sexta-feira, 8 de julho de 2011

Nós Dois - Capítulo 8

                                    Você carrega veneno nos lábios.

Mila: Meus Deus, eu preciso ir pra casa.
Falei me levantando e olhado em volta para ver onde todas as minhas roupas haviam ido parar.
Tom: Ham? Não..porque? Você não pode ir agora.
Mila: Eu tenho que voltar pra casa, minha tia já deve estar preocupada. Meus Deus já são nove horas. Eu tenho que voltar agora.
Ele me puxou pelo braço tirando minha atenção das roupas que eu tentava achar.
Tom: Eu não quero ter de rodar o bairro inteiro pra te achar. Me deixa o seu telefone.
Ham? Como assim? Ele iria rodar o bairro inteiro pra me procurar depois disso?
Mila: Você tem certeza disso?
Tom: Qual é o seu telefone? Ou onde você mora?
Mila: Eu não sei se...
Tom: Mila!
Ele pegou o celular dele e anotou o numero que eu passei. Depois de colocar pelo menos a calça, ele me levou até a porta.
Tom: Eu posso te levar até a sua porta, não tem problema.
Mila: Tem sim, alguém pode me ver, é melhor não.
Eu fiquei em silêncio sem saber se deveria lhe dar um beijo de despedida ou simplismente um tchau. Foi ele que me empurrou contra o vidro da porta me roubando um chupão que me faria perder metade do fôlego que eu precisa pra chegar em casa correndo.
Tom: Vai.
Eu sai correndo pelo quintal meio que com a cabeça abaixada. Quando comecei a correr mesmo, foi que percebi o quanto me ardia tudo por dentro.
Mila: Merda, que dor.
Aproveitei que não tinha ninguem na rua e fui com uma mão apertando minha vagina até em casa. Eu parecia uma loca mancando e com o braço preso entre as pernas. Fui gargalhando sem controle pela rua até chegar em casa.
Eu dei um tempo na porta até conseguir entrar sem parecer eufórica.
Mila: Tia?
Angela: Ei, se perdeu por ai foi.
Eu segurei o riso. Sim claro me perdi nos braços de uma alemão. Ai meu Deus, podre.
Mila: Eu fiquei escutando musica e esqueci da hora tia, me desculpe.
Merda eu estava sem o meu mp3 na mão, mas ela nem percebeu.
Angela: Ok, só não perca muito hora. Amanha você acorda cedo.

Subi para tomar meu banho correndo. Quando cheguei no banheiro, tirei a roupa e não resisti em olhar para o espelho. Levei um susto com o que vi.
Mila: Meu Deus!
Eu estava cheia de marcas vermelhas, no peito, na barriga, pescoço, nas pernas. Minha virilha estava vermelha e inchada.
Mila: Minha tia não pode ver isso. Ainda bem que estamos no inverno, eu vou me cobrir inteira.
O cheiro dele estava impregnado na minha pele. Fechei os olhos e com o perfume quase pude sentir o toque dele novamente.

Na manha seguinte no carro minha tia me comunicou que estava preocupada em me deixar sozinha no final de semana. Ela iria sair, mas não quis me dizer o que era, estava envergonhada.
Mila: Qual é tia. Pode me falar. Você vai sair com um namorado.
Angela: Ai Mila. Sim é isso. Mas vai ser somente uma noite. Sábado a noite. Eu não queria te deixar mesmo sozinha.
Mila: Tia, pelo amor de Deus né, eu sei me cuidar muito bem. Sei cozinhar, e pelo o que a senhora disse, o bairro é tranquilo, não vai ter nenhum problema.
Mila: Huum, não sei, vou ver o que decido.
Eu não tinha planos para o Sábado, não mesmo, porque eu não sei o que ele faria daqui pra frente, hoje era Quinta - Feira ainda. Não sei como as coisas ficariam depois de ontem.

