terça-feira, 2 de outubro de 2012

Call Of Destiny - Capítulo 4 - Educação mandou um Oi.


– Cloe, acorda, "Ariel Adormecida". – Liz me chaqualhava na cama, pra me acordar; preferi fingir que nem era comigo. – Acorda Cloe, vamos!
– O que é, Lizzie? Grunhi.
– Vamos fazer alguma coisa. Eu não quero ficar sem fazer nada.
– Lizzie, eu NÃO mudei de fuso horário igual ao avião, o celular e o seu relógio. Eu quero dormir. - Enfiei a cara no travesseiro.
– Cloe, é nosso novo apartamento, vamos curtir o dia!
– Isso. Dá uma ligadinha pro Georg e vai para um motel.
Ela mesma se jogou na minha cama, enquanto bufava.
Nem vai precisar. - Resmungou.
– Que? - Arqueei a sobrancelha.
– Esquece. Vou usar um novo método: se não levantar, eu vou fazer cócegas.
Coloquei o pé para fora da cama, meio que avisando que eu estava levantando. - Você venceu.
– Isso! – Ela comemorou batendo palminhas. Ai, como a minha irmã é meiga.
Ela saiu do meu quarto, e como a minha preguiça era muito grande, eu resolvi que não iria me trocar. Afinal, estávamos sozinhas em casa, então que se dane. Fui ao banheiro, fui obrigada a olhar para aquela pessoa estranha, ruiva, mas com os cabelos nas alturas e a cara amassada. Hora de dar um jeito nisso? Mais tarde. Lavei o rosto, escovei os dentes e prendi o cabelo.
A fome apertou e eu caminhei até a cozinha. Graças aos litros de Smirknoff, Liz estava preparando sanduícheas naturais maravilhosos como sempre, os lanches naturais da Liz são gostosos pra caramba.
Ela sim tinha trocado de roupa. Mas a Liz, se ainda não relatei, é muito preocupada com a aparência até em casa. E olha que ela é só a maquiadora, sou eu quem cuido das roupas! Ela estava usando um vestido soltinho um pouco acima do joelho. O cabelo estava solto, e a franja presa, sem maquiagem. Estava simples. Mas ainda arrumada.
Eu estava um bagaço, um bagaço da laranja. Eu parecia um monte de estrume enrolado na lama. Um mini short preto, uma blusa escrito “I Love NY”, (Hã? Eu não estou em LA?) com uma camisa xadrez por cima, e estava descalça. Meu cabelo? Eu já relatei esse fato. Preso, como um ninho de... enfim, do pior bicho que faz ninho mais desorganizado que você possa imaginar.
– Hm... Lanche natural: sanduíches e suco de laranja, me acordando mais cedo docemente me chamando de Ariel Adormecida... Que merda você fez? - Perguntei desconfiada - Queimou o chuveiro? Pegou minha bota personalizada e a sujou?
– Que ? – Ela perguntou visivelmente confusa. – Não, Cloe. Para com isso. Nós vamos assistir um filme. – Sorriu.
– De novo? Já não basta ontem no shopping, que quase fomos vítimas de leopardas famintas loucas para devorar um pedacinho de Tom Kaulitz e CIA?
– Na televisão! - Disse. Me calei.
Ela logo terminou de preparar os lanches, e fomos pra sala assistir o filme que a Liz falou. O filme era novo, chamava Wanderlust. Quero dizer, novo não, se estava na TVm significa que era velho e que eu, desinformada, prazer, nunca vi. Estava nos primeiros vinte minutos de filme, quando a campainha tocou.
– Quem vem nos visitar? Somos duas novatas no prédio, e nos Estados Unidos.
– Ai ai, Cloe. - Liz revirou os olhos. - Eu já não te falei? E você ainda está aí sem uma roupa decente. Quer saber, faz um favor e vai atender a porta.
– Hã? Do que você está falando?
Liz me olhou de cima em baixo, avaliando minha roupa, eu apenas dei os ombros e levantei pra atender a porta.
