segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Substituta - Capítulo 2

 Depois que conversei com todos da banda, eles concordaram e me apoiaram. Eu estava pronta pra participar dessa música, mesmo sabendo que Tom não deixaria barato, mas eu pouco me importo com o que ele irá fazer, ele já ferrou minha vida um monte de vezes e eu tenho certeza de que essa não será a última vez.

Estava no estúdio há algum tempo, aprendendo os acordes da música. Foi bom reencontrar os meninos e passarmos algum tempo juntos, fazia tempo que não nos encontrávamos por causa da agenda apertada deles. Todos já haviam gravado sua parte, só faltava a minha. Depois de todos os equipamentos ligados, eu comecei. Tinha que admitir, eu sou fã dessa banda – apesar de ser prima de um dos integrantes -, adoro todas as músicas. Foi relativamente fácil pra mim, porque eu já estava acostumada com o estilo do som da guitarra que Tom tocava, sempre tocávamos juntos ou eu ficava em casa tocando alguma música deles.

– Perfeito! – Jost disse empolgado. – Agora é só deixar a mágica acontecer. Tudo só depende dos produtores, então vamos deixá-los trabalhar e depois veremos o resultado!

– Você mandou muito bem Àlex! – Gustav elogiou, sorrindo.

– Obrigada Gustav! – Agradeci sem graça.

O clima novamente começou a ficar estranho entre nós dois, e eu nem percebi quando Tom entrou no estúdio. Ele parou ao nosso lado com cara de poucos amigos.

– Quem foi que te chamou pra vir aqui? – Perguntou indignado, revirei os olhos.

– Oi pra você também Tom! – Disse sarcástica.

– Vocês a chamaram pra vir aqui por quê? – Ele perguntou aos outros, porém ainda me encarando.

– Ela... Ela... – Georg tentou disfarçar, Gustav bufou impaciente.

– Nós a chamamos aqui pra gravar a nova música com a gente! – Gustav disse simplesmente. Tom que até então estava de óculos escuros, tirou-os rapidamente com raiva, e eu pude ver sua olheiras arroxeadas e seus olhos vermelhos.

– Vocês o que? – Tom apertou os óculos com mais força, trincando o maxilar.

– Isso mesmo, Tom! Você não estava em condições de tocar, então nós a chamamos para nos ajudar! – Bill interveio a quase briga de Tom e Gustav.

–Vocês colocaram essa vadia no meu lugar? – Tom disse com desdém. Eu respirei fundo para não lhe acertar um belo e doloroso soco.

– Meça bem suas palavras Kaulitz. Você não está falando com suas vagabundas! – Disse cheia de ódio.

– Exatamente, olhe bem como você fala com a minha prima, seu idiota! – Georg rosnou.

– Vão ficar todos contra mim por causa dessa ninguém? – Provocou Tom.

– Pra mim chega! – Coloquei a guitarra no apoio e peguei minha bolsa. – A música de vocês está incrível, não vejo a hora de lançarem, os fãs irão adorar! – Disse para os meninos e sai.

Fui em direção ao meu carro, que estava estacionado bem perto da entrada do estúdio, somente tendo dois carros na frente. Peguei a chave, desativei o alarme e quando estava destravando o carro senti uma mão em meu braço, apertando fortemente.

– O que você pensa que está fazendo? – Perguntei indignada, vendo Tom me olhar com raiva.

– Você não vai tomar o meu lugar sua cretina, nem tente! – Ele disse baixo, perto de meu rosto, tentei empurrá-lo.

– Me solta, está me machucando! – Olhei para sua mão quase esmagando meu braço, e voltei meu olhar para o dele, nublado.

– Você não desiste, não é mesmo? Primeiro eu, depois o Gustav, quem será o próximo? O Georg? Bem... Quem sabe você também já não tirou algum proveito, porque só isso explicaria o tanto que ele te protege! – Ele apertou mais ainda meu braço, e eu soltei um gemido de dor. – E quem sabe o Bill também, ele não para de dizer o quanto você é legal, divertida, talentosa! – Ele disse devagar, como se estivesse me atingindo com uma faca. Eu o empurrei com toda força que eu encontrei, fazendo-o se chocar contra o carro atrás dele.

