quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Resumption - Capítulo 44

 Fiquei mais algum tempo naquela mesma posição, tendo o Tom abraçado à mim, a situação era confortável e ao mesmo tempo desesperadora... Confortável por ser o cara que eu amo à me abraçar e desesperadora porque além dele não ser meu NAMORADO, no momento em que despertasse poderia acontecer uma burrada das grandes e mesmo que meu coração quisesse, minha mente tentava me manter racional à qualquer custo.
Onde estaria o Georg? Minha pergunta mental foi respondida prontamente pelo som horroroso do ronco do Ge que, pelo o que parecia, estava deitado do outro lado da cama, ao lado do Tom... Me pergunto como ele foi parar lá.
Eu não fazia a mínima idéia de que horas eram, apenas sabia que já havia amanhecido, mas descobri que talvez já tivesse passado das 7hs assim que o barulho torturante do meu celular começou à tocar em cima do criado-mudo.
Lá estava eu com uma enxaqueca dos infernos, sem poder me mexer e com aquela musiquinha terrível tocando, com certeza era a Annie ligando, querendo saber o porque de eu não estar na agência trabalhando. Não poderia ser o Bill porque quando ele liga o toque do celular é específico... Eu e minha mania de definir toques para meus contatos especiais!
Por sorte, ou não, o Tom acordou resmungando por causa do barulho, mas mesmo assim não me largou...


–Mas que droga, alguém atende esse celular.-reclamou meio grogue.

Eu não me mexi nem um centímetro sequer. Ok, eu estava acomodada daquela maneira e fingir que estava dormindo era a melhor coisa à ser feita, já que eu não conseguia nem falar por causa da minha enxaqueca.
Senti o Tom me soltar, se espichou passando o braço batendo na minha cabeça e pegou o celular... Definitivamente, aquele garoto precisava aprender à ser mais cuidadoso!


–Alô! Oi Anne... Ela está dormindo! Sim, sou o Tom. Não, o Georg está aqui também.Vou tentar acordar ela e te ligo. Ok, tchau.

Argh! Eu não queria ir trabalhar, ainda mais no estado em que eu estava. Não demorou muito pra que o Tom se sentasse do meu lado, será que ele teria coragem de me acordar? Mas é claro que sim, idiota!

–Ah, Duda eu não queria ter que te acordar... Fica tão linda dormindo.-Tom disse e passou os dedos pela minha bochecha.

Mas que diabos ele estava fazendo?Aposto que ele ainda estava dormindo e nem tinha notado! Onde já se viu um galinha chamar alguém que está dormindo de linda? Mas eu não estava dormindo e sinceramente, eu me surpreendi com o que ele disse, estava sendo tão carinhoso... Nem em sonho eu imaginaria ele daquele jeito. Ele disse aquilo porque pensou que eu não estava ouvindo, mas eu estava e por incrível que pareça, a voz dele não estava me incomodando, parecia que a dor sumia à cada palavra que dizia... Um tipo de remédio que eu queria ter pra aliviar as minhas dores no coração, mas eu não podia ter.
Senti ele se movimentar de novo na cama, mas dessa vez parecia ter se ajoelhado do meu lado.


–Duda, acorda.-pediu mexendo no meu cabelo.

Qualquer um que me conheça bem, mesmo que não tenha dormido comigo, sabe que eu costumo ter um sono muito pesado quando consigo adormecer rapidamente... Pareceria que eu estava fingindo se me “acordasse” logo na primeira vez em que fosse chamada, então eu resolvi não mover um músculo e sei também que, na verdade, eu esperava que ele sussurrasse no meu ouvido. Ah, o que há de mais nisso? Eu não podia tê-lo, mas de algumas coisas eu poderia tirar proveito, já que ninguém é de ferro como dizem por aí.

–Duda, acorda... Você está atrasada.-Tom sussurrou no meu ouvido.

A voz dele ficava tão sexy que me arrepiei toda, sem contar a respiração bem perto do meu pescoço... Céus, eu precisava me controlar!
Minha vontade era poder ficar atirada na cama a manhã inteira e pra que o meu desejo se realizasse, teria que fazer uma manha gigante... Eu estava parecendo aquelas adolescentes que bolam um plano pra convencer a mãe à deixar que a filha mate aula.
Abri os olhos lentamente colocando a mão sobre eles e logo que a luz atingiu-os, fui forçada à fecha-los e fiz uma careta de dor, que no mínimo tinha sido escrota, já que o
To
m segurou o riso. Apalpei a cama ainda de olhos fechados, procurando o braço dele, precisava de um apoio pra me sentar e quando eu encostei nele, logo veio uma piadinha.

–Hey, cuidado com a mão boba.

–Idiota, eu preciso de um remédio.-resmunguei.-Minha cabeça parece que vai explodir.-fiz bico.

