quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Resumption - Capítulo 49

Respirei fundo, caminhei até a porta e destranquei-a sem fazer barulho algum e caminhei indo em direção ao banheiro, onde comecei a lavar o meu rosto.

–Pode entrar.-gritei

Peguei a toalha e antes de secar o mesmo, encarei o espelho, onde podia ver minha imagem refletida... Eu estava bem, aparentemente cansada, mas bem. Sequei o rosto lentamente, respirando fundo e tentando encontrar alguma força pra encarar Tom.
Estranhei o silêncio que tomava conta do lugar, não havia escutado ele entrar e quando me virei para colocar a toalha em seu lugar, o vi escorado na porta me observando, sem expressão alguma. Meu coração bateu forte e em seguida voltou a acalmar-se, procurei algo para dizer, mas nenhuma palavra surgiu nos segundos em que entreabri os lábios e então me contentei em ficar quieta.
Guardei a toalha onde havia pegado e me virei para a porta, Tom não havia se mexido nem um centímetro sequer e lançava um olhar curioso, que ao mesmo tempo parecia interrogativo... Eu sabia que estava agindo de forma contida e ele percebera. Sorri para ele tentando fazer com que aquela expressão em seu rosto sumisse e em resposta recebi um sorriso lindo.
Caminhei aproximando-me mais de Tom, na intenção de passar pela porta, mas antes que eu pudesse chegar ao quarto ele segurou um dos meus braços e me puxou para um abraço apertado, afundando seu rosto em meu pescoço. Retribuí o abraço, apertando-o em meus braços e passei a acariciar suas tranças lentamente... Mesmo que tenhamos ficado afastados durante pouco tempo, eu sentia falta dele e passou a ser impossível não reagir de forma positiva toda vez que estivéssemos sozinhos.

–Eu fiquei muito preocupado com você.-Tom disse fungando no meu pescoço.-Porque não me ligou?

–Desculpe, eu sei que deveria ter ligado, mas me esqueci, admito.-respondi sinceramente, separando um pouco nossos corpos.

–Hm... Parece cansada, está tudo bem?-perguntou segurando uma de minhas mãos e aproveitou a distância entre nós para observar meu rosto, acariciando delicadamente minha bochecha com a mão livre.

–Tudo bem, não se preocupe.-respondi forçando um sorriso.

–Então, o que quer fazer hoje?-Tom perguntou mudando de assunto, percebendo que insistir em tirar algo de mim seria inútil.

Fiquei em silêncio e logo me lembrei de algo que havia planejado para dar à ele de aniversário: ingressos para o show do Samy Deluxe, que aconteceria à noite. Sorri em satisfação e puxei-o comigo para o quarto, tendo um Tom curioso e ansioso a me observar.

–Quanto ao que faremos pela tarde não tenho nada em mente, mas à noite... –respondi e pude ver um sorriso safado brotar em seus lábios rapidamente.

–Hey, o que exatamente está planejando?-perguntou agarrando minha cintura com um pouco de força e beijou o canto de meus lábios.

–Não é nada do que possa estar passando por essa sua mente pervertida e desviada, esqueça.-respondi rindo do bico que ele fizera.-Não quer seu presente de aniversário?-perguntei arqueando as sobrancelhas.

–Mas é claro que sim!

–Então comporte-se e terá o seu presente...-encarei-o percebendo o que perguntaria a seguir e apressei-me em responder.-Não contarei o que é, surpresa.

–Você me maltrata e depois não quer que eu retribua, né?

–Eu? Sou uma santa.-respondi passando as unhas por suas costas, debaixo da camiseta.

–Santa... Eu quero ver você virar uma diabinha.-respondeu rindo e mordeu o lábio, enquanto eu passeava com uma das mãos pelo seu pescoço.-Vai provocando, santinha, você quer ver o circo pegar fogo, não quer?-perguntou mordendo o lóbulo de minha orelha.

–Pode apagando esse seu fogo, garoto tocha.-respondi afastando-me e segui em direção à porta, deixando-o para trás com uma expressão embasbacada.-Vai ficar parado aí ou vai vir pra sala?-perguntei como se nada tivesse acontecido.

–É melhor você ir antes que eu faça uma loucura.-disse sorrindo e ameaçou correr atrás de mim.

–Você não é tudo isso, Kaulitz.-provoquei rindo e saí à passos rápidos em direção a sala.

