quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Resumption - Capítulo 42

O meu namorado viajaria, ficaria quatro dias fora e com quem ele pretendia me deixar? Com o Georg e com o irmão dele, o cara por quem eu sou apaixonada... Mas não deveria! O pior é que o Bill sabe disso, ou pelo menos eu penso que sim.
Droga, vão ser os quatro dias mais difíceis da minha vida! Porque diabos o Bill confia tanto assim em mim, sendo que eu mesma não confio? Eu não sou infiel, mas eu tenho medo do que possa acontecer! Eu não vou poder chegar perto de bebida alcoólica, não vou poder ir a festa alguma, precisarei ficar mais distante o possível de Tom, que agora é meu cunhado. Ô vida, vou surtar! Georg PRECISA ficar o tempo inteiro por perto, não quero correr o risco de me descontrolar e trair o Bill, não mesmo... Só de pensar que eu vou ficar perto o suficiente pra sentir aquele perfume alucinógeno, me dá um arrepio. Às vezes eu penso que morrer seria menos cruel e doloroso do que sentir a dor que machuca o meu coração, me sinto afogada por um mar de sentimentos e me desespero por não saber o que fazer, por não saber como respirar. As circunstâncias me trouxeram até aqui e eu não tenho como voltar atrás, ou tenho? Se tenho, alguém precisa me dizer como, antes que eu enlouqueça de vez.

Meus pensamentos foram interrompidos pelas risadas altas de Camila e Gustav, que desciam as escadas com uma mala grande em mãos, típico da minha “irmã”. Tentei não pensar em mais nada, apenas foquei o meu olhar em uma foto minha com os meninos e Camila, que estava do lado da televisão... Eu conquistei tanta coisa em tão pouco tempo, deveria estar feliz por completo, mas eu não conseguia.
Minha amiga ajoelhou ao meu lado no sofá e ficou me olhando como se esperasse alguma reação minha, mas eu apenas a puxei para um abraço, o melhor remédio para os meus momentos de tristeza sempre foram os abraços da minha amiga/irmã. Não precisei falar nada, com certeza Gust teria contado a ela sobre a viagem de Bill e, como me conhece melhor do que qualquer um, deve ter concluído que eu estivesse me sentindo mal.

Ficamos abraçadas por mais um tempo e logo os meninos entraram em casa, me separei dela e pude notar que assim como os dela, os meus olhos estavam um pouco molhados por causa de lágrimas silenciosas.
Ela sussurrou “vai ficar tudo bem, você vai ver!”. Apenas agradeci e sequei as lágrimas, assim que Mila saiu do sofá, Bill sentou ao meu lado e me abraçou, perguntou o que eu tinha e respondi “nada”, não queria que ele viajasse e ficasse preocupado, não mais do que deveria.
Senti meus olhos pesarem e pedi licença para ir me deitar na minha cama, despedi-me de Gustav e Mila desejando uma boa viajem, Tom e Georg ficaram na sala, enquanto Bill subiu comigo.
Não falamos nada em momento algum, talvez ele estivesse magoado com o fato de eu não ter dito a verdade, mas eu não estava a fim de falar. Assim que cheguei ao quarto, fui em direção ao closet, troquei minha roupa por uma camisola de mangas compridas e continuei de meias, atirei-me na cama tentando ao máximo não chorar... Desde quando eu ficara tão sensível assim?
Tapei-me e Bill deitou ao meu lado tirando as botas, me abraçou e fechei os olhos sentindo o perfume suave invadir as minhas narinas. Aos poucos fui me sentindo mais calma e, quando eu estava quase pegando no sono, pude sentir Bill beijando a minha testa e levantando.
Sentei na cama antes mesmo que ele pudesse pôr os pés no chão e o abracei com toda a força que eu pude, ele retribuiu e depois me encarou.


–Tem certeza que está tudo bem com você? –perguntou preocupado.

–Aham, eu me sinto melhor... Foi só um mal-estar! –menti.

–Eu queria muito ficar, mas eu preciso ir...

–Mas já? –perguntei fazendo bico.

–Infelizmente... –disse me dando um selinho. -Eu tinha feito planos para o fim de semana, o que eu mais quero é ficar aqui, mas eu não posso. –suspirou.

–Eu entendo meu anjo. –acariciei sua bochecha. -Pode ir tranquilo, eu cuido daqueles dois malucos. –assegurei tentando conter uma risada.

–É bom que eles não aprontem nada! –riu. -Prometo que, quando voltar, passarei o tempo que eu puder bem pertinho de você. –disse dando beijinhos pelo meu rosto.

–Eu vou cobrar. –sorri.

–Agora, eu preciso mesmo ir.

–Ok, mas antes de ir quero um beijinho de despedida! –toquei a ponta de seu nariz com meu dedo indicador.

–Ah, acha que eu iria sem me despedir? –perguntou erguendo a sobrancelha.

–Você não seria nem louco. –ri e o puxei.

Começamos um beijo lento e carinhoso como na maioria das vezes, fui me deitando na cama e ele não parava de me beijar, só que aos poucos o beijo foi ficando mais intenso, Bill deitava lentamente sobre mim e tivemos que parar por falta de fôlego.