Me apoiei no braço dele e me sentei na cama e acabei por sentir a respiração dele muito próxima do meu rosto... Um letreiro luminoso aparecia diante dos meus olhos, escrito:PERIGO. Ah, era só o que me faltava!

–Coitadinha...-Tom sussurrou no meu ouvido e me arrepiei toda.

–Se-será que você pode me dar o remédio?-pedi tentando me controlar.

–Claro.

Deitei a cabeça no travesseiro novamente e Tom se remexeu um pouco na cama, dando a impressão de que tinha levantado para catar um remédio, mas eu estava enganada... Doce ilusão. Minha mente já estava com uma pequena dor e pensar não era uma coisa que eu realmente pudesse fazer... Tudo foi tão rápido que não tive tempo de reagir:aquele paspalho sem-vergonha me beijou, mas não fui um beijinho, tipo aqueles técnicos, não! Foi O BEIJO, daqueles que deixaria qualquer uma tonta e eu como já estava, de certa forma debilitada, quase desmaiei.
Os nossos lábios entraram em contato de um forma brutal e cada vez mais o movimento ficava mais intenso, eu comecei à corresponder ao beijo, nossas línguas se encontraram e agarravam-se uma à outra como se sentissem uma saudade imensa... Uma das mãos de Tom agarrou a minha cintura e com a outra segurou uma das minhas mão, entrelaçando os nossos dedos e com a minha mão livre segurei a nuca dele puxando-o para mim.
Eu esperava tanto poder ao menos ter os lábios dele junto dos meus nem que fosse por alguns instantes, era mais que um desejo... Uma necessidade insana. Senti tanta falta daquele toque que me fazia arrepiar, daquele sussurro que me levava ao céus em segundos..
Paramos de nos beijar por falta de fôlego, mas não desgrudamos os nossos lábios... Enquanto o ar voltava aos nossos pulmões, Tom me dava selinhos demorados, às vezes mordendo o meu lábio inferior.
Eu não queria sair dali, mas eu precisava, antes que nos descontrolássemos e passássemos mais do limite. Abri os olhos e a luz que eu enxergava não vinha da janela, mas sim dos olhos castanhos de Tom, que me encarava com um leve sorriso nos lábios... O sorriso que me deixava vulnerável e que eu não via desde a nossa briga.

–Eu senti tanto a sua falta.-Tom disse acariciando meu rosto, me fazendo suspirar.

–Também senti a sua falta.-sussurrei.

Eu senti um alívio em dizer à ele o que estava guardado, mas uma culpa começou à tomar conta de mim... O que nós tínhamos feito? E se o Bill descobrisse? Eu estava traindo a confiança dele e me sentia um lixo por isso, eu fui a responsável por toda aquela confusão emocional e precisava arcar com as conseqüências.
Olhei nos olhos de Tom mais uma vez, eles transmitiam uma felicidade imensa e não queria que a mesma se fosse. Desviei o meu olhar pra parede e fiquei encarando-a, enquanto pensava no que eu iria dizer pra que não machucasse ainda mais à nós dois... Uma lágrima escorreu pelo meu rosto sem permissão, a dor no meu peito parecia aumentar cada vez mais.


–Hey, não chora.-Tom pediu olhando pra mim preocupado e secou a lágrima com os dedos.

–Eu não posso fazer isso... Tom, me desculpa.-pedi deixando que as lágrimas caíssem, uma atrás da outra.

–Você não pode ficar se machucando desse jeito, Duda.-disse em um tom compreensivo.-Olha, eu posso parecer um burro, infantil, mas eu não sou tolo. Sei que o Bill te ama e não quer vê-lo triste, eu admiro isso... Mas e quanto à você?

–Tom, eu não quero que ele sofra mais do que já sofreu...

–E o que você está sofrendo, não conta? Acha que eu também não sofro com essa situação toda?-perguntou tentando se manter calmo.-Eu amo você e me dói saber que não estamos juntos.

Aquelas palavras me pegaram de surpresa, é claro que eu sabia que a situação estava desconfortável para ele, mas não imaginava que ele estivesse sofrendo tanto e que me amava, de verdade... Sobre eu estar sofrendo, isso era o de menos, apesar de sentir uma falta imensa dele, eu tinha o Bill que cuidava de mim e eu não queria deixa-lo sofrer por causa das minhas idiotices. Eu não sabia quanto tempo mais agüentaria sofrer pra deixar que o Bill sorrisse, aquilo aos poucos me deixaria vazia e fria com ele, não era o que eu queria e nem o que ele merecia, eu não poderia deixar que o nosso namoro chegasse até tal ponto, seria certo dar a chance à ele de enxergar que eu não sou a metade dele, como pensa.

–Por favor, não me peça pra escolher... Pelo menos não agora.-pedi e ele respirou fundo.

–Eu não vou pedir, você tem o tempo que precisar... Mas por favor, não me empeça de ficar perto de você.-pediu mordendo o lábio.

–Eu não vou.-sorri e nos beijamos carinhosamente.

Postado por: Grasiele

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