelo jeito não sabia da nossa relação.
— Oi, mano. – Disse sorrindo pela careta que ele fez. Tom não gostava que eu o chamasse de ‘mano’. Nunca entendi o por quê, já que também somos irmãos.
— Ai, como é lindo o amor fraternal. – Georg brincou, suspirando e passou os braços pelos ombros de Tom.

A careta que ele fez era impossível de explicar. Eu não aguentei e caí na gargalhada. Me aproximei dele e dei um beijo em sua bochecha e me aproximei da escada.

— Ele tá aí? – Perguntei para Georg, com uma cara apreensiva.
— Não.

Droga. Eu não havia vindo para cá à toa. Iria falar com ele, e o convencer a se tratar. Nem que levasse meses para isso.

— Vou esperar ele no quarto. – Disse assim que me virei. Subi as escadas rapidamente e fui até o quarto de Bill.

A porta estava encostada. Abri-a devagar, mas não consegui enxergar muita coisa. Acendi a luz e me assustei com o estado do quarto.
Alguns móveis estavam jogados no chão. Roupas espalhas e cama desarrumada. A janela estava fechada e o quarto estava muito abafado. Nem de longe parecia o aposento daquele menino todo organizadinho. Se o quarto estava assim, imagine o Bill.

Algumas lágrimas escorreram. Era doloroso ver aquilo.

— Thammy. – Tom disse abrindo mais a porta e entrando no quarto.
— Você viu como está o quarto, Tom? – Minha voz falhou pelo choro. — Nem parece o quarto dele.

Ele veio até mim e me abraçou. Envolvi minhas mãos em volta do seu corpo e chorei.

Depois que me acalmei, ele me soltou e deu um beijo na minha testa.

— Eu quero que você tome cuidado, OK? – Ele disse com um ar preocupado.
— Por quê? – Eu tinha um ponto de interrogação na testa.
— Porque ele está mais agressivo. Eu vou estar no quarto da frente, qualquer coisa grita.
— Você está me assustando, Tom. – Me afastei dele com os olhos arregalados.
— É a verdade, Thammy. Qualquer coisa me grita, já estou doido pra dar uns belos socos nele. – Disse fechando as mãos em punho.
— O quê? Tom! – O repreendi. — Ele está doente. – Disse indignada.
— É só por isso que eu ainda não arrebentei a cara dele. – Ele respirava rápido e forte. — Como você acha que um cara fica quando ouve outro marmanjo chamando o nome da mulher que ele ama? – Ele ainda mantinha as mãos fechadas, como se fosse bater no primeiro que viesse à sua frente.
— Você também ouviu? Dona Katie me contou isso no consultório. – Suspirei triste.

Não era legal saber que seu melhor amigo sofria por você. Algumas mulheres acham que faz bem pro ego, mas quando tem alguém machucado, não faz.

— A casa toda ouviu, Thammy. – Ele ainda estava nervoso. — Não sei o quê vou fazer se ouvi-lo gritar que ama você mais uma vez.

Fui até ele e o abracei. Tom não podia fazer nada com Bill. Agora ele precisava de ajuda, não de hematomas.

— Não faça nada, Tom. Por favor. – Disse perto do seu ouvido enquanto ele me apertava mais. — Eu amo você. – Me separei dele e dei um selinho.
— Só isso? – Ele fez um bico.
— Só. Não podemos arriscar. Agora vai. Não quero que Bill chegue e te encontre comigo no quarto dele. – Acho que soei meio grossa.
— Caraca, doeu. – Ele colocou a mão no peito.
— Sem gracinhas, Tom. – Dei uma risada. — Por favor. – Pedi. — Quando eu terminar de falar com ele, vou até o seu quarto. – Ele abriu um sorriso na hora. Safado.
— Vou estar te esperando. – Deu um sorriso sacana e saiu do quarto.

Eu fechei a porta e voltei a observar o quarto. Pensei bem e comecei a levantar o criado mudo que estava derrubado. Também tinha marca de sapato. Bill com certeza deve tê-lo chutado. Peguei os objetos que estavam em cima dele antes de ser derrubado, e coloquei de volta no lugar.

Peguei as peças de roupas que estavam jogadas no chão e coloquei no cesto de roupa suja, e também arrumei a cama. Por último, abri a janela e as cortinas. O quarto ficou menos pesado com a luz que entrava.

Sem mais o que fazer, sentei na cama e esperei por Bill.

Então a maçaneta se mexeu. Meu coração disparou e eu engoli a seco.

— Que porra você está fazendo aqui?

Postado por: Grasiele

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