segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

The Nanny - Capítulo 23 - Happy Birthday Little Monster - Parte II

Por que você fica parada pensando naquilo que você não pode mudar e se preocupando com as coisas erradas ? Enquanto o tempo voa e passa muito rápido É melhor que você faça isso valer a pena pois você não pode voltar atrás

(Contado pela Kate)

      Quando as luzes se acenderam, e o Brian ficou parado sem entender o que acontecia, uma felicidade enorme surgiu dentro de mim. Os olhinhos dele se enchendo de lágrimas, estava pronto pra começar a chorar, mas precisava de um lugar pra se “esconder”. A única coisa que me veio em mente naquele momento, é que era pra eu me aproximar, e me oferecer para que ele pudesse descarregar aquelas lágrimas. Sei que quem deveria ter feito isso era a mãe dele, e até fiquei um pouco surpresa quando ele veio correndo até mim. Sua mãe estava mais próxima, e imaginei que fosse recorrer a ela.

      Brian me abraçava apertado, e parecia não querer mais soltar. Ele continuava chorando, enquanto isso, eu acariciava seu cabelo.

           - Não, não chore. – disse. – É pra ficar feliz!

      Ele se afastou um pouco, e vi que estava meio envergonhado. Talvez por não esperar algo assim. Enxuguei seu rosto.

           - Gostou da surpresa? – perguntei, e ele assentiu com a cabeça. – Então não chore mais, porque começarei a pensar que não gostou. Quero que dê um sorriso enorme! – ele sorriu. – É isso ai! – lhe abracei de novo, em seguida lhe dei um beijo no rosto. – Agora vá dar um abraço em sua mãe.

      Brian olhou em volta, procurando por sua mãe. Quando a encontrou, foi abraçá-la. Me levantei, e Bill estava ao meu lado, sorrindo. Retribui aquele sorriso. Depois o Tom se aproximou...

           - A ornamentação ficou bem legal. – disse ele.
           - Valeu. – disse. – Cadê a Laura?
           - Logo ali. – ele apontou.
           - Vou falar com ela, depois conversamos mais. – me retirei.

      Fui me encontrar com a Laura, que estava usando um vestido curtinho e justo, de cor azul. (Roupa da Laura: http://www.polyvore.com/cgi/set?id=23757370&.locale=pt-br) Nos abraçamos, e sussurrei em seu ouvido:

           - Que roupa é essa?
           - Ah, não vai dizer que está vulgar? – nos afastamos.
           - Não sei. Mas acho que não deveria ser usada numa festa infantil.
           - Fica tranqüila, porque não ficarei muito tempo aqui.
           - Como assim?
           - Tô a fim de me divertir de outra maneira. – sorriu maliciosamente. – E já sei até com quem.
           - Me conta?
           - Quem mais poderia acabar com esse fogo que tenho dentro de mim?
           - Tom Kaulitz. – dissemos em uníssono, e rimos em seguida.
           - Mas ele ainda tem muita coisa pra aprender comigo. – disse ela. – Ele é meio inexperiente.

      Tive que rir daquele comentário.

           - Meio inexperiente?
           - O garoto me deixa tomar controle da situação, e não é isso que quero! Eu quero... quero ser “domesticada”, entende?
           - Ok, não vamos falar sobre isso aqui.
           - Você quem começou.
           - Olha, vou dar uma volta por ai pra ver se os convidados estão sendo bem recebidos.

      Tive que deixá-la, e fui passando de mesa em mesa, checando se todos estavam sendo bem servidos. As crianças, pelo menos pareciam estar se divertindo muito! Era praticamente impossível descrever o que eu estava sentindo.

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(Contado pelo Bill)

      Ver a satisfação estampada no rosto da Kate, não tinha preço. Estava feliz por ela, e por tudo ter dado certo. Enquanto ela falava com alguns dos convidados, eu a observava de longe. O Tom já estava com um copo em mãos, e se aproximou.

           - É por isso que não gosto de festas infantis. – diz ele.
           - Por quê? – perguntei.
           - Não pode ter bebidas alcoólicas, e nem mulheres quase nuas.
           - Se quer tudo isso, vá para um brega.
           - Não seria uma má idéia. – bebeu um pouco do refrigerante.

      Continuei observando-a. Volta e meia, a Kate dava um sorriso, e isso acabava me fazendo sorrir também. Não tinha como controlar.

