domingo, 3 de junho de 2012

Hypnotized By Jane - Parte X


Fui andando em direção ao Audi, o primeiro flash aconteceu. Bati no vidro da janela dele, segundo flash e depois que ele abriu a janela, muitos flashs! Oh Gott!

– Olá! – Bill exclamou animado.

– O que está fazendo aqui? – perguntei nervosa, tentando não dar atenção para os flashs.

– Pensei em te ver hoje à noite. – falou fazendo uma carinha inocente – Trouxe até uns lanchinhos... – acrescentou mostrando-me dois pacotes do MC Donald’s.

Olhei alarmada para ele, pensando por um momento enquanto olhava os pacotes dos lanches. Ele estava se convidando para entrar no meu apartamento que devia estar um pouco bagunçado... Mein Gott! Nein, nein, nein. Mas ele fez aquela carinha fofa e eu não resisti. Acabamos subindo para o meu apartamento em meio à flashs. Que ótimo, minha vida pessoal iria rodar o mundo inteiro.

Fomos para o elevador, Bill contando animado o que tinha feito à tarde. Quando as portas do elevador se fecharam e ficamos sozinhos, ele ficou quieto, batendo nervosamente o pé no piso do elevador enquanto segurava os pacotes com os lanches.

– O que foi? – perguntei sem olhá-lo.

– Bem, eu estou me segurando para não te agarrar aqui. – respondeu-me rindo nervoso.

Calei-me de vez, ficamos sem dizer nada até chegarmos ao andar do meu apartamento. Ele permitiu que eu saísse primeiro, para que o guiasse até a porta. Eu estava nervosa, foi inegável. Tentei colocar a chave no buraco da fechadura, mas minha mão tremia, não me ajudando em nada. Pude ouvi-lo rir do meu nervosismo, não tinha culpa se havia sido pega de surpresa, não estava nem um pouco preparada para ficar mais tempo sozinha com ele.

– Vou ajudá-la. – afirmou ele.

De início, não entendi o que ele quis dizer com aquilo, mas depois que ele ajudou a minha mão a parar na fechadura e girar a chave entendi. Dei um suspiro nervoso e abri a porta.

– Apenas não repare na bagunça, morar sozinha dá nisso. – pedi mordendo o lábio.

Bill entrou reparando em tudo curioso e alegremente, eu entrei fechando a porta atrás de mim e trancando-a. Ele até pareceu gostar do que viu e se distraiu olhando o mural de fotos da sala, aonde tinha fotos dos mais variados tipos.

– Eu gostei. – afirmou observando as fotos.

– Hum, isso veio do Brasil. – falei largando a mochila ao lado da mesa de canto e indo para o lado dele para observar as fotos – Meus pais que mandaram a maioria das fotos. – afirmei observando uma das fotos em que eu estava numa coletiva em São Paulo.

– Essa daqui era você? – Bill perguntou apontando para uma foto antiga.

– Ah sim. – observei a minha própria foto, era uma das que eu mais gostava. Na época eu tinha nove anos e estava com o Toddy, meu vira-lata super fofo que havia ganhado de aniversário, presente atrasado, mas que foi o que eu mais gostei – Esse é o Toddy, abandonei-o no Brasil. – falei apontando para o meu cachorrinho – Ele fez dez anos na semana passada.

– Hum, ele parece ser uma gracinha. – afirmou sorrindo, me fazendo sorri com ele – E você é bonita desde pequena. – acrescentou ainda observando o meu mural.

Eu corei fortemente e olhei para baixo, parando meu olhar nos pacotes do MC. Lembrei-me do motivo dele ter subido aqui.

– Vamos comer então? – perguntei tirando os pacotes da mão dele – Estou com fome.

– Pra variar. – falou sarcástico – Tudo bem, vamos para a sua cozinha. – afirmou em estranha empolgação.

– Hunf. – resmunguei seguindo pelo apartamento. Minha cozinha era pequena, mas até que eu achava ela bem ajeitada e por sorte, naquele dia, ela não estava bagunçada. No meio dela, tinha um balcão com quatro bancos com encosto, seguindo pela esquerda, tinha mais um balcão com uma pia, típico de apartamentos e virando, tinha mais outro com o forno de gás e o forno microondas. A geladeira ficava do outro lado da cozinha, junto com o lixo. Nos balcões, tirando o de comer, tinham armários em cima e embaixo, para se guardar os mantimentos que não precisavam ser congelados e gavetas para os talheres.

Coloquei os pacotes em cima do balcão e peguei a coca que havia comprado dias atrás, por sorte não tinha tomado quase nada dela e ela ainda estava boa. Fiquei tomando muito café, então acabei deixando a santa coca de lado. Peguei os copos que eu mais gostava e coloquei-os no balcão, me sentando num banquinho de frente para ele. Bill já tinha aberto um dos pacotes e empolgado, começou a comê-lo. Eu abri o outro pacote e comecei a comer também. De início, comemos silenciosamente, mas depois Bill puxou um assunto qualquer e em meio à mordidas e mastigadas, conversávamos como duas crianças felizes... Comedia pura, eu sei.

