segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Wenn Nichts Mehr Geht - Capítulo 11 - A Briga


Minha mãe apesar de ter ameaçado contar o ocorrido para o meu pai, ela não o fez, me deixando assim muito aliviada.
Depois disso me encontrei mais algumas vezes com o Tom, ele não era muito romântico, na realidade as vezes se tornava até demasiado rude. Mas todos os momentos que passamos juntos foram maravilhosos.
Porém nesses últimos dias Tom não tem me ligado, nem sequer para marcar encontros ou coisas assim. Ele me disse ter uma banda, ainda não muito conhecida mas que tomava muito do seu tempo, então penso que seja esse o motivo de seu distanciamento.

Ao voltar do trabalho descubro que minha mãe havia contado ao meu pai que ultimamente eu andava muito estranha. Meu pai quis saber o porquê da minha rebeldia, o que estava acontecendo comigo. Apesar de saber que ele iria ficar irritado, eu precisava contar a verdade, não podia ficar inventando mentiras para as pessoas que eu amava. Mesmo com todas as broncas e toda a pressão sobre mim, eu amava meus pais. Não me sentia bem em enganá-los. Minha mãe sempre foi minha amiga, sempre conversávamos bastante, claro que não contava para ela tudo sobre minha vida assim como fazia com a Gi, mas sempre tivemos uma relação muito boa.
Contei para eles que eu não estava satisfeita com a vida que estava levando, que precisava mudar.
Meus pais não entenderam a razão dessa mudança de comportamento, disseram que tudo em minha vida era perfeito, que eu devia me orgulhar do modo como era, e não querer mudá-lo. Eu expliquei que eu queria mudar, e já estava mudando apenas algumas coisas em mim, que apesar de parecerem não significar muito, para mim faziam uma grande diferença. Tive uma conversa que nunca havia tido com eles. Questionei os meus horários, a minha falta de liberdade, o preconceito besta que eles tinham em relação a algumas pessoas, enfim disse tudo o que queria dizer, mas por falta de coragem ou oportunidade nunca havia dito. Minha mãe tentava me fazer mudar de idéia, dizia que as coisas não eram bem assim. Enquanto meu pai ouvia a tudo calado, com sua expressão séria de sempre.
Falei também sobre o Tom, que nós estávamos nos conhecendo e que eu sentia um sentimento muito forte por ele e que era recíproco.
Eu queria ouvir o que o meu pai iria falar, queria saber qual era a opinião dele em relação as coisas que eu acabara de dizer. Então me silenciei eu olhei para ele. Minha mãe aparentemente também queria ouvi-lo então também se calou.
Diante do silêncio que pairava na sala, meu pai finalmente se pronunciou:

– O que essa garota está querendo é virar uma vadia! Uma qualquer, iguais à essas garotas que vemos por aí. É isso que ela quer! E a culpa de tudo isso é sua Lúcia, por deixar essa menina andar com más companhias.
– O que você está dizendo Paulo, como a culpa pode ser minha?
– Você que deveria estar cuidando da educação das nossas filhas justamente pra isso não acontecer, afinal você é a mãe!
– Mas eu sempre faço isso Paulo, a Camila sempre foi uma moça comportada, agora que ela está tendo essas idéias.
– Por que você se descuidou Lúcia. Não duvido muito que daqui a pouco a Caroline, seguindo os maus exemplos da irmã me venha com essa história também.
– Mas porque só eu que tenho que fazer isso?
– Eu já sustento essa casa e você ainda quer que eu faça o seu papel de mãe também?
– Se você não fosse um pai ausente nada disso estaria acontecendo, Paulo. A culpa também é sua!

Meus pais raramente brigavam e aquela parecia ser uma briga interminável. Problemas antigos vieram à tona. Me senti muito culpada de aquilo estar acontecendo por minha causa. Não queria chorar, queria ser forte para poder defender minha opinião, para que assim não houvesse como eles pensarem em tentar me obrigar a voltar atrás. Mas ao presenciar aquela cena dos dois discutindo agressivamente não foi possível me manter calma. Então para que eles não me vissem chorar decidi sair dali e ir para o meu quarto.

– Camila eu não terminei o que eu tinha pra te dizer. Volte aqui!
Obedeci a ordem do meu pai e voltei para a sala, tentando não chorar ainda mais. Pelo meu Tommy eu precisava ser forte o suficiente para convencer os meus pais que nada que eles pudessem dizer ou fazer iria me obrigar a mudar de idéia, que estava irredutível.

– Não pense que só por que você tem 18 anos você pode fazer o quiser. Não é bem assim não! Enquanto você estiver sob o meu teto você terá que me obedecer.
– Mas pai...
– Cala a boca, que eu ainda não terminei.

Minha mãe sentada no sofá também chorava, mas não dizia nada.

– Se você acha que eu vou permitir você ficar por aí se esfregando com qualquer um, está muito enganada! Vai já para o seu quarto e não me volte mais com esse assunto. E aí de você se eu souber que você andou se encontrando com essa tal de Tom de novo, Você sabe que de um jeito ou de outro eu descubro!

Achei melhor não discutir com o meu pai, e tentar conversar com ele outro dia, quando estivesse mais calmo, então subi as escadas em direção ao meu quarto.

– Ta vendo Lúcia, foi por isso que o Gustav terminou o namoro com ela. Ele viu no que ela estava se transformando e percebeu que ela não era moça pra ele. Tá vendo?!

Minha vontade era voltar e contar toda a verdade, contar que o Gustav não era tão perfeito como ele imaginava. Mas sabia que isso não iria me ajudar em nada, talvez até pelo contrário. Era capaz de naquele momento meu pai não acreditar em mim e ficar a favor do Gustav.


Postado por: Alessandra

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