domingo, 3 de junho de 2012

Hypnotized By Jane - Parte VI

 


Passei pelo parque como de costume, era caminho do meu apartamento e também era uma ótima vista para todas as manhãs e tardes. Eu me tranqüilizava todas as vezes que passava por ele e consequentemente, me lembrava do meu primeiro dia na Alemanha, quando eu encontrei meu ídolo. Dei risada sozinha, lembrando que eu tinha me escondido atrás de uma árvore. Continuei caminhando, olhando encantada a neve, mas para a minha total surpresa e desespero, na faixa de pedestres, estava parado um Audi branco!

Oh mein Gott, isso é demais para um ser só, eu não agüento! Podia ser e não podia ser ele, mas achei melhor prevenir. Dei meia volta, ia fazer o caminho mais longo, não estava preparada para encontrá-lo novamente. Mas aquele dia, eu não estava com sorte. Quando passei pelo mesmo lugar que me encontrei pela primeira vez com ele, um ser misterioso de sobretudo e boné preto, estava sentando no banco próximo à árvore que eu tinha me escondido. Não consegui ver a face do que parecia ser um homem, estava encoberta pela aba do boné.

Pensei nas possibilidades, muitas pessoas usam sobretudos pretos e bonés para se protegerem do frio e da neve, era um ser humano normal como qualquer um. Então, eu passei por ele sem olhar muito, se fosse o Bill, ia fingir que não havia visto-o e é claro que eu não ia até o homem perguntar se ele era Bill Kaulitz. Concentrei-me na neve, o parque já estava lotado dela e começava a nevar mais forte.

Continuei a caminhar pelo parque, estava concentrada demais na neve porque me assustei muito quando alguém me puxou pelo braço. Quando encarei a figura à minha frente, comecei a tremer descontroladamente. Eu estava cansada, estressada, era muita emoção para um ser humano só. Foi como se todo o desespero que se acumulou no decorrer do dia quisesse sair de uma vez, eu estava surtando.

– Jane, você está bem? – ele perguntou com aquela voz musical que somente ele tinha.

Não consegui falar, me mexer, fazer qualquer gesto que fosse, apenas continuei a tremer sendo amparada por ele.

– Jane, fale comigo, pelamor. – ele pediu-me nervoso.

Então a vertigem começou, eu ia desmaiar...

Bill... – foi a única coisa que eu consegui falar antes de tudo ficar escuro.


De todas as coisas que eu, Jane Toledo, já fez, essa foi a pior. Desmaiar em plena praça pública, nos braços do meu ídolo... Patético. Eu era completamente patética, uma mulher sem a mínima graça. Bill devia ter percebido o quão sem graça eu era e me largado no meio da praça, no meio da neve, para que algum mendigo tarado me pegasse.

Entretanto, eu não sentia frio algum e estava super confortável no que parecia ser um banco de um carro. Estava tão bem que queria continuar mais um tempinho aproveitando aquele conforto, mas eu me lembrei de como tinha ido parar naquele conforto todo... Abri meus olhos e me sentei rapidamente. Eu estava num carro todo branco, confortável e moderno.

– Como se sente? – a voz musical me perguntou.

Olhei melhor para o lugar que eu estava, era o Audi branco, o carro do Bill que eu tanto sonhei em andar, não podia acreditar que estava ali. Para acreditar melhor, minha mão começou a trabalhar automaticamente, tocando no porta luvas, no cinto de segurança que me pendia ao banco e depois olhei para o motorista mais lindo que já tinha visto na vida, a meu ver, com o polegar toquei a bochecha dele o fazendo rir divertido.

– É real. – afirmei bobamente.

– Para quem estava super nervosa, você parece estar super bem agora. – ele falou estacionando melhor o carro. Estávamos ainda perto do parque, podia ver pela neve e as árvores.

Fiquei em silêncio e tirei meu cinto de segurança, comecei a mexer e olhar melhor o carro. Pude perceber que a minha mochila estava no banco detrás junto com o sobretudo dele. Tudo no carro era branco indo para um bege bem clarinho, eu estava encantada com o carro, mas é claro que o motorista me encantava mais ainda.

