quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Dead Or Alive - Capítulo 21 - Incomplete


Sem você em mim não posso encontrar descanso
Aonde vou ninguém pode adivinhar...
Estou acordado, mas meu mundo está adormecido
Eu rezo para que meu coração pare de doer
Mas sem você eu vou ficar incompleto... INCOMPLETO!
Incomplete - Backstreet Boys


x.x


A mulher robusta estava amarrada e amordaçada dentro do Box, os olhos apavorados, arregalados e em prantos. Tremia olhando Tom com medo.
Era a arrumadeira do Motel.
Tom a olhava sem reação sentia que o perigo rondava aquele quarto. Seu irmão havia sido capturado. Lara entrou no quarto e parou diante da imensa bagunça e das roupas reviradas, olhou para Tom que ainda estava sentando na cama. Andou até ele e colocou sua mão em seu ombro e quando seguiu seus olhos tristes, se assustou:
- Meu Deus!
Ela correu até o banheiro, abriu o Box, entrou e desamarrou a mulher com dificuldade, quando Lara tirou a fita de sua boca, a arrumadeira começou a falar sem parar em castelhano, comia palavras, gesticulava com as mãos, gritava e chorava.
- Calma... Fale devagar! – Pediu Lara, também em castelhano.
A mulher respirou e depois de alguns segundos, um pouco mais calma, sentou-se no vaso do banheiro, Lara começou a questioná-la sobre o ocorrido. Tom agora estava encostado na porta, ainda nervoso, estalava os dedos e mordia os lábios impaciente como se não precisasse de explicação, como se já soubesse o que tivesse acontecido, como se ele tivesse certeza que Bill corria risco de vida.
- Você viu quem o levou? – Lara perguntou para a mulher ainda em castelhano
- Um rapaz alto, forte e bonito! –Ela respondeu.
Lara passou as informações para Tom.
- Rapaz? –Tom perguntou.
Lara pediu mais informações para a mulher e depois passou para Tom. Ele negava com a cabeça como se não conhecesse o homem que tinha levado Bill.
- Mais ou menos 30 anos e tatuado, o outro era bonito com os olhos verdes, tinha uma tatuagem no braço escrito “madrecita”.
Depois que Lara traduziu para Tom, ele andou até a geladeira e abriu a vodka, tomando um grande gole, pareceu muito mais confuso, logo em seguida, deu algumas notas para a mulher e pediu que ela não dissesse nada. A mulher agradeceu e quando estava saindo do quarto, Tom perguntou:
- E a mulher que estava com ele o que aconteceu?
- Mujer? No había Mujer, señor! – Ela respondeu após a tradução.
- Não tinha uma mulher morena e cabelos castanhos? –Tom disse olhando para ela
A arrumadeira olhou para Lara esperando a tradução. A mulher disse novamente.
- No había Mujer, El hombre estaba solo!
Ela saiu do quarto apressada sorrindo para Lara, ela o olhou, mesmo Lara não traduzindo, ele entendeu, Alice não estava com ele. Bill estava sozinho quando o levaram.
- Foi ela! – Tom sorriu e passou a mão na testa coberta de suor. – Alice!
- Tom, mas...
- Ela chegou de mansinho, foi o enfeitiçando, foi o envolvendo, e ele... Ele caiu feito um... Idiota!
- Tom, ela é apenas uma prostituta!
- Lara, eu vou matá-la! – Tom olhou para Lara com os olhos arregalados e saiam faíscas deles.
- Tom meu Deus o que você esta dizendo? – Lara tentava acalmá-lo em vão – Alice não tem nada a ver com isso, esse ódio já foi longe demais.
- Longe demais? – Tom perguntou passando por Lara, indo para o guarda roupa abrindo-o.  - A mala dela e a mala do dinheiro não estão aqui, apenas às coisas do meu irmão. -Tom chutou a porta que se desprendeu e caindo no chão.
Tom se virou e a olhou com uma raiva e um ódio nos olhos que fez Lara engolir a respiração.
- Ela esta aqui a mando de alguém, ela esteve aqui com um único propósito... E ele simplesmente caiu.
Lara se aproximou e disse baixo:
- Calma...Tom vamos descobrir e vamos trazê-lo de volta.
- Eu fui o culpado, não podia deixá-lo, ele ficou sozinho, sem proteção, desarmado e foi uma presa fácil. - Tom abaixou a cabeça e a tristeza o invadiu.
- Eu prometi que nunca o deixaria que sempre tomaria conta dele e agora... Agora eu nem sei onde ele esta. Não nem por onde começar a procurar.
- Fique aqui... Eu vou lá embaixo e vou tentar descobrir alguma coisa. –Lara foi até ele e o fez sentar na cama. - Tente se acalmar.
Então Lara colocou os óculos escuros, um lenço na cabeça e saiu do quarto.
Voltou, depois de dez minutos, encontrou Tom no mesmo lugar sentado na cama, com o olhar distante e vazio.
- Quem o levou, o levou vivo, eram dois homens, falavam em castelhano, estavam em uma pick up verde e um deles foi chamado de Syn.
- Syn? – Tom a olhou.- Nunca ouvi esse nome.
- É o que temos. – Lara finalizando se sentindo culpada pela situação.
- Tom? – Lara se aproximou e tocou seu ombro – O que foi? Seus lábios estão brancos...Tom...Tom
- Meu estômago, foi como... - Tom novamente colocou a mão sobre o estômago e Lara o segurou fortemente.
- Tom você esta me assustando!
Logo em seguida, ele a apertou e gemeu mais alto.
- Bill... Bill!
Era apenas o que ele conseguia dizer, antes de fechar os olhos e cair no chão, protegendo o rosto como se estivesse apanhando, os gritos tomaram o quarto.
- Não, não façam isso com ele!! – Ele berrava, suando e chorando desesperadamente.
- Meu Deus! Tom o que esta havendo? – Lara se jogou sobre ele e o abraçou trazendo para o seu colo. – O que você esta sentindo?
- Os chutes... Parem! – Tom agora estava com os braços sobre o abdômen - Não façam isso com ele, Não... Bill... meu DEUS eles vão matá-lo... Parem.... deixe-o em paz ....Billl ...meu irmão... não façam isso com o meu irmão ...pelo amor de Deus não matem o meu irmão... Nãoooooo!!!

