segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Wenn Nichts Mehr Geht - Capítulo 12- Por onde andará Tom?

Essa semana foi tudo tão triste aqui em casa, meus pais mal falavam comigo, parecia até que eu havia cometido algum crime. Eu tentava ‘puxar’ algum assunto para amenizar o clima pesado que dominava todos os momentos em que a família estava junta, mas recebia apenas comentários sarcásticos e respostas frias.
Por que eles não me aceitam do jeito que eu quero ser? Por que eles estão me tratando assim? Eu nunca dei motivos para que se decepcionassem comigo, ou para envergonhá-los como tanto temiam. Isso não era justo.
Quando eu não estava no trabalho ia para casa da Gi e ficávamos jogando conversa fora, contei a ela sobre o Tom e as coisas que havíamos feito, me sentia muito a vontade para conversar sobre esses assuntos com minha amiga, apesar de ela querer sempre saber de tudo nos mínimos detalhes.
Perguntei sobre George, o cara que ela estava namorando. Fiquei surpresa ao saber que ela havia terminado tudo quando descobriu que ele estava envolvido com coisas erradas, chegando a quase ser preso por assalto a mão armada.
Eu evitava o máximo que podia ficar em casa, pois os poucos momentos ao lado de minha família eram tensos e me entristeciam muito.
Queria contar tudo o que estava acontecendo em minha casa para o Tom, mas ele não me ligava. Eu até pensei em ligar para ele, mas ele poderia achar que eu sou muito grudenta ou então que estava querendo controlá-lo, então achei melhor esperar que ele entrasse em contato comigo.
Como se passaram dias e nem sinal do Tom, comecei a ficar preocupada. Teria acontecido alguma coisa com ele?
Eu não podia ficar sem notícias dele e com toda essa aflição. Já bastavam os problemas que tinha em casa.
Então quando sai do trabalho fui até o prédio onde ele morava, mas fui informada pelo porteiro que ele não estava em casa. Cheguei até ligar para o seu celular, mas estava fora de área.
Já estava no caminho do ponto de ônibus, quando me lembrei que uma vez Tom havia me dito que sempre ficava em um barzinho bem perto dali. Boêmio do jeito que Tom era talvez ele estivesse lá.

Comprei uma Coca-Cola com um vendedor ambulante aproveitando para lhe perguntar se por acaso ele conhecia o local. Ele disse que era um lugar muito freqüentado pelos jovens do bairro e me mostrou como chegar até lá.
Como era perto fui caminhando, aproveitando o vento suave daquele fim de tarde e torcendo para que o Tom estivesse lá, afinal eu estava morrendo de saudades.

Enfim cheguei ao tal bar, do outro lado da calçada avistei meu Tommy. Ele estava segurando uma garrafa de alguma bebida indo em direção à uma mesa e ao seu lado caminhava provavelmente um amigo, segurando alguns copos. Infelizmente ele devia estar acompanhado pelos amigos o que impediria que eu matasse devidamente a minha saudade, no entanto eu saberia mais da vida do Tom e das pessoas com que ele andava, o que era bom.
O trânsito era muito movimentado naquela rua, enquanto aguardava o sinal fechar o observava. Eles se dirigiram as mesas que estavam do lado de fora do bar, e para minha surpresa sentaram em uma em que haviam duas belas mulheres. Na hora tive muito ciúme, mas eu não podia fazer um escândalo por causa das amigas dele, é comum e aceitável que uma pessoa tenha amigos do sexo oposto.
Finalmente o sinal fechou, uma senhora ao meu lado pediu que eu a ajudasse a atravessar a rua, ao olhar para os lados para ver se era realmente seguro, meus olhos de relance viram aquela cena, não consegui acreditar no que eu estava vendo, meus olhos só podiam estar me enganando. Não é possível! Só podia ser mentira. Tinha que ser mentira!
Tom estava aos beijos com uma das mulheres sentadas a mesa. Trocavam beijos calorosos como que não se importassem de estarem em um lugar público.
Fiquei paralisada ali naquela calçada, meus olhos encheram-se de lágrimas, senti uma dor no peito como se pudesse sentir meu coração se despedaçar com aquela cena.

– Mocinha? Você está passando mal minha filha? – disse a senhora.

Não lhe respondi nada, apenas soltei seu braço e sai correndo dali, sem rumo, sem direção. Não agüentaria ver mais nenhum segundo daquilo. Eu precisava esquecer, precisava fingir que não havia visto nada, acreditando assim que era “coisa da minha cabeça”, que eu havia me confundido ou interpretado mal.
As pessoas me olhavam assustadas, procuravam saber do que ou de quem eu estava correndo. Mas elas não poderiam imaginar que eu estava fugindo de algo que elas não podiam ver ou perceber. Eu estava desesperadamente tentando fugir da minha dor, do sofrimento e tristeza que cismavam em me atormentar.
A chuva caía e as gotas que molhavam o meu rosto se misturavam com as minhas lágrimas. Gostaria que aquela chuva levasse com ela toda a minha tristeza, pudera aquela chuva lavar minha alma.
Já estava cansada de correr, não havia mais do que tentar fugir, tudo estava perdido.
Sentei em um banco de praça, e compulsivamente chorei, meus olhos ardiam e estavam doloridos mas não se comparava a imensa dor que eu sentia dentro de mim. Na esperança de esquecer tudo aquilo eu fechava meus olhos, mas a única cena que vinha a minha cabeça era a coisa que eu mais queria esquecer naquele momento.
Como pode o Tom ter feito isso comigo? Como ele foi capaz, mesmo sabendo de tudo que o Gustav já havia me feito? Por que ele me iludira de tal forma?
Passei mais algumas horas sentada ali naquele banco, lembrando de tudo que Tom e eu vivemos, mas sempre as boas lembranças eram interrompidas por aquele beijo.
Já era noite chovia forte e o vento estava muito frio, eu não podia ficar ali me levantei e fui para casa.

Estava toda molhada e ao chegar em casa minha mãe preocupada como meu estado, parecendo ter por um momento se esquecido de todas as discussões dos últimos dias, mandou que eu fosse tirar aquelas roupas molhadas e me agasalhar.
Não lhe disse nada apenas fui em direção ao meu quarto, peguei algumas roupas mas não pude me trocar ali pois minha irmã estava com uma amiga, então fui até ao banheiro.
Ao procurar pela escova de cabelo me deparei com os remédios que minha mãe guardava.
Qual seria o efeito de todos eles juntos? Talvez eles fossem a única maneira de fazer passar toda aquela dor, para sempre. Ninguém sentiria minha falta, chegando mesmo até demorar dias para que notassem minha ausência. Certamente apartir daí ninguém mais poderia me magoar, nenhuma lágrima minha seria derramada.
Abri o primeiro frasco, não era preciso ler o seu rótulo ou bula, a indicação que ele poderia ter não me interessava. E ao colocá-lo em minha boca, lembrei do Gustav e sua namorada, do que ela havia dito de mim, mais uma vez lembrei do Tom e de todos os planos que havia feito para nós dois. Nesse momento flash’s da minha vida inteira surgiram em meus pensamentos, o que me fez perceber que durante todo o meu viver eu fui a única que sai magoada, a única que ficou em prantos. Mas agora será diferente, agora eu dito as regras do jogo. Agora eu quero vingança.
Então guardei os medicamentos novamente na prateleira e voltei para o meu quarto.

Postado por: Alessandra

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Arquivos do Blog