segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Sempre Sua! - Capítulo 1 - Sempre Sua!

Inicio de 2008. – Alemanha
Bill Pov’s.
Eu estava deitado no enorme sofá branco, com a cabeça apoiada em seu colo, eu a olhava. Ela afagava meus cabelos, quieta, olhando-me com olhos baixos e doces.
Sorriamos ao mesmo tempo um para o outro.
–Eu adoro você. – Ela disse corando em seguida, desviando seu olhar para nossas mãos entrelaçadas. –Adoro todos esses poucos momentos que conseguimos passar juntos.
Seus olhos procuraram os meus novamente e sinto que ela está sendo sincera. Não sei o que dizer. E mesmo se as palavras surgissem, minha garganta está tão apertada que não as deixaria escapar.
–Eu... – tento falar algo, mostrar a ela que me importo, mas não consigo pensar em nada que não pareça precipitado.
Eu a olho novamente e vejo seu olhar perdido em uma vista qualquer na janela acima de nós, ela não espera que eu responda. E eu sinto muito por não ser capaz de fazê-lo.
Ouvi uma leve batida na porta, e depois de permitido, Natalie entrou no escritório amplo na casa de David, não tiramos os olhos um do outro, até ouvir o meu nome ser chamado, duas vezes.
Na segunda, levantei meus olhos até Natalie e ela me avisou:
–Bill, olha que estranho, chegou uma carta para você aqui na casa de David.
Ela estendeu a mão e eu me levantei, bruscamente, peguei o envelope da mão de Natalie, e perguntei:
–David, onde esta?
–Na cozinha! – respondeu sentando-se ao lado dela.
Aproveitando a porta aberta que Natalie havia deixando, eu saí do escritório com a carta que havia recebido a procura de David, quando entrei na cozinha, ele estava de cabeça baixa, lendo uma revista. Quando me viu fez uma careta dizendo:
–Essas revistas não cansam de plantar notícias falsas sobre vocês?
–David! – puxei a cadeira e me sentei à frente dele, jogando a carta em sua direção.
David olhou o envelope branco em cima da mesa e antes de pegar e abri-la olhou para mim. Ele já sabia o que representava o meu olhar sério e preocupado.
“Bill,
Eu te amo e se você não pode ser MEU, não será de mais ninguém. Se tentar me contrariar... Eu a matarei... Quantas existirem... Nenhuma restará... Tua fã!”
Depois que leu baixo para mim, dobrou-a e com uma expressão desolada me alertou:
–Kate ainda não poderá saber disso. – levantou-se e ao passar por mim, tocou meus ombros em forma de consolo finalizando ao dizer antes de sair da cozinha deixando-me sozinho:
–Alguém ainda não esta preparada para Kate!
x.x
Kate Pov’s.
–Você fica aqui na minha casa Kate! – David disse tocando em meus ombros, observando Bill deixar a cozinha para se juntar a nós na sala de estar. –Depois você pode ir para o hotel, mas essa noite dorme aqui.
Eu olhei para Bill que me olhou triste e sorriu com muito esforço. Apenas balancei a cabeça em afirmativo, na verdade nesses meses de namoro, a minha vida era assim, mandada, desmandada e traçada por managers.
Bill apenas me olhava e nada dizia e se dizia era sempre a mesma frase:
–É para o seu bem!
E eu respondia sempre com a mesma resposta, como se fosse automático em meus lábios, e programada para dizer a mesma resposta:
–Tudo bem!
Era o que eu sempre dizia, sempre!
–Se quiser fazer como sempre faz, eu espero! – David disse sério. –Mas você tem 1 minuto antes que a porta do hotel encha de fãs. Só peço que não demore!
Bill me olhou, e acenei com a cabeça, subindo as escadas tendo ele logo atrás, entramos no quarto de hóspede da casa de David, eu estava feliz em ter aquela poucos minutos ao lado dele, pois não era sempre que podíamos ficar a sós, quando tinha festas ou mesmo visitas que não fosse o do nosso ciclo, nos não tínhamos esse direito, na verdade eu não aparecia, ficava no hotel ou mesmo no meu apartamento, sozinha.
E se por acaso, cruzasse com ele no corredor de hotel ou mesmo em lugares com outras pessoas que não fossem Tom, Georg, Gustav, David e Natalie, eu tinha que passar por ele e fingir que era apenas, o intocável, Bill Kaulitz.
Sim, para o mundo externo eu não existia, quer dizer, eu até existia, mas não era absolutamente nada e ninguém na vida de Bill Kaulitz.
Ninguém podia ficar pensando nada a respeito daquilo. Ninguém podia tirar nenhuma conclusão precipitada. Por quê? Por que, sempre que alguém nos via fingíamos que aquilo não significava nada.
Bill abriu a porta do quarto de hóspede e deixou-me entrar primeiro, depois fechou a porta, me olhou e colocou suas mãos frias em meu rosto, beijando-me suavemente nos lábios. Eu o envolvi pelo pescoço e me deixei beijar.
Senti-o deixando meus lábios e percorrer meu queixo e depois meu pescoço dando leve mordidas, o apertei e suspirei, eu o amava tanto, que meu corpo doía e pesava tamanho era a intensidade desse sentimento dentro de minha alma.
–Eu preciso ir! – disse baixo beijando meu ombro e depois levantando a cabeça me olhando novamente.
–Sim, eu sei. – o disse também em voz baixa.
Havia momentos e este era um deles, que apesar de breves e raros, faziam eu me sentir muito especial.
Bill passou as costas da mão no meu rosto pálido, andou até a porta e saiu, fui até a ponta da escada e os vi sorrindo, cada um com sua mala nas costas. Quando me viram, Tom, Georg, Gustav disseram em um uníssono:
–Tchau, Kate!
Sorri e respondi:
–Tchau meninos!
Bill olhou para cima e piscou com os dois olhos para mim, repeti o gesto e o vi partindo.
Fiquei por alguns segundos na beirada da escada segurando o corrimão, olhando para porta.
No dia seguinte, eles teriam uma entrevista em um programa de talk-show, com certeza não conseguiria vê-lo.
Eu nunca sabia o dia, a hora ou sequer o minuto que estaríamos juntos novamente.
Sinceramente, há alguns meses eu não me programava para mais nada, minha vida era corrida, incerta e ao mesmo tempo, solitária e vazia, resumindo-se a andar com dois celulares ao meu alcance, para estar sempre pronta para ele.
Há cinco meses convivo ao lado do vocalista da banda de maior êxito em vinte anos da Alemanha, convivo a sua sombra todos os dias.
Sou aquela que nunca existiu, existe ou que vai existir algum dia.
Chamo-me Kate, mas isso não importa a ninguém, a não ser para aquele a qual pertenço... Bill.
Não... Você não me conhece e possivelmente nunca conhecerá.

Postado por: Alessandra

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