– Porque você me odeia tanto, Hã? O que eu te fiz pra você me tratar desse jeito? – Cerrei os olhos esperando por sua resposta. Um sorriso debochado surgiu em seus lábios.

– Porque você não passa de uma vadiazinha mercenária! – Soltou azedo.

– Não Tom! Não é por isso! – Me aproximei dele, o bastante para estar cara a cara. Ele encarava meus lábios, nervoso. – Sabe por que me odeia tanto? – Ele olhou em meus olhos.

– Hã? – Perguntou meio atordoado. Eu coloquei a mão sobre seu peito, dedilhando, sentindo-o estremecer sob meu toque.

– Por que você não passa de um menininho mimado, que está acostumado a estalar os dedos e ter todas as vagabundas aos seus pés. – Brinquei com o colarinho de sua camisa vermelha, xadrez. – Mas comigo foi diferente, não foi? Você não conseguiu o que realmente queria! – Umedeci os lábios, roçando um pouco sobre os dele. – E nem vai conseguir, porque eu estou cheia das suas criancices, das suas palhaçadas. – Guiei minha boca até seu ouvido e sussurrei. – Eu não caio mais na sua conversinha barata! – Me afastei repentinamente, vendo-o abrir os olhos, meio desesperado e com o triplo de raiva que estava de mim antes.

Ele segurou meu braço e me prensou contra o carro, e pude sentir sua ereção pressionada contra mina barriga – Já que ele é mais alto que eu. Mas ao contrário dele, eu não demonstrei nenhuma reação, só o encarei séria.

– Você quer ver do que o menininho mimado é capaz? – Perguntou abaixando um pouco e apertando minha cintura fortemente. Novamente soltei um gemido de dor. – No dia em que eu quiser te ter, eu terei! – Disse convicto.

– Eu vou deixar a criança sonhar! – Brinquei, mas sem dar risada.

Uma de suas mãos soltou minha cintura, e se apoderou de meus cabelos, puxando-os dolorosamente.

– Me solta Kaulitz! – Falei um pouco mais alto, com uma expressão de dor.

– Brincou com o fogo, agora vai ter que se queimar, Àlex! – Falou no meu ouvido.

Antes que eu pudesse assimilar o que ele havia dito, seus lábios chocaram-se contra os meus, aplicando uma força que o fez sangrar, devido a pressão contra meus dentes. Fechei minha boca o quanto pude, mas ele me prensou mais ainda contra o carro, me deixando sem ar. Visto que não conseguiu que eu abrisse a boca, ele mordeu meu lábio inferior com força, e quando eu abri a boca para gritar, ele voltou com o dobro de feracidade que antes. Sua língua esmagava a minha, como se estivessem numa briga de rua. Tentei gritar quando o ouvi abrir a porta do meu carro, mas ele não me dava uma deixa sequer para que eu pudesse nem respirar. Eu consegui dar alguns gritos nasalados, mas nada que alguém fosse ouvir de longe.
Abri meus olhos, e pude ver na porta do estúdio, Georg, que parecia procurar alguma coisa, ou alguém. Dei mais alguns gritos nasalados e tentei me debater mais ainda, pareceu funcionar. Georg veio praticamente correndo em nossa direção, eu fechei os olhos, e logo depois senti Tom ser puxado. Georg não esperou Tom se recompor do puxão e acertou um soco nele. Tom caiu do chão com a mão na boca, depois ele a retirou e pode ver o seu sangue misturado ao meu. Meus olhos encheram-se de lágrimas e eu corri em direção a Georg antes que ele pudesse fazer mais alguma coisa contra Tom, já que ele olhava pra ele com tremenda fúria.
Vendo que eu estava chorando, Georg esqueceu-se de Tom e me abraçou. Eu olhei para Tom pelo canto do olho, com muito ressentimento. Ele por sua vez, me olhou com muita raiva. Levantou-se do chão e passou por nós rapidamente; eu nem tinha percebido, mas Bill, Gustav e Jost já estavam do lado de fora sem entender nada. Meus soluços se intensificaram, e Georg me apertou mais em seu abraço.

