quarta-feira, 20 de junho de 2012

Como (não) se apaixonar por Tom Kaulitz - Capítulo 9 - Surpresas

Estou sentada no sofá da sala, esperando meu mandato de expulsão. Talvez não seja uma boa ideia dar uma cotovelada no dono da casa, que por sinal te odeia, principalmente se ele tiver grande influência sobre a pessoa mais legal e sensata da casa.


Não sei para onde vou. Talvez para a casa da tia Dora, a velha com uma verruga, lê-se tumor, no rosto. Fiquei cerca de vinte minutos sozinha na sala, até que Georg desceu com um enorme sorriso na face.


- E aí? – Perguntei apreensiva.


- Ele vai sobreviver. – Riu – Nada que uma boa maquiagem não arrume.


- Vocês ainda vão para a seção de fotos?


- Claro que sim. – Afirmou jogando-se ao meu lado. – Tom é muito exagerado nas coisas, não se importe.


- Ah claro! Vou ficar relaxada. Acabei de “bater” num dos donos que por ironia do destino ME ODEIA! – Olhei-o chorosa. Mas que fique claro: Não foi por causa de Tom, foi porque eu gosto bastante da companhia de Bill!


- É bom você ficar mesmo. Ou esqueceu que você vai com a gente? – Falou bagunçando meus cabelos.


- Isso se Bill ainda me quiser aqui. – Falei triste.


- Iiiih, pelo visto não é só Tom que é exagerado. – Ele sorriu passando o braço por meu pescoço. – Para de besteira, o Bill te adora!


- Duvido. – Suspirei uma risada triste. – Despois que bati em Tom, ele deve querer me jogar no fundo do poço!


- Porque eu faria isso? – Bill desceu as escadas.


- Porque você NÃO vai fazer isso? – Tom veio atrás dele com uma bolsa de gelo no olho.


- Você não vai embora, eu prometi que ia cuidar de você, e é isso que vou fazer. – Sentou-se ao meu lado e me abraçou. Eu dei um leve sorriso.


- Vamos logo antes que ela quebre minha perna! – Tom puxou Bill. – Ou outra coisa...


- Aaah, isso eu não quebraria.


- E faria o que, Polegarzinha? – Tom sorriu sacana.


- Cortaria e jogaria na privada! – Georg soltou uma gargalhada tão grande, que até Bill estremeceu antes de cair na risada.


Depois de Tom me trucidar com o olhar, fomos em direção à porta e o carro já nos esperava, até que o Bill parou de vez.


- Esperem um pouco, cadê o Gustav? – Perguntou vendo que o Gustav não estava mais conosco desde que eu “acertei” o Tom e nós demos meia volta.


- Ele sumiu depois que você levou o bebezinho lá pra cima. – Falei, fazendo o Georg rir.


- Cala essa boca, ô ...


- Ei gente, iam me deixar aqui! – Tom foi interrompido pelo Gustav, que caminhava na nossa direção com um pacote de salgadinhos na mão.


- Garoto, onde você se meteu? – Perguntou Bill.


- Bom, é que aquele drama todo me deu fome. – Respondeu risonho, me fazendo rir.


- Ah, e isso faz todo o sentido! – Georg murmurou empurrando-o para o carro.


Bill conversou animadamente todo o caminho, já Tom, me olhava com uma raiva tão grande que até fiquei com medo. Georg ria de quase tudo que envolvesse sacanear Tom e Gustav estava mais interessado no pacote de salgadinhos do que na conversa.


Descemos numa pequena hipoteca com uma porta de vidro. Entramos lá e o lugar era simplesmente gigante. Caminhamos até o estúdio onde os garotos iam tirar fotos e David me plantou numa cadeira, dando ordens explícitas para que eu não me movesse. Tom ria de qualquer piada idiota que envolvesse minha altura ou, simplesmente, eu.


- Não quer dançar lago dos cisnes, Barbie? – Ele fingia dançar balé, fazendo algumas piruetas.


- Você não quer ver se erraram o tamanho da sua roupa, maquiado? – Respondia. Até que em uma de minhas respostas David me olhou sério, o que me obrigou a ficar calada.


Segundos, minutos, horas se passaram, e eles ainda tiravam fotos. Bill era muito exigente quanto a seu gosto. Depois de várias fotos, e de algumas brincadeiras de Tom, Bill sentou-se com o fotógrafo para ver todos os milhares de fotos. Acho que mofei na cadeira. Mas aprendi uma lição: Nunca ir a uma seção de fotos com esses caras.


- E aí, Bi. – Georg veio até mim tomando água. – Gostou?


- Claro. – Menti.


- Sério? – Surpreendeu-se. Minha vontade de dizer o quão era chato tudo aquilo era grande, mas minha educação venceu. – Eu realmente não suporto essas seções de fotos. Bill é muito cheio de frescura.


Eu dei uma leve risada e ele sentou-se ao meu lado, conversando animadamente. Passaram-se alguns minutos, até que Bill, por um milagre, levantou-se e suspirou alto.


- Acabou. – Sorriu. – Só resta fazer uma última música e o CD está pronto. Mas por hoje acabou.