Abri a porta com tudo, pronta pra gritar com escoteiras que tentam vender biscoitos nas portas. Mas dei de cara com os meninos do Tokio Hotel.
ELES me avaliaram de cima em baixo. E não foi como Liz me avaliou, não foi puro e doce só para checar a roupa. Foi pervertido. Ah, por favor, só é uma roupa curta. Não tem nada de mais nela. Se nada de mais quer dizer: pernas à mostra dizendo "olá, olhe para as pernas da Cloe, somos lindas, gostosas, podem entrar, podem apertar".
– Pois não? – Perguntei na porta.
– Não vai nos convidar pra entrar, anã? – Aquela coisa nojenta mal-vestida do rapper branco perguntou.
– Bill, Gus, Georg.. querem entrar? O Tomgo prefere esperar aqui fora. – Eu sorri ironicamente.
– Smith, educação e gentileza mandaram um Oi. – O Kaulitz disse me olhando de cima em baixo VÁRIAS vezes. Acontece que ele simplesmente não olhou. Ele parou, olhou, parou, olhou mais, devorou com os olhos, e olhou novamente. - Percebemos que você acabou de levantar da cama, não precisa se exibir, hm, belas pernas.
– Ok! Chega! – Georg me cortou antes mesmo de eu começar a responder o Kaulitz como ele merecia, porque aí sim, a briga ia começar. – Cloe, nós viemos trazer o relatório sobre nós, que o seu pai pediu para entregar à vocês.
– Ah claro, entra aí gente. – Dei passagem á eles.
Quando o Tomgo foi passar, passou de frente pra mim, quase se esfregando na minha pessoa, e sussurrou “você está muito gostosa nessa roupa!”, no meu ouvido. Primeiro eu fiquei estática e quase aceitei a possibilidade de lhe dar um tapa, mas ele já havia se afastado, andando igual à um pinguim bêbado naquelas calças extremamente gigantes.
Assim que ela viu os meninos, saltou do sofá, dando um risinho sem graça, e ajeitando o vestido.
– Oi meninos. – Ela sorriu, e acenou.
– Oi Liz. – Eles responderam todos juntos.
– E ai, o que vieram fazer aqui? – A Liz é direta, né? Cuspiu na lata. Assim como eu.
– Viemos entregar os relatórios que o pai de vocês pediram pra fazermos. – Georg respondeu todo sorridente.
– Ah sim. – Ela sorriu.
– O que vocês estavam fazendo? – Tomgo perguntou, já sentado no sofá.
A educação mandou um Oi pra quem?
– Vendo um filme. – Eu respondi seca.
– Legal! – Tom pegou o controle e aumentou. Ele pegou meu copo de suco que estava ao lado do meu sanduíche – É de quem?
– Meu, por acaso. – Sorri com sarcasmo. E ele foi lá e bebeu o resto do meu suco!
– Adorei o suco, traz mais pra mim, Cloe?
– Ô folgado, o que você pensa que está fazendo aqui? – Grunhi. – Não era só entregar o relatório?
Georg passou por mim e me deu as folhas com seus relatos.
– Ah Cloe, deixa eles verem o filme com a gente! – Disse Liz, com aqueles olhares do tipo “deixa por favor, eu viro seu mordomo por um mês”. Eu revirei os olhos em sinal de “ok”. A primeira coisa que a Liz disse foi: - Senta aqui do meu lado, Georg!
– Chega pra lá, Tom! – Disse Georg.
– Nem pensar! Esse é o meu lugar, querido! – Eu disse, assim que Tom ameaçou se sentar no meu lugar depois do “chega pra lá” de Georg. Ele poderia ser simples e se acomodar no chão que nem o cachorro que ele é!
– Cloe, meu suco, esqueceu? – Gargalhou Tom.
Olhei para sua cara e ergui o dedo médio. – Dá licença, eu vou me arrumar e fingir que eu não ouvi o que esse idiota disse.

Postado por: Grasiele

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