domingo, 8 de julho de 2012

Provocação - Capítulo 9 - Nova missão.

Assim que Georg saiu do meu quarto para eu me arrumar, coloquei um short preto e uma regata branca. Vesti uma jaqueta de couro preto e calcei meus all stars preto também. Prendi meu cabelo em um rabo de cavalo e passei um delineador em volta dos olhos, deixando bem marcado o contorno deles. Peguei meu celular e saí do meu quarto, descendo para o primeiro andar e encontrei Georg sentado na sala com o resto da banda.
– Estou pronta! – falei assim que terminei de descer as escadas e todos me olharam.
– Mudança de planos, Jhuna. – Georg me falou. – Parece que você tem uma missão.
– Que missão? – perguntei curiosa.
– Nós precisamos que você faça algo meio errado... – Bill falou e minha Jhuna perversa começou a dar saltos dentro de mim, mas eu a ignorei.
– Que tipo de coisa errada? – disse desconfiada.
– Nós temos que ir até o escritório daqueles velhos e pegar o documento do contrato, David acha que eles estão tentando passar a perna em nós todos. – Tom falou, mas na verdade só uma parte foi a que me preocupou.
– Nós... Quem?! Você vai comigo?? – perguntei em pânico. Tudo que eu menos queria agora é passar nem que fosse o mínimo de tempo junto de Tom.
– Sim, nós dois vamos lá. – ele se levantou e olhou no relógio. – Aliás, vamos logo. David disse que esse horário eles estão almoçando e voltam só depois de duas horas. Anda. – falou indo para a porta e eu respirei fundo.
– Ok. – falei sem vontade alguma mais de sair e segui em direção à porta também.
– Só não se esqueçam de que ninguém pode ver vocês lá! – Bill falou e eu me virei para assentir, logo depois Tom abriu a porta e nós saímos. Entramos no carro dele em silêncio, tanto eu quanto ele não trocamos nenhum olhar ou algo do tipo.
– Vamos demorar mais ou menos 30 minutos para chegar lá. – Tom falou, enfim, mas eu não respondi. – Portanto quando nós chegarmos, vamos ter apenas uma hora para pegar o documento e sair. – completou.
– Tá bom. – foi a única coisa que eu disse e pude sentir ele me olhar brevemente. Virei-me mais ainda para a janela e fiquei apenas observando.
– Sério que você vai ficar emburrada por causa de um beijo? – perguntou. – Você era BV? – perguntou e pude ouvir uma risada abafada.
– Não. – olhei para ele e depois voltei a encarar a janela. Peguei meu celular que estava no bolso da jaqueta e desliguei. – Onde está seu celular? – perguntei séria.
– No bolso da minha calça, por quê? – perguntou curioso e eu nada disse, apenas enfiei a mão no bolso dele e tirei o celular. – Ow, o que você está fazendo?
– Vou desligar! – falei o óbvio, pois na verdade já tinha feito. – Ou você quer que seu celular fique tocando enquanto nós mexemos nas coisas dos outros?! – olhei para ele e ele não disse nada.
Depois de alguns minutos, estávamos na frente do prédio dos empresários, mas Tom estacionou perto de um beco para que ninguém nos visse. Tirei minha jaqueta e joguei no banco de trás de Tom. Entreguei o celular dele e ele guardou no bolso, eu fiz o mesmo com o meu. Saímos do carro e entramos no prédio pelos fundos. O único jeito de subir para os outros andares era pela recepção, mas tinha uma mulher lá.
– E agora?! – Tom sussurrou atrás de mim.
– Vem! – falei baixo e puxei-o correndo para as escadas assim que a mulher se virou para atender uma pessoa.
– Sério que a gente vai ter que subir 15 andares pela escada?- ele perguntou.
– Voando que não vai ser né, Tom. – bufei e continuei a subir os degraus, com ele reclamando atrás de mim.
Chegamos ao 10° e paramos um pouco, eu estava com minhas pernas bambas já de tanto cansaço e Tom não parava de dizer um minuto se quer que estava arrependido de ter vindo. Eu já estava a ponto de manda-lo embora e fazer o que era preciso sozinha mesmo. Voltamos a subir e finalmente chegamos ao 15° andar ofegando.
– Ah, finalmente! – Tom exclamou enquanto andávamos pelo corredor.
– Cala boca! – o repreendi baixo.
– Dá pra parar de se fazer de durona só porque eu te beijei?! – perguntou agarrando meu braço e eu puxei com força.
– Não estou me fazendo de durona. – olhei-o. – É apenas sua companhia que me desagrada! E eu quero acabar logo com isso. – me virei e continuei andando.
– Acho que essa aqui. – Tom falou tentando abrir a porta, ignorando completamente o que eu tinha acabado de falar. – Está trancada. Droga! – disse irritado.
– Calma. Eu dou um jeito. – tirei dois grampos do bolso do short e enfiei na fechadura. Foi um pouco difícil, mas com jeitinho eu consegui abrir. – Viu? – falei dando passagem para ele entrar.
– Ladra. – falou e eu sorri, pela primeira vez hoje para ele. – Então... – falou se virando para mim enquanto eu fechava a porta. – Por onde começamos?
– Sei lá, procura nas gavetas daquele lado e eu procuro desse. – falei indo em direção à mesa dele, mexi nos papéis e não foi preciso nem procurar nas gavetas, estava bem visível ali. – Hã... Esquece, já achei! – ergui o papel para ele ver e ele pegou para olhar.
– Vigaristas! Eles nos fizeram assinar um papel com as informações totalmente trocadas! – olhou para mim incrédulo. – Nós confiamos neles.
– É por isso que tem que aprender a ler na escola Tom. – falei irônica e ele olhou nervoso para mim.
– Não se preocupe, nós vamos conseguir... – ouvimos uma voz masculina pelo lado de fora e meus olhos quase saltaram do rosto.
– Espere um pouco! – outra pessoa falou assim que a maçaneta girou, impedindo ele de abrir a porta.
Olhei para todos os lados e Tom também estava um pouco em pânico. Vi uma portinha na sala e puxei ele pela camisa. Abri a porta e vi que era um mini armário com pouquíssimas camisas e ternos. Era muito estreito e provavelmente mal caberia uma pessoa, quem dirá duas, mas assim que eu ouvi a porta se abrindo, empurrei Tom para dentro dele e entrei junto, fechando a porta do armário atrás de nós.
Definitivamente era bem apertado. Meu corpo estava totalmente espremido contra o de Tom, sentia a respiração dele bater em meu pescoço e aquilo me arrepiou. Ouvimos o homem murmurar várias vezes “Onde está?” e eu olhei para Tom, mesmo com dificuldade, ele ergueu a mão com o papel e começou a rir, tampei rápido sua boca o repreendendo com o olhar.
– Amber! – o homem falou. – Vou trocar de camisa e vou fechar o escritório mais cedo. Preciso ver meu sócio urgentemente. – falou. Não ouvi uma resposta da tal Amber, provavelmente devia ter falado com ela pelo telefone.
Mas espera um pouco... Ele disse que vai trocar de camisa???????

Postado por: Grasiele

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