           - Ela está bem bonita mesmo. – disse Tom.
           - Demais. – respondi, sem desviar meus olhos.
           - Porque não chega nela?
           - Pra quê?
           - Pra perguntar onde foi que ela comprou a maquiagem. – ele foi bem irônico. – Sei lá, diz que gostou do cabelo dela.
           - Essa seria a cantada mais tosca. E além do mais, a Kate deve me considerar apenas um amigo.
           - Se vai começar se rebaixando, é óbvio que nada dará certo. Tente ser mais confiante. – bebeu mais um gole.
           - Já nos beijamos algumas vezes, e nos dias seguintes, ela age como se nada tivesse acontecido. Como quer que eu me sinta?
           - Vai ver não era o momento certo.
           - Você está estranho hoje, hein? – olhei pra ele.
           - Estranho como?
           - Desde quando você dá conselhos amorosos? A Laura que está mudando você?
           - Até parece. – ele ri. – Está pra nascer a mulher que me fará mudar! Escute, mulher NENHUMA nesse mundo será capaz de me mudar. A não ser que ela tenha algo de especial.
           - Um-hum, sei.
           - Meu irmão, a Laura é lésbica e está a fim da Kate. – fiquei surpreso ao saber daquilo. – E se continuar bobeando desse jeito, acabará perdendo-a.

      Tom se retirou, e fiquei com aquilo em mente. Algum tempo ali parado, e o barulho começou a me incomodar. Minha cabeça deu sinais de que começaria a doer. Resolvi sair do salão, e acabei indo parar no parque. Me sentei num dos bancos, e fiquei pensando na vida. Instantes depois a Kate aparece, sorridente.

           - Veio se “esconder”? – pergunta ela.
           - Não. – respondi. – Vim respirar um pouco de ar puro. – ela se sentou ao meu lado.
           - Obrigada por tudo.
           - Não tem que agradecer. Eu disse que daria certo, não disse? – ela me surpreendeu com um abraço.
           - O que seria de mim sem sua ajuda?
           - Você saberia se virar. Eu era apenas um intruso.
           - Claro que não! – ela se afastou um pouco. – Você me ajudou, e muito!
           - Faria tudo novamente, se fosse preciso.

      Nossa conversa foi interrompida, quando o Tom apareceu.

           - É melhor vocês dois entrarem agora, antes que a Laura e a Senhorita O’Connell se matem. – disse ele.

–--
(Contado pela Kate)

           Fiquei surpresa ao ouvir o Tom falando daquele jeito. Alguma coisa ela aprontou, só restava saber o quê. Entrei no salão, e a senhora C discutia com a Laura, no meio do salão. Dois rapazes seguravam as duas, para que não saíssem no tapa. Vê se pode uma coisa dessas?

           - Sua vagabunda! – gritou a senhora C.
           - Você me chamou do quê?
           - Vagabunda!
           - Me larga, que eu vou acabar com a raça dessa mulher! – Laura pedia ao rapaz.

      Aquela cena era chocante! Por alguns instantes fiquei sem reação.

           - O quê é isso? – perguntei. – O-O que está acontecendo aqui?
           - Essa vagabunda estava se agarrando com meu marido! – disse a senhora C.
           - O quê? – perguntei incrédula.
           - Estava mesmo, e daí? – disse Laura. – Não tenho culpa se você não sabe saciar seu homem.
           - Vou te matar, garota! – disse a senhora C.

      Neste momento, a música já havia parado de tocar, todos os convidados ficaram calados, só observando aquilo. Até as crianças pararam de correr pra ver a briga das duas. O senhor C? Ele havia sumido do lugar.

           - Ta legal, já chega! – gritei, e as duas ficaram quietas. – Essa não é a hora, e muito menos o lugar pra ficarem brigando! Se quiserem se matar, façam isso em outro lugar! Só não terminem de estragar a festa do Brian! – me estressei. – Tom, leve a Laura pra bem longe daqui.

      Tom se aproximou, e a segurou pelo braço, carregando-a para fora do salão de festas. A Brenda apareceu, e levou a senhora C pra casa.

      Estava com tanta raiva daquelas duas, por terem feito aquilo ali. E depois que tudo ficar mais calmo, terei uma conversa séria com a Laura. Que história é essa de ficar agarrando o marido alheio?

      Bill viu que eu me sentia envergonhada por aquilo tudo, então começou a pedir desculpas aos convidados e dispensá-los. Mesmo que eu não quisesse, a festa já havia acabado no instante em que as duas começaram a falar palavrões na frente de crianças inocentes, que daqui alguns anos repetirão o ato em algum lugar.

      A festa acabou, todo mundo já havia ido embora. Fiquei sentada sozinha numa das mesas. Uma imensa vontade de chorar apareceu. Como eu estava com raiva. Por sorte, o Bill chegou e se sentou numa cadeira em frente a mim.

