segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

The Nanny - Capítulo 22 - Happy Birthday Little Monster - Parte I

(Contado pela Kate)

      Estava saindo de casa, quando encontrei Bill e o Tom saindo do elevador. Eles estampavam um enorme sorriso nos lábios. E a me ver, Bill veio me abraçar. Fiquei um pouco surpresa com aquela reação. Não estava esperando aquilo. O Tom nem ao menos parou, e foi direto pra casa.

           - Que alegria,hein? – brinquei.
           - Não imagina o quanto! – ele continuava sorrindo. – Hoje o Tom e eu assinamos um contrato com uma gravadora. Foi a melhor coisa que já poderia ter acontecido. – voltou a me abraçar.
           - Parabéns. – disse, quando ele me soltou. – Vai ficar muito ocupado com a música, ou ainda me ajudará a organizar a festa do Brian?
           - Claro que ajudarei! Só começarei a trabalhar na semana que vem.

      E eu realmente precisaria de sua ajuda, já que tínhamos apenas um dia para fazermos as coisas ficarem prontas e “perfeitas”. Não pude ficar muito tempo ali parada no meio do corredor, conversando com ele, pois tinha que correr atrás dos preparativos da festa. Me despedi, e peguei o elevador. Na rua, acenei para um táxi que passava, e logo entrei. Estava tão ansiosa para que a festa acontecesse logo, que nem ao menos indiquei ao motorista onde ele deveria me levar.

           - Me leve para qualquer lugar. – disse, enquanto abria minha bolsa e pegava o celular. Liguei pra Laura, e pedi sua ajuda. – Amanhã é aniversário do Brian, e preciso que me ajude a comprar as coisas. Pode fazer isso por mim?
           - E desde quando você me pede algo, que eu não faça? – disse. – Onde nos encontraremos?
           - Muito obrigada. Me espere em frente a revista, que já estou passando ai com um táxi.
           - Irá gastar dinheiro com táxi? Nós iremos no meu carro.
           - Ok.

      Desliguei, e pedi ao motorista que me levasse à revista. Cheguei em cinco minutos. A Laura já me aguardava. Paguei a corrida, sai do táxi e entrei no carro dela.

           - Por onde começaremos? – pergunta ela, com as mãos no volante.
           - Primeiro veremos o bolo, docinhos, salgados... – coloquei o cinto de segurança. – Depois veremos a decoração.

      Como a Laura conhece muita gente, ela me levou a uma das melhores doçarias. Uma moça simpática veio nos receber, e começou a mostrar um catálogo com fotos de bolos. Depois outra moça nos trouxe alguns docinhos. Provamos a maioria deles, e aprovamos só o que achamos que seria o necessário, ou seja, praticamente tudo. Faltava escolher o bolo, e todos que eu havia visto, não me agradara tanto.

           - Do quê que ele gosta? – pergunta a moça.
           - Não sei. – respondi. – O Brian vê todo tipo de desenho.
           - Mas ele não tem um apego especial a alguma coisa? – pergunta Laura.
           - Bem... – pensei um pouco. – No quarto dele, a maioria dos brinquedos incluem cavalos... Sei lá, carros... Bonecos de super heróis...
           - Posso sugerir algo? – pergunta a moça que trouxe os docinhos.
           - Sim. – disse.
           - Já que ele gosta de cavalos, porque não faz algo que tenha a ver? Tipo... Fazenda. – olhei pra Laura.
           - Fazenda é um tema diferente, e ele pode gostar. – disse Laura.

      Conversamos um pouco mais com as duas moças, e ajeitamos tudo; bolo, docinhos, salgados... Saímos dali, e fomos até uma empresa especializada em ornamentação. Escolhemos as toalhas de mesa, os pequenos jarros que iriam em cima da mesma, bexigas, painéis... Tudo com muito cuidado, para que a festa fosse realmente inesquecível.

      Como a senhora C avisou que não ajudaria em nada, todas as despesas foram pagas por mim. A Laura se mostrou ser uma verdadeira amiga, e me ajudou com algumas coisas. Eu estava me sentindo bem por estar organizando aquela festa. E isso até me lembrava muito os meus tempos de infância.

      O dia estava quase chegando ao fim. Meus pés doíam um pouco, e minha barriga fazia barulhos estranhos, pois eu estava há um bom tempo sem colocar nada no estômago. Chegou o momento em que eu não estava mais agüentando, e arrastei a Laura pra dentro da lanchonete mais próxima. Me esbaldei com um hambúrguer, coca-cola, e de sobremesa, bolo de chocolate.

