segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

The Nanny - Capítulo 28 - Mas e eu? E nós?

(Contado pela 3º pessoa)

           - Porque não me contou que conhecia o pai do Brian?
           - Porque eu não o conheço. – responde Laura, fechando a porta.
           - Pode ir parando, ok? – Kate joga sua bolsa no sofá. - Eu já sei de muita coisa!
           - Do que está falando? – parecia um pouco nervosa.
           - Sei você trabalhou um bom tempo com o pai dele, e que teve até um caso com ele.
           - Quem te contou isso?
           - Não interessa! Só quero saber por que não me disse nada?! – fez uma pausa. – Eu disse que se descobrisse a verdade, nossa amizade acabaria no ato, não é?
           - Kate, por favor, me deixe explicar!
           - Explicar o quê? Pensei que fossemos mesmo amigas, mas você vive mentindo!
           - Não! – ela se aproxima. – Tudo que falei até agora, era verdade.
           - E que história é essa de ter um caso com o homem alheio?
           - Sente-se, e irei te contar tudo.

      Kate se sentou na poltrona, e Laura no sofá. Ficaram em silêncio por alguns instantes, até que a Laura começou a contar toda a história.

           - Eu tinha uma namorada, que precisava se mudar pra cá, por conta de seu trabalho. E pra não terminar com ela, resolvi abandonar tudo e vir junto. Ela era assistente pessoal do Jack...
           - Quem é Jack?
           - Pai do Brian. – e foi continuando. – Por ela ser assistente, acabou me conseguindo um emprego como secretária dele. Tudo corria perfeitamente bem, até ele começar a dar em cima de mim. Cheguei até contar pra minha namorada, mas ela nunca acreditava, ou fingia não acreditar. Num dia, quando a Júlia não pôde ir pra revista, o Jack se aproveitou da situação, e me agarrou em sua sala. Fiquei revoltada, e lhe dei até um tapa no rosto. Ameacei dizendo que o entregaria pra policia, mas ele pareceu não se importar. Pedi demissão, e ele me disse “se você sair dessa empresa carregue sua namorada junto, e pode ter certeza que a vida de vocês será um inferno!”.

      Kate ouvia toda a história com muita atenção, e por vezes esboçava algumas reações.

           - Óbvio que fiquei com medo daquilo. – Laura continuava. – Principalmente pela Júlia não ter culpa alguma do que estava acontecendo. Se alguém tinha que sair daquela revista, era eu, e não a Júlia.
           - Esperai. – Kate interrompeu. – Está tentando me dizer que o Jack é dono daquela revista em que trabalhei?
           - Sim. Ele é proprietário de várias coisas aqui. O Simon é apenas um “escudo”, para ele não precisar aparecer com tanta freqüência.
           - Ok. Continue.
           - A Júlia acabou descobrindo que nos beijamos, mas ela só soube de algumas coisas, e por fim terminamos. Achei que aquela seria a oportunidade perfeita pra sair da revista, e novamente pedi demissão. Foi ai que o Jack me fez uma proposta.
           - Que tipo de proposta?
           - Ele disse “você tem muita capacidade pra crescer dentro desta empresa, não merece esse mísero cargo de secretária. Pago sua faculdade de jornalismo, se continuar a trabalhar comigo.”. Não iria aceitar, mas ele insistiu tanto, e foi acrescentando ainda mais coisas.
           - Você se vendeu por causa de uma faculdade? – perguntou Kate, incrédula.
           - E o que você faria se sua namorada lhe abandonasse, você não tivesse um lugar pra ficar, e ainda por cima, não conhecesse nada na cidade dos outros?
           - Voltaria pra casa.
           - Como? Eu mal tinha dinheiro pra pagar um prato de comida!
           - Você... dormiu com ele nesse período em que estou trabalhando na casa dele?
           - Não! – respondeu sem hesitar. – Não estamos juntos há muito tempo. Ele apareceu aqui após ter brigado com a esposa, mas dei um jeito de expulsá-lo.

      A conversa durou mais um longo tempo. Mas ainda assim, a Kate não parecia acreditar no que a Laura estava dizendo. Ela pegou sua bolsa, e saiu do apartamento sem dizer absolutamente nada.

(Contado pela Kate)

      Mesmo que eu quisesse muito acreditar no que a Laura estava dizendo, era difícil. Sei lá, as coisas não pareciam encaixar perfeitamente. Pra mim, ela ainda está escondendo alguma coisa. E da mesma maneira que descobri por boca de outras pessoas, acabarei descobrindo o restante da verdade.

      Na rua, peguei um táxi e pedi ao motorista que ficasse rodando pela cidade, pois eu precisava pensar um pouco. Eu queria conversar com alguém, mas naquele momento a única pessoa “disponível” era o motorista. Um senhor de idade, de aparência simpática, e até parecia o meu avô.

           - Pelo seu rostinho triste, parece estar passando por maus bocados, não é?
           - Descobri algumas coisas sobre a minha melhor amiga, que não me agradaram muito. Perguntei se eram mesmo verdades, mas ela negou.
           - E você não sabe se acredita nela ou não.
           - Exato.
           - Posso dar um conselho?
           - Claro.
           - Espere. Simplesmente espere, pois o tempo irá lhe mostrar a verdade. Nada ficará escondido.

      Ele realmente se parece muito com meu avô. E após ter me dado esse conselho, o senhor me deixou no condomínio. Ele foi tão bonzinho comigo, que cobrou apenas a metade do preço. Lhe agradeci, e desci do carro. Entrei no condomínio, e peguei o elevador. Fiquei pensando no conselho que o senhor havia me dado, até que as portas do elevador foram abertas. Sai, abri minha bolsa, peguei a chave, e entrei no apartamento.

