sábado, 24 de setembro de 2011

Sie Hat Mich - Capítulo 25 - Johan, Tom e Vanessa

Não sei se o médico apareceu para aumentar a dosagem dos remédios, só sei que quando acordei novamente, já não sentia mais tanta dor. Acordei mais a noite com um cochicho no quarto. Consegui identificar a voz de cada um deles apesar de ter ficado um bom tempo sem ouvi-los, Johan, Tom e Vanessa estavam no quarto junto de Bill. Antes de eles perceberem que eu estava acordada, consegui ouvir um pouco da conversa.
- Ele foi enterrado e por sorte não estava infectado com nenhuma DST, estava limpo... Então Julinha está intacta, ou quase. É obvio que não foi usado proteção e... Argh, não consigo pensar na Julia grávida daquele cara. – ouvi a voz meio aguda do meu amigo gay.
- Canalha. Tem sorte de estar morto, porque se estivesse vivo, eu mesmo acabava com a raça dele. – ouvi a voz super raivosa de Bill.
- Vai acordá-la, fale baixo! – era a voz da Vanessa.
- Desculpe. – Bill pediu num sussurro.
- Mas não fizeram exames nela? – Tom perguntou.
- Claro que fizeram, acreditam que ela não está grávida porque perdeu muito sangue, mas só saberemos quando ela menstruar e, por sorte, já está perto... Mais dois dias e saberemos. – Johan respondeu a pergunta dele... Que ótimo, nem tinha ideia de que dia era hoje.
Oh céus, eu não podia estar grávida de Trevor... Nunca, nunca! Não queria ter um filho com um monstro apesar da criança que talvez crescesse no meu ventre não tivesse culpa. Isso era desumano demais comigo. Enquanto pensava nisso, ouvi passos se aproximando da cama, talvez vindo checar se estava tudo bem comigo, então acabaram me encontrando com os olhos abertos, completamente desperta.
- Ah Julia! – Bill exclamou vindo rapidamente para o meu lado.
- Ela está acordada? – ouvi a voz meio aguda de Johan e os passos vindo até a cama.
Quando o vi, me deparei com a sua face extremamente preocupada, mais magra e com algumas olheiras. Ele estava muito abatido assim como o Bill. Os olhinhos dele brilharam ao me ver completamente acordada e ele correu para o meu lado esquerdo.
- Julia, minha diva! – ele estava a beira do choro.
- Jo-Johan. – falei com a voz meio falha sorrindo triste para ele.
- Pensei que nunca mais fosse te ver minha querida. – falou melancolicamente tocando a minha bochecha.
- Calma, meu... Querido. Estou... Aqui. – falei com a garganta seca.
- Ah, ficamos tão preocupados com você... Pensamos que tinha fugido, mas não tinha motivos para isso, estava feliz conosco... – olhou significadamente para Bill – Tentamos ligar no seu celular, mas só dava desligado. Acionamos a polícia então, estávamos desesperados! Eles fizeram uma investigação municiosa e descobrimos que Nicole estava namorando seu ex... Mas ela não sabia que ele era perigoso, não sabia quem ele era. Ela se demitiu diva, está se sentindo muito culpada. – contou-me – Aquele crápula! Mas ela ajudou nas investigações, nos disse que ele tinha uma casa nos redores da cidade e lá a encontraram... Se tivéssemos demorado mais um pouco... – uma lágrima escorreu pelo rosto magro dele, provavelmente eu estivesse morta.
- Eu quase... Quase não consegui... Mas aqui estou eu. – falei tristemente.
- Agora está tudo acabado, tudo está bem e logo você estará boa de novo, desfilando para mim e fazendo coisinhas com... – colocou a mão na boca se controlando.
- Sim Johan, logo, logo. – sorri triste para ele.
- Vamos chamar o médico. – Tom falou atraindo a nossa atenção para ele – Doutor Rortz pediu para que o chamássemos quando você acordasse. – explicou me olhando por um momento.
- Tudo bem, obrigada Tom e Vanessa... Obrigada por estarem aqui também. – falei erguendo a cabeça para vê-los.
- Ah, que isso cunhadinha. – ele falou fazendo um gesto com a mão de que não precisava.
Vanessa me deu um fraco sorriso antes de puxar Tom para fora do quarto, os dois foram atrás do médico. Enquanto eu voltava a sentir melhor o meu corpo, as dores estavam meio que voltando, talvez por eu ter me esforçado ou por causa dos medicamentos que já deveriam estar perdendo o efeito. Não tinha ideia do quão machucada eu estava, mas pouco era o que não deveria ser já que disseram que havia perdido um pouco de sangue, sem contar que estava toda dolorida.
