segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

The Nanny - Capítulo 24 - Eis a questão.

(Contado pela Kate)

      O despertador começou a tocar. Eu estava enfiada debaixo do cobertor, e não tinha vontade de sair de lá. O relógio continuava tocando, e permaneceria assim até que eu criasse coragem para desligá-lo. Me cansei de ouvir aquele som, e apertei o botão. Me sentei na cama, e o Sol que entrava pela fresta da cortina veio de encontro aos meus olhos, fazendo com que os mesmos se fechassem. Me levantei, e caminhei até a janela. Abri as cortinas de uma só vez, e os raios de Sol penetraram o quarto.

      Fui pro banheiro e fechei a porta. Abri as torneiras da banheira, e enquanto a água preenchia a mesma, eu prendia meu cabelo num coque, e fazia minha higiene bucal. Coloquei sais aromáticos na água, em seguida tirei minhas roupas, e me pus dentro da água, ficando de “molho” por alguns minutos.

      Retornei ao quarto, abri o guarda-roupas e como sempre, permaneci parada sem saber o que vestir. Como não estava com aquela paciência e disposição pra ficar escolhendo a melhor roupa, então peguei as primeiras coisas que meus olhos conseguiram avistar. Passei desodorante, creme hidratante pro corpo, protetor solar, vesti minha roupa, e coloquei o perfume. Pus-me em frente ao espelho, e ajeitei o cabelo. Fiz a maquiagem mais natural possivel, e sai do quarto.

           - O Brian já acordou? – perguntei a Brenda.
           - Ainda não. – respondeu. – A mãe dele está te esperando lá no escritório.

      Pronto, você será despedida por causa da Laura! É melhor começar a se preparar. Segure o choro, e só conte pro Brian, quando estiver de malas prontas, pra evitar qualquer tipo de constrangimento ou confusões maiores. Pensei. Meu coração acelerou, e suei frio. Tomei um copo de água, e fui até o escritório pra saber o que a senhora C queria falar comigo. Bati na porta, e perguntei se poderia entrar.

           - Entre, feche a porta e se sente aqui. – respondeu a senhora C.

      Fiz tudo que ela havia pedido, e talvez eu não estivesse mesmo em condições de reclamar ou não obedecer as suas ordens.

           - Aquela garota é sua amiga? – pergunta ela.
           - Se eu disser que sim, irá me despedir? – perguntei, e ela ficou calada por alguns instantes.
           - Não. – respondeu.
           - Então... Sim, ela é minha amiga. Ou pelo menos achava que era.
           - Vou dizer uma coisa, e quero que escute com muita atenção.
           - Ok.
           - Não quero ver aquela garota próxima do meu filho, e muito menos aqui dentro de casa. Ouviu?
           - Sim, senhora.
           - E se eu sonhar que deixou o Brian se aproximar dela, você será despedida.
           - Garanto que ela não chegará perto dele.
           - Acho bom. – ela fez uma pausa. – E... Obrigada por ter feito a festa do Brian.
           - Não foi nada. – ficamos caladas, mas a minha curiosidade queria saber de mais uma coisa. – Posso... Posso lhe fazer uma pergunta?
           - O pai do Brian ainda não chegou. Era isso que queria saber?
           - Um-hum. Sinto muito pelo que aconteceu.
           - Eu também.
           - Bom, eu vou acordar o Brian e levá-lo pro colégio. – me levantei.
           - Não! – me virei para olhá-la. – Hoje não. Não quero que o meu filho vire alvo de piadinhas pelos colegas. Deixe para levá-lo amanhã.
           - Sim, senhora.

      Sai do escritório, fechando a porta. Ao chegar à sala, vi o Brian sentado no sofá, assistindo desenho, tomando um copo de leite e comendo torradas.

           - Bom dia! – disse, e me sentei ao seu lado.
           - Bom dia. – respondeu com a boca cheia.

      Brian falou mais algumas coisas, mas eu não havia entendido nada.

           - Mastigue e engula primeiro, depois converse. – disse. – É falta de educação ficar falando de boca cheia.
           - Irei chegar atrasado hoje? – perguntou.
           - Relaxa, porque hoje você não terá aula.
           - Sério?
           - Sim.
           - E o que faremos?
           - O que acha de irmos ao clube? O dia está lindo!
           - Podemos chamar o Bill?

      Precisa carregar o Bill pra todo lado? Sei que gosta dele, mas também não exagera vai!