Ele gritava, contorcia-se no chão e chorava desesperadamente, como se tivesse levando chutes e os socos.
Lara o abraçou o mais forte que pode, chorando desesperada também, agoniada e sem saber o que fazer, nunca o virá tão desprotegido e tão frágil.
                - Não deixe... não deixe que eles o matem... Bill
- Não vou deixar meu amor! – Ela o beijava e tentava acalmá-lo - Não vou deixar que nada aconteça com o seu irmão. – Lara passava a mão na testa dele e a beijava, aos poucos ele foi se acalmando. Ainda deitado no colo dela, no chão, ela acariciava o seu rosto, ele estava de olhos fechados, cansado, com o corpo pesado e doído.
- Essa ligação de vocês dois em assusta... me apavora! – Lara disse acariciando o rosto de Tom.
- Ninguém entende!
- É como se fossem apenas um. Fossem incompletos, se não existisse o outro. –Lara beijou seu rosto – Como se vocês não deixassem ninguém entrar no meio de vocês.

- Somos apenas um! – Tom abriu os olhos e a olhou. – Eu deixei você entrar em nosso meio.
- Não... você saiu daqui com ele na cabeça... Não o deixou, ele nunca entrou em nosso meio, eu não tive espaço. Talvez eu compreenda agora esse seu amor por ele. A cena que eu vi... você pareceu estar apanhando junto com ele.
- Eu senti cada chute... e posso sentir que ele esta muito machucado e que se não chegarmos a tempo, ele... Ele vai partir.
- Tom, foi o mandante do meu seqüestro que pegou Bill? – Lara perguntou.
- Não!
- Então... Se você quiser achar seu irmão vivo, você vai ter que confiar em mim!
- Não se meta Lara! – Tom disse bravo.
- Quero o seu celular! – Lara o olhou e pediu.
- Meu celular?
- Tom... Dê-me o seu celular agora se ainda quer encontrar o seu irmão vivo.
Tom a olhou e disse.
- Não quero que faça isso!
- Não temos outra escolha! – Ela enfiou a mão nas calças dele e pegou o aparelho.