–Acho melhor você ir antes que eu te prenda aqui. –falei tentando regular minha respiração.

–E eu me deixaria ser preso... –sorriu enquanto mordia o lábio inferior.

–Te amo, meu anjo. –falei beijando sua bochecha.

–Amo você, minha vida. –disse beijando minha testa.

Bill se levantou, calçou as botas e saiu do quarto apagando a luz, fechei os olhos e tentei dormir, mas não consegui... Fitei o teto e acabei me levantando, desci as escadas lentamente, só de meia mesmo e ouvi vozes baixas vindas da sala. Ok, eu pensei que todo mundo tinha ido embora! Respirei fundo e segui pra cozinha sem olhar para os lados, peguei um copo e servi água da geladeira, sentei-me de costas para a porta e. quando estava me virando pra voltar para o quarto, levei um susto tão grande que deixei o copo cair no chão e o mesmo se partiu em cacos.
Não bastasse o susto, adivinha quem estava parado feito uma coluna do templo na minha frente? Tom Kaulitz, o próprio! Meu coração foi de setenta batimentos a cento e trinta em um segundo, parecia que ia saltar pela minha boca.


–Que susto, poxa! –exclamei levando a mão ao peito.

–Desculpa, foi sem querer. –disse sem graça.

–Tudo bem... –respirei fundo. -Por que ainda está aqui?

–Nós vamos ficar com você essa noite. –Georg disse enquanto entrava na cozinha.

–Cuidado. –avisei apontando para os cacos de vidro.

–Nossa, vocês dois juntos fazem um estrago, hein! –Georg riu com escárnio.

–Não tem graça, eu quase morri do coração! –falei fazendo bico.

–Omg, tadinha. –a voz de Georg soou doce e, em seguida, apertou minhas bochechas.

Soltei-me das mãos dele e TENTEI caminhar até a vassoura, mas aquelas duas criaturas fizeram questão de gritar ”parada aí, mocinha!”. Que situação! Tudo bem que eu estava só de meia, mas e aí? Se eles soubessem a espessura do tecido, não ficariam me incomodando e dando chilique.

–O que foi agora? –perguntei me apoiando na bancada da pia.

–Onde estão os seus calçados? –Georg perguntou colocando a mão na cintura.

–Que coisa ridícula! –resmunguei tentando passar por eles. -Pelo o que eu sei, vocês vão ficar sob minha responsabilidade e não o contrário. –bufei.

Ok, eu estava bancando um papel ridículo, mas o que eu mais queria era me mandar pro meu quarto! Bill me paga, tenho certeza que foi ele quem pediu que os meninos ficassem de babá, como se eu fosse ter um ataque cardíaco ou coisa parecida, mal sabe ele que eu corro risco estando com eles e não o contrário... Ou ele sabe? AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAH! Merda.

–Chegou de dar pití? –Tom perguntou e girou os olhos.

–Olha, eu quero limpar a minha cozinha e ir pra cama, será que é muito difícil de entender? –perguntei brava. –E, aliás, quem foi o ser iluminado que pediu pra vocês ficarem de babá aqui, hein?

–Em primeiro lugar, ninguém mandou nada... –Georg retrucou.

–Acredito! –sintam minha ironia. -Aposto que foi o Bill.

–Se você errar, o que a gente ganha? –Tom apressou-se em perguntar... Não perde uma!

–Eu não sei!

–Nós não temos onde dormir... –Georg começou.

–Têm os sofás. –respondi séria.

–Está de brincadeira? Só porque você cabe lá, não quer dizer que nós dois caibamos. –a voz de Tom soou indignada.

–Ok. –revirei os olhos. -Eu deixo vocês dormirem no meu quarto.

–Isso ficou interessante! –Georg disse esfregando as mãos.

–Mas se eu ganhar, o Georg vai ficar sem a chapinha dele e Tom sem presente de aniversário. –impus minhas condições enquanto deixava um risinho debochado escapulir.
–Isso não é justo, o presente é meu por direito! –Tom protestou. -Por falar nisso, você está com três dias de atraso.

–Você prefere ficar sem presente ou sem o seu Audi? –perguntei e estampei um sorrinso vitorioso.

–Essa garota não vale nada! –Georg gargalhou. -Se ferrou, Tom.

–Ok, prefiro ficar sem presente. –Tom respondeu, dando-se por vencido.

–Ótimo e então? Qual a resposta? –perguntei cruzando os braços sobre o abdome.

–Você errou! –Tom apontou o dedo em minha direção e balançou de um lado para o outro.

–O que? –perguntei incrédula.

–Mas não completamente... –Georg completou. - A Camila também pediu.

–E agora nós dormimos no seu quarto. –Tom disse me colocando em seus ombros.

–Me solta, seu doido! Eu tenho que limpar a cozinha. –gritei batendo em suas costas.

–Eu limpo isso aqui, leva essa chata lá pra cima. –Georg disse para Tom, enquanto ria de mim.

–Traíra! –gritei.

