domingo, 11 de dezembro de 2011

Wenn Nichts Mehr Geht 2 - Capítulo 26 - Freedom

Vanessa junto com os demais estagiários dirigia-se para a clínica psiquiátrica, cada um trazia consigo um aperitivo para que fosse servido na festa pelo último dia de estágio na clínica. Todos estavam muito contentes por finalizarem o estágio naquele local, mas Vanessa além de feliz estava muito nervosa, em sua mochila havia os dois uniformes brancos que Bill havia pedido, ela os comprou sem que sua mãe soubesse, não queria que ninguém se quer desconfiasse da loucura que estava prestes a fazer.

Ao chegar ao local, assim que avistou Bill, a esperando impacientemente, alegrou-se por vê-lo e deu-lhe um largo sorriso, que foi retribuído, a deixando assim ainda mais feliz. Embora seu desejo fosse ir correndo falar com Bill, ela não podia, pois a supervisora pedia para que os alunos a acompanha-se.

 – Vocês podem deixar suas coisas aqui nessa sala. – diz Jucélia abrindo a porta do posto de enfermagem.

Os alunos então começam a retirar as vasilhas com salgadinhos e doces das mochilas. A supervisora com os olhos brilhando apenas acompanha com o olhar as comidas serem organizadas em cima da mesa.

– Vocês me dão licença,mas é que eu ainda não almocei... – diz ela pegando vários salgadinhos de uma vasilha.
– Não é a toa que ela é gorda desse jeito, parece uma sapa...- cochicha Taís para Marcela, que abafa o riso.
– E o refrigerante? Ninguém trouxe? – pergunta Jucélia.
– Quem ficou de trazer os refrigerantes era o Felipe... mas ele foi suspenso. – diz Cíntia, olhando Vanessa com indiferença.
– Mas a gente pode fazer uma vaquinha, e ir comprar! – diz Vanessa.
– Mais tarde! Agora vocês podem indo caçar o que fazer... – diz Jucélia.
– Mas aqui não tem nada pra fazer! – reclama Taís.
– É verdade! Só quem trabalha são os médicos e enfermeiros! Estagiário não pode fazer nada! – diz Taís.
– Mas o pouco que pode vocês não fazem! Sempre ficam se escondendo, sentados em um canto... Olhem só para a Vanessa, sempre que a vejo ela está com o Bill, já deve ter aprendido muito sobre esse tipo de paciente.
– Sim... aprendi. – confirma Vanessa, com a face corada.
– Porque a gente não junta todo mundo, e põe uma música para eles dançarem? Assim eles participam da festa também...– diz Marcela
– Verdade! E anima um pouco isso aqui... já que não tem nada pra fazer... – completa Vanessa.
– Eu não vou literalmente bater palma pra maluco dançar... – diz Cíntia.
– Então não come.... quer dizer... então não dance! – diz Jucélia comendo mais alguns docinhos.
– E aqui tem rádio? – pergunta Fernanda.
– Lá naquela sala de artes tem um sim. Não sei se funciona. –diz Jucélia.
– Enquanto a Fernanda vai ir lá buscar o rádio, eu posso já ir levando os pacientes para o pátio?! Pergunta Vanessa.
– Tanto pode como deve! Vocês todos... vão, vão! –diz Jucélia sentando em frente a mesa abrindo todas as vasilhas.
– Eu espero encontrar alguma coisa ainda quando eu voltar – resmunga Fernanda enquanto sai da sala com os demais.

Vanessa então apressadamente corre pelo jardim, procurando por Bill, o encontra sozinho perto de uma árvore. Ela então se aproxima, e ficando na ponta dos pés dá um beijo no rosto de Bill que lhe sorri carinhosamente.