Olhou para Tom e então olhou para o visor para discar, quando apertou os dois primeiros números, automaticamente o nome e o número de Carlos, apareceu no visor.
Lara olhou para o visor e olhou para Tom, não entendendo o porquê daquilo. Seus olhos se encheram de lágrimas, quando notou que ele tinha o nome, os dois celulares e o telefone da casa de Carlos na Bolívia na agenda.
- Vou ter que me explicar! – Tom disse sério

Ela soltou o celular, levantou do chão e andou para longe dele.
- Agora tudo faz sentido! – Lara o olhou deixando as lágrimas rolarem -  Eu tinha certeza que te conhecia, você tinha dreads loiros, usava umas roupas diferentes, mas os olhos... seus olhos.... Há quantos anos atrás? Dois?
- Sim! No Brasil, você estava com o seu pai! – Tom disse sentando na cama. – Foi nosso primeiro encontro.
- E depois, na casa de Carlos... Uma semana antes de vocês me seqüestrarem... Você esteve na casa de Carlos, você tentou se esconder, ele tentou te esconder de mim, fechando a porta rapidamente da biblioteca, foi um segundo... Mas vi seus olhos... era você!
- Sim, era eu! – Tom confirmou.
- Você é um traidor! – Lara disse a ele – Esteve na casa de Carlos, ouvi as suas risadas. Ele disse algo sobre o novo amigo alemão que morava no Brasil... Amigo! Carlos disse que você era  Amigo dele!
Tom baixou a cabeça e calou-se.
- Você em uma semana você estava bebendo o whisky caro de Carlos e na outra seqüestra a noiva dele. – Lara o olhou indignado. – Belo traidor você é!
Tom a olhou e nada respondeu.
Ela o segurou nos ombros e disse sem paciência:
-Fale!
 -Ligue para Carlos.  -Tom disse a pegando pela mão, indo em direção ao carro. – E depois no caminho, vou contando tudo!
- Não! – Ela soltou sua mão e o olhou com raiva – Se quer o teu irmão vivo, comece a contar agora Tom Kaulitz! – Ela gritou com ele.
Tom fechou os olhos e suspirou, não teve outra alternativa, então, começou a contar toda história sem poupar nenhum detalhe, nem um momento.
A cada fato desvendado, Lara arregalava os olhos, mordia os lábios e quando ele contou o verdadeiro mandante, ela não conseguiu se conter e chorou.
- Não pode ser! – Ela balançava a cabeça e chorava magoada, triste, usada e humilhada. – Eles não fizeram isso comigo?
- Sim, eles fizeram! – Tom disse a olhando cheio de dó. – O acordo era tirar você 15 dias do caminho, depois quando os quinze dias passaram, eles queriam que nos livrássemos de você, como não aceitamos, eles tentaram agir antes que Bill e eu os denunciássemos, foi quando colocaram fogo no motel para nos matar.
- Miseráveis...  – Lara voltou a chorar Tom não agüentou ver aquela cena e andou até ela e a abraçou carinhosamente. - E você esse tempo todo... meu DEUS... no fundo eu sabia que jamais faria mal a mim.
Ela o abraçou e se deixou chorar.
- Desculpe contar dessa forma. – Tom beijou a testa de Lara - Eu devia ter falado de outra maneira.
- Isso não mudaria meu ódio e minha indignação.
Tom a soltou e ela o olhou emocionada.
- Por isso que você sempre teve receio de Carlos. – Ela passou seus dedos nos lábios de Tom – Eu gostei de saber dessa sua aliança com ele, o admiro e sou grata pelo amor que ele sente por mim, mas não muda absolutamente nada o que eu sinto por você.
Ela acariciou o rosto dele e ainda em lágrimas ouviu Tom confessar:
- Isso não muda o fato deu ser um traidor, afinal ele continua sendo meu amigo.
- Não escolhemos nos apaixonarmos, Tom! – Lara deu um leve selinho – Você não sabia que...
                - Sim, eu sabia. – Tom a olhou e suas pupilas se dilataram.  – Carlos  sabia o nome da pessoa designada para te manter longe, na verdade acho que ele sabia também que a sua morte ia ser exigida,  pelo sobrenome ligou-me a Bill e com o poder que ele tem, foi fácil chegar até a minha pessoa, e quando ele me contou no que Bill estava se envolvendo, eu naquela mesma noite convenceria Bill a deixar essa loucura, porem depois que ele me mostrou a sua foto e disse que a pessoa que Bill tinha que seqüestrar era você,  eu lembrei da visita que você fez com o seu pai no Brasil dois anos atrás, eu nunca mais tirei você da minha mente. E naquela noite quando a vi novamente, Eu precisava aceitar a proposta de Carlos para ficar perto de você... Corri todos os riscos para ter você perto de mim.
- Tom... E Bill?
- Bill nunca desconfiou de nada, contei a ele logo após do incêndio!
- Por isso que ele nunca mais encostou as mãos em mim? – Lara encaixava as peças.
- Sim! – Tom explicou. – No começo ele achou uma loucura, mas depois que ele percebeu o tipo de pessoas que havia contratado-o, Bill só entrou nesse seqüestro pela grana e por que era para tirar você do caminho apenas. Não matá-la! – Tom respirou fundo quando se lembrou do irmão mais novo. – Ele só matou quando realmente precisou, não sei se isso tira o purgatório das costas dele, mas eu o amo e não quero nada de mal aconteça com ele.
- Então, vamos! – Lara pegou sua bolsa e o olhou – Vamos que ligo para Carlos no caminho para não perdemos tempo.
- Você não precisa fazer isso! – Tom a viu abrir a porta do quarto. – Você esta livre, Lara!
Ela se virou para ele, sorriu e andou até ele o beijando na boca.
- Só estarei livre no momento que seu irmão estiver ao seu lado e o mandante do meu seqüestro estiver na cadeia.
Ela o abraçou pela cintura e finalizou:
- Eu devo isso a você!
- Não você não me deve nada!
- Sim, eu devo e você mais do que ninguém sabe disso. Agora vamos recuperar o seu gêmeo.
Ele sorriu esperançoso, ela pegou em sua mão e foram para o carro rumo ao heliporto mais próximo de Novo México..

