sábado, 24 de setembro de 2011

Sie Hat Mich - Capítulo 32 - To The End



"Se você se casar comigo,
Você me enterraria?
Você me carregaria até o fim?"
(Trechos da tradução da música To The End do My Chemical Romance)
O dia de pegarmos o exame foi no mínimo estranho. Parecia que o tempo estava passando rápido demais. Do nada, Bill havia me convidado para jantar num restaurante chique e lá veríamos o resultado. Johan me fez vestir um vestido preto com uma faixa verde delineando minha cintura, me maquiou e depois fui me despedir dos meus gêmeos lindinhos. Ao descer as escadas, encontrei Bill na ponta dela me esperando ansioso.
- Você está linda. – ele falou segurando a minha mão.
- Obrigada, mas você também não está nada mal também. – sorri sem graça para ele quando me abraçou pela cintura.
- Diga a verdade, Julia. – falou num tom brincalhão – Eu estou irresistível. – concluiu metido e me roubando um selinho.
- Okay, okay, você está irresistível. – concordei com ele ironicamente – Agora podemos ir? Não quero deixar Billie e Joe por muito tempo. – pedi o sentindo pressionar um lado da minha cintura, me levando até a porta.
- Claro, vamos então. – e fomos para o carro dele.
O caminho foi silencioso, nenhum dos dois ousou abrir a boca ou algo do tipo. Bill parecia estar bastante ansioso, eu também estava. O envelope com o resultado do exame estava no painel do carro dele. Quando paramos no estacionamento do restaurante, ele pegou e guardou-o num bolso dentro da jaqueta, depois o leríamos.
O restaurante era nosso. Bill havia fechado-o para nós, parecia até que ele já havia planejado isso... E, de algum jeito, já havia alguns fotógrafos na entrada do mesmo. Oh céus, adeus privacidade. Sorrimos acenando para eles e entramos no restaurante.
O serviço lá foi de primeira, ficamos numa mesa bem no fundo dele, muito difícil que alguém da rua nos visse, e isso incluía aqueles paparazzis, eles não veriam nada do que acontecesse dentro do estabelecimento.
Até que foi um jantar divertido, apesar da ansiedade. Ficamos o tempo inteiro conversando enquanto comíamos, rimos, nos distraímos. Então o clima ficou estranho, a conversa havia acabado junto com a comida.
Bill tirou o envelope do exame de dentro do bolso da jaqueta, pousou-o na mesa quando ela já estava limpa e disse que era para eu abri-lo.
- Por que eu? – perguntei-lhe ainda com a mão no colo, sem tem feito o mínimo gesto para pegá-lo.
- Quero lhe dar a escolha, você pode me contar se quiser ou não. – respondeu me encarando.
- Você pode ver depois que eu lhe contar, do que adiantaria?
- Julia, você não está me entendendo. – disse sorrindo fracamente – Não me importa mais o que está aqui. – tocou o envelope – O que me importa é o que eu tenho agora. Você, a mulher linda que eu amo e meus filhos. – disse sério.
- Se eles não forem seus vai se repetir aquela nossa situação. Você voltará a ficar distante até eu dizer chega e acabar com qualquer relação que tenhamos. – revidei triste.
- Não, eu não cometerei o mesmo erro, por isso que vou fazer isso antes que você veja esse resultado. – afirmou decidido se levantando da cadeira.
Bill veio para o meu lado, tirou alguma coisa da jaqueta e se ajoelhou.
- Julia Herz, eu amo você e tudo que vem de você. Estou pouco me importando para aquele resultado ali em cima da mesa. Eu quero você e quero Billie com Joe também. Quero todas as horas possíveis e impossíveis ao seu lado. Quero ser o seu homem e quero que seja a minha mulher. Quero ser pai e finalmente me sinto pronto para isso. – abriu uma caixinha com um lindo anel me fazendo levar a mão à boca – Quer se casar comigo? – perguntou.
