terça-feira, 2 de outubro de 2012

Call Of Destiny - Capítulo 20 - Vontades foram feitas para não serem resistidas


– Vai Cloe, você começa. – Jess disse animada.
Já estávamos dentro do tour bus, em direção ao local do próximo show do Tokio Hotel, Tampa. Estávamos parecendo um grupo de adolescentes que não tem o que fazer, e optam por jogos idiotas. E o pior era que o ônibus dos garotos era o último atrás dos instrumentos e da produção, ficávamos presos num engarrafamento sendo vítimas de fotos.
– Ok. – Eu sorri. – Vamos ver, minha pergunta é para o Gus. – Sorri de forma que ele riu também. – Gus, o que você prefere: uma barra de chocolates ou um encontro com uma supermodelo?
– Lógico que um encontro com uma supermodelo. – Ele disse rindo. – Quero algo mais difícil, Cloe, sua chata.
– Gustav, uma supermodelo é algo difícil. Ela seria muito alta pra você Gus. – Georg zoou.
– Hm... Sua vez Ge. – Liz disse sorrindo para ele. Aquele sorrisinho paquerador, sabe?
– Minha pergunta vai para a Cloe. – Ele disse sapeca. Ih, já vi que vai dar merda. – O que você prefere: Doritos ou Pringles? Melhor! – Pareceu pensar – Doritos ou Tom Kaulitz? – ele perguntou rindo.
Os garotos começaram a rir e as meninas fizeram um “hum” supondo algo que eu não estava atualizada.
– Não! – Gritei, rindo e nervosa – Pringles! – Respondi rindo, e senti minhas bochechas queimarem.
– Was? – Tom soltou uma exclamação de incredulidade. – Minha vez! – Ele sorriu zombeteiro, e todo mundo fez cara de medo, afinal, pode-se esperar tudo do Tom. – Minha pergunta vai para a Lizzie. – E gargalhou como uma bruxa! – Já experimentou o Georg, Liz?
– Ok, chega! Brincadeirinha chata essa, né? – Lizzie fugiu da pergunta se levantando. – Vou ir lá falar com o motorista, estou com fome, quero parar em alguma lanchonete. – Ela se levantou vermelha e todos riram. Georg se levantou atrás dela e segurou em sua cintura, beijando o seu rosto. Eles são um casal muito fofo.
Levantei de uma das cadeiras que ficavam envolta da mesa, e sentei-me no sofá, ao lado do Kaulitz. SIM, eu sei que é estranho, mas não fico mais incomodada de ficar perto dele, na verdade, é bem aconchegante.
Acho que minha visão sobre ele começou a mudar, ou realmente mudou radicalmente quando descemos do elevador naquele dia e eu achei que fosse morrer igual a uma barata tonta, mas ao invés disso, me joguei em cima dele e comecei a rir – e ele me abraçou, acredite ou não, sem passar a mão na minha bunda! O que seria esperado.
Peguei uma das folhas brancas que estavam em cima da mesa e um lápis que a Lizzie usa para desenhar e então desenhei um boneco alto com dreads na cabeça, usando um tutu de bailarina.
– É isso que você vai usar no próximo show! – Eu disse, rindo pelo desenho. Tinha que ver a cara incrédula que o Tom fez! – Tom a bailarina! Georg vai amar, é claro.
– Você não me deixaria usar uma coisa dessas, eu te contratei para me deixar mais sexy – apesar de isso ser meio que... Impossível.
– Convencido. – Revirei os olhos. – Suas fotos de tutu vão sair na internet e terá até vídeos chamados “Tom a bailarina”. E você ainda usará asas de fada. – Eu ri, imaginando.
– Você não faria isso. – Tom inclinou a cabeça, se aproximando do meu rosto e tentou beijar minha bochecha, mas a medida que se aproximava, eu me afastava rindo, e ele se aproximava mais. Isso acabou comigo deitada no banco e Tom conseguindo finalmente beijar meu rosto.
O tour bus parou de repente e me fez voar longe do banco e cair no chão, perto de Gustav que começou a rir da minha cara. Liz veio da cabine do motorista dizendo que era para descermos, pois iriamos comer na lanchonete que havia ali.
Todo mundo desceu, e quando eu fui descer, Kaulitz parou na minha frente se abaixou um pouco, olhando de lado para mim. Eu fiquei com uma cara de interrogação.
– Tom, anda, você está atrapalhando passagem! – Disse dando um tapinha nas suas costas.
– Aproveita que hoje eu estou de bom humor, Smith. – ele disse rindo. Foi então que me toquei do que era pra fazer.
Pulei em suas costas, e ele foi me levando de cavalinho. Que cena peculiar, Georg e Liz na frente de mãos dadas, logo depois Jess e Nick ao lado de Gustav e Bill, e por último, eu sendo carregada nas costas pelo Kaulitz.
Entramos desse jeito na lanchonete, e todo mundo ficou nos olhando como se fossemos loucos, e, diga-se de passagem, nós somos mesmo. Mas não aparentemente, certo?