           - O Bill está ajudando em alguma coisa? – pergunta ela.
           - Ele entregará todos os convites, e ficará responsável de tirar o Brian do condomínio. – respondi, em seguida bebi um pouco do refrigerante.
           - Só isso?
           - E acha pouco? Pensa que é fácil passar o dia inteiro com o Brian? – ela riu.
           - Já escolheu a roupa que irá usar?
           - Não. – fiz uma pausa. – Na verdade, não faço idéia do que usar.

      Ao sairmos dali, a Laura me levou até uma loja de grife. Eu estava cansada, e me sentei no sofá confortável da loja. Enquanto isso, ela escolhia alguns modelos que provavelmente serviriam em mim. Experimentei vários, e nada parecia me agradar.

           - Estou parecendo uma paca, de tão gorda! – brinquei. – Por isso os vestidos não ficam bem.
           - Continua comendo daquele jeito que comeu hoje, e vai mesmo virar uma paca. – nós rimos.

      Ela pegou mais três vestidos e trouxe até mim, que estava no provador.

           - Experimenta esses daqui. – me entregou os vestidos.
           - Se nenhum desses me agradar, desistirei.

      Finalmente gostei muito de um, mas achei meio “vulgar” pra uma festa infantil. A Laura disse que aquilo era besteira minha, e que o vestido havia ficado lindo em mim. Aham, sei.

      Cheguei em casa por volta das 20h19. A senhora C veio perguntar onde eu estava, e porque não cuidei do Brian.

           - Estava resolvendo algumas coisas para a festa do Brian. – respondi quase sussurrando, para não correr o risco de ele ouvir.
           - Então quer dizer que o maluco do sindico liberou?
           - Felizmente consegui convencê-lo, e até o convidei para a festa. – ela soltou uma gargalhada.
           - E que dia será mesmo?
           - Amanhã, a partir das 17h00. Dá uma passadinha por lá. – fui irônica.

      Ela ficou séria, e não respondeu nada. Simplesmente sentou-se no sofá, e continuou lendo sua revista de moda. Deixei as sacolas com as roupas em meu quarto, e fui até a cozinha pra conversar com a Brenda.

           - Posso lhe pedir um favor? – perguntei.
           - Até dois, se quiser. – nós rimos.
           - Me conseguiria algumas fotos do Brian, quando ele era bebê?
           - O que está pensando em fazer com elas?
           - Depois te explico direito. Mas faria isso por mim?
           - Ok.

      A Brenda me levou até um quarto, que mais parecia um depósito, onde só havia coisas velhas e empoeiradas. Minha primeira reação ao entrar naquele local, foi espirrar. Ela abriu um baú, e retirou de dentro um álbum de fotos.

           - É aqui que ela guarda as fotografias do Brian? – perguntei.
           - As fotografias dele, e mais um monte tralhas. – respondeu.

      Me sentei em cima de algo que eu não fazia idéia do que era. Folheei algumas daquelas páginas, tentando encontrar fotos para fazerem parte do mural. Por fim selecionei quatro daquelas fotos. As mais fofas, em minha opinião.

      Na manhã seguinte... A primeira coisa que fiz ao acordar foi ir até o quarto do Brian, e lhe dei os parabéns. Devo ter sido a primeira pessoa naquela casa a fazer isso. Ele estava tão feliz, e nem desconfiava do que poderia acontecer. Levei as fotos do Brian para a Laura, e num programa de computador, elas foram aumentadas e editadas. Para que o pequeno continuasse sem desconfiar de nada, o Tom e a Laura o levaram para passear num parque de diversões. Enquanto isso o Bill e eu nos matávamos para deixar as coisas organizadas.

           - Acho que essa mesa ficaria melhor daquele lado. – disse, apontado.
           - Concordo. – disse Bill. – Se ficar aqui, as crianças poderão acabar se esbarrando.
           - Poderia colocá-la do outro lado? – perguntei.
           - Claro. – responde um dos rapazes que estava trabalhando.

      O senhor C apareceu no local...

           - A festa ficará bonita, hein? – diz ele.
           - Espero que sim. – disse.
           - Achei legal da sua parte, fazer esse tipo de coisa. O Brian não teve muitas festas de aniversário.
           - Valeu, mas só estou fazendo, o que faria por qualquer outra criança que eu tivesse um certo apego. – ele ficou calado.
           - Precisa de ajuda em alguma coisa?
           - Não, obrigada. – Acho que já tem gente suficiente ajudando aqui.

      Sei que posso ter parecido um pouco grossa. Mas se ele se importasse tanto com o filho, teria se oferecido pra ajudar antes, e não agora que as coisas estão praticamente prontas. Ele ficou um pouco sem graça, e se retirou.