x.x

Depois de quatro horas de estrada ela entrou no México, não teve problemas, foi só falar o nome de Syn para a pessoa certa e sua passagem não demorou um segundo. Seu coração apertou quando ela entrou dentro do quintal da grande casa, guardada devidamente por um enorme segurança.
Parou o carro em frente à casa, desligou o carro e quando abriu a porta, sentiu seu coração apertar, suas mãos tremiam e sua mente não a perdoava.
- Vamos lá, Alice! – Ela disse para si mesma. – Já foi feito, agora não adianta ficar arrependida. –  Esperava se convencer – Lembre-se das milhares de famílias que ele destruiu...
Então, ela abriu a porta do carro e entrou na enorme casa, foi recepcionada por Pablo, o fiel capacho de Syn.
- Senhorita Gomes
- Como vai, Pablito? – Ela lhe deu um pequeno beijo na bochecha, o rapaz ficou sem graça, por que sempre que ela fazia isso, tinha medo do patrão e do amor obsessivo que ele tinha por ela. – E Joana?
- Madrecita esta preparando o seu café da manhã na cozinha.
- E Syn?
- Já foi avisado da sua chegada, esta vindo ao seu encontro. –Pablo disse fechado a porta da casa.
- Esta bem!
Alice sentou-se no sofá e ali esperou pelo amigo, que entrou um minuto depois que ela havia se acomodado, num sorriso charmoso nos lábios e com os braços abertos para lhe receber.
- Lyce, finalmente!
- Oi, Syn!
- Como foi à missão?
- Difícil...
- Mas pense que terminou e você não vai precisar olhar mais para Bill Kaulitz.
- Isso é... Ótimo! – Ela se esforçou para dizer, sorrindo.
- Eu sabia lidar com os Kaulitz não é nada fácil. –Syn lhe deu um leve selinho - Sei que sofreu demais nas mãos daqueles dois animais. Sabe quando me ligava e ouvia sua voz triste e desesperada, minha vontade era pedir para você desistir. – Ele a abraçou forte - Desculpa se te fiz sofrer dessa forma.
- A minha missão foi cumprida não é isso que importa? – Disse ela afastando-se dele.
- Sim e muito bem cumprida! Estou muito orgulhoso de você! –ele disse dando um pequeno beijo em seus lábios. – Ainda bem que terminou e nessa hora Bill e Tom devem estar sendo enjaulados como dois animais perigosos.
                A cabeça de Alice doeu e ela sentiu suas pernas moles, tudo tinha terminado.
- O FBI já me ligou dizendo que o vôo deles parte daqui poucos minutos, a prisão alemã, os esperam! – Syn sorriu feliz – Conseguimos prender o maior ladrãozinho foragido da Alemanha, esse estúpido devia ter ficado quieto lá no Brasil, mas não, quis pagar de esperto em um seqüestro nos Estados Unidos. Muito Burro!

