segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

The Nanny - Capítulo 27 - Need You Now!

São 1:15
Estou completamente só e preciso de você agora
Disse que eu não viria
Mas perdi todo o controle e preciso de você agora
E não sei como sobreviver
Só preciso de você agora

(Contado pelo Bill)

      Aquilo estava tão bom, que nem ao menos notei quando a porta do apartamento foi aberta.

           - Você quebrou a nossa promessa, e trouxe essa garota aqui sem me avisar?! – disse Tom. 

      Nosso beijo foi interrompido.

           - Tom?! – disse, e sai de cima da Kate.
           - O que ela faz aqui? – ele fecha a porta. Me levantei, e ajudei a Kate a fazer o mesmo.
           - Estávamos assistindo filme. – respondi.
           - Ah, é mesmo? – ele cruzou os braços. – Engraçado, porque não tô vendo a televisão ligada, e vocês dois estavam no chão, quase transando.
           - Tom! – o repreendi.

      Kate permaneceu calada.

           - Então quer dizer que você pode trazer qualquer garota pra dentro de casa, fazer a maior bagunça, e eu não posso?! – ele reclamou.
           - Não é bem assim. – disse. – E eu já disse que ela não é qualquer garota!
           - Não tô nem ai! Tínhamos uma promessa, e você foi o primeiro a quebrá-la!
           - É melhor eu ir embora. – disse Kate.
           - Concordo! – disse Tom.

      Ela ficou ainda mais sem graça após o Tom dizer aquilo, e caminhou em direção a saída. Fui atrás dela.

           - Kate! Kate espera! – a segurei pelo braço, e a fiz virar para mim. 
           - Eu sabia que isso não daria certo.
           - Por favor, não dê ouvidos ao que o Tom diz.
           - Mas ele tem razão. – ela se desvencilhou. – Ele tem toda razão!
           - Não! Ele não tem razão de nada! E também não pode me impedir de receber você lá em casa.
           - Bill, não quero que brigue com o Tom por minha causa. E talvez seja melhor mesmo eu não freqüentar a sua casa sem que ele saiba.
           - O quê?
           - Será bem melhor.
           - Não. O Tom não pode nos impedir de nada.
           - Olha... É melhor você entrar e conversar com ele. Amanhã a gente se vê, em outro lugar.

      Kate tirou a chave do bolso, e colocou na fechadura.

           - Espere. – a fiz virar novamente. – Me promete que... Que essa idiotice dele não mudará nada entre nós?
           - Outra hora falamos sobre isso.
           - Kate...
           - Outra hora, Bill. – me interrompeu.
           - Ok.

      Ela entrou, sem nem ao menos me dar um beijo. Fiquei parado ali no corredor por alguns segundos, até voltar pra casa. O Tom estava esparramado no sofá sujo de pipoca.

           - Você ficou doido?! – bati a porta, e ele não se deu o trabalho de olhar pra trás. – Porque disse aquilo?

      Dei a volta e fiquei de frente pra ele.

           - Não vem querer me dar sermão, porque você sabe que estou certo. – disse ele.
           - Só pode estar brincando, não é? – ri.
           - Não, não estou brincando. – se levantou. – Quando eu trouxe as minhas amigas aqui, você fez o maior barraco...
           - Nem adianta querer comparar, que isso não dá certo! – o interrompi. – A situação é completamente diferente.
           - Diferente por quê?
           - Porque o que você estava fazendo, era praticamente uma orgia!
           - Que exagero!
           - Exagero? Você trouxe cinco garotas pra cá, e aposto que transou com todas elas. Que nome se dá a isso?
           - Como se você e a Kate não tivesse feito isso.
           - E não fizemos!
           - Ah, tá. Mas se eu tivesse demorado mais um pouquinho, com certeza teriam feito. Você estava em cima dela!
           - Estávamos apenas nos beijando.
           - As coisas começam assim. Primeiro vem o beijo, ai sua mão boba começa a tirar a roupa dela, e as coisas vão ficando mais quente, e o resto você já sabe.
           - Você é um... Um idiota, sabia?! Nem deve ter reparado a maneira como tratou a Kate. Praticamente a chamou de puta!
           - Não está faltando quase nada pra ela ser isso mesmo.