– Jane? – Bill me chamou – Você está bem? – perguntou-me num tom preocupado.

Encarei-o e fiz um gesto afirmativo com a cabeça, me perdi naqueles olhos amendoados. Bill me olhava como se me conhecesse há um bom tempo, como se soubesse o que havia dentro daquela minha mente louca. Eu desviei o olhar com medo de fazer alguma coisa que não devia. Entretanto, ele não permitiu tal ato meu, segurou meu queixo e me obrigou a encará-lo. Foquei meus olhos nos dele com medo de continuar encarando-o, ele subiu a mão pelo meu rosto e acariciou a minha bochecha. Senti que ia desmaiar novamente, mas me mantive firme para ver o que mais ele faria. Ele aproximou aquele rosto perfeito do meu, como se fosse me beijar... Okay, eu estava me segurando para não desmaiar, era muita emoção para um ser só.

Bill continuou a se aproximar de mim, se aproximou mais e mais, quando eu senti o hálito quente dele bater no meu rosto e aqueles lábios tão próximos dos meus, ele parou. Eu respirei fundo e continuei encarando-o. Ele piscou duas vezes e a razão pareceu chegar aos olhos dele, Bill se afastou de mim, tirando a mão do meu rosto.

– Eu, é... Vou te levar para sua casa. – afirmou segurando o volante com as duas mãos, tenso.

Demorei uns segundos para processar tudo, olhando para além da janela do carro, para entender o que quase tinha acontecido ali. Oh mein Gott, ele ia me beijar! Como assim? Será que eu fiz algo errado? Será que ele pensa que fez algo errado? Mein Gott, mein Gott! Virei novamente meu rosto para encará-lo, ele parecia estar super nervoso, não me olhava e segurava fortemente o volante, apesar de não precisar por conta da direção hidráulica, ele estava pronto para girar a chave e acionar o motor, quando...

– Bill... – eu o chamei.

Ele tirou a mão da chave, mas não me olhou.

– Sim? – falou olhando para frente e ainda segurando o volante.

– Olhe para mim. – pedi falando lentamente palavra por palavra, elas saíram sem eu pensar direito.

Então, ele me olhou, os olhos amendoados se encontraram com os meus e eu não tive controle sobre meus próprios atos. Bill queria, não queria? Se não quisesse não teria tentado me beijar... Quando percebi, minhas mãos o puxaram pela gola da camisa que ele usava, puxe-o para mais perto de mim, mas eu permiti que ele desse o próximo passo, se ele quisesse realmente me beijar. Foi automático, Bill me encarou surpreso, mas levou as mãos grandes até a minha cintura e me puxou rapidamente para mais perto dele, automaticamente nossas bocas se encontraram. Estávamos nos beijando, eu estava beijando Bill Kaulitz! Foi muito bom, muito bom mesmo! Beijávamos-nos lentamente, querendo aproveitar cada toque, cada momento. Eu não podia acreditar que estávamos nos beijando dentro do carro dele... Carro? Oh mein Gott, os carros da Alemanha não tem vidros escurecidos!

Ao me lembrar disso, eu tentei, mas tentei mesmo me separar dele. A vontade de continuar beijando-o foi mais forte. Beijáva-nos em sincronia perfeita, eu não acreditava que estava sentindo aquele piercing na minha língua, era bom demais para ser verdade, só faltava eu estar sonhando... É só podia ser isso, mas parecia tudo tão real! Aos poucos, o carro ficou ainda mais quente e olha que o aquecedor estava ligado... Bill estava tentando a todo custo tirar o meu sobretudo. E então, algo inesperado, mas não completamente inesperado aconteceu. Um flash ocorreu e foi o que nos separou.

Bill mal olhou para fora, me distraiu colocando o cinto de segurança em mim, passando carinhosamente a ponta do nariz sobre o meu e sorrindo, mais um flash e por final, ele puxou o próprio cinto, colocou o boné que estava sobre o porta-luvas e arrancou com o Audi.

Postado por: Grasiele

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