quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Dead Or Alive - Capítulo 28 - Almost over...

 


Quando você é trazido para este mundo
Dizem que você nasce com um pecado
Eu tenho um pecado.
Você será sempre o meu pecado...
Blazy of Glory - Bon Jovi

  

Um tiro foi ouvido... Estava feito!

Um grito foi sufocado dentro de sua garganta, seu corpo escorregou na porta, desabando como se o tiro tivesse perfurado o seu corpo, deixando-o sem vida. Ela deitou no chão gelado, fraca. Fechando os olhos sussurrou como se ele tivesse a ouvindo pela última vez:

-Nos vemos no inferno, Bill Kaulitz!

O corpo de Bill se encolheu ao ouvir o tiro estridente que quase o ensurdeceu, sem abrir os olhos ouviu outro barulho, de um corpo sendo atirado sobre uma pequena mesa de madeira, que pareceu mais estrondoso do que o próprio tiro.

- Bill? - Pablo estava com as mãos trêmulas segurando uma 38, tentando manter o ângulo. – O senhor está bem? – Não houve resposta, Bill abriu os olhos em câmera lenta, teve dificuldade em focalizar o rosto jovem de Pablo, ainda sem responder, moveu apenas os olhos e avistou o corpo de Syn estirado no chão, se contorcendo e revirando.
- P... Pablo... seu filho da pu   - Syn se esticou para pegar a arma que estava próxima aos pés de Bill.
Syn levou um chute certeiro de Bill no queixo ao tentar pega-la, e entre gemidos de dor, o gêmeo, se esticava para chutar a arma para longe do inimigo.
- Pablo me desamarre! – Bill soltou o um rugido ao ver Pablo se aproximar de Syn, tentando apontar a arma para a cabeça do chefe que estava quase desmaiado. – Pablo, me desamarre, não atire nele... Eu quero matar esse desgraçado com minhas próprias mãos. Ouça-me, olhe aqui  – O jovem estava em transe  - Pablo porra! – Bill berrava com a voz rouca, tentava despertá-lo, parecia em choque ao perceber que iria matar seu chefe, tudo aquilo era demais para ele, mas Syn havia ido longe demais com as torturas. Outro berro de Bill finalmente o acordou.
- Pablo! – O ajudante lhe olhou com os olhos arregalados. – Venha e me desamarre, rápido!
Bill se esticava o quanto podia, e Pablo se aproximou e com uma faca afiada, retirou todas as amarras sem muito cuidado, fazendo-o morder os lábios de dor, já livre, arrancou a arma de Pablo e puxou-o pelos ombros, chacoalhando-o, ainda gritando.
- Ouça Pablo, quero que preste atenção, preciso que você pegue meu irmão, Lara e Alice e tire-os daqui. – Pablo o olhou e balançou a  cabeça freneticamente – Vá!
- O Sr... erh... Syn tem um helicóptero que o levaria para Grécia após matar todos vocês. – Pablo o olhava assustado. – Alice já...
-Alice?   Bill olhou apavorado para Pablo – Ele não a matou?
-Não...
-Então... Pegue-os e tire-os daqui!  – Bill gritou e empurrou Pablo para fora do quarto.
-Agora é a hora de te depenar, maldito! – Bill chutou a perna ferida de Syn pelo tiro que Pablo deu. – Eu gostaria de te dar uma morte lenta e dolorosa, mas acho que a polícia não vai gostar da idéia de chegar e me ver aqui, então eu vou ser brevemente doloroso com você. - O moreno apontou a arma para a parte íntima do ex-amigo e atirou, ouvindo um grito apavorante dele. – Fez cócegas? Quer mais um? Isso é por você ter usado essa merda para machucar a Alice.  - Bill segurou a mão de Syn que tentava estancar o sangue abundante das partes feridas e atirou na palma de sua mão direita, estraçalhando-a. Dessa vez ele não gritou, apenas agonizou cuspindo sangue.
- Isso, morra engasgado com seu próprio sangue! Eu não vou simplesmente atirar na sua testa e acabar com a diversão. – Bill olhou para os lados tentando achar seus pertences e achou dois celulares junto com suas armas em uma mesa distante do sofá, correu e os pegou, voltou para onde o corpo estava caído quase morto de tanto sangrar, tossindo e tendo convulsão no chão.
- Boa noite bela adormecida, tenha bons sonhos ao lado do seu irmão no inferno. – Bill limpou a arma que havia atirado, pegou a mala de dinheiro, jóias e tudo o que havia de valor ali, pegou dois galões de gasolina que estavam na cozinha, provavelmente Syn usaria para queimar o corpo de Alice e dele depois que os matasse e voltou para sala.
Bill despejava a gasolina pelo tapete, por toda parte e voltou a olhá-lo caído no chão, somente com os olhos abertos, estava quase morto. Bill sorriu se divertindo com cada ato para acabar com o inimigo, quando ouviu o barulho de um carro invadindo e atropelando qualquer coisa do lado exterior da casa, foi até a janela, era Tom e Lara em um Impala 69 preto, e em outro, verde, estava Pablo.