– Oi?! – diz ela sorrindo timidamente.
– Oi! E aí trouxe as roupas?
– Sim! Trouxe as duas que você me pediu, mas não sei se vai servir... Eu não sei direito o seu tamanho...
– Depois a gente vê isso... mas só vamos precisar de um, o Cezar não quer fugir.
– Ah... mas quando vai ser?
– Não sei quando todos estiverem distraídos...
– Mas você tem que se trocar!
– Sim é verdade... Esse é outro problema, o banheiro daqui é conjunto! Podem me ver trocando de roupa... e sempre tem um funcionário na porta.
– O nosso banheiro é individual! Eu posso entrar, ver se não tem ninguém e depois você entra.
– Sim! Mas temos que ver a hora em que todos estiverem distraídos.. até o vigia!
– Eu já pensei em tudo! - diz Vanessa sorrindo com ar de vitória.
– Então me diz logo!
– Escuta só... mais tarde começa a festa, e não tem refrigerante! Eu vou me oferecer pra ir comprar aqui no barzinho da frente. Antes de sair, eu vou com você até o banheiro, você se veste de estagiário e dizemos ao vigia que nós dois vamos comprar o refrigerante e que estão esperando ele lá no pátio, pra poder lhe entregar o pedaço de bolo e tal..
– Ai eu saio... e pronto.
– Sim! – grita Vanessa o abraçando.
– Mas e depois? Você vai ter que voltar, e o vigia vai notar a minha ausência... Fora, que depois vão saber que eu fugi,e vai ficar muito obvio que foi nesse momento. Vão te acusar.
– Você tem razão... E agora? – diz Vanessa mordendo os lábios.

Os dois ficam por alguns minutos pensando no que poderiam fazer para mudar o plano, evitando assim que Vanessa saísse prejudicada.

– Já sei! – diz Bill.
– Fala, fala!

Enquanto Bill contava a Vanessa seu novo plano, Fernanda um pouco distante chamava pela amiga.

– Já vou! – grita Vanessa.
– Você entendeu tudo? – pergunta Bill, enquanto Vanessa se afastava.
– Entendi sim, pode deixar! – diz Vanessa dando-lhe uma piscada de olho.

A festa corria normalmente, Jucélia se controlava para não comer todos os doces antes da hora, enquanto alguns pacientes brincavam com a música alegre que tocava acompanhados pelos estagiários.
Vanessa sempre que podia se aproximava mais de Bill, mas ele não parecia estar querendo se divertir naquele momento, estava distante, sempre olhando para todos os lados como se procurasse alguém.
E era isso que realmente ele fazia, procurava desesperadamente por Camila, ela ainda não havia lhe aparecido o que o deixava muito preocupado.
Antes que Vanessa pudesse lhe perguntar o que se passava, Jucélia chama a atenção de todos, dizendo que já estava na hora de servir a comida.

– Eu e a Marcela vamos lá pegar! – diz Taís.
– Não. Vamos comer naquela sala mesmo, a comida não vai dar para todo mundo.
– Eu vou comprar os refrigerantes! – diz Vanessa.
– Ah sim! Toma eu já recolhi o dinheiro de todas, só falta você. – diz Jucélia à Vanessa
– Eu tenho que dar quanto?
– Dois reais, vai ser só para nós aqui mesmo, eu não chamei os outros funcionários.
– Ta bom, eu vou lá pegar a minha mochila. – diz Vanessa.

Todas as garotas vão então para sala onde estavam as comidas, enquanto Jucélia guarda o rádio que estava no pátio.
Vanessa o mais discretamente possível, pega sua mochila e sai da sala, mas Fernanda a chama.

– Vanessa eu vou com você!
– Não Fernanda, fica aí pra guardar um pouco pra mim, antes que a Jucélia coma tudo!
– Verdade amiga! – diz Fernanda permanecendo na sala.

Vanessa então, apressadamente sai da sala, e ao passar pelo jardim faz um sinal com a cabeça para Bill.
Ele espera a garota tomar distância e então a segue, em direção aos banheiros que se localizavam em um canto distante do jardim, próximo a saída.

Vanessa ainda distante de Bill caminha em direção ao banheiro masculino. Uma faxineira que passava pelo local ao ver a cena, a adverte.

– Ei mocinha, o das mulheres é o da porta ao lado!
– Ah obrigada! – diz Vanessa constrangida.

Bill ao chegar próximo ao banheiro é visto pela faxineira, que com as mãos pede que ele se afaste.
– Vai pra lá! Você não pode vir aqui você sabe disso! – diz ela seriamente.

Bill nada diz, apenas retorna um pouco o caminho que havia feito.

Assim que a faxineira vai embora, Bill corre em direção aos banheiros, e já se prepara para entrar no masculino.

– Não Bill! Eu só vi o das mulheres! – diz Vanessa.
– Mas...
– Desculpa , uma mulher me viu..

Bill e Vanessa então apressadamente entram no banheiro feminino. Enquanto Vanessa tirava a roupa branca de sua mochila, Bill entra em uma das cabines e retira suas roupas ficando só de boxers.
No momento em que Vanessa se aproxima da cabine onde Bill estava, duas enfermeiras entram no banheiro e uma delas segura a maçaneta da porta de onde Bill trocava de roupa, quase abrindo-a. Vanessa apressadamente, toma a frente, e empurrando sutilmente a mulher entra na cabine, ao mesmo tempo que Bill se esconde atrás da porta.