Georg apenas riu e Tom seguiu comigo escada à cima. Que momento, hein? Eu estaria bem feliz se não fosse o fato de eu estar de camisola! Senti-me tão estranha estando tão próxima dele depois daquele barraco todo.
Enquanto eu me debatia, aquele idiota ria sem parar, será que minha meia estava furada?


–Do que é que você está rindo? –perguntei brava.

–Nada...

–Nada? –fiz uma careta, a qual ele, obviamente, não vira. -Como assim, nada? Vai dizer que ficou maluco de vez e ri sem motivo! –debochei, mas ele continuou rindo. -Será que eu posso descer?

–Como queira! –responde me ATIRANDO na cama... Espera, eu mencionei cama?

–Você podia ser mais delicado! –falei me sentando. -Coitadas das garotas que você pega.

–Nenhuma delas reclamou até hoje... –mordeu o lábio inferior. -Tirando você, é claro. –acrescentou com um sorriso divertido nos lábios.

–Isso porque todas fazem o que você quer, elas não perderiam tempo reclamando , sendo que o mais desejado da Alemanha está indo pra cama com elas. –falei levantando e indo em direção ao banheiro.

–São espertas. –comentou na maior “humildade”.

–Ou não. –murmurei indo pegar uma camiseta que ficava gigante em mim e lingerie. -Se ser submissa é ser esperta, então eu sou burra... E não me arrependo. –na verdade eu me arrependo, mas ninguém precisa ficar sabendo.

–Eu não tenho tanta certeza de que você não se arrepende... –disse indo na minha direção, se eu não me trancasse no banheiro, aquela aproximação não teria um fim muito bom, pelo menos não naquela situação, a cama.

–Eu... -o que eu iria falar mesmo? Esqueci-me depois que ele me deixou sem saída, indo em minha direção e passando lentamente a mão por meu rosto.

–Você... –sussurrou no meu ouvido e passou o nariz pelo meu pescoço... Deus, me ajude! O que esse garoto queria era me tirar do sério? Ok, ele estava conseguindo.

–Eu preciso tomar banho. –respondi com a voz falha.

Escapei indo em direção ao banheiro e me trancando lá dentro, me escorei na porta e me sentei no chão tentando regular a minha respiração. Ah, o que foi aquilo? QUASE cometemos uma loucura, eu e o irmão do meu namorado... Também, quem mandou eu começar com aquela história toda de pegador e blabla? Bem feito! A verdade é que eu estava me controlando pra não abrir a porta e puxá-lo... Que se danasse o resto.
Mas bem, levantei pra tirar a roupa e logo entrei debaixo do chuveiro, talvez aquele banho me acalmasse, talvez não...


P. O. V. Tom Kaulitz


Eu já estava pronto pra ir embora quando Camila e Bill pediram pra que eu e o Georg ficássemos tomando conta da Duda... Ela estava triste, estranha e talvez até nervosa. O motivo eu até imagino qual seja: a viagem de Bill e isso incluiria ficar sob o mesmo teto que eu por quatro dias sem ele, é óbvio, e com Georg... Pra falar a verdade o Georg nem ficaria em casa! Ele me disse que precisaria viajar no domingo para visitar um parente que estava doente e o caramba. Resumindo: o perigo estava eminente, qualquer descuido e eu e a Duda poderíamos ter uma recaída DAQUELAS.
Tentei convencer aqueles dois a me deixarem ir embora, mas o Georg deu um jeito de me fazer ficar, disse que seria bom ficarmos os três juntos, que poderíamos conviver como bom amigos. Enquanto ele estivesse por perto, ok... Mas e depois?
Acabei ficando, afinal a Duda estava dormindo e não levantaria, era o que eu achava, porém ela acordou e foi pra cozinha, Georg fez questão de me mandar ir ver como ela estava e acabei a assustando, deixou um copo de vidro se arrebentar no chão. Detalhe: ela estava apenas vestindo camisola e calçando meia, como ela sairia de lá sem se cortar? Georg apareceu e adivinha pra quem sobrou ter que carregar aquela teimosa escada à cima? Pra mim! Imaginem a cara dela quando eu a peguei no colo... A garota começou a me estapear e comecei a rir da situação, antes rir do que fazer besteira!
Duda reclamou tanto que, quando chegamos ao quarto dela, eu a atirei na cama, sem intenção de machucar, lógico! Ela me xingou e atirou na minha cara que eu sou um indelicado, que tem dó das garotas que eu pego... Aquilo foi um estímulo pra chegar onde eu estava. Começamos com as provocações e, bem, a Duda por si só já me deixa maluco, imagina o que aconteceu! Eu me descontrolei, meu coração acelerou, meus instintos e a vontade de tê-la em meus braços de novo estavam quase me matando.
Não sei como, mas quando percebi já estava sentindo a pele dela e a respiração ofegante bem perto do meu rosto, estávamos quase nos beijando, quando ela deu um jeito de escapar... Será que seria assim sempre?
Não sei se vou conseguir me controlar, não consigo parar de pensar no olhar, na boca carnuda e macia, naquele corpo perfeito, naquela pele, naquele cheiro.... Estou viciado e não consigo viver sem a minha droga.

Postado por: Grasiele

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