Eu tenho passado todo o meu tempo
Somente pensando em você
Eu não sei o que fazer
Acho que estou me apaixonando por você
A minha vida inteira eu esperei
E agora que te encontrei
Não sei o que fazer
Acho que estou me apaixonando por você
Estou me apaixonando por você
(Contado pela Laura)
– O que está fazendo aqui? - pergunto.
– Vim te visitar. Não me convidará pra entrar?
– Claro que não!
– Não seja mal educada.
Ele entra mesmo sem ser convidado. E eu não estava acreditando em sua cara de pau. Ele se esparramou no sofá.
– Saia da minha casa! - disse, apontado para a porta.
– Preciso de sua ajuda.
– Dane-se!
– Briguei com a minha esposa, por você! - ele se levanta.
Tive que soltar uma gargalhada. Como é que ele tem coragem de dizer isso?
– Por mim? - continuei rindo.
– Exatamente.
– O que aconteceu entre você e sua esposa, não é problema meu! Esse assunto não me interessa!
– Como pode falar assim? Deixei tudo, pra ficar com você.
– Ah, faça-me o favor. - me afastei. - Você não pensa em ninguém, além de si mesmo.
– Não seja tão rude.
Me aproximei da porta, e a abri.
– Jack, saia agora! - disse. - Se a Kate te pegar aqui...
– Não estou nem ai! - ele empurrou a porta. - Você foi a culpada por eu brigar com a minha esposa, e agora me ajudará!
– Não tive culpa de nada!
– Se não tivesse aparecido naquela maldita festa com aquele minúsculo vestido, nada disso estaria acontecendo!
– Então a culpa é minha, por você ser um tarado?
– Ah, agora sou tarado? Mas quando trabalhava pra mim, eu era o seu ?amorzinho?, não é?
– Isso é passado! E não quero mais me envolver com você. O meu negócio agora é mulher! - ele ri.
– Pra mim basta cinco minutos, pra lhe levar a loucura e fazer mudar de idéia em relação a isso.
– Se você quer saber, já tem um homem me levando a loucura. E até hoje não mudei nada.
– Deve ser mais um garoto, não é? - ele se senta no sofá. - Porque não me deixa te mostrar quem é homem de verdade?
– Por acaso está pensando em me apresentar alguém, ou está falando de si mesmo?
– Deixa de ser idiota, garota, e venha aqui!
– Não! - o empurrei.
– Ô garota, tá pensando que vai se livrar de mim facilmente? Até parece que você não me conhece.
(Contado pela Kate)
– Lavou a blusa do Bill, pra mim? - perguntei, chegando a cozinha.
– Sim. - respondeu. - Está aqui. - Me entregou a blusa, que estava com um cheiro agradável. - Me responde uma coisa?
– O quê?
– Tá rolando alguma coisa entre você e o Bill?
Complô! Só pode ser um complô!
– Não. - respondi.
– Sei.
– É sério! O Bill e eu somos apenas amigos.
– Um-hum.
– É melhor eu ir entregar a blusa dele.
Sai de casa, e toquei a campainha do apartamento do Bill. Fiquei aguardando pouquíssimos minutos.
– Vim entregar a blusa. - disse.
– Não quer entrar.
– Obrigada, mas acho que não.
– É impressão minha, ou está com medo de mim?
– Medo de você? - eu ri. - Que bobagem é essa?
– Então entre. Prometo não fazer nada que você não queira.
– Falando desse jeito, posso até começar mesmo a ficar com medo.
– É brincadeira. - ele riu. - Entre.
Lhe entreguei a blusa e entrei. Bill disse para eu me sentar, pois ele guardaria a blusa, e voltava logo. Me sentei e fiquei esperando-o. Ele aparece sorridente, e já puxando conversa.
– Que milagre foi esse que você apareceu sem o Brian?
– Sou a babá dele, então sempre andamos juntos.
– Eu sei. Mas poderia aparecer mais vezes aqui, de preferência sem ele!
– Tá legal. - se sentou ao meu lado.
– Aceita um suco, café, água...? E vou avisando que sou péssimo em fazer café!
– Não, obrigada. Não quero nada não.
Ficamos calados por um tempo. E fiquei sem graça.
– Cadê o Tom? - perguntei.
– Não faço idéia.
Aquele "silêncio" estava me incomodando. Minhas mãos começaram a soar, além do normal.
– Está nervosa? - pergunta ele.
– N-Não. - gaguejei um pouco. - É que minhas mãos estão suadas. Poderia me dizer onde é o banheiro, pra eu lavá-la?
– No corredor, a segunda porta à direita. - ele apontou.
Me levantei e fui até lá. Como eu só iria lavar as mãos, não me preocupei em fechar a porta. E porque me preocuparia? Cheguei a sala, e o Bill estava colocando uma vasilha cheia de pipoca em cima da mesinha de centro, e a mesma era acompanhada por dois copos enormes de coca-cola.
– O que está fazendo? - perguntei.
– Tá a fim de assistir um filme?