– Está tudo bem agora, ele já foi! – Ele passou a mão em meus cabelos. Mordi meu lábio inferior sem querer, e soltei um gritinho de dor. – O que aconteceu? – Ele me afastou um pouco, e vendo o sangue em minha boca, bufou irritado.

– Preciso de um pouco de gelo! – Minha voz estava embargada, e saiu entrecortada.

– Claro! – Ele me levou em direção ao estúdio.

Fiquei mais tempo que o esperado lá no estúdio. Minha boca ficou terrivelmente machucada, roxa. Eu odiava ter os olhares piedosos sobre mim. Queria chorar, mas não daria esse gostinho para Tom, mesmo ele não estando ali, eu sei que os meninos contariam. Eu não queria conversar com ninguém sobre o que aconteceu, só precisava ficar sozinha.

– Eu tenho que ir, já está tarde! – Coloquei o pequeno saco de gelo em cima da mesa ao meu lado, e me levantei.

– Eu te levo! – Georg se prontificou.

– Não precisa, eu tô de carro! – Sorri sem emoção, e peguei minha bolsa. – Nos vemos depois! – Dei um beijo em sua bochecha.

– Nós queríamos pedir desculpas pelo que aconteceu! – Bill disse, sem graça.

– Sem problemas, a culpa não foi de vocês! – Abracei um por um, peguei minha guitarra, e sai.


Eu não queria ir pra casa e dar de cara alguém, não queria que ficassem me perguntando coisas. Precisava de paz, precisava tocar. Perfeito. Fui para um velho estaleiro abandonado da cidade, onde na maioria das vezes eu escrevia minhas músicas, sem que ninguém soubesse. Era meu refúgio, onde eu podia esquecer tudo e colocar minha imaginação pra trabalhar. Venho aqui desde quando me mudei pra L.A, quando tinha 15 anos.
Desci do carro, peguei minha guitarra e segui para dentro. Depois de andar um pouco, sentei na escada que dava acesso ao primeiro andar. Comecei a escrever alguns versos num pequeno caderno. Sabia exatamente o que escrever, exatamente que ritmo teria. Não sei quanto tempo passei ali, mas quando sai estava tudo escuro. Decidi que já estava na hora de ir pra casa, precisa da ajuda dos outros para terminar música. 30 minutos depois cheguei em casa, todos estavam preocupados.

– Àlex, pelo amor de Deus, onde você estava? – Jude perguntou, preocupada, antes mesmo que eu entrasse em casa.

– Eu estou bem! – Disse rápido, passando por ela.

– O que aconteceu com sua boca? – Petter perguntou, barrando-me nas escadas.

– Nada! – Nesse momento, Andrew apareceu no andar de cima. Antes que ele pudesse me perguntar alguma coisa, eu o cortei. – Eu não quero falar sobre isso. Preciso que vocês me ajudem com uma coisa! – Subi as escadas correndo e fui para o estúdio, ligando os equipamentos.

– Você ficou maluca? – Jude parecia irritada. – Nós preocupados com você, e agora você me aparece toda misteriosa! – Ela bufou.

– Eu tenho uma nova música! – Soltei animada. Todos me olharam surpresos.

Fazia um tempo que eu não compunha nada, sempre que começava não conseguia terminar. Eles não disseram mais nada, sabiam como eu estava mal por não conseguir fazer uma das únicas coisas que eu amava. Ficamos o resto da noite ajustando os últimos detalhes, e em fim a música estava pronta.

– Vamos de novo? – Andrew perguntou, animado.

Petter deu o sinal com a bateria e nós começamos a tocar.