      Terminamos de arrumar as coisas, por volta das 15h50. Eu estava um pouco cansada, mas bem animada. O Bill também parecia bem cansado, e se sentou numa das cadeiras.

           - Está exausto, não é? – perguntei, em seguida me sentei ao seu lado.
           - Um pouco. – respondeu.
           - Desculpa por ter te enfiado nessa.
           - Que nada. – ele sorriu. – Eu até que gostei. Foi bem divertido trabalhar com você.
           - Conseguiu entregar todos os convites?
           - Sim. Mas nem todos confirmaram presença.

      Aquilo me preocupou.

           - Será que vai dar certo?
           - Claro que vai! – ele colocou sua mão sobre a minha. – O seu esforço não será em vão. Vai dar tudo certo sim!
           - Tomara.
           - É melhor você subir, e começar a se arrumar. Daqui a pouco os convidados começarão a chegar.
           - E você?
           - Vou ligar pro Tom, e pedir que ele fique enrolando por mais algum tempo lá no parque.

(Decoração da festa: http://s938.photobucket.com/albums/ad226/sakuralang/Nanny/)
      Me despedi do Bill, e peguei o elevador. Passei pela sala, e a senhora C estava assistindo televisão. Fui correndo pro banheiro pra tomar meu banho. Não demorei muito, pois a ansiedade e o nervosismo não me permitiram. Eu só ficaria tranqüila quando a festa estivesse acontecendo. Sai do banho, passei creme hidratante no corpo, desodorante... Fiz uma maquiagem mais caprichada. Pra eu não ficar com aquele cabelo liso, resolvi fazer alguns cachos. Coloquei minha roupa, e meu sapato. Me pus em frente ao espelho, ajeitei os últimos detalhes, e sai.

–--
(Contado pelo Bill)

      Eu já havia tomado meu banho, e desci pro salão novamente pra poder receber os convidados, enquanto a Kate não aparecia. O salão foi ficando cada vez mais cheio.

      Estava distraído, recebendo um casal e seu filho, quando senti alguém tocar meu ombro. Me virei, e fiquei extasiado.

           - Bill? – Kate estalou os dedos. – Oi! Tem alguém ai?
           - O quê? – voltei em si. – Desculpa.
           - Está tudo bem?
           - Sim, e... Você está muito... Bonita.
           - Valeu. – ela pareceu ter ficado sem graça. – Cadê o Tom?
           - Acabou de me ligar, e disse que chega em quinze minutos.

(Roupa da Kate: http://www.polyvore.com/cgi/set?id=23248508&.locale=pt-br)

      Uma moça se aproximou de nós.

           - Parabéns pela festa. – disse ela.
           - Ah não, não somos nós os aniversariantes. – Kate brincou.
           - A ornamentação ficou muito linda.
           - Obrigada. – responde Kate. – Mas eu não teria feito nada sem a ajuda ele. – olhou pra mim.
           - O Brian tem muita sorte em ter pais como vocês.
           - O quê? – dissemos em uníssonos.

      E aquela era a segunda vez que alguém confundia as coisas.

           - Não somos os pais dele. – responde Kate.
           - Não? – a moça pareceu confusa.
           - Sou a babá dele.
           - E eu sou apenas um visinho.
           - Estão falando sério?
           - Um-hum. – diz Kate. – Fizemos isso, porque os pais dele não têm muito tempo pra resolver esse tipo de coisas. Os dois trabalham demais.
           - Que pena. Mas tudo está lindo.

      Meu celular começou a tocar; era o Tom, avisando que já estavam chegando ao condomínio. A Kate pareceu ficar ansiosa. Os O’Connell apareceram, e cumprimentaram alguns convidados. As luzes do salão foram apagadas, e todos ficaram em silêncio, só esperando o momento em que o homenageado da festa fosse cruzar aquela porta.

           - O que estamos fazendo aqui? – pergunta Brian. – Está escuro. Eu quero ir pra casa.

      Der repente tudo ficou iluminado, e todos disseram em uníssono:

           - Surpresa!

      Brian ficou paralisado, e não disse uma palavra se quer. Seus olhos começaram a se encher de lágrimas, e a expressão de que iria chorar, começou a surgir em seu rosto. A mãe dele se abaixou, abriu os braços, e esperou que o filho fosse lhe abraçar. Mas a primeira pessoa a quem ele recorreu, foi a Kate. Brian correu até ela, e lhe abraçou. Como eu estava ao seu lado, notei que o garoto chorou um pouco, e ela também ficou emocionada com aquilo, mas segurou o choro.

Postado por: Grasiele

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