domingo, 8 de julho de 2012

Provocação - Capítulo 6 - Não me importo com você!

– Ela é fã da banda! – Tom falou e olhei de olhos arregalados para ele.
– Sério? – Georg sorriu e se sentou na ponta da minha cama, virado para nós.
– Sim e ela disse que o pre... – coloquei a mão na boca dele impedindo-o de falar. Tom empurrou minha mão e tornou a tentar falar. – Georg, ela disse que...
Rolei para cima dele, sentando em sua cintura e tapei novamente sua boca. Tom era grande demais, não conseguia controlar ele, mas então tive uma ideia. Comecei a fazer cócegas nele e ele começou a gargalhar, na verdade foi pior, porque ele ficava se remexendo mais ainda embaixo de mim. Não sei como e nem de onde, mas Tom levou sua mão até a minha nuca e com a outra segurou minha cintura, me jogando na cama e se levantando rápido.
– Ok, desisto! – falei deitada olhando o teto. – Estou passando mal. – foi só eu falar e saí correndo para o banheiro. Não tive nem tempo de pensar e alguém já erguia meus cabelos como da outra vez.
– Desculpe. – murmurou Tom.
– Tudo bem. – respondi quando terminei e fui lavar a boca.
– Está tudo bem Jhuna? – ouvi a voz de Georg e ele estava na porta do banheiro.
– Está sim. – olhei rapidamente para Tom e ele sorriu maléficamente. Tomei uma decisão. – Hã... Tom, posso conversar com Georg a sós? – perguntei e ele arqueou a sobrancelha. – Ah, você sabe... – tentei convencê-lo e ele “entendeu”.
– Ok! Já estou indo. - falou rindo e saiu do banheiro.
Georg se afastou para que eu pudesse sair também. Olhei pelo quarto e ele realmente tinha saído. Fui até a porta e abri, para ver se ele estava escutando escondido, mas não tinha nada no corredor. Quando fechei a porta e me virei, Georg estava sentado na minha cama com uma expressão curiosa, suspirei e me sentei ao seu lado.
– Ok, levante a mão direita. – falei séria e ele continuou me olhando com cara de “Hã?”, então peguei a mão dele e levantei para o alto. – Agora repete comigo: ”Eu Georg Listing...” – ele continuava com uma cara de quem não está entendendo nada. – Por favor, Georg. Você já vai entender.
– Você é louca. Eu Georg Listing... – disse e eu sorri.
– Prometo guardar qualquer segredo que a Jhuna me contar. – falei.
– Prometo guardar qualquer segredo que a Jhuna me contar. – repetiu sorrindo.
– E não rir de nada que ela falar, muito menos contar ao Tom. –continuei falando.
– E não rir de nada que ela falar, muito menos contar ao Tom. – repetiu mais uma vez.
– Obrigada, Georg. – falei sorrindo e ele retribuiu.
– Ok, mas... para quê tudo isso? – perguntou curioso.
– Eu contei uma mentirinha para o Tom. – falei com um pouco de receio.
– Que tipo de mentirinha? – perguntou tentando me incentivar.
– eudissequemeupreferidodabandaeravocêmasnaverdadeéele! - falei fechando os olhos com força.
– Espere aí... Quê? – perguntou confuso. – Fala devagar.
– Eu disse que meu preferido da banda era você, mas na verdade é ele. – eu ainda estava de olhos fechados.
– Abra os olhos Jhuna. – abri devagar e ele sorriu. Fiquei mais aliviada. – Por que não disse a verdade?
– Por que Tom se acha demais e iria achar que quero algo com ele. – falei.
– E não quer? – perguntou.
– S-não! É claro que não. – falei me levantando e passando a mão pelo cabelo. – Olha Georg, não é que eu não goste de você ou dos outros, pelo contrário. Gosto de todos. Inclusive depois do Tom, vem você na minha “lista”. – tentei sorrir.
– Que bom Jhuna. Espero ser realmente seu amigo. – ele se levantou. – E não vou contar ao Tom, mas por que você me contou que mentiu?
– Porque Tom ia encher sua cabeça de babaquices e isso não ia ser legal.
– Ah sim. – falou e se aproximou de mim. – Não se preocupe, seremos amigos! – disse segurando meu rosto entre as mãos e dando um beijo em minha testa. – Agora se eu fosse você, deitava um pouco. Você está parecendo farinha de trigo de tão branca.
– Obrigada pelo elogio. – falei sarcasticamente e ele riu, saindo do meu quarto.
Voltei a me deitar e fiquei de olhos fechados, mas logo ouvi alguém abrir a porta do meu quarto. Não me movi, apenas fingi que estava dormindo. A pessoa se sentou em minha cama e senti uma mão acariciar meu rosto.