Must be you if the phone don't ring
Deve ser você se o telefone não tocar
Here I am obsessing
Aqui estou eu obsessiva
He loves me ,yea, he loves me not
"Ele me ama, sim", "ele não me ama"
I tell myself I should just learn to shut up
Eu falo pra eu mesma aprender a ficar quieta
No I need to be like you
Não, eu preciso ser como você

Ignore my emotions, emotions are dumb
Ignore minhas emoções, emoções são banais
The channel, still my senses are numb
Eu mudo de canal, meus sentidos continuam banais
Shorten my attention span,
Dê menos atenção,
I should think like a man
Devo pensar como homem

Stick my foot in my mouth and just run away
Meto os pés pelas mãos
I aint got nothing to say
Estou cansada, não tenho nada a dizer
Disappear and not give a dam
Desapareço e não dou sinal de vida
I should think like a man
Tenho que pensar como homem
Think like a man
Pensar como homem

Oblivious it must be nice
Obviamente isso deve ser legal
Nothing spoils your appitite
Nada tira o seu apetite
Your checking out every blonde in sight
Você checa toda loira que passa
Your telling me that its just all in my mind
Você me diz que é tudo da minha cabeça
Yea I want to be like you
Sim, eu quero ser como você

Ignore my emotions, emotions are dumb
Ignore minhas emoções, emoções são banais
The channel, still my senses are numb
Eu mudo de canal, meus sentidos continuam banais
Shorten my attention span,
Dê menos atenção,
I should think like a man
Devo pensar como homem

Stick my foot in my mouth and just run away
Meto os pés pelas mãos e corro
I aint got nothing to say
Estou cansada, não tenho nada a dizer
Disappear and not give a dam
Desapareço e não dou sinal de vida
I should think like a man
Tenho que pensar como homem
I should think like a man
Tenho que pensar como homem

I could save myself so much trouble
Eu poderia resolver qualquer problema
I could save myself this heartache
Eu poderia curar minha dor de cabeça
But it's the best advice I know I’ll never ever take
Mas o melhor conselho, eu sei que nunca vou seguir

Yea I got to, I need to, I want to be like you
Sim eu tenho, eu preciso, eu quero ser como você

Ignore my emotions emotions are dumb
Ignore minhas emoções, emoções são banais
The channel, still my senses are numb
Eu mudo de canal, meus sentidos continuam banais
Shorten my attention span,
Dê menos atenção,
I should think like a man
Devo pensar como homem

Stick my foot in my mouth and just run away
Meto os pés pelas mãos e corro
I aint got nothing to say
Estou cansada, não tenho nada a dizer
Disappear and not give a dam
Desapareço e não dou sinal de vida
I should think like a man
Devo pensar como homem
I should think like a man
Devo pensar como homem
I should think like a man
Devo pensar como homem


– Ficou muito boa, Àlex! – Elogiou Petter. Ele olhou o relógio. – Cara, 02h45min da manhã?

– Eu tô morto! – Comentou Andrew. – Tô indo dormir! – E saiu do estúdio. Petter fez o mesmo, e ficamos a sós, eu e Jude.

– Me conta o que aconteceu! – Ela disse convicta.

– O que? – Perguntei desentendida.

– Georg, me ligou. Ele contou tudo! – Ela me olhou com pena, odeio pena.

– Ele não devia ter feito isso! – Bufei irritada.

– O Tom é que não devia ter feito nada! – Ela falou alto. – Você tá com a boca machucada, e aposto que ele disse coisas ruins pra você! – Parei a sua frente, e coloquei a mão sobre seu ombro.

– Eu só quero esquecer isso, tá bom? Esse assunto acaba por aqui! – Disse calma e sai do estúdio.

Eu sabia que não acabaria por ali, mas não tinha muito que fazer. Mudar-me de novo estava fora de cogitação, Los Angeles estava sendo ótimo para a banda, e eu não deixaria Tom estragar tudo.

De novo.

Postado por: Grasiele

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