– Ah. Meu. Deus. – uma garota parou na nossa frente, pálida. – São os Tokio Hotel! – ela gritou, e começou a pular em cima dos meninos. Acontece que quando ela se aproximou de Tom, ele fez uma cara de “desculpa, estou ocupado para te dar atenção” e eu a encarei com a melhor cara ameaçadora. Ela riu e tirou uma foto nossa. Quando eu me dei conta do que aquilo significava, eu escondi meu rosto nas costas de Tom.
De repente, sem que eu pudesse contar até cinco, havia uma multidão de garotas em cima dos meninos, mas eram muitas mesmo, uma delas me empurrou das costas do Tom, e eu caí de bunda no chão. Porra... Valeu hein?! Fãs agressivas!
Depois de fugir das fãs, comer na velocidade da luz dentro do um mini depósito que tinha na lanchonete, e correr para o tour bus, dormimos o resto do caminho todo e chegamos ao hotel de Tampa por volta das dez da noite.
Eu desci do tour bus e não tinha mais ninguém ali, só o Kaulitz que estava encostado na parede de fora do hotel. Será que estava me esperando?
– Cadê todo mundo? – Perguntei me aproximando.
– Já foram para os quartos. – ele disse, estava parecendo um zumbi. – Eu resolvi te esperar. – Ele me segurou pela cintura, e fomos para dentro do hotel.
Quando entramos no elevador, ficou um silêncio bem chato, e eu estava rezando para que o elevador não parasse, eu tenho pânico de lugares muito fechados.
As portas do elevador se abriram, e eu e o Kaulitz saímos, andando em silêncio e bem tranquilamente. Quando estávamos prestes a virar o corredor, vimos uma cena não muito comum, e nos abaixamos para poder espiar. Eram Liz e Georg.
Eles dois estavam no maior amasso, puta merda, eles estavam pensando o quê? Que ali era zona? O Ge tentava abrir a porta do quarto com a mão direita, enquanto a esquerda passeava pelo corpo da minha irmã; Lizzie passava as mãos pelo cabelo dele, e parava pra respirar um pouco, dando algumas mordidas nos lábios dele; foi então que ele conseguiu abrir a porta, e os dois se jogaram pra dentro do quarto, batendo a porta.
Eu e o Kaulitz nos levantamos rindo, mas rindo muito. Acho que tanto eu, quanto ele, nunca imaginamos ver a Liz desse jeito, ainda mais com o Ge, afinal, os dois não dão nem selinho na frente das pessoas, nem dos amigos! No máximo um abraço.
– Bela cena essa, não?! – Tom disse entre risos.
– Nem me fale. – eu ria. – Devíamos ter filmado. – nós dois ríamos muito, olhando um para o outro, feito dois idiotas.
– E colocar no Youtube como maior avanço pornográfico do século desse virgem! – Tom zoou. – Ok, chega... Eu preciso ir dormir, e você também precisa. – ele sorriu.
– Verdade. – eu fui para o meu quarto, e o Kaulitz para o dele. Era um de frente para o outro. Alguns chamariam de destino, há um tempo, eu chamaria de azar, mas agora nem sei mais. Nós dois nos despedimos com sorrisos e tchauzinhos.
Entrei no meu quarto, e vi uma mala diferente em cima da cama, não era minha, disso eu tinha certeza. Andei em direção a ela, e a abri, revelando um monte de camisetas, acho que eram do Kaulitz, porque eram tamanho extra extra grande (sim, extra duas vezes).
Peguei a mala, que não era muito pesada, e fui em direção ao quarto do Kaulitz. Bati, e ninguém abriu. Bati de novo, e mais uma vez ninguém abriu, nem respondeu. Tentei ver se estava aberta, e para a minha sorte – ou não – estava.
Ele estava saindo do banheiro, sem camisa, apenas com uma bermuda. Perfeito. Para a MINHA SORTE, ele estava sem camisa. Obrigada aí pessoa de cima.
– Ah, eu... Hum... Vim trazer essa mala que colocaram no meu quarto por engano, acho que é sua. – Eu disse meio boba e hipnotizada por aquele Deus grego em minha frente.
– É minha sim, não sei como foi parar lá. – Ele sorriu, e pegou a mala das minhas mãos, colocando-as em cima da cama.
Ficamos nos olhando por um tempo, então eu fui me aproximando mais e mais, até chegar bem perto. Já fazia um tempo que aquilo não acontecia e com aquele clima amigável, eu não sabia mais como seus sentimentos estavam por mim. Eu só queria não ter me apaixonado, mas eu não resistia não beijá-lo por tanto tempo.
Quando estava a ponto de roubar-lhe um beijo, Tom riu baixinho e virou o rosto, indo em direção à bancada e pegando algo em cima e brincando em mãos.
– Cloe, vá dormir, se você se atrasar amanhã, juro que te jogo da cama.
Eu fiquei estupefata com aquela reação. Ele não era Tom Kaulitz? Não era o tipo de cara que me agarraria a qualquer momento? Não só eu como todo ser que tenha peitos e respire?
– É. – Eu disse, balançando a cabeça – Você está certo. Até mais.
Passei por ele como um raio. Não sei se estava vermelha de vergonha, roxa de raiva ou azul de enjoada pelo momento embaraçoso. Acho que ele não gosta mais de mim, eu tenho o dom MARAVILHOSO de afastar as pessoas. Isso, Cloe, sua vaca.