           - Tá legal. – respondi.
           - Oba! – ele colocou o copo de leite e o prato em cima da mesinha de centro, e deu alguns pulinhos de alegria. – Vou procurar uma roupa pra mim.
           - Agora não. – disse. – Preciso resolver algumas coisas antes de tudo, então termine o seu café e... Vá fazer o convite ao Bill.
           - Não posso ir com você?
           - Infelizmente não. Tratarei de assuntos que você não pode ouvir.
           - Adultos são complicados, hein?
           - Nem imagina o quanto. – lhe dei um beijo no rosto. – Voltarei em menos de duas horas, e esteja pronto. – me levantei.
           - Posso fazer uma pergunta?
           - Um-hum.
           - Você e o Bill estão namorando?
           - O quê é isso, Brian? – gaguejei. – Que pergunta é essa?
           - É que quando vocês estão juntos, ele fica com cara de bobo. – eu ri. – E a Laura disse que vocês só não estão juntos, porque você é uma boba.
           - Ela disse isso? – me sentei.
           - Sim.
           - E sabe o porquê?
           - Ela disse que se fosse pelo Bill, vocês já estariam juntos.

      Não acredito que a Laura disse isso! Tô chocada!

           - E... E o Bill sabe que ela falou isso? – perguntei.
           - Não. Mas se quiser, posso contar.
           - NÃO! – quase gritei. – Quero dizer... Ele não precisa saber disso.
           - Por quê?
           - Porque não. – respondi. – E ele... já te disse alguma coisa?
           - Nadinha. Mas assim que ele me disser algo, eu te conto. – ri de novo.
           - Ok.
           - Ia ser legal se vocês ficassem juntos.
           - Pra uma criança de sete anos, você está bem espertinho, hein? – ele riu, em seguida me levantei, lhe dei um beijo no rosto e saí.

      Pedi a Brenda que ficasse cuidando dele, enquanto eu iria até a casa da Laura pra esclarecer aquela história.

      Cheguei em frente a porta do apartamento dela, e sinceramente, não tive coragem de tocar a campainha. Sei lá, estava com medo de ouvir o que ela tinha pra dizer. Mas eu precisava. Criei coragem, e toquei.

           - Kate? – ela parecia surpresa ao me ver ali.
           - Ok, eu estou aqui... Estou aqui pra falar com você sobre... Você.

      Laura ficou um pouco sem graça, olhou para os lados, talvez pra ter certeza de que eu estava sozinha.

           - Entre. – disse ela.

      Entrei e me sentei no sofá. A Laura se sentou exatamente de frente pra mim. Tentei iniciar a conversa, mas parecia meio difícil.

           - Laura, quem é? – pergunta Tom, saindo de dentro do quarto e terminando de abotoar a calça.
           - Oi, Tom. – disse.
           - Oi, Kate. – ficamos em silêncio. – Bom... Eu vou terminar de me arrumar, e já saio para deixá-las conversando em paz.

      O Tom não demorou muito tempo, e só foi o tempo dele fechar a porta pra eu começar.

           - O que foi aquilo na noite passada?
           - Kate...
           - Laura, você acabou com a noite de todo mundo! – a interrompi. – Você sabia melhor do que ninguém, que aquela festa era importante!
           - Me desculpa.
           - Só quero que me diga o que aconteceu.
           - Eu... Eu não estava agarrada com ninguém. Você me conhece, e sabe que eu não mentiria.
           - Então qual foi o motivo da confusão?
           - Eu estava bebendo um refrigerante e conversando com uma das convidadas, quando o pai do Brian apareceu e se juntou a nós. Continuamos com a conversa, até que me levantei para ir ao toilet. No meio do caminho, o rapaz me abraçou por trás, e me empurrou pra um canto. Começou a me beijar, e foi na hora que a mãe do Brian surgiu do nada, e nos pegou juntos.

      Aham, e estou mesmo acreditando nisso.

           - Ta legal, agora me conte a verdade. – disse.
           - Essa é a verdade!
           - Ô Laura, até parece que o homem ia te agarrar assim do nada!
           - Mas agarrou! Kate, eu juro que não fiz nada de errado! – ela me olhava nos olhos. – Que motivos eu teria pra querer estragar a festa do Brian, que eu ajudei a organizar? Seria idiotice, principalmente por eu não gostar de homens.
           - Você diz que não gosta de homens, mas agora a pouco um acabou de sair daqui.
           - O Tom sabe de quem gosto, e ele só vem aqui pra ocupar o espaço que você não quer.
           - Jura que não fez nada mesmo?
           - Juro!
           - Se estiver mentindo, um dia descobrirei, e pode ter certeza que a nossa amizade acabará no mesmo instante!
           - Sei disso. Mas estou falando a verdade.

      Acreditar ou não acreditar? Eis a questão.

Postado por: Grasiele

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Arquivos do Blog