           - É uma pena que as coisas tenham terminado dessa maneira. – disse ele.
           - Se a Laura não me der uma boa explicação, irei matá-la. – ele ri. – Não estou brincado. Ela sabia o quanto essa festa era importante pro Brian, e conseguiu estragar tudo.
           - E por falar nisso, onde ele está?
           - A Brenda o levou pra casa. Não sei com que cara aparecerei na frente dele.
           - O Brian é só uma criança, e logo esquecerá isso. Principalmente, por você não ter culpa alguma. Se tem alguém que deve ter vergonha, esse alguém é a mãe dele, que poderia ser educada o suficiente pra resolver essas coisas em outro lugar, num outro horário.
           - Bem, eu vou subir pra ver como ele está. – me levantei.
           - Não fique assim, ok? Você fez tudo certo.
           - Tentarei. – dei um sorriso desanimado. – Boa noite.
           - Boa noite, e durma bem.

      Cheguei ao apartamento, e a Brenda me avisou que a senhora C já estava dormindo. O Brian ainda se encontrava acordado, em seu quarto. Fui até lá para vê-lo. Bati na porta, e entrei. Ele estava sentado em sua cama.

           - Oi. – disse.
           - Oi. – respondeu, com a cabeça baixa. Me sentei ao seu lado.
           - Desculpa pelo que aconteceu.
           - Você não teve culpa. – ele me olhou. – E não estou preocupado com isso.
           - Então...?
           - Se a mamãe descobrir que a Laura é sua amiga, ela pode ficar brava com você.
           - Acha que ela ficaria brava?
           - Não sei. Mas se ela ficar, não deixarei que te mande embora.
           - Fica tranqüilo, porque não irei a lugar nenhum. – ele me abraçou.
           - Promete que ficará pra sempre?

      Como é que posso prometer algo que nem ao menos sei se poderei cumprir?

           - Promete? – ele insistiu.
           - Prometo. – disse com os olhos cheios de lágrimas. – Agora é melhor você escovar os dentes, e ir dormir. Já é tarde.

–--
(Contado pelo Bill)

      A casa estava silenciosa, pois o Tom não estava nela. Provavelmente deve estar aproveitando o restante da noite com alguma garota. Eu já me preparava pra dormir, quando ouço a campainha tocar. Fui atender.

           - Estava dormindo? – pergunta Kate.
           - Não. – respondi.
           - Posso entrar?
           - Claro. – lhe dei espaço.

      Ela entrou e se sentou no sofá. Fui até a cozinha, e retornei com dois copos de suco. Entreguei-lhe um deles.

           - Aconteceu alguma coisa? – perguntei.
           - O Brian está com medo que sua mãe me despeça. – respondeu.
           - E porque ela faria isso?
           - Não sei.
           - A não ser que ela esteja maluca. Kate, não tem que se preocupar com isso.

      Passamos um longo tempo conversando, e o mais engraçado é que não vi a hora passar, enquanto estava ali com ela. Pouco depois a Kate decidiu ir embora, e a acompanhei até a porta.

           - Obrigada por perder seu tempo comigo. – disse ela.
           - Não foi perca de tempo.
           - Eu...

      Fiquei aguardando algo sair de sua boca, e estava praticamente cruzando os dedos e torcendo que ela dissesse algo relacionado a nós dois.

           - É melhor eu ir pra casa. – disse ela.

      Aquele momento poderia ser o ideal para beijá-la. Mas e se ela não gostasse? E se ficasse com raiva? Eu tinha duas opções; beijá-la e enfrentar as conseqüências, ou deixá-la ir pra casa e sofrer as conseqüências.

           - Kate! – a chamei.

      Ela se virou para saber o que eu queria, e não perdi tempo. Me aproximei, segurei-a pela cintura, e lhe dei um beijo. Meu coração batia forte, de uma maneira que só ela parecia conseguir me fazer sentir assim. Ela retribuiu ao beijo, o que fez aquela chama de esperança se reacender. Por mim, eu ficaria beijando-a por tempo indeterminado. Mas o fôlego precisava ser recuperado. Nos afastamos um pouco, e um leve sorriso surgiu em seus lábios.

           - É melhor eu ir pra casa, antes que o dia amanheça. – disse ela.
           - Espera! – a puxei de volta. – Preciso saber uma coisa.
           - O quê?
           - Poderei repetir isso mais vezes, ou você não gostou?
           - Dizer que não gostei, seria mentira. – respondeu, e sorriu. – E quanto a repetir... – se desvencilhou. – É só ter vontade. – parecia tímida.
           - Então se eu disser que estou com vontade neste momento...
           - Você se aproximaria e me beijaria.

      Foi o que fiz. Com as mãos, segurei em sua cintura. Seus braços enlaçaram meu pescoço. Nossos olhares se encontraram, nossos lábios foram se aproximando devagar, até se tocarem completamente. Um beijo delicado, e que parecia ser o primeiro. Era bom senti-la tão colada a mim. O gosto do seu beijo fazia com que eu ansiasse ainda mais pela a continuação. Meu coração? Ah, ele pulsava tanto, que cheguei a pensar que pararia. Minha mente? Só pensava em uma coisa; Kate. 

Postado por: Grasiele

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