O gêmeo mais novo desceu derramando o que restava de gasolina e o carro parou na porta, Tom gritava para o irmão sair da casa, pois  o resto do bando de Syn tinha sido avisado da confusão. Um barulho de helicóptero fez com que todos olhassem para o céu. Bill olhou para cima e depois para o lado quando ouviu seu nome.
- Bill! – Era Pablo chamando-o. – Bill, eu acho melhor vocês virem comigo.
- O que você está fazendo aqui? Cadê a Alice?  – Bill gritou olhando nervoso para ele.  - Cadê ela?
- Confie em mim ela esta bem!! – Pablo o segurou e gritando pediu – Vamos sair daqui! 

Bill riscou o fósforo e jogou dentro da casa e em passos rápidos saiu do quintal da casa, não tinham tempo para mais nada, juntou-se aos três e ordenou:
-Pablo você vem comigo! – Bill bateu no ombro do garoto e depois olhando para Tom mandou – Pegue Lara e vá embora!
-Que?! – Tom franziu a testa e perguntou ao irmão mais novo.
-Tom, pegue a Lara e siga para o México!  – Bill pegou uma arma, abrindo-o o pente carregando-a rapidamente. Pablo também pegou duas armas pratas e as carregou, colocando as duas no capô do carro.
- Eu não vou sair daqui sem você, Bill! – Tom se aproximou do irmão e o avisou.
_Tom, isso não é hora de sentimentalismo! – Bill olhou sério para o irmão – Pegue Lara e vá embora, já causei mal o suficiente para você dois. – O irmão mais novo disse erguendo o capô do porta mala e reabastecendo mais duas espingardas.
-Não é sentimentalismo, vamos sair daqui...  – Tom andou até o irmão e o segurou pelo braço com força. – Juntos!
-Tom, eu vou socar sua cara se você não entrar nessa merda de carro e tirar ela daqui. – Bill puxou o braço e sem olhar para o irmão abriu a porta do motorista e jogou as armas no banco traseiro.
- Bill temos que sair daqui – Pablo olhou com olhos de pavor e depois desviou seu olhar para Pablo  – Os homens de Syn virão atrás da gente.
-Entre no carro Pablo! –Bill sentou no banco do motorista e Tom entrou na frente quando Bill foi fechá-la, ele o impediu de fechá-la.
-Sai da porra da porta, seu burro! – Bill gritou para o irmão.
-Não!
Bill bufou impaciente e saiu do carro colocando as duas mãos abertas no peito de Tom o empurrando para longe do carro. O mais velho não se deixou intimidar e também com as duas mãos empurrou o irmão com força fazendo-o trombar contra a lataria do carro.
-Você não manda em mim, seu imbecil – Tom enfiou o dedo indicador na cara do irmão com raiva   - Eu sou mais velho e eu mando nessa porra, você entendeu? – Bill fechou os olhos, pois sabia que não seria fácil convencê-lo a ir embora sem ele.
-Foda-se!  Vamos enfrentar tudo isso juntos! – Bill o ouviu gritar por fim.
-Caralho, Tom será que dá para você ter um pouco de consciência e sair daqui? – Bill disse com calma – Lara não tem nada a ver com isso, você acha justo ela estar aqui passando por isso, depois de tudo o que já passou?
