segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Wenn Nichts Mehr Geht - Capítulo 16 - Um novo começo?

Finalmente o dia do festival chegou, mas me sinto tão enjoada, penso em talvez não ir, deixar para a próxima oportunidade. Mas quando ela surgiria? Talvez demorasse muito,
Então eu deveria fazer um esforço e ir. Não poderia desistir no primeiro obstáculo.
Me arrumei e sai para me encontrar com Giselle para irmos juntas.
Minha mãe reclamou,disse que aquilo não era hora de uma moça estar na rua. Minha vontade era de voltar e pedir para ela se calar, para me deixar viver a vida, para que por apenas um minuto parasse de reclamar de mim ou das coisas que eu fazia, que ela ao invéz de só me criticar, tentasse me conhecer, tentasse conversar comigo e que não me julgasse, me atirasse pedras como se eu fosse uma desconhecida em sua vida.
Será que isso era pedir demais?
Mas o tempo que eu gastaria com mais uma discussão poderia atrapalhar meus planos.


Encontrei Giselle na entrada da casa de shows. O lugar estava cheio de jovens vestidos todos de preto, uns com cabelos coloridos, e sempre usando uma maquiagem carregada. Eu me senti deslocada naquele lugar, minha roupa era de uma cor neutra, não parecia que eu queria ver aquele show. Ao ver o estilo de roupas que as pessoas usavam, logo percebi que talvez Bill não acreditasse que eu seria uma fã dele.
Mas eu deveria arriscar.

Assisti algumas outras bandas tocarem, mas eu estava ansiosa para ver o Tokio Hotel, ver o Tom.
Tentava me concentrar para não perder meu foco, não podia me deixar pelos sentimentos e esquecer o porque e para que eu estava ali.

A apresentação deles sem dúvida foi a melhor da noite, Tom estava lindo, ele tinha uma presença de palco incrível. As meninas gritavam por ele o que me deixou um pouco enciumada.
Fiquei encantada com a voz do Bill, realmente linda.

Embora estivesse muito animada com o show eu ainda me sentia muito enjoada, e para piorar ainda não sabia como me aproximar do Bill.
Quando acabaram de se apresentar, eles desceram do palco e se juntaram a platéia que a pouco delirava com o som contagiante que eles faziam. Todos da banda ficaram em um canto bebendo. Isso era muito ruim para mim, eu precisava que Bill estivesse sozinho. Não queria que Tom nos visse juntos ainda.
Então resolvi esperar pelo momento apropriado, mas esse momento parecia que não iria chagar nunca. Os gêmeos não se desgrudavam!

A cada minuto que passava ali me sentia ainda pior.
De repente me deu uma enorme vontade de vomitar, eu precisava sair dali. Sai correndo em direção a saída então me ajoelhei no chão e vomitei. Eu não havia comido nada demais, mas ultimamente eu estava me sentindo tão mal. Li em uma revista que a depressão faz com que as pessoas passem a ter também sintomas físicos além dos psicológicos. Então imaginei que fosse isso, que às coisas tristes que eu havia vivido estavam me fazendo sentir mal fisicamente também.

– Nossa que coisa nojenta! Isso é lugar para alguém vomitar?

Para minha surpresa tal critica vinha do garoto de visual estranho, Bill.
Ao notar que era ele vi meus planos irem água abaixo, essa não era uma boa primeira impressão a ser passada para alguém que se deseja conquistar. E a cara de nojo com que ele me olhava me deixou sem reação. Não sabia o que fazer, o que falar.

– Uma moça tão bonita, bêbada desse jeito! Que horror!
– Só pra você saber eu não estou bêbada, tá! Só estou passando mal.
– Pior ainda. Porque você não vai vomitar no banheiro?
– E porque você não vai à merda?
– Porque eu já estou nela.

Eu não esperava por aquela resposta, mais uma vez Bill havia me deixado sem ação.

– Desculpa, eu não queria ser grosso contigo. Me chamo Bill e você?
– Eu me chamo Camila. Você não foi grosso, foi intrometido!

Bill abriu um sorriso com um jeito tão doce, pelo qual eu nunca havia visto em outro homem.
Ele estava fumando e ao se aproximar de mim a fumaça de seu cigarro me fez sentir ainda pior, com mais ânsia de vômito, e não deu outra, vomitei de novo.

– Nossa o que você comeu, hein?
– Você está sendo intrometido de novo!
– Ta bom não falo mais nada, tudo que eu faço você diz que estou me intrometendo.
– É a fumaça do seu cigarro que está me fazendo vomitar! Apaga isso, cigarro mata!
– Eu sou intrometido e você abusada. Além disso, cigarro mata mas não sou eu que to vomitando...
– Cara você é chato, hein?! Se não apagar esse cigarro eu vomito em cima de você!
– Ta doida mulher! Essa roupa é caríssima!
– Sei... caríssima, já vi um monte igual essa na 25 de março.

Bill fez como quem estivesse muito ofendido com o que eu acabara de falar, mas logo depois fez um biquinho extremamente fofo e começou a rir.

– Você não vai apagar esse cigarro, mesmo vendo que eu estou quase morrendo aqui!
– Porra como se já não bastasse meu irmão querendo mandar em mim, agora umazinha que mal conheço também se acha no direito de dizer o que eu devo fazer!
– Umazinha nada! Me respeite, eu sou moça de família!
– Moça de família? Essas são as piores !!! – disse ele as gargalhadas.
– Agora você foi grosso!
– Falar a verdade agora é ser grosso? É esse mundo está mudado mesmo.
– Eu não vou ficar ouvindo gracinhas de ninguém. Tchau!
– Não, fica! Por favor!
– Eita, você mal me conhece! Aliás você não me conhece, e já vem me pedindo pra ficar! Muito carente você, hein.
– Não, não é isso. É que... eu gostei da sua companhia, você é divertida.
– Ah ta, conta outra cara, porque essa não colou.
– Você ta pensando o que, que eu quero deflorar a moça de família?
– Na verdade, eu estava achando que você queria continuar me enchendo a paciência... Mas se você quer isso pior ainda! Agora que eu vou embora mesmo!
– Larga de ser besta! Eu só quero conversar...desabafar sabe?! Eu achei que você seria uma pessoa legal para isso. Mas vejo que me enganei.
– E você desabafa com alguém que você mal conhece? Muito estranho você.
– Acontece que há coisas que você se sente mais confortável contando para alguém desconhecido,do que para alguém que você conhece há anos.

Postado por: Alessandra

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