Eu abri um enorme sorriso, involuntário, mas Georg caiu na gargalhada. Bill veio até mim perguntando o que eu tinha achado. Por mais que Bill fosse um semidesconhecido, eu não conseguiria mentir para ele depois das coisas que ele fez e disse.


- Digamos que foi muito interessante, de um modo monótono. – Murmurei e Georg tornou a rir.


- Vamos para casa, então? – Bill bagunçou meus cabelos e apertou meu nariz.


- Adoraria. – Sorri.


Saímos do estúdio e vi que já era noite. Por volta das oito horas. Fomos para casa, e ao chegar lá, a primeira coisa que fiz foi subir direto para o quarto de Bill e pegar uma roupa para tomar banho.


- Vamos logo, Schmidt! – Tom batia raivosamente na porta do banheiro.


- Uma casa gigante e você só pode usar esse banheiro? – Eu respondia enquanto cuidadosamente lavava o cabelo, por conta dos pontos na minha cabeça.


- O meu chuveiro está quebrado! – Ele gritava voltando a socar a porta.


Terminei o mais rápido possível e saí. Tom estava plantado na porta com uma expressão raivosa. E um olho avermelhado.


- Sabe Tom, - Sorri passando por ele. – acho que tem alguma coisa no seu olho.


Ele resmungou alguma coisa que não ouvi e fechou a porta, furioso. Caminhei até o quarto e Bill não estava lá, eu ainda enxugava meus cabelos na toalha, mas deixe-a em cima de uma cadeira.


Desci e ele não estava na sala. Procurei na cozinha e nada. Olhei até na área da piscina, mas ele havia sumido. Abri a porta do escritório, mas ele também não estava lá. Sentei no sofá, vencida pelo cansaço. Passei uma tarde toda os vendo tirar fotos e não comi nada.


Quando eu estava indo em direção a cozinha, ouvi um leve som de piano. Eu havia me esquecido da sala de música. Entrei cautelosamente na sala e me deparei com uma janela gigantesca, que transparecia o luar e fazia todo o piano iluminar-se. Bill estava sentado frente a ele. Todas as luzes estavam apagadas, apenas a luz da lua iluminava aquele trecho.


- Não é uma boa hora? – Murmurei fazendo-o estremecer.


- Bi, que susto. – Ele esboçou um sorriso. – Pode entrar.


- O que está fazendo?


- Tentando fazer uma música. – Riu, mas dessa vez o riso dele parecia decepcionado.


Olhei-o de longe. Ele mirava a janela, até que eu fui me aproximando e sentei ao seu lado em frente ao piano.


- Você sabe tocar? – Passei de leve os dedos nas teclas.


- Um pouco. Mas faz muito tempo que não toco. – Ele me olhou.


- O que tem até agora?


- Pouca coisa. Talvez uma frase ou duas. – Ele voltou a olhar a janela. – Eu acho que estou bloqueado.


Eu não contive uma leve risada e ele me fitou.


- O que foi? – Ele sorriu para mim. Seu rosto estava parcialmente iluminado.


- O grande cantor Bill Kaulitz não consegue criar uma música? – Eu murmurei sorrindo.


- Andou pesquisando sobre mim, foi?


- Talvez.


Ele baixou o olhar, mas voltou-se para mim com uma expressão triste.


- Sabe, - Ele começou. – pode chamar de egoísmo, ou de qualquer outra coisa... Eu tenho tudo, mas ainda assim não me sinto completo.


- É a história do amor da sua vida? – Falei me arrependendo do modo vulgar como disse aquilo. Parecia ser muito importante para ele. – Olha, quanto mais você procura, mais ele se esconde. Talvez possa passar na sua frente e você não vê.


Ele riu e tornou a olhar o piano. Postou-se corretamente e começou a cantar.

I'm starring at a broken door
(Eu estou encarando uma porta quebrada)
There's nothing left here anymore
(Não resta nada aqui)
My room is cold
(Meu quarto está frio)
It's making me insane
(Está me deixando louco)



- É só isso até agora. – Virou-se para mim e deu um leve sorriso.


- Nossa. – Murmurei. – Você canta muito bem.


Senti-me idiota por dizer aquilo, afinal, ele era um cantor. Era pago para ter a voz perfeita. Ele riu e levantou a mão para bagunçar meus cabelos, mas acabou passando a mão, de leve, por minha cicatriz.


- Seus cabelos estão molhados. – Ele murmurou. – O que é isso?


- Bom, tudo deixa sua marca, não é?


- Posso ver? – Ele interessou-se. – Se não se incomodar, claro.


- Pode ver, Bill. – Ri.


Ele aproximou-se mais do que o necessário e espaçou meus cabelos tocando de leve a cicatriz. Levantei a cabeça rápido, pois senti uma leve dor. Eu olhei-o e percebi que os olhos dele estavam bem mais próximos que eu imaginei. Mas eu simplesmente não conseguia parar de encará-los. Senti uma respiração tocar de leve a ponta do meu nariz, e quando dei por mim, senti algo invadir minha boca. Só então fui perceber que eu estava beijando Bill.

Postado por: Grasiele

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