– Meu quarto está parecendo o Oscar. – falei ainda de olhos fechados e a mão se afastou. – Todo mundo quer entrar. – abri meus olhos Tom sorria.
– Almoço doutora. – apontou para a bandeja em cima do criado mudo.
– Já? – perguntei me sentando na cama.
– Sim senhora. Bill mandou trazer. – falou.
– Eu acho que Bill está chateado comigo. – falei abaixando o olhar.
– Não está. Na verdade ele está bravo comigo por não te levar no médico. – respondeu.
– Olha, eu não preciso de médico, logo vou... – comecei a falar descontrolada.
– Calma. Não vou te forçar a ir. – ele disse me interrompendo e eu respirei fundo. – Agora come. – colocou a bandeja no meu colo e eu olhei.
– Sério Tom. Eu acho que não quero comer não. – falei fazendo uma careta.
– É uma sopa de legumes, vai te fazer bem. – ele disse.
– É, mas se eu não estiver com fome, não preciso comer isso.
– Sim, você precisa. – ele pegou a colher que estava do lado do prato e enfiou na sopa. – E vai comer! – disse erguendo a colher para que eu comesse.
– Nã... – foi só eu tentar falar que ele enfiou dentro da minha boca. Me engasguei. – Tom! – gritei assim que engoli. – Eca!
– Cala boca e come. – ele ergueu outra colher e arqueou a sobrancelha. Não me movi.
– Qual é Jhuna?! Vai querer voltar a ser criança e fazer birra agora? – me perguntou. Não respondi, sabia o que ele ia fazer. – Ótimo! – ele segurou em meu rosto com força, me fazendo abrir a boca e enfiou a colher dentro.
– PARA COM ISSO! – gritei depois que engoli. – Eu não quero comer! Me deixa em paz!
– Eu não me importo com o que você quer ou não! – gritou. – Aliás, eu não me importo com você!
– Então me deixa em paz. – falei.
– Só não quero uma pessoa morta dentro da minha casa. – eu bufei.
– Então saia, não vou morrer! – falei séria e ele se levantou, indo em direção à porta e a abrindo.
– Só não vomite na cama, eu tenho nojo de limpar e Bill também não o fará. – falou seco e eu me encolhi com o modo em que ele falou comigo.
Tom saiu e me deixou sozinha no quarto. Tudo bem que ele estava tentando me ajudar, mas não precisa fazer tudo aquilo e depois de tudo que ele disse. Realmente. Não acho que ele se importe de verdade, só não queria que eu fosse uma notícia ruim na mídia e envolvendo o nome dele. Senti raiva por ele ser tão seco, tão monstro como ele era. Levantei-me ainda com dificuldade, ainda não conseguia andar direito, mas não me importei. Fui até o espelho e me olhei, eu estava parecendo um zumbi, de verdade mesmo! Eu estava vestida com um short jeans escuro e uma blusa fina de mangas compridas azul escuro. Minhas roupas não estavam tão mal, então peguei um all star branco que tinha e o calcei. Prendi meus cabelos em um rabo de cavalo e saí do meu quarto.
Não tinha ninguém no corredor, mas quando eu fui passar na frente do quarto de Tom, ouvi umas risadinhas femininas, então me encostei rápido na parede, aproveitando para me apoiar um pouco. Ousei-me a olhar pelo canto da porta e vi uma loira sentada em cima de Tom, os dois permaneciam vestidos... Ainda. Meu corpo escorregou pela parede me fazendo sentar no chão. Respirei fundo e olhei mais uma vez, acho que eu conseguiria passar engatinhada sem ele me ver. Comecei a atravessar a porta de Tom meio que me arrastando pelo chão e tentando ir o mais rápido possível, mesmo estando com uma puta dor de estômago.
Consegui passar e desci a escada sentada, um degrau de cada vez e lentamente, sem fazer barulhos. Pude ouvir risadas masculinas vindo da cozinha e juntei todas as minhas forças, me levantando depressa e tentando correr até a porta da sala. Quase gritei de felicidade quando coloquei a mão na maçaneta, mas não tive tempo pra isso, pois ouvi a voz dos meninos ficando bem mais próxima. Abri rápido a porta e saí.
Eu não sabia aonde iria ou porque saí assim, escondida, só continuei a andar pelas ruas de L.A, me apoiando nas paredes e observando as pessoas, até que encontrei uma praça enorme. Tinha várias pessoas sentadas na grama observando o pôr do sol, então caminhei para um local com espaço livre e me deitei no chão, observando a paisagem maravilhosa.

Postado por: Grasiele

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