-Bill eu também concordo com o Tom estamos aqui todos juntos! – Lara se aproximou de Bill – Eu não me importo de estar aqui, brigando junto com vocês.
-Ah que merda! – Bill passou a mão pelos cabelos negros – Pensei que você pelo menos tivesse um pouco de juízo -  Ele se virou e quando voltou a olhar para o irmão mais velho, lhe atingiu  com o punho fechado, fazendo-o cambalear e cair no chão, nos pés de Pablo, desmaiado.
-Bill?!   – Lara correu para o lado do namorado e olhou para Bill com pavor - O que você fez?
-Vou ajudá-la a colocá-lo em um dos carros, depois peça ajuda, você sabe para quem! – Bill segurou os braços de Tom e Lara os pés e o erguendo do chão o levou para o Impala verde, colocando-o no banco traseiro.
Bill ajeitou-o, tirou uma corrente com um crucifixo do pescoço, colocou-o no do irmão mais velho, e tocando sua face com carinho lhe deu um beijo carinhoso. Lara o olhou e viu quando lágrimas pingaram na blusa vermelha de Tom, seu coração apertou, era uma cena que jamais imaginou que fosse presenciar, Bill Kaulitz havia derramado uma lágrima.
Então, o viu secar rapidamente saindo do carro e a olhando-a, bravo, a pegou pelo braço e a empurrou para o banco do motorista, fechando a  porta com força;
-Agora vá! –Bill disse a ela, e vendo que ela o olhava, imóvel, gritou assustando-a  – Vá, Lara! Antes que o próximo soco seja em você!
Lara ligou o carro, e saiu olhando para o retrovisor encontrando os olhos de Bill, que junto com Pablo, permaneceu parado vendo-a partir junto com Tom.
O seu coração subiu-lhe a garganta, Lara acelerou e em sentindo contrario e saiu da estrada, pegando uma pequena viela. Ao longe pode ver dois carros pretos, que com certeza seriam capangas de Syn, não havia tempo para ficar pensando e muito menos em ter medo, precisava colocar a sua vida e a de Tom a salvo, e se possível, a vida do cunhado. Sem hesitar um segundo, pegou a estrada para a cidade.
Lara virou-se para trás e observou Tom ainda desmaiado, percebeu que uma das narinas estava suja de sangue, virou-se para frente e colocou a mão dentro da bolsa pegando o celular que Bill tinha lhe dado, discou o número tão conhecido e ao ouvir a voz em castelhano, ela apenas pediu:
-Estou indo para o prédio antigo do meu pai, preciso de você!
Lara não esperou para ouvir a resposta dele, desligou e atirou pela janela o pequeno celular. Pensou em Bill, não por gostar dele, “Tudo bem...posso até me simpatizar” pensou, mas se algo acontecesse ao gêmeo, sabia que Tom ficaria arrasado e sua felicidade não seria completa, e todo os esforço seria sido em vão, e depois de tanto tempo sem rezar abriu os lábios para uma pequena oração.