– Eu hein, gente mal educada. – diz uma das enfermeiras.
– Deve estar com dor de barriga. – diz a outra mulher as gargalhadas.

Vanessa constrangida ao ver Bill semi-nu, ri de nervosismo.
– Olha... – ela sussurra apontando para o vão entre a porta e o chão, o que permitia que quem chegasse visse os pés dos dois.

Bill abaixa a tampa da privada e sobe sobre ela, agachando-se em seguida.
Sem equilíbrio, se segura na cintura de Vanessa, que a cada minuto que passava ficava mais nervosa, dentro da cabine apertada.

Minutos depois, ouvem as enfermeiras lavando as mãos e depois afastando-se.
Vanessa abre ligeiramente a porta para ter certeza de que novamente estavam sozinhos. Ao não ver e ouvir nada, fecha novamente a porta, olhando para Bill.

– Você não vai sair, pra eu me trocar...? – diz ele
– E se chegar mais alguém? – diz ela, em um tom não tão convincente de que aquele era o real motivo para que permanecesse ali.
Bill então, pega as roupas das mãos da garota e apressadamente se veste. Enquanto Vanessa, indiscretamente observa o seu corpo.

– Sua tatuagem parece ser linda... – diz ela apontando para a tatuagem de estrela do rapaz.

Ao ver a expressão surpresa de Bill diante do comentário, ela tenta se desculpar.

– Desculpa... eu não queria olhar... foi sem querer....
– Não, tudo bem. É uma estrela. – diz ele terminando de se vestir.
– Ficou “pescando” as calças, né?
– Sim, ficou. – diz ele rindo de si mesmo.
– Me espera aqui que eu vou falar com o vigia. – diz ela, deixando a mochila no chão da cabine.

Vanessa então sai do banheiro e caminha em direção ao vigia.

– Posso te ajudar? –pergunta ele ao ver a garota se aproximar do portão.
– Bom, é que está tendo uma festa... e a supervisora mandou eu ir comprar o refrigerante.
– Você está autorizada a sair não é?!
– Sim estou! Pode perguntar pra ela. Inclusive, o senhor pode ir até lá, pra pegar um prato de salgadinho.
– Posso ir lá pegar?
– Pode sim, elas estão na sala de artes.
– Mas eu tenho que ficar aqui para abrir novamente o portão quando você voltar.
– Eu vou no barzinho aqui da frente. O senhor pode ir até lá e deixar o portão aberto, quando eu voltar eu fico esperando o senhor aqui.
– Ta bom, você parece ser uma menina direita. – diz ele afastando-se.

Vanessa então sai pelo portão, e aguarda do lado de fora o tempo que achava necessário para que o vigia já estivesse longe.
Passado poucos minutos ela novamente abre o portão e corre para o banheiro onde Bill estava.

– Vamos, vamos! – ela grita para Bill.

Os dois então correm juntos para a saída da clínica.

– Vai Bill, vai embora! – diz Vanessa.
– Mas.. eu não sei onde estou! Não sei voltar pra casa! – diz Bill desesperado.
– Eu não posso te dar o dinheiro dos refrigerantes... vai ser pior!
– E agora Vanessa?! Eu não tenho um centavo no bolso!
– Calma Bill... deixa eu pensar...
– Nós não temos tempo! O vigia vai voltar!
– Calma Bill! Eu não consigo pensar!

Bill passava as mãos pelos cabelos, com os olhos marejados, já imaginando que todo o seu plano haveria dado errado, que tudo havia sido em vão.

– Bill toma meu celular, e me espera em algum lugar longe daqui!
– O que você vai fazer? –dizer ele pegando o celular de suas mãos.
– Você me espera, que eu vou inventar uma desculpa pra sair mais cedo. Mas agora eu preciso voltar logo! Já demorei muito pra comprar esse refrigerante!
– Ta bom! Vou te esperar! – diz Bill
– Cuidado!
– Por favor, diga para o Cezar que eu vou buscar ele! Não tive tempo de me despedir direito! – diz Bill correndo até o final da rua.
– Ta!
Vanessa nervosa, vai comprar o refrigerante para que logo em seguida voltasse à clínica, na esperança de que ninguém desconfiasse de sua demora e da ausência de Bill.

Postado Por: Grasiele

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