Gentilmente, ele me ajudou a arrumar aquela pequena bagunça e após terminarmos tudo, acabamos no sofá da sala.

Eu estava acabada, cansada desse dia super corrido, com bastante sono e apesar de ter tomado coca, sentia que já estava querendo dormir. E para piorar a minha sonolência, Bill se aproximou mais de mim enquanto conversávamos sobre o Toddy, ele começou a acariciar o meu cabelo, me dando mais sono ainda.

– Não, não. Não faça isso se não eu durmo. – reclamei olhando-o, mas sem querer afastar a mão dele.

– Então, é hora de acordá-la. – conclui se aproximando mais de mim.

Pensei que ele fosse me beijar, mas não. Ele começou a me fazer cócegas! Nunca ri tanto na minha vida e quando percebi, já estava completamente desperta. Cheguei a deitar no sofá na esperança de me livrar dele, foi quando misteriosamente, ele parou de me fazer cócegas. Eu abri meus olhos lacrimejantes de tanto rir e encarei-o. Bill estava por cima de mim e as mãos dele já não estavam mais na minha barriga, estavam segurando a minha cintura. Okay, okay, controle-se Jane, você não está sonhando, isso tudo é incrivelmente real! Mein Gott irei desmaiar.

As mãos dele apertaram mais a minha cintura, okay, ele ia me beijar novamente. Eu fechei os olhos, esperando ele colar os nossos lábios, mas não foi nos lábios que ele me beijou. Senti os lábios dele pousarem no meu pescoço, eu ofeguei surpresa na hora e abri rapidamente os olhos.

– Bill, você... – comecei nervosa, mas ele não me permitiu continuar a falar, colocando o polegar na minha boca.

– Shh... Não fala nada Jane. – ele pediu num tom que me deixou nas nuvens, me olhando nos olhos.

E aí, aconteceu a pior coisa do mundo que podia acontecer num momento como aquele. Senti meu corpo amolecer por debaixo do dele, havia apagado.



Quando voltei a mim, estava deitada na minha cama confortável e alguém mexia no meu cabelo. Eu me segurei para não dormir, me virando na cama e abrindo os olhos ao me lembrar de tudo. Bill estava deitado na cama comigo e me encarava com um olhar divertido, não um bravo como achei que seria. Ele riu quando o olhei sem entender.

– Você é uma figura Jane. – afirmou me olhando divertido e rindo.

– Desculpe. – pedi – Isso sempre acontece quando eu tenho emoções fortes. – expliquei envergonhada – Uma hora eu não agüento e apago.

– Hum, acho que você terá que se acostumar com isso. – afirmou sorrindo – É talvez seja isso que mais me encanta em você. – falou acariciando o meu rosto delicadamente – O seu jeito alocado e verdadeiro de ser.

– Hum, talvez você esteja enganado e não percebeu o quanto sem graça... – insinuei nervosamente e ele não me deixou terminar de falar:

– Cada vez eu tenho mais certeza da minha escolha. – afirmou colocando uma mecha do meu cabelo para trás.

– Mas Bill, eu... – comecei, mas ele não me deixou terminar, me puxando para mais perto dele.

– Shh... Deixe-me apenas beija-la e não desmaie, por favor. – pediu.

Ele tinha vencido e eu estava me sentindo corajosa. Quando ele me beijou, foi calmo, carinhoso e sem pressa nenhuma. Senti-me extasiada e incrivelmente bem ao sentir aquela língua invadir a minha boca. Bill me virou na cama ainda me beijando e ficando por cima de mim. Minhas mãos foram para a nuca dele, algo me dizia que eu teria que me acostumar com aquilo... Ele apertou a minha cintura e separou-se de mim por falta de ar. Encarou-me por um segundo e desceu beijos pelo meu pescoço.

Pela curta experiência que eu tinha com relacionamentos, eu percebi bem que ele não queria só me beijar, queria ir mais além... Eu senti medo e parei de acariciá-lo, ele ao perceber que eu tinha parado com os carinhos, me encarou e não sei como, percebeu o meu medo. Bill parecia me conhecer melhor do que eu mesma.

– Não tenha medo. – pediu me olhando seriamente – Não irei machucá-la.

– Não quero que seja apenas uma noite. – falei.

Aquilo, por mais careta que fosse, ia contra os meus princípios. Já cheguei a ficar com alguém por uma noite, mas aquilo? Nunca.

– Você ainda não entendeu Jane? Não quero que seja apenas uma noite, quero mais que isso, muito mais. – ele me garantiu no tom mais verdadeiro que eu já ouvi.

Postado por: Grasiele

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