      Ouvir aquilo foi a gota d’água. O sangue do meu corpo pareceu ter subido pra cabeça. Não consegui me controlar, e dei um soco no Tom, que o fez cair.

           - NUNCA mais repita isso! – disse, com raiva. – Ela NÃO é o que você pensa! – ele se levantou.
           - Esse soco que me deu, você receberá de volta, quando a sua namoradinha lhe trair com a melhor amiga!
           - Cale a boca, Tom!
           - O que foi? Está com medo?
           - Já disse pra calar a boca!
           - Eu tenho pena de você, Bill. – ele caminhou em direção ao corredor que dá acesso aos quartos, mas no meio do caminhou parou. – Vou me deitar, e amanhã quando eu acordar quero que esta sala esteja novinha outra vez.

      Não sei porque, mas acho que já ouvi essa frase antes. Ah, fui eu quem disse ao Tom. Ele se retirou, e fiquei lá no meio da sala, sozinho. Passei o resto da noite arrumando tudo, e tentando deixar as coisas limpas como antes.

(Contado pela Kate)

      Acordei ao ouvir o despertador tocar. Estava com sono, mas precisava me levantar. Fiz um pequeno esforço, e consegui chegar ao banheiro. Prendi o cabelo, fiz minha higiene bucal, tomei meu banho. Sai enrolada numa toalha branca, abri o guarda-roupas. O dia não estava como o anterior, muito pelo contrário, estava meio frio e ventava um pouco. Passei o desodorante, creme hidratante pro corpo... E me vesti. Penteei o cabelo, e resolvi deixar solto mesmo. Passei rímel, blush, e gloss. Coloquei aquilo que achava necessário dentro da minha bolsa, e sai do quarto.


      Cheguei à cozinha, e encontrei a Brenda preparando o café dos O’Connell. Coloquei minha bolsa em cima de uma das cadeiras, e me sentei em outra.

           - Bom dia, gata! – disse.
           - Que felicidade é essa? – pergunta ela.
           - Só contarei, se prometer não fazer gracinha ou qualquer tipo de comentário.
           - Ok, eu prometo.

      Me levantei, e me aproximei dela. Aproveitei que ela cortava alguns morangos em pedaços, e comi um pouco.  

           - O Bill disse que gosta de mim.
           - Tá falando sério? – ela parou o que estava fazendo, e me olhou.
           - Um-hum. Ele... Ele disse que está apaixonado.
           - Que fofo. E você?
           - Eu o quê?
           - Como assim “eu o quê?”. Você gosta dele?
           - Acho que sim.
           - Acha?
           - Eu gosto dele, sabe? Mas... Tenho medo de não dar certo e um de nós acabarmos machucados.

      A nossa conversa teria sido mais longa, se o Brian não tivesse aparecido todo sorridente. Ele veio correndo me abraçar, como se tivesse passado um tempão sem me ver.

           - Hoje eu vou pra escola, não é? – pergunta ele.
           - Claro que vai! – respondi.

      Até parece que ele adora estudar. A senhora C havia saído bem cedo pro trabalho, e o senhor C, eu nem tinha visto. Na verdade, a coisa mais rara era ver esses dois dentro de casa. O Brian e eu tomamos o café juntos, e depois lhe disse para escovar os dentes, pois se não chegaríamos atrasados.

           - Já tô indo! – disse Brian, correndo pro banheiro.

      Pouquíssimo tempo depois, ele reaparece.

           - Escovou os dentes? – perguntei, desconfiada.
           - Sim. – respondeu.
           - Não deu tempo.
           - Deu sim.
           - Vem, vamos escovar isso direito.

      O segurei pela mão, e fiquei observando ele escovar. Só depois que saímos de casa. Na rua, pegamos um táxi, para chegarmos mais rápido ao colégio. Assim que descemos do carro, o Brian gritou:

           - Olha o Bill ali! – apontou, e correu até ele.

      Mas o quê que o Bill faz aqui? Pensei. Me aproximei.

           - Oi, Kate. – disse ele.
           - Oi. – respondi, e sorri.