Senti uma única lágrima escorrer pelo meu rosto, foda-se a maquiagem. Então, esse tempo todo que ele ficou distante, ele cresceu, amadureceu como homem. Oh céus, depois de uma declaração assim, eu fiquei sem palavras, quem não ficaria? Eu não esperava que ele me pedisse em casamento, não sem antes eu ter aberto aquele envelope branco estendido na mesa. Bill ainda esperava a minha resposta, ajoelhado ainda e segurando para mim a caixinha do anel que era em ouro branco com uma esmeralda em forma de coração.
- Sim, eu quero me casar com você. – respondi sorrindo e sentindo mais lágrimas escorrerem pelo meu rosto.
Bill sorriu feliz, segurou a minha mão esquerda e colocou a aliança no meu dedo. Ele beijou graciosamente a minha mão e se levantou, eu me levantei junto dele, o abracei apertado e depois nos beijamos carinhosamente.
Depois do beijo, ele sentou-se ao meu lado e olhou para o envelope em cima da mesa. Minha mão tremeu quando eu peguei-o. Ansiosa, abri o envelope e tirei de lá o resultado. Minha mão tremia como nunca e eu demorei um pouco para entender aquela porcentagem, só depois que eu vi o escrito embaixo... Positivo.
Bill era o pai de Billie e Joe.
Imagine se eu tivesse abortado e depois descoberto isso? Como eu iria me sentir? Eu já estava me sentindo mal por ter pensado em abortar, agora, se eu tivesse realmente tivesse tentado abortar, estaria muito pior mesmo.
Eu comecei a chorar quando larguei o papel do exame na mesa, Bill não fez menção nenhuma de pega-lo, ele se aproximou de mim, me abraçando e pedindo para que eu me acalmasse. Mas eu estava calma, mais calma que antigamente. Procurei a boca dele e o beijei ternamente, ele meio que se espantou, mas ao ver como eu estava me puxou para o seu colo.
- Bill, você sabe que eu te amo, não sabe? – perguntei-lhe sorrindo enquanto sentia lágrimas escorrerem pela minha bochecha.
- Sim, eu sei. Eu amo você também. – respondeu calmamente alisando o meu cabelo.
Abracei-o com mais força e sussurrei no ouvido dele algo que talvez ele não merecesse saber.
- São seus, meus gêmeos são seus filhos.
Ele apertou a minha cintura com uma mão e a outra pareceu ir em busca do resultado que estava em cima da mesa. Ouvi aquele típico barulho de papel sendo amassado quando ele achou-o, depois ele procurou algo nos bolsos, me mostrou um isqueiro e eu me separei dele para ver o que ele iria fazer.
Sorrindo, Bill me mostrou uma travessa de metal, colocou a bolinha de papel amassada lá e acendeu o isqueiro numa ponta que ele havia deixado estrategicamente na bolinha. Aquilo tudo pegou fogo, se tornou cinzas rapidamente e depois ele me encarou, puxou-me para um abraço apertado e me beijou com vontade.
Agora sim eu tinha certeza que estávamos prontos para sermos pai e mãe, sobretudo, marido e mulher.
Saímos do restaurante a todos sorrisos, parecia até que estávamos meio bêbados. Posamos para várias fotos entre sorriso e alguns beijos, selinhos. E, para o delírio dos fotógrafos, Bill segurou a minha mão esquerda para uma câmera, faltou os fotógrafos se matarem de tão empolgados que ficaram com essa novidade.
Foi divertido ver aquela cena, mas alguns seguranças tiveram que nos acompanhar até o carro depois disso. Bill dirigiu animado segurando a minha mão esquerda, as ruas nem estavam tão cheias, já passava das duas da manhã.
Apesar de estar preocupada com os gêmeos, tivemos um amasso intenso no carro e subimos aos beijos para o quarto de nossos filhos. Eles estavam dormindo respirando tranquilamente.
Bill me abraçou por trás de forma carinhosa enquanto os observávamos e ficamos olhando para aquelas duas coisinhas lindas frutos do nosso amor, que, a partir daquele dia, só cresceria mais.

"A última parada
Quando os partidos se desvanecerem
E a escolha que você fez
Até o fim".


Por: Grasiele | Fonte: x

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