Não olhei para trás e nem me preocupei em ser agarrada no corredor, Tom era abusado mas não era doido e nem idiota... Anne, David e Georg sabiam que gostávamos um do outro, mas achavam que não estávamos tendo nenhum contato mais íntimo, ou seja, nem sequer passava por suas cabeças que nos aventurávamos em manter um caso por baixo dos panos.
Anne era a única que sabia da nossa “amizade”, não tivera tempo de contar para Bill e eu não sabia se Tom havia contado para alguém, apesar de sentir que Anne não era a única bem informada. A verdade é que quando Bill estiver de volta, ficarmos escondidos não será tão fácil, mas eu sei que Tom estará disposto a correr riscos. Me pergunto se eu estaria disposta a enfrentar o perigo de sermos flagrados... Não me importo com o que aconteceria comigo, o que importa não é como eu vou ficar se algo der errado, mas a situação em que os gêmeos ficariam me preocupa, e muito.
De uma única coisa eu tenho absoluta certeza: Tom e eu precisávamos conversar seriamente em relação ao que sentíamos e ao que estaríamos dispostos a enfrentar dali em diante. Não será fácil encontrar uma forma de pôr tudo nos eixos sem magoar ao Bill, pior ainda será encontrar uma garota que seja tão boa para ele como merece... Não acho que vá ser uma missão muito fácil de executar, afinal, Bill insiste em dizer que sou a mulher da vida dele e para que eu possa provar o contrário é preciso que ele permita que alguma garota possa ficar próxima a ele.
Anne e David estão ao meu lado, o que me deixa infinitas vezes mais tranqüila, pois sei que eles vão fazer de tudo pra que tudo fique em paz e em seu devido lugar. Não sei o que fazer quanto aos G’s e a Camila... Confio neles, mas não sei se contar à eles sobre o meu desejo de separar-me de Bill será um bem ou um mal... Talvez seja melhor deixar oculto, quanto menos pessoas souberem, melhor.

Cheguei à sala e encontrei David, Anne e Georg conversando sobre algo que não prestei muita atenção, sentei-me no sofá onde havia um lugar vazio, ao lado de Georg, que sorriu ao me ver e beijou-me a bochecha.

–E aí, garota! Está inteira, como eu imaginava que estaria.-disse rindo.

–Pois é... Eu sei me cuidar bem.-respondi sorrindo.

–Viu só, Tom? Eu disse que ela estava bem, cara. Não precisava se preocupar à toa... –disse implicando com Tom que sentou-se no “braço” do sofá, ao meu lado.

–Eu só fiquei preocupado, oras. Desculpa por me importar.-Tom disse fingindo-se indignado.

–Ok, vamos parar por aqui antes que comece uma guerra.-David disse sério.-Qualquer coisa pra vocês dois é desculpa pra ficarem “cutucando” um ao outro.

–Ok, pai.-Tom debochou.

–Babaca.-Georg sussurrou.

–Crianças, por favor, queiram parar?-Anne pediu colocando-se de pé e ficando séria.

–Ok, paro em respeito à Anne.-Tom disse colocando as mãos para cima em sinal de rendimento.

–Concordo com o rapper falsificado.-Georg disse fazendo bico.

–Ok, agora que vocês pararam, o que querem fazer da vida?-perguntei mudando de assunto.

–Que tal passar o dia fora? Conheço um sítio bem legal, é numa cidadezinha próxima.-Georg perguntou.

–Sítio, cara? Não tem outro lugar, não?-Tom perguntou fazendo cara de entediado.

–Alguma sugestão melhor?-Georg perguntou arqueando a sobrancelha, Tom olhou-o indignado, mas não disse nada.-Ótimo, então... O que vocês acham?

–Por mim já estaríamos lá.-respondi.-Adoro natureza.

–Eu também estou dentro... –Anne disse levantando-se indo em direção à cozinha.

–É aquele sítio da outra vez?-David perguntou e Georg concordou.-Estou dentro.

–Precisa levar alguma coisa, tipo, comida?-Anne perguntou colocando apenas o rosto para dentro da sala.

–Piquenique? –Georg perguntou sorrindo, olhos brilhando como os de uma criança.

–Ok, Duda vem me ajudar aqui a arrumar o cesto.-Anne pediu rindo da cara de Georg.

Anne e eu fomos para a cozinha, enquanto os garotos permaneceram na sala conversando. Após terminarmos de arrumar tudo no cesto, David e Anne trocaram de roupa, vestindo uma mais confortável, seguimos para a casa dos gêmeos onde Georg e Tom também se arrumaram e por último passamos em minha casa, tomei uma ducha rápida e coloquei uma roupa confortável.
Assim que todos estavam prontos, embarcamos no carro de Tom e seguimos para a estrada... Parecia que o dia seria divertido.
Postado por: Grasiele

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