domingo, 3 de junho de 2012

Hypnotized By Jane - Parte V

 


– Oh, outra pergunta nunca feita, dessa vez uma inteligente. – Georg falou quebrando o silêncio e piscando para mim.

– Ahm, é, acho que sei ser inteligente quando eu quero. – falei sorrindo e dando de ombros.

– Bom, respondendo a sua pergunta. – Bill começou sério – Acho que uma hora enjoa, principalmente aquelas que estão na cara. Tipo, se você fizer uma pesquisa bem feita, irá perceber que elas já foram respondidas várias vezes, mas eles insistem em perguntar.

– Verdade, tem umas que enchem o saco. – Tom concordou com o irmão – Por exemplo, aquela de quem nasceu primeiro, está na cara que sou eu. – falou convencido.

– Ah, babaca! – Bill reclamou com ele.

– Ou então se o Georg usa chapinha, é obvio que usa. – Tom não deu atenção para o irmão, e implicou com Georg.

– Tem outra também. – Georg começou – Se o Tom é o mais idiota da banda? Obvio que ele é. – conclui ele.

– Bem, acho que já respondemos, essas perguntas são um saco e nos cansamos de respondê-las. – Bill falou.

– Mas no final, já estamos acostumados com elas. – Gustav concluiu a resposta do Bill.

– Ótimo, obrigada! E terminamos aqui, então. – finalmente? Ou tristemente?

Eu estava aliviada por acabar, mas super triste também.

– Mas já? – Tom reclamou – Estava tão legal!

– Legal e diferente. – Georg afirmou concordando com Tom.

– Não quer fazer mais nenhuma perguntinha? Tipo se eu ou o Bill estamos disponíveis à noite? – Tom insistiu manhoso – Oh, mas talvez o namorado não goste... – acrescentou.

– Não, eu não tenho namorado e minha noite é para descansar, não para cair na gandaia. – respondi sem graça – Sem contar que saio daqui só depois das oito e esgotada, não agüento uma noitada. Rimou!

– Viu Bill, ela não tem namorado. – Georg falou olhando para o chefe.

– Mas eu terei que atrasá-los mais um pouco, preciso de duas fotos e autógrafos. – acrescentei sem dar atenção ao comentário de Georg.

– Oba, pode nos atrasar o quanto quiser! – Bill comemorou animado, batendo palminhas.

– Okay, já volto com o fotógrafo. – falei me levantando.

Sai rapidamente da sala e encontrei Hanz, o meu fotógrafo preferido, sentado na mesa da Vaneza conversando com ela.

– Venha comigo agora! – falei autoritária para ele.

– Fiquei com medo. – ele brincou, pulando da mesa e rindo.

Nós três rimos e Vaneza aproveitou para perguntar como eu estava me saindo, se eu já tinha surtado ou estava bem controlada.

– Acho que estou me saindo bem. – afirmei pensativa.

– Tenho certeza que está, você é ótima. – amiga pouco coruja eu tinha...

– Obrigada, bem agora vamos Hanz, eles estão nos esperando.

Quando voltamos para a minha sala, eles estavam conversando e eu consegui pegar uma última fala, Gustav estava dando a opinião dele num assunto que parecia ser sério.

– Acho que devia voltar mais tarde... – e a sua voz morreu ao perceber que nós tínhamos chegado.

Rapidamente eles tomaram posição, levantando-se do sofá e fazendo pose para a foto. Ficou Gustav, Bill, Tom e Georg, depois, eu pedi para tirar uma foto com eles. E adivinha aonde eles abriram espaço? Sim, sim, exatamente entre Bill e Tom. Apavorei-me na hora, mas engoli o meu pavor e fui para o meio. Quando Bill apertou o meu lado direito da cintura, me segurei para não desmaiar. Emoção demais para um ser em um só dia.

Assim que Hanz tirou a segunda foto, sai do meio deles e pedi para ver como elas tinham ficado. A primeira foto tinha ficado linda demais! E a segunda foto, na qual eu estava, percebi que não ficou desproporcional a altura, nunca tinha percebido que eu era alta... Na foto, eu sorria super feliz, deixei a minha emoção de fã escapar nela. Pedi para que Hanz as revelassem rapidamente, três cópias eu pedi, de cada uma delas, queria que eles autografassem ainda e também, para que mandasse no meu celular via bluetooth. Gentilmente, ele falou que voltaria em cinco minutos, uma coisa que eu admirava em Hanz, era a rapidez e o trabalho bem feito dele. Tomei mais café antes de pegar as quatro folhas para eles autografarem. Segurei a minha louca vontade de pegar os meus CDs, mas Bill pareceu ler a minha mente quando eu estava indo pegar o CD do jornal.

– Tem algum CD? – ele perguntou enquanto assinava a terceira folha.

– Sim, o do jornal. – respondi pegando-o da minha mesa.

– Nenhum seu? – Bill perguntou dessa vez me encarando.

– Não quero incomodá-los, já vou pegar uma das folhas para mim. – falei segurando a vontade louca de ir até a minha mochila e tirar a minha coleção de lá.

– Não será incomodo nenhum. – Tom garantiu sorrindo para mim maroto (?).

– Bem, é que não é só um. – afirmei fazendo careta.

– Quantos? – Gustav perguntou autografando o CD do jornal.

– São oito CDs e três DVDs. – respondi fechando os olhos.