Na escola fiquei tentada a contar a Monica o que havia acontecido ontem. Ela chegou empolgada querendo me contar que iria sair nesse Sábado com um garoto que ela gostava.
Monica: E você? Vai fazer o que?
Mila: Eu vou ficar em casa, minha tia vai sair, por isso...
Monica: Vai ficar em casa? - Ela olhou pra mim levantando a sobrancelha duvidando da minha "honestidade".
Mila: Eu não sei o que vou fazer Monica.
Monica: Mas o Tom Kaulitz pode aparecer e te atacar.
Mila: Fala baixo Monica, caramba. E...ja aconteceu.
Monica: Haha o que aconteceu? - Ela falou distraída.
Mila: Ontem, a gente transou.
Monica: O..o..O QUE?
O professor olhou feio pra gente, nós viramos pra frente.
Monica: Eu não acredito Mila. Ele..ele, tirou sua virgindade?
Mila: Caramba vamos parar de falar isso aqui porque você esta descontrolada.
Monica: OK, eu falo baixo. Vocês transaram aonde?
Mila: Ele me levou pro studio da banda. O Bill tava la com mais dois produtores. Ele ligou para eles irem embora e depois me levou pra la.
Monica: Você vai me contar TODOS os detalhes, não me esconda nada.
Mila: No intervalo eu conto.

Enquanto eu esperava Monica, que estava no banheiro, recebi uma mensagem no celular. Olhei o visor e era ele. Eu quase cai pra tras, por essa eu não esperava, mesmo.
Me sentei na mesa do refeitorio para ver. Ele escreveu.

- Não cheguei a te machucar? Machuquei?

Eu respondi.

"Eu estou cheia de marcas vermelhas pelo corpo, e la em baixo arde muito."

- Haha, me encontra mais tarde que eu assopro até passar.

"Sério? Mais tarde? Tem certeza?"

"Absoluta, queria você aqui no meu colo agora. Ontem não foi o suficiente pra mim."

Eu comecei a rir sozinha na mesa. Monica apareceu e me perguntou o que acontecia.
Mila: Não foi nada.
Guardei o telefone e fui pegar meu almoço. Quando voltei, Monica me pentelhou até eu contar o que havia acontecido ontem. Contei o que eu pude, não todos os detalhes. Falei como ele era nu. Se ele foi carinhoso ou não, no caso não. E se doeu. O que eu disse com todas as letras que doeu, e muito.
Monica: Mas assim. Você gosta dele? Tipo, namoraria com ele?
Mila: Ele não vai querer namorar comigo Monica, eu nem tinha pensado nisso. E eu gosto dele, sei la, eu não penso nele, digo, não sonho com ele. Eu só to vivendo isso, sei la eu não tenho pensado nisso.
Monica: Porque todo mundo sabe que ele sempre ta com uma garota diferente.
Mila: Porque comigo seria diferente né? Eu to ligada nisso.

Na volta Monica veio comigo e minha tia de carona. Minha tia nos deixou na casa dela para conversarmos mais.
Angela: Não demora, ta.
Não consegui conversar muito com Monica. Alguns minutos depois, ele me ligou no celular, fui obrigada a atender na frente de Monica.
Mila: Haam, oi. Sim, tudo bem...éée. Não vai dar eu tenho que ir pra casa. Eu estou na rua sim mas tenho que voltar. To na casa de uma amiga.

Ele queria me encontrar de qualquer forma. Eu olhava pra Monica que me olhava prestando atenção, e preocupada. Eu desliguei.
Monica: O que foi? Fala fala!
Mila: Ele quer me encontrar agora. Disse que mais tarde vai estar no studio mas vai estar ocupado. Droga, eu tenho que ir pra casa, minha tia pediu minha ajuda em uns trabalhos la.
Monica: Cara, sério. Porque ele vive atrás de você? Assim, eu não conheço o Tom Kaulitz profundamente, conhecia até agora como o guitarrista do Tokio Hotel. Mas eu nunca achei que ele ficaria atrás de uma garota assim.
Mila: Ele só quer sexo Monica.
Monica: Aham, de uma garota quase virgem e inesperiente. Estranho.