      O sinal do colégio tocou, dei abraço, em seguida um beijo no Brian, e o acompanhei até o portão de entrada. Fiquei observando-o até uma das professoras pegar em sua mão.

           - Aceita tomar um suco, ou qualquer coisa comigo? – pergunta Bill.
           - Claro.

      Fomos até aquela lanchonete que costumamos ir. Nos sentamos numa mesa próxima a janela, e fizemos o pedido.

           - Queria pedir desculpas pela palhaçada que o Tom fez. – disse ele.
           - Tudo bem, já passou. Mas... Vocês brigaram?
           - Sim. – respondeu após algum tempo. – E fica tranqüila, porque você não teve culpa de nada. Ele que foi um idiota, e disse coisas que não deveria.
           - Mas ainda assim, eu tive um pouco de culpa. Se eu não tivesse ido a sua casa àquela hora, nada disso teria acontecido.
           - Não se culpe.

      O garçom se aproximou, e deixou o nosso pedido.

           - Eu queria... Saber uma coisa. – segurou minha mão.
           - O quê?
           - Nós dois... – parecia não saber como iniciar o assunto. – Temos algum futuro?
           - Bill... A primeira coisa que prometi a mim mesma quando aceitei trabalhar na casa dos O’Connell, é que não iria me envolver ou me apaixonar por ninguém...
           - Já entendi. – soltou minha mão, e abaixou um pouco a cabeça. – Nós não temos futuro.
           - Posso terminar de falar?
           - Desculpa.
           - Então, como eu estava dizendo – suspirei. -, prometi que nada disso poderia acontecer comigo. Mas você sabe tanto quanto eu, que nem sempre os planos dão certo, e as pessoas mudam.
           - Um-hum.
           - E foi exatamente isso que aconteceu. – ele ergueu a cabeça, e me olhou.
           - Está querendo dizer que...
           - Preciso dizer uma coisa. – o interrompi. – Mas essa coisa deve ser dita exatamente da mesma maneira que uma pessoa me disse. – me levantei, segurei na mão dele, e o fiz levanta. Aproximei meus lábios de seu ouvido, e sussurrei. – Estou completamente... Apaixonada... Por você.

      Me afastei um pouco, e o olhei nos olhos. Nem eu estava acreditando no que eu acabara de fazer. Uma de suas mãos tocou meu rosto, me fazendo fechar os olhos, e os abrir em seguida. Um arrepio percorreu meu corpo, e meu coração já batia descontroladamente. Senti suas mãos enlaçarem minha cintura e me puxar para perto, colando nossos corpos de uma maneira que eu sentia as batidas de seu coração. Seus lábios tocaram os meus, e tive a sensação de estar flutuando. Senti as tão famosas e agradáveis borboletas no estômago.

      Cheguei em casa com um sorriso que ia de uma orelha a outra. Fechei a porta, e fiquei escorada nela. Por um instante meus olhos se fecharam, e pude ver e até mesmo sentir o momento exato em que nos beijávamos. Parecia um sonho, e eu não estava a fim de acordar. Mas como dizem “alegria de pobre dura pouco”, e aquele sonho foi interrompido.

           - Kate! – a senhora C me chamou. – Pode vir até meu escritório?
           - Sim, senhora. – respondi, e caminhei até lá.

      Como ela havia pedido, fechei a porta e me sentei numa das cadeiras. Pelo olhar dela, o que viria a seguir não era muito bom.

           - Aconteceu alguma coisa? – perguntei.
           - Te chamei aqui, pois precisamos ter uma longa e séria conversa.

(Contado pela 3º pessoa)

      O apartamento estava silencioso. Laura havia acabado de sair do banho. Ela coloca roupas confortáveis, que haviam sido escolhidas pouco antes de entrar no banheiro. Se arruma, e vai até a cozinha. Abre alguns armários, geladeira, e pega o necessário para preparar um sanduíche. Ela guarda tudo, e se senta à mesa. Quando estava prestes a dar a primeira mordida, sua campainha toca.

           - Mais que droga! – ela reclama.

      Se levanta com raiva, e vai atender. Abre a porta, e a Kate já entra dizendo:

           - Porque não me contou que conhecia o pai do Brian?

Postado por: Grasiele

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