Johan acariciava delicadamente o meu cabelo enquanto Bill segurava a minha mão direita, acariciando delicadamente com o polegar. A mão dele era como eu me lembrava, macia, grande e extremamente carinhosa.
- Bi... Bill. – o chamei com a voz meio trêmula.
- O que foi? – perguntou num tom gentil enquanto me olhava preocupado.
- Bill. – falei o nome dele lhe dando um mínimo sorriso.
- Julia? – ele me olhou ainda mais preocupado apertando a minha mão.
- É tão... Tão bom falar o seu nome... novamente. – falei gaguejante, lhe dando um mínimo sorriso.
Ele ia me dizer algo, mas o médico tinha acabado de entrar no quarto acompanhando de Vanessa e Tom. Doutor Rortz era o mesmo que eu havia visto de manhã, ele trazia uma bandeja com mais algumas seringas, mais medicação. Novamente ele fez os mesmos testes, perguntou como eu estava me sentindo, se meu braço doía e se ainda eu estava muito dolorida. Colocou os medicamentos no soro e eu perguntei-lhe se poderia me sentar, não estava mais me agüentando ficar deitada, queria também ficar mais acordada.
- Sente muitas dores ainda? – ele perguntou parado ao meu lado.
- Não, apenas dores suportáveis. – respondi mexendo a mão direita, Bill havia soltado-a e estava ao lado do irmão, eles pareciam cochichar alguma coisa.
- Então tudo bem. – ele deixou a prancheta no criado mudo e veio com a intenção de me ajudar a sentar.
Eu tremi me lembrando das mãos de Trevor sobre mim, por mais estranho que fosse, não queria que o doutor me ajudasse a sentar, mas sim que...
- Doutor, se importa se Bill... Ajudar-me? – pedi com a voz completamente trêmula.
- Claro que não. – ele sorriu tranquilizador e pegou a prancheta – Apenas tome cuidado com o braço esquerdo. – lembrou-o – Volto amanhã para ver como está. Boa noite e não durma tarde. – e saiu andando tranquilamente.
Doutor Rortz era um cara legal e deveria saber o que eu estava passado, ao menos ter uma ideia. Bill se aproximou lentamente da cama, meio hesitante.
- Pronta? – perguntou me olhando e engolindo em seco.
- Uhum. – confirmei com a mão direita já flexionada.
Bill me puxou sem dificuldade pelo ombro, com extremo cuidado com o braço esquerdo Johan ajeitou rapidamente os travesseiros atrás de mim e depois, Bill me soltou me deixando encostar na guarda da cama.
- Bem melhor. – suspirei mais pesadamente – Obrigada Bill. – agradeci olhando-o carinhosamente.
- Por nada. – falou me dando um mínimo sorriso e se sentando num sofá ao lado direito da cama.
Johan ajeitou o meu cabelo com uma escova que ele mesmo me trouxera, disse que tinha algumas coisas minhas numa malinha ali ao lado e algumas revistas caso eu quisesse me distrair.
- Nós já vamos diva. – Johan falou colocando uma mecha do meu cabelo atrás da orelha.
- Mas já? – perguntei olhando-o tristemente.
- Ah Julinha, não faça essa carinha pidoncha... Sabe que eu não resisto! – ele reclamou tocando o meu nariz com o polegar – Voltamos de manhã. Precisamos descansar assim como você também deverá fazer o mesmo logo. – explicou fazendo um delicado carinho na minha bochecha.
- Ah tudo bem. – suspirei desanimada olhando-o.
- Mas não ficará sozinha minha diva espetacular. – falou de um jeitinho gay que só ele conseguia, o que me fez sorrir mais tranquila – O divo, espetacular também, passará a noite com você como tem feito desde que deu entrada no hospital aqui. – contou-me sorrindo.
- Ahm, tudo bem então... – concordei mais animada ao saber que ele ficaria lá comigo.
- Ah, só o divo para conseguir arrancar um sorriso seu. – Johan bateu palminhas entusiasmado – Agora nós iremos mesmo, voltamos amanhã de manhã. – prometeu e me deu um beijo na testa.
Tom e Vanessa vieram se despedir de mim também, prometendo que voltariam amanhã para me verem e que ela conversaria mais comigo. Os dois também pareciam estarem mais magros e um tanto abatidos.

Por: Grasiele

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