- Monia, já era para você ter entrado. - A mãe de Monica gritou.
Mila: Monia?
Monica: Minha mãe me chama assim. Olha, ele ta apaixonado por você, só pode.
Mila: Apaixonado Monica? Claro que não. Ele deve ter um garota assim em cada lugar que ele frequenta. Eu não te falei da garota que ele tava no posto. Ele deve sair com varias ao mesmo tempo.
Mila: Não sei. Fica esperta então.
Monica entrou e eu voltei para casa andando. Eu disse que não importava com o que ele fazia quando não estava comigo, mas era mentira. Me queimava de ódio só de imaginar que ele fazia o mesmo com outras.
No caminho decidi ligar para ele para dizer que eu não poderia mesmo encontra lo hoje, ele continuou insistindo.

- Aonde você ta? Fala que eu passo ai. É rápido.

Eu então falei qual rua eu estava. Ele desligou e dois minutos depois estava parando do meu lado na calçada. Eu entrei no carro. E antes de conseguir olhar para ele, nossos corpos já estavam colados, trocando beijos e caricias desesperadas. Mau tive tempo de sentir vergonha em olhar para ele depois da noite de ontem, ou de ficar aquele clima esquisito.

Eu batia minha cabeça no vidro toda vez que ele batia sua cintura na minha. Parecia querer abrir minha calça somente com o pênis ereto.
Mila: Tom, Tom, para, para.
Consegui pronunciar essas palavras quando ele dava pausa para respirar entre os beijos.

Mila: Tom, para, agente não pode fazer isso aqui.
Empurrei ele que se ajeitou no banco, colocando o goro no lugar e ajeitando as calças.
Mila: Quer ser preso? A gente não pode ficar aqui no seu carro parados por muito tempo.
Ele deu partida no carro e ficamos dando voltas pelo bairro.
Tom: Porque você não pode me encontrar mais tarde?
Mila: Porque nem era pra eu estar aqui agora. Minha tia quer que eu ajude ela com alguns trabalhos. Não posso sair.
Tom: Aonde você estuda?
Mila: Eu não vou dizer.
Tom: Porque não?
Mila: Porque você é maluco.
Tom: Eu poderia te pegar depois da aula algumas vezes.
Mila: Tom, acorda, minha tia trabalha na escola que eu estudo, eu venho embora com ela todos os dias.
O carro se aproximou da minha esquina.
Mila: Para para aqui! - Ele freiou o carro.
Tom: Amanha eu não sei se vou passar por aqui. Se eu não for pro outro estudio, e vier pra ca, provavelmente não vou poder encontrar você.
Mila: Escuta. Sábado a noite eu vou ficar sozinha em casa. Minha tia vai dormir fora.
Ele olhou pra mim pensativo, como se bolasse algum plano. Segurou o volante e olhou pra frente.
Tom: Huum. Ok. Sábado a noite eu ria fazer outra coisa mas posso vir pra ca.
Não sei porque mas não gostei do tom na voz dele, como se tivesse abrindo mão de algum programa interessante.
Mila: O que você iria fazer Sábado? Ele virou pra mim fingindo não entender minha pergunta.
Tom: Hum?
Mila: Você escutou.
Tom: Iria sair.
Mila: Ok, eu não vou perguntar o que você iria fazer, não é da minha conta.
Empurrei a porta para sair do carro, ele me segurou.
Tom: Hey!
Ele me puxou para me beijar, e mesmo eu querendo ser fria com ele, seu beijo me fez querer ficar. Parece que ele beijava daquele jeito pra provocar o tempo todo, pra mostrar o quanto é irresistível. Ele parou de me beijar encostando somente os lábios no meu.

Mila: O que foi? - Falei fechando os olhos.
Tom: Você carrega veneno nos lábios.
Ele havia lido meus pensamentos, era exatamente o que eu pensava sobre ele.

Me soltei do braço dele e fui pra casa. Ele arrancou com o carro e foi embora rapidamente. Até chegar em casa fui pensando no que ele pretendia fazer no Sábado. Mas que droga, eu morria de ciumes dele. Eu estava indo pelo caminho errado.

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