(Contado pelo Bill)
Coloquei um filme de terror, e me sentei no sofá. A Kate se sentou logo em seguida, e começamos a assistir. Com o passar dos minutos, notei que a expressão no rosto dela, era de medo.
– Não gosta de filmes de terror?
– Não sou muito fã, mas...
– Se quiser, posso tirá-lo.
– Não. Conseguirei resistir.
Horas depois... O filme havia acabado, e já estávamos na terceira vasilha de pipoca, e no terceiro copo de refrigerante. A televisão estava desligada, e conversávamos sobre nossas preferências.
– Quem disse que aquele filme não é bom?
– Bill, esse filme é horrível! Comecei a assistir, e nem precisou chegar à metade pra eu descobrir quem matou o padre. - nós riamos.
– Ah, não é tão ruim assim, vai.
– Claro que é! Filme só presta se tiver o Johnny Depp.
– Gosta daquele cara?
– E o quê que tem? Ele é sexy e muito lindo!
– Vai entender a cabeça das mulheres.
– E você não tem nenhuma preferência por alguma atriz?
– Agelina Jolie.
– Viu só?! E ainda fica falando de mim.
Nossa conversa ia fluindo como se já nos conhecêssemos há muitos anos, e eu gostava de vê-la sorrir e gargalhar toda vez que eu dava uma mancada. Por um instante, sem querer eu lhe joguei uma pipoca, e ela revidou. Resultado: a sala ficou empesteada de pipoca.
– Com tanta gente passando fome, e agente desperdiçando comida. -disse ela, se sentando no chão, depois se deitou.
– Você quem começou. - me deitei ao seu lado.
– Ah tá. Quer só ver quem é que vai limpar isso tudo.
– Irá me ajudar, não é?
– Só porque sou boazinha. - nós rimos.
Era incrível como ela conseguia me fazer rir. Alguns minutos em silêncio e sem assunto.
– Kate... Você já... Já se apaixonou por alguém?
– Sim. Por quê? - ela me olhava.
– O que sentia quando estava perto da pessoa por quem era apaixonada?
– Acho que... - ela olhou pro teto. - Meu coração disparava, minhas pernas tremiam, as mãos suavam... Nossa! Eram inúmeras sensações. - ela me olhou novamente. - Está me perguntando isso, porque está apaixonado?
– Provavelmente.
O sorriso que estava formado em seu rosto, logo se desfez.
– Mas ela não consegue enxergar. - disse, e fitei o teto.
– Que garota idiota! Quero dizer... Ela tem sorte de alguém como você, se apaixonar por ela. - Kate fez uma pausa. - Me conta como ela é?
– Ela é linda... Engraçada... Me faz suspirar todos os dias e noites, quando penso em seu sorriso... Tem um perfume agradável, que sou capaz de senti-lo a quilômetros de distância... E acima de tudo, me faz querer viver.
– Uau. Ela realmente é uma garota de sorte. - ela ri.
– Isso eu não sei, mas eu tenho bastante sorte por conhecê-la.
– E eu a conheço?
– Até mais que eu.
– Sério? - perguntou incrédula. - Qual o nome dela?
– Não posso dizer agora. Mas só sei que a melhor amiga dela, se chama Laura.
Ela ficou calada, me olhando. Me levantei, e me coloquei sobre ela.
– Preciso dizer mais alguma coisa? - perguntei.
– Você é doido, e...
– Shiiiiiiii. - coloquei meu dedo indicador sobre sua boca, impedido-a de falar. - Não diga nada.
Nossos olhares estavam fixos um no outro. Aproximei meu rosto de seu ouvido, e sussurrei:
– Estou completamente apaixonado por você.
Ela se arrepiou, e sua respiração se alterou um pouco. Depositei um beijo em seu pescoço, e fui subindo até o osso de sua mandíbula. A olhei nos olhos, e meus lábios tocaram delicadamente os seus. Eu não queria que aquele beijo fosse como os outros. Não sei explicar, mas deveria ser ainda mais especial. Der repente ela interrompe.
– Não faz isso comigo. - ela quase sussurrou.
– Por quê? - sussurrei de volta.
– Porque não conseguirei me controlar.
– E quem disse que precisa?
– Se continuar fazendo isso, vai ser impossível ficar longe de você.
– Então não fique. - ela dá um sorriso tímido.
– Porque estamos sussurrando?
– Eu não sei.
– Isso é covardia, sabia?
– Você me tortura, e eu sou o covarde? - aproximei um pouco meu rosto do seu. - Vai mesmo continuar me torturando dessa maneira?
Kate não disse absolutamente nada, e talvez isso não fosse necessário. Lhe beijei com a delicadeza de sempre. Minha língua pedia espaço para explorar sua boca, que se entreabriu e deu o espaço. Eu pressionava seu corpo contra o meu, como se não quisesse que ela se afastasse de mim. E realmente não queria que isso acontecesse.
Aquilo estava tão bom, que nem ao menos notei quando a porta do apartamento foi aberta.
– Você quebrou a nossa promessa, e trouxe essa garota aqui sem me avisar?! - disse Tom.
Postado por: Grasiele
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