– Pegue-os. – Bill falou.

– Tudo bem, já autografaram a folha, está ótimo. – afirmei sorrindo sem graça.

– Pegue-os logo antes que eu vá até a sua mochila e tire-os de lá. – ele falou autoritário, erguendo uma sobrancelha.

– Ah, tem certeza? – isso é maldade com o meu ser, sou fraca, Bill!

– Tenho Jane, obedeça ao chefe pura sedução! – ordenou-me sorrindo de canto e fazendo os outros rirem.

Dei-me por vencida e sorri, fui buscar a minha coleção pulando que nem uma criança feliz. Eles autografaram uma por uma das minhas relíquias, Tom demorou-se num dos DVDs, mas nem dei muita importância. Bill me devolveu a pilha e eu guardei-as cuidadosamente na minha mochila, eu estava feliz demais!

Hanz voltou com as fotos e as passou para o meu celular, eles autografaram-nas também e chegou a hora de despedirmos. Despedir-me deles foi triste, eu estava à beira do choro e não consegui me segurar por muito tempo. Abracei cada um deles agradecendo-os por tudo, estava emocionada. E não sei se foi coisa da minha cabeça, mas quando eu abracei o Bill, ele pareceu me apertar mais forte que os outros e eu me senti nas nuvens quando o perfume dele chegou às minhas narinas, ia dar um jeito de descobrir qual era só para tê-lo sempre comigo.

Bill andou com um braço nos meus ombros quando eu acompanhei-os até a saída do jornal. E quando eu subi para a minha sala, percebi que havia me esquecido o gravador o tempo inteiro ligado. Parei a gravação e voltei para escutar a entrevista. Dei risada das minhas perguntas idiotas e das respostas, foi então, que para a minha surpresa, comecei a ouvir o que eles conversaram quando eu sai para buscar o meu café, depois da pergunta do chefe pura sedução.


“- Tom, você é um idiota, ich hasse dich! – a voz do Bill exclamava irritada.

– Calma maninho, só estava tentando ajudar-te. – Tom.

– Sei, sei. Você não ajuda em nada. – Bill estava irritado mesmo.

– Ah cara, você tem que fazer alguma coisa, né? – Georg falando – Já mandou até investigarem ela.

– Hunf, mas o que vocês acharam dela? – dessa vez, a voz dele estava num tom mais bobamente animado.

– Ela é doidinha, mas legal. – era a voz do Gustav.

– Gostei dela, daria um bom par nas suas idiotices. – Georg.

– Ela é gostosa. – quem mais podia ser?

– Tom! – Bill exclamou bravo.

– Ai, não bate em mim! – Tom reclamou – E não fique com ciúme também, lerdo!

– Cale a boca!

– Não irá atacar? – Georg perguntou.

– Claro que não, não sou que nem vocês. – Bill falou.

– Mas fará alguma coisa, né Bill? – Tom perguntou.

– Acho que não dá para fazer nada. – respondeu, parecia desanimado.

– Babaca, a convide para tomar um café, assistir um ensaio... Poxa, você estava tão animado em vir aqui e agora tem a sua chance, não a deixe escapar! – uau, Tom.

– Não sei o que fazer...

– Ah Bill, pare de ser bobão. Ela nem atacou a gente, e tem cara de ser super fã. Parece ser uma guria super gente boa. – Georg que falou dessa vez.

– Concordo com eles. – Gustav falou e eles pararam de falar, eu tinha voltado para a sala
.”


Passei rapidamente a gravação, indo para a segunda vez que eu saí da sala, queria escutar essa história por inteiro.


“- E então? – a voz do Bill perguntou nervosamente.

– Você podia ter dado mais em cima dela. – Tom falou – É muito lerdo.

– Não sou igual a você Tom, pelo menos não nisso.

– Acho que você podia vir encontrá-la depois do trabalho, ela não passa sempre por aquele parque lá? Então, encontre-a lá. – Georg falou.

– Não sei se consigo...

– Bill, maninho, pega o seu belo Audi branco e venha convidá-la para um lanche no MC Donald’s, saída perfeita! – percebi um pouco de sarcasmo na voz de dele.

– Eu gostei da ideia. – Bill afirmou em repentina animação, pelo que eu percebi da voz dele.

– Acho que você deveria voltar mais tarde... – e acabou.”



Terminei de ouvir a gravação super confusa. Como assim Bill estava interessado em mim? Desde quando isso? Mandou me investigar também? Como assim? E falou que vinha atrás de mim novamente... Que toda aquela entrevista tinha sido planejada... Oh mein Gott, como assim?

Super confusa, eu comecei a escrever a matéria, às vezes dando uma olhada na gravação e na foto que tinha tirado com eles. Tudo aquilo era bom demais para ser verdade, por isso não botei muita fé naquilo tudo. Quando eu estava quase no final da matéria, percebi que meu expediente tinha acabado e decidi que terminaria a matéria amanhã.

Arrumei as minhas coisas, dei uma olhada nos meus CDs e DVDs autografados e despedi-me do pessoal. Ao sair pelas ruas de Berlim, percebi que começara a nevar e isso me encantou, me fazendo esquecer um pouco das coisas do dia. Entretanto, eu apressei o passo para o meu apartamento quando começou a esfriar mais, hoje estrearia o aquecedor.

Postado por: Grasiele

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Arquivos do Blog