POV’s Tom

Quase não resisti a minha vontade. Minha vontade de beijá-la ali, no mesmo minuto em que ela entrou no meu quarto com aquele sorrisinho envergonhado.
Ela passou por mim como um raio em direção a porta.
MAS O QUE EU ESTAVA FAZENDO? TOM, SEU CORNO! VOCÊ RECUSOU UM BEIJO VINDO DA VONTADE PRÓPRIA DELA!
Olhei o objeto em minhas mãos. Era um cubo mágico daqueles que você nunca consegue resolver e desiste depois de um tempo – ou joga pela janela. Eu andava tentando resolver esse, mas estava a ponto de quebra-lo com um martelo de tanta raiva.
Então eu fui até ela e a puxei pelo braço, fazendo-a se virar completamente para mim.
– Vai sair assim, sem se despedir? – Perguntei dando um sorrisinho.
– Ah... – ela sorriu confusa. – Desculpa. – Ela ergueu os pés, e deu um beijo estalado em minha bochecha. – Boa noite, Kaulitz. – ela se virou para ir embora novamente.
– Ah, Cloe! – Eu revirei os olhos e chamei seu nome como se ela fosse uma criança carrapato que eu já não aguentava mais tomar conta do tipo “ahh Cloe, saí do meu pé!”.
– O que? – Perguntou, se virando e me olhando estranho.
Andei até ela, fechei a porta que ela abriu com nem um pouco de delicadeza e a empurrei até a porta fechada, prensando-a, então me aproximei, passei meus braços envolta de sua cintura e fiz o que eu estava me segurando para não fazer durante todo esse tempo.
Comecei com selinhos leves, e o beijo logo foi se intensificando. E ela estava correspondendo! Desci minhas mãos para suas pernas, e as puxei, para que ficassem envolta da minha cintura, deixando Cloe na mesma altura que eu.
O beijo que antes era calmo e delicado, agora era quente e urgente. Percebi ao que isso nos levaria, e por mais que eu quisesse fazê-la minha, e que eu fosse Tom Kaulitz, não era pra acontecer. Não ali, não daquele jeito, não naquele momento. Seria diferente e especial. Com ela, eu decidi que seria perfeito.
Fui parando o beijo com calma e carinho, dando alguns selinhos para finalizar, e então dei uma leve mordida em seu lábio inferior.
Quando o beijo acabou, olhei para ela sorrindo, e ela retribui ao meu sorriso, mas parecia meio confusa por eu ter parado com o beijo.
– É, agora você pode ir dormir. – Eu disse a colocando no chão de novo. Eu ainda estava segurando o cubo mágico nas minhas mãos e entreguei para ela o objeto, que nem percebeu que estava agora segurando algo, talvez ela só percebesse quando chegasse em seu quarto.
– É eu também acho. – ela virou-se, pronta para abrir a porta, mas eu a puxei de novo, dando mais um selinho. Ela riu.
– Tchau. – Dei mais um selinho, e ela disse tchau, então eu dei outro selinho. – Tchau. – ela riu, e se soltou de mim. Virando-se, e saindo em direção ao seu quarto.
Tranquei a porta, e me joguei na cama. Não tive como evitar os pensamentos sobre o que teria acontecido naquele quarto, se eu não tivesse parado o beijo... E por isso, eu tirei a roupa e me enfiei em um banho frio antes que eu fizesse acontecer o que estava pensando.

Postado por: Grasiele

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