      O Brian veio correndo até mim, e me abraçou com força. A senhora C estava assistindo televisão, e não desviou seu olhar da mesma quando entrei. Deixei o pequeno ali, e fui pro meu quarto. Tranquei a porta, e me joguei na cama. Permaneci olhando pro teto por alguns minutos. Me levantei, tirei minha roupa ali mesmo, e fui pro banheiro usando apenas lingerie. Abri as torneiras da banheira, e enquanto a água preenchia a mesma, eu me colocava em frente ao espelho e prendia meu cabelo. Tirei o sutiã, em seguida a calcinha, e caminhei até a banheira. Entrei, e fiquei de molho por longos e relaxantes vinte minutos. Queria ficar ali por mais algum tempo, mas a água estava começando a ficar fria.

      Sai do banheiro enrolada numa toalha branca, abri o guarda-roupas e peguei um short jeans, uma blusa xadrez vermelha, e meu all star. Passei desodorante, creme hidratante, me vesti, passei perfume, deixei o cabelo solto, pois ele estava molhado, e fiz uma leve maquiagem.


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(Contado pelo Bill)

      Georg e Gustav vieram até aqui para nos conhecermos melhor, e começarmos a nos adaptar um com o outro, já que passaríamos um enorme tempo juntos. Iríamos fazer o primeiro ensaio no dia seguinte, e eu estava ansioso para que isso acontecesse mesmo. Apesar do pouco tempo, nós já estávamos nos divertindo muito. E mesmo estando brigado com o Tom, não deixei que os outros dois percebessem isso, pois nossos problemas não devem interferir em nada.

      A conversa estava muito boa, e aproveitávamos para jogar vídeo game. Ouço a campainha tocar, e me levanto para ir atender. Abri a porta, e era a Kate.

           - Será que... Poderíamos dar uma volta? – pergunta ela.
           - Claro! – respondo. – Só me dê um minutinho.

      Insisti para que entrasse, mas ela não quis. Preferiu ficar ali na porta mesmo. Fui até o quarto, peguei minha carteira e as chaves do carro e da casa. Ia passando pela sala, quando o Tom diz:

           - Vai sair agora, é?
           - Sim, por quê? – me viro pra ele.
           - Porque nós temos visitas. – diz ele.
           - Só porque somos uma banda, não significa que precisamos ficar juntos no mesmo lugar! – fiz uma pausa. – Também preciso viver a minha vida paralela, e com certeza os meninos não se incomodarão com isso, não é?
           - Não. – responderam em uníssono. O Tom ficou calado.

      Sai de casa, e encontrei a Kate em frente a porta do elevador. Entramos, e descemos até a garagem. Dei partida no carro, quando ela colocou o sinto de segurança.

      Pouco depois, estacionei no parque que costumávamos ir. Iniciamos uma caminhada.

           - A Laura já teve um caso com o pai do Brian. – disse Kate.
           - Nossa! – disse incrédulo.
           - Também não estou acreditando, mas é verdade.
           - E já falou com ela sobre isso?
           - Sim. Conversamos por várias horas, e ela me contou como tudo aconteceu.
           - E como você ficou, depois de saber disso?
           - Bem, eu já estava com um pouco de dificuldade em acreditar nela, e depois dessa, as minhas dúvidas parecem ter aumentado.
           - Entendo.
           - Estava pensando e... Percebi que a minha vida, ao invés de melhorar, ela está piorando cada vez mais, depois que comecei a cuidar do Brian.
           - Como assim?
           - Antes eu não tinha tanto medo de perder um emprego, e agora tento fazer o impossível pra isso não acontecer.
           - E isso é ruim?
           - Não sei. – ela fez uma pausa. – Estou pensando em pedir demissão.
           - O quê? – parei, e fiquei de frente pra ela. – Não! Você não... Não pode fazer isso.
           - Eu não agüento mais ter que ficar entre um casal que passa praticamente vinte e quatro horas brigando, e um desses motivos, inclui uma pessoa que eu já levei pra dentro daquela casa! Não agüento mais ter tapar o sol com a peneira, cuidando do Brian, que sente falta do carinho de uma mãe!
           - Kate... Você não pode largar este emprego!
           - Talvez seja uma ótima oportunidade pra mãe do Brian ficar mais tempo com ele. E ela pode muito bem contratar outra babá.
           - O Brian não precisa de outra babá! Ele precisa de você!
           - Ele é uma criança, e irá se acostumar facilmente com outra pessoa.
           - Ok, digamos que ele consiga se acostumar. Mas... Mas e eu? E nós? Eu não conseguirei me acostumar sem você. – ela ergueu sua mão direita, e passou a mesma em meu rosto.
           - As coisas não irão mudar entre nós. Muito pelo contrário, elas só tendem a crescer ainda mais.
           - Mas você precisará se mudar pra outro apartamento.
           - Eu sei. E isso não significa que ficaremos longo um do outro.
           - Os trabalhos com a banda começam ainda nessa semana, e parece que não acabarão por tão cedo. Se você continuar lá no condomínio, as coisas ficariam bem mais fáceis.
           - Darei um jeito de ir de visitar.
           - Não quero ver você só em pequenas visitas! Eu te quero sempre perto! O mais perto possivel! – me aproximei dela.
           - Pra tudo há uma solução.
           - Por favor... Não peça demissão. Tanto eu, quanto o Brian, não agüentaríamos ficar longe de você.
           - Olha, eu prometo ficar até o próximo mês.

      Tentarei convencê-la de todas as maneiras, que deve ficar. Farei o impossível, se for preciso. Mas longe da Kate, não ficarei.

Postado por: Grasiele

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