segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Notes Of A Heartbroken - Capítulo 12


So lately, been wondering
Who will be there to take my place
When I'm gone you'll need love to light the shadows on your face
If a great wave shall fall and fall upon us all
Then between the sand and stone, could you make it on your own
Wherever You Will Go – The Calling

Eu fiquei sentada por mais alguns minutos. Eu não pensava direito quando estava nervosa. Acho que não foi legal dizer aquilo para Bill.
Respirei pesadamente e me levantei. Voltei em passos lentos para a cozinha, onde todos menos Bill e Gustav continuavam sentados.
— Tá tudo bem? – Tom perguntou acariciando meu braço.
— Sim. – Respondi rápido e voltei meu olhar para a mesa, que antes estava me enchendo os olhos, mas agora não sinto a mínima fome. Na verdade aquela comida toda estava me embrulhando o estômago. — Licença. – Disse me levantando e ignorando o protesto de Tom.
Eu odiava ficar daquele jeito com Bill. Ele me ajudou muito, eu o amo, mas não desse jeito. Do jeito que ele diz que me ama.
Eu andava olhando para os meus pés, estava na hora de comprar um chinelo novo.
Até que sinto meu corpo se chocar com outro.
— Bill. – Disse fraco olhando em seus olhos.
Ele pareceu um pouco triste, mas a sua reação foi completamente diferente da que eu esperava.
— Não olha por onde anda, garota? – Agora ele me olhava com ódio.
Como uma pessoa muda de humor tão rápido.
— Bill, eu...- Eu ia argumentar, mas ele me impediu.
— Não enche. – Ele passou as mãos pela sua roupa, como se limpasse onde eu encostei, me olhou com nojo e foi embora.
Fiquei destruída. Bill sempre foi doce, carinhoso. Mas os feridos tendem a ferir.
E mesmo eu não querendo, eu o feri. Ele está triste, está machucado por minha culpa e isso é muito doloroso para mim e ainda mais para ele.
As lágrimas escorreram enquanto eu ia para o quarto onde Alice dormiu.
Me joguei na cama e afundei meu rosto no travesseiro, como eu sempre fazia quando chorava.
Eu chorava demasiadamente, e precisava de ar, mas não queria tirar meu rosto do travesseiro.
— Thammy? – Tive a impressão de ouvir alguém me chamar. Mas não tinha certeza, já que o som que predominava era o dos meus soluços.
Senti alguém tocar as minhas costas e aí tive certeza de que estavam me chamando.
Tirei meu rosto do travesseiro e respirei fundo. Como é bom ter ar.
— O que foi, Tom? – Respondi com a voz falha.
— Por que você está chorando, Thammy? – Ele passou seus dedos grossos e com calos no meu rosto.
— Não foi nada. – Limpei minhas lágrimas e dei uma fungada — Estou ótima, não está vendo? – Abri um sorriso mostrando todos os dentes.
— Você realmente acha que vai conseguir disfarçar assim? – Ele deu uma risada. — Vamos, me conte. – Tom se ajeitou na cama e me encarou.
— Não é nada, Tom. Já disse. – Eu tentei desviar do olhar dele. — Droga, para de me olhar assim. – Eu realmente ficava incomodada com esse olhar de Tom. Ele sempre me olhava assim quando eu não queria contar algo, e ele sempre conseguia minha confissão. — Eu odeio você. – Suspirei pesadamente enquanto ele abria um sorriso vitorioso.
— Conte. – Ele falou com aquela boca cheia de dentes. Que vontade de arrancar um por um com o alicate.
— Bill brigou comigo, só isso. – Soltei o ar com força, torcendo para que ele não perguntasse o por quê.
— Por quê? – Droga.
— É um assunto delicado, Tom. – Ele com certeza insistiria até eu contar.
— Você sabe que eu vou continuar insistindo, não é? – Não te falei?
— O Bill disse que... – Eu estava procurando as palavras certas para continuar.
— Disse que...? – Ele me incentivou a continuar.
— Que estava apaixonado por mim.
Eu achei que a reação de Tom seria normal, já que era ele quem estava apaixonado por mim e não ao contrário.
— Eu sempre soube. – Ele levantou com raiva e ficou andando de um lado para o outro com os punhos cerrados e a respiração pesada. — Ele vai querer tirar você de mim, mas eu não vou deixar. Eu parto a cara dele em duas! – Eu dei uma risadinha. Foi engraçada a reação dele.
— Fica tranquilo. A tática dele foi me ignorar e quando não ignorar, tratar mal. – Olhei para baixo e soltei um suspiro.
— E você está se importando com isso? – Ele parou de andar e se posicionou na minha frente. — Você está afim dele, Thammy? – Ele aumentou o tom de voz.
— Fala baixo, cara. – Olhei para ele. — Não estou afim dele. E por isso nós brigamos. – Eu estava me segurando para não chorar de novo.
— Ainda não sei por que você está tão abalada por causa disso, Thammy. – Eu já estava perdendo a paciência.
— PORQUE ELE É MEU MELHOR AMIGO. ELE QUE ME AJUDOU A PARAR DE CHORAR POR CAUSA DOS LINDOS CHIFRES QUE VOCÊ COLOCOU NA MINHA CABEÇA. PORQUE EU SEI QUE ELE ME DARIA VALOR SE EU FICASSE COM ELE. PORQUE EU SEI QUE ELE NUNCA ME TRAIRIA. – Eu gritei isso a plenos pulmões.
A cara que Tom fez depois que eu acabei de falar, me fez arrepender de tudo o que havia acabado de falar.
— Tom, eu não queria falar isso. – Suspirei pesadamente. Merda de boca enorme. — Mas você me irritou. – Olhei suplicante para ele, que mantinha a mesma expressão de decepção.
— Então acho que você deveria ficar com ele. – Tom disse e saiu batendo a porta com força.

Que bela bosta, sem Tom e sem Bill. Eu queria morrer naquele momento. Mas já que eu sou covarde e não teria coragem de cometer suicídio, decidi que era hora de ir para casa.
Desci as escadas e encontrei minha mãe sentada, conversando com Tom. Logo com ele.
— Mãe, acho melhor voltarmos para hotel. – Disse evitando ao máximo olhar para Tom.
— Mas já, Thammy? Por quê? – Ela pelo jeito não sabia da briga minha com Tom, nem da com o Bill.
— Acho que já abusamos demais da hospitalidade da Tokio Hotel. – Sorri ironicamente, enquanto minha mãe dava uma gargalhada.
— Que isso, minha filha. Essa casa é do seu irmão também. Não precisamos ter pressa de ir. Não é mesmo Tom? – Ela se virou para ele, que até agora permanecia calado.
— Claro, mãe. – Ele respondeu, mas me parecia sincero. Acho que não estava sendo irônico.
— Dane-se. Eu volto para o hotel. – Disse me virando e indo em direção ao quarto de novo.
Assim que entrei, fui direito para o banheiro e dei um jeito na minha cara e ajeitei minha roupa, e quando voltei para o quarto, Tom estava sentando na cama.
— O que você quer? – Perguntei procurando a minha bolsa.
— Quero conversar com você. Uma conversa definitiva. – Ele estava sério. — Sente-se aqui. – Bateu a palma da mão na cama. Sentei um pouco longe dele e o encarei
— Fala. – Eu queria que ele acabasse logo com isso.
— Thammy, se você ainda não me perdoou de verdade. – Ele suspirou e passou a mão na nuca. — Acho melhor darmos um tempo.

Postado por: Grasiele

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