 x.x


- Tom! – Lara o chamou com carinho – Tom, meu amor acorde!
Depois de alguns segundos ele puxou o ar com força e o soltou, gemendo baixo, colocando lentamente a enorme mão na testa, se movendo no banco traseiro do Impala.
-Onde estamos? – Com muita dificuldade Tom perguntou a Lara – Cadê aquele teimoso?
-Estamos em um dos prédios do meu pai, na Califórnia! – Ela explicou – Bill ficou!
Em um salto, ele sentou no banco de couro e olhou em volta, ainda confuso e com muita dor no rosto, olhou para baixo pegando o pingente que estava preso em uma corrente em seu pescoço.
-Filho de uma puta! – Tom fechou o pingente na mão - Aquele filho da puta...droga...
-Xingar a própria mãe não é crime na Alemanha? – Lara perguntou, tentando amenizar a dor que Tom sentia. Vendo-o olhar fixamente para o crucifixo, ela sussurrou – Vamos salva-lo, mas não se ficarmos aqui parados!
Tom levantou os olhos, e Lara pode ver as lágrimas grossas em seu rosto e diferente do irmão, não as enxugou, saiu do carro, com ajuda dela seguindo para o elevador, quando estavam dentro, ele a encarou e perguntou:
-Pediu ajuda de Carlos novamente, não é?
-Pedi! – Lara disse segurando sua cintura com força – E se quiser rever seu irmão, não é hora para glorificar o seu orgulho de macho!
Olhou-o e Tom não disse nada apenas a fitou. E depois de um breve silêncio disse:
-Obrigado Lara!
-Espere para agradecer quando tudo estiver terminado. –  Ele o beijou carinhosamente – Quando tivermos rolando nas areias de uma praia paradisíaca e deserta.
Tom não pode deixar de sorrir e beijando o topo de sua testa sussurrou:
-No que eu de transformei...
-Sim, numa grande mulher!
Lara levantou a cabeça com um sorriso malicioso nos lábios, ele baixou seu rosto e selou o momento num beijo rápido, no mesmo instante que a porta do elevador abriu e saíram em direção ao heliporto do prédio.
Tom abriu a porta e o viu ainda de costas. Quando ouviu a porta ser fechada, ele se virou encarando o casal.
-Lara, que bom revê-la! – Carlos disse debochado – Tom...Já não posso dizer o mesmo.
Lara se desvencilhou de Tom e foi em direção a Carlos lhe dando um beijo na bochecha.
-Obrigado mais uma vez! – Sorrindo disse a ele  – Prometo que essa será a última vez!
-Sem problemas, quantas vezes precisar de mim, estarei sempre a sua disposição –  Carlos disse retribuindo um sorriso amplo e enfatizando a palavra “sua”.
-Vou colocar as malas no helicóptero! – Lara disse para Carlos, seguindo em direção de três pequenas malas que Bill havia lhe dado.
- Eu posso ter a perdoado, mas você seria impossível.  – Carlos disse quando viu Lara distante.
-Isso eu tinha certeza – Tom sorriu sarcástico para Carlos – Eu devo me desculpar com você?
-Seria de bom grado! - Carlos disse ainda o olhando com ironia.
-Se eu o fizer, estarei sendo mentiroso... Sinto muito por isso! –Tom passou os olhos para Lara, que ainda estava no interior do helicóptero.
-Eu só não fui atrás de você, por ELA, por que Lara iria sofrer demais e acho que a vida já a fez sofrer demais. – Carlos esbravejou  – Se não fosse por isso... – Carlos deu um passo encostando-se em Tom -  Eu queria te matar da forma mais lenta possível, seu traidor desgraçado.
-Podemos resolver isso, Carlos?   –Tom lhe deu um tapinha no ombro – Finalizamos isso... Agora!
Lara parou um segundo, saindo do helicóptero e olhou os dois homens se olhando com raiva, algo dizia que aquilo não terminaria bem. Então, desceu rápido e correu para juntos dos dois, que se encaravam com ódio, a menos de cinco centímetros de distância.
- Será que as mocinhas podem parar com isso? – Lara entrou na frente – Tom, temos que ir! – Lara disse puxando o braço de Tom para longe de Carlos. – Carlos, o que já disse a você?
- Lara, você não deve satisfação a ele! – Tom ergueu o queixo ao falar.
-Tom....  – Lara fez um gesto com a mão para parar de falar – Sei que erramos, mas isso, essa mágoa, esse ódio guardado não levará a nada...NADA pode mudar os nossos destinos.
Lara se aproximou de Carlos e carinhosamente lhe disse:
- Eu devo minha vida a você... Mas eu vou repetir quantas vezes forem necessárias: Morto ou vivo, eu sempre vou pertencer a Tom. E a mais ninguém! – Deu um leve beijo na bochecha de Carlos - Então pela última vez, deixe isso de lado e siga a sua vida!  - E pegando com força o braço de Tom, correram seguindo para dentro do helicóptero.

 Já fora do chão, Lara procurou os olhos de Carlos, sorriu e apenas com um gesto terno, sem som, murmurou um sincero: Obrigado.


Alcançaram o céu, e quando a cidade começou a ficar quase do tamanho de formigas. Lara arfou jogando a cabeça para trás, fechou os olhos deitando no ombro de Tom, que procurou sua mão, entrelaçando-a com a sua, ao sentir o toque do namorado, levantou a cabeça e o olhou, não sorriu, apenas estreitou os olhos e determinada prometeu:
- Sairemos dessa!  – Tom apertou sua mão - O fim esta chegando... para Todos!


Postado Por: Grasiele

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Arquivos do Blog