Ele a abraçou forte, segurando a pela cintura e colocou uma de sua mão no pescoço dela forçando o beijo. Ela tentou desviar, mas ele a forçou então o beijo aconteceu. Sem vida e sem sentimento, para ela.
- Isso era o que eu mais sentia falta. – Ele sorriu – Vamos para a nossa suíte e vamos matar essa saudade.
- Eu estou cansada, dirigi quase cinco horas, preciso de um banho e dormir!
- Eu entendo – ele disse – quero que suba e descanse e se livre de todos os vestígios de Bill kaulitz. – Ele sorriu e finalizou:

- Vou ter que sair o dia inteiro. Pedi para Joana levar o seu café lá em cima, na cama. Não faça nenhum esforço. À noite estarei de volta.
- Onde você vai?
- Resolver uns assuntos, não quero falar de trabalho com você. Quero te poupar por enquanto.
Alice balançou a cabeça e recebeu o carinho em seus cabelos. Fechou os olhos e sentiu as mãos macias e doces de Syn sobre seu rosto. Muito diferente das estúpidas de Bill.
Syn mais uma vez selou os lábios de Alice e pedindo para Pablo ajudá-la com mala, a viu subir para o quarto. Saindo da casa.


Alice subiu com as malas para a suíte e quando chegou se esparramou na cama, tirou sua roupa e encheu a banheira.
Olhou para o quarto e não viu sua TV e nem seu computador. Pegou o interfone e ligou para a cozinha.
-Pablo, onde esta minha TV e o meu computador?
-Syn mandou jogar fora para comprar novos! –Pablo explicou.
-Hum...
-Você queria ver algo?
-Não...não! –Ela mentiu – Obrigado!
Droga! Ela queria ver se tinha saído algo nos jornais sobre a prisão dos Kaulitz, tinha que deixar para amanhã, ia dar uma desculpa e ir a alguma lan house.
Foi para o banheiro, entrou na água morna e pensou em Bill, no ódio que ele estava sentindo dela. Onde ele estaria naquele exato momento?
Deitou e ficou pensando na hora que saiu do quarto e o deixou dormindo, na dor de sair daquela forma. A angustia de sua alma, em pensar na noite nunca vivida e jamais compartilhada com um homem, nunca pensou que isso terminaria assim, nunca pensou que fosse se apegar a ele dessa forma. Alice tinha certeza que não era amor, mas era algo que ela precisava e queria para ela, quando fechou a porta sentiu que estava deixando sua alegria ali dentro, deitada na cama, nu.
Saiu da banheira e ainda nua colocou uma camiseta com o logo do Mickey em forma de caveira, sorriu ao se olhar no espelho, tinha roubado várias roupas dele, ela deixou o sorriso morrer pensando na hora que ele se dera conta que ela havia partido. Ele a odiaria.

Deitou na enorme cama e fechou os olhos e ainda pensando nele, logo em seguida passou seus sentimentos para Syn.
Ele sempre foi doce e carinhoso com Alice. Quando o conheceu ela tinha 15 anos e ele tinha 22 anos. Foi um de seus primeiros clientes, depois de um tempo ele passou a visitá-la toda semana. Depois que a viu com os lábios roxos, decidiu ajudá-la com a defesa pessoal, por varias vezes pediu para sair dessa vida, mas como Alice era orgulhosa demais e o pavor dos homens era grande demais, nunca se viu ser sustentada por um. Sofreu demais com o pai e depois em dobro com o padrasto, mesmo Syn sendo diferente, a raiva que sentia dos homens era muito maior. Deixou que ele tomasse conta e lhe desse alguns presentes, mas nunca deixou que ele a dominasse por completo, ele vendo sua resistência pelo sexo masculino, talvez por amá-la demais, preferiu ficar ao seu lado dessa forma. Sempre dando suporte e sendo seu “velho” amigo.
Por que ela não se entregou para Syn da mesma forma que se entregou para Bill, isso seria o certo e o menos dolorido. Com esses pensamentos adormeceu.

Depois de horas, ela acordou assustada com os gritos de Syn ecoando pela casa, ela abriu a porta e mais uma vez o ouviu gritar:
- Lyce venha ver...Eu te comprei um presente pelo sucesso de